(359)_SISTEMA DE CRENÇAS VIII (Se nem ela se gosta, como alguém gostará?) (por Hélio Couto)


Sistema de Crenças VIII

No tocante a conseguir resultados consistentes ao longo do tempo é preciso considerar as crenças desde a infância. O que acreditamos cria a nossa realidade independente de sabermos ou não, que programas estão instalados em nós.

Se uma pessoa acredita desde a infância que não terá sucesso ela criará todas as condições para não ter sucesso. As crenças são coisas que a criança ouviu ou viu nos pais, parentes, etc. Ela introjeta o que vê. Se os pais brigam qual a visão que a criança terá dos relacionamentos?

Qual a visão de mundo que é passada para a criança? Por exemplo: a de que o único caminho é o sofrimento? Ou de que através do amor e alegria é possível chegar no mesmo resultado?

Quando a passividade é colocada no sistema de crenças (paradigma) da criança, esta não assumirá as responsabilidades pela própria existência. Sentir-se-á impotente em relação ao mundo. E assumirá essa postura sempre.

Não há como escapar do fato de que somos responsáveis pelo nosso destino (em termos de eternidade). Só depende de nós assumirmos isso e tomarmos as rédeas nas mãos. E isso implica em trocar as crenças. Crenças não são a verdade. São apenas o que nos disseram ou fizeram com que acreditássemos. Antes todo mundo acreditava que a Terra era plana. E agora?

O quanto a pessoa gosta de si mesma? Esta é uma pergunta fundamental. É a base do alicerce do edifício. Tudo o mais é criado em cima disso. Caso a pessoa não goste de si mesma é praticamente impossível que ela acredite que alguém possa gostar dela. É óbvio. Se nem ela mesma se gosta, como alguém gostará. Qual a autoimagem que a pessoa tem? O que ela pensa de si mesma? É forte, confiante, inteligente, atraente, culta, auto determinada, proativa, auto motivada, alegre, equilibrada, centrada, etc.? Se ela é tudo isso é evidente que outras pessoas também gostarão dela. A pessoa fica bem sozinha com ela mesma? Sem necessidade de outros artifícios para “matar” o tempo? Se ficasse sozinha consigo mesma consideraria isso uma tortura? 

Caso a pessoa não tenha um sentimento de se bastar como alguém poderá gostar dela? Muito tempo atrás conheci uma pessoa que dizia: “eu me amo, eu me basto”. Essa pessoa estava pronta para que outros gostassem dela e tivesse sucesso em tudo na vida. Não é um egocentrismo. É a pessoa saber que por si mesma tem todas as qualidades que admira e que outros admirarão. Isso é fundamental para o sucesso em tudo o mais. É alguém confiante nas próprias capacidades para viver. No fundo é a pessoa que confia no Tao porque sabe que o Tao está dentro de si. Ela e o Tao são uma coisa só. Isso é uma crença, mas também é um fato, que todos podem comprovar fazendo a experiência. 

Ninguém quer que se acredite em nada sem ter experiência própria. Teste por si mesmo. Veja com os próprios olhos. Pegue com suas mãos. Sinta com sua intuição. E comprove o que é real e o que não é. 

Existe um episódio em DS9 em que por uma razão especifica todos passaram a manifestar seus pensamentos imediatamente. Fosse o que fosse. Tudo que imaginavam virava realidade imediatamente. Tanto os problemas como as soluções. Excelente exemplo de como é importante a imaginação, pois só podemos imaginar o que acreditamos que é possível. Só pensamos ser possível o que acreditamos que é possível. E num universo de consciência tudo que imaginamos é real, mas só para nós. Uma pessoa pode viver num lugar ensolarado e florido e o vizinho num lugar pantanoso sem sol. Um ao lado do outro e a realidade é completamente diferente. E os dois julgarão que a realidade é aquela, quando na verdade é apenas uma construção da própria mente dos dois. Isto é inteiramente verdadeiro. Num mesmo local, numa mesma economia, alguns tem crise e outros tem oportunidades. A Nona Regra de Aquisição dos Ferengis diz: “A oportunidade mais a intuição gera lucro”. Essa é uma grande verdade e a palavra chave aqui é: Intuição. Intuição é a Voz do Todo tentando falar com a pessoa. Sutilmente. No fundo da mente. Entrando pelos microtúbulos das sinapses. Mas, é preciso estar centrado, equilibrado, para ouvir essa voz lá no fundo da sua mente ou do seu coração. Esta voz dá o sentimento de que o negócio é bom ou mal. Essa voz não é racionalização. Racionalização é quando torcemos a realidade para fazermos o que queremos. Achamos que algo é o que não é. Exatamente como nos investimentos. Uma moeda é lastreada em que? Em ouro? Onde ainda existe isso? Numa economia? Que tipo de economia? A pessoa ou país está endividado? Não produz? A despesa é maior que a receita? Qual o grau de confiança que podemos ter nesta pessoa ou país? A intuição nos dirá que um investimento nessa situação é arriscado. Por outro lado, se a pessoa gosta de jogar achará que é um bom negócio correr esse risco. É o que se chama especulação.

Portanto, o que a pessoa pensa de si mesma criará sua realidade, seu presente e seu futuro. Ela atrairá as condições para que seja assim. E tudo isso por causa do que pensa sobre algo. Sobre qualquer coisa na verdade. Entre estudar ou passear o que escolhe?

A pergunta é: temos a capacidade de auto avaliação para entender como o mundo funciona? Compreensão e ação. Compreendemos e agimos? Compreender implica em enxergar a realidade como ela é. E tomarmos as medidas necessárias para corrigir o que deve ser corrigido. O que nos impede de enxergar a realidade? As crenças. As crenças são o filtro da realidade. Como uns óculos que nos faz ver melhor ou pior. O filtro só deixa passar uma realidade. Um pedaço da realidade. E assim para nós a vida é um mistério. Dizem que não vemos através do véu. Rasgar é véu é enxergar tudo. Para isso é preciso querer enxergar, senão não enxergaremos que tem o filtro. Isso é a dissonância cognitiva. Quando ouvimos uma coisa e escutamos outra. Quando interpretamos a realidade seja consciente ou inconscientemente de uma forma que não é real. O real é o que dá resultados. Um avião projetado com as leis da aerodinâmica voará. Senão cairá. Isso é real. As leis são reais. Nenhuma empresa faz aviões para cair. Seus engenheiros são obrigados a aceitar as leis da aerodinâmica. Queiram ou não queiram. Em todo o resto vale a mesma regra. Funciona ou não funciona? Dá alegria ou tristeza? Lucro ou prejuízo? Etc. Existe um mundo objetivo a nossa volta. Podemos criar a realidade que quisermos, mas será só para nós. E todos os demais também estão criando a mesma coisa. E quando há conflito de interesses quem decide? Dois carros estão em direção ao farol. Os dois querem que fique verde para eles. Quem decide? O Todo. Portanto, o mundo é um conflito de todos os colapsos de função de onda de todos ao mesmo tempo. Por isso o mundo é como é. Se todos colapsassem a paz teríamos paz. Portanto, mecânica quântica não é um passe de mágica para fazer o que se quiser. Está debaixo de leis de física. E de uma imensa hierarquia que administra o universo. A realidade é muito complexa. Qualquer tentativa de simplificação não funciona. Por isso é preciso estudar muito para entender como funciona. O mundo real continuará existindo e teremos problemas para viver nele. É quando as coisas não dão certo. O fato de não dar certo deveria fazer qualquer um pensar e avaliar. Normalmente o que se vê é a pessoa repetir os esforços e fazer errado de novo. Mais do mesmo jeito.

Se achamos que uma coisa não dará certo e no fim não dá certo, teremos certeza de que estávamos certos. Isso é uma profecia auto realizada. A pessoa criou as condições para o fracasso e se sente com razão já que deu errado. Um círculo vicioso. Isso acontece quando a pessoa faz de tudo para dar errado. Consciente ou inconscientemente. Relembrando: só é inconsciente até o momento em que analisamos as causas. Entendida a causa deixou de ser inconsciente. Passou para o consciente. Daí é preciso agir para corrigir.

Existe um sentimento de fundo que permite saber o que estamos emanando para o universo. Qual é esse sentimento de fundo? De alegria ou tristeza? Quando tudo é silêncio às 3 da manhã (suponhamos que isso exista) o que a pessoa sente? Quando os estímulos externos cessaram o que ela sente? Isso é o sentimento de fundo. É isso que atrai em última instância. É isso que precisa ser mudado para se conseguir uma vida de realizações.

Quando a realidade por um tempo contraria as crenças da pessoa (alguém lhe dá dinheiro, aparece uma oportunidade, alguma coisa acontece que lhe favorece) começa a tiquetaquear um relógio em contagem regressiva. As crenças dizem que deve dar errado, mas não está dando. Surgiu a oportunidade da vida da pessoa e ela não esperava isso. E agora? O que fazer? Por um breve período parece que tudo dará certo e a pessoa voará. Crescerá sem parar. Finalmente. Só que as crenças continuam lá e o relógio não para. Logo começam atitudes para sabotar as possibilidades de crescimento e realização. As coisas dão errado, acidentes acontecem, problemas inusitados e inesperados, atitudes emocionais desequilibradas, discussões, brigas, etc. Até que tudo é estragado e volta ao “normal”. E nesse ponto a pessoa acha que estava com a razão. Não daria certo! Mesmo que a pessoa esteja triste, deprimida, arrasada, infeliz, etc. Mesmo assim ela achará que não daria certo para ela. Dá certo para os demais, mas não para ela. Isso é uma crença! Apenas uma crença.

E quando as condições continuam favoráveis (alguém continua emprestando ou dando dinheiro para a pessoa), ela fará de tudo para afastar a pessoa que a está ajudando. É por isso que quem ajuda tem muitos problemas. Para que possa fracassar e tenha razão. E quando tudo realmente é perdido a pessoa pode começar de novo a procurar a “solução”. E tudo começa de novo!

Devemos ajustar as nossas crenças à realidade. E não o contrário. A realidade se imporá mais cedo ou mais tarde. Muito tempo atrás uma pessoa disse que precisava ter drama na própria vida. Se fosse feliz era chato. Esta pessoa criava situações continuamente para ter drama na vida. Era exatamente o que ela queria. 

Existe uma outra questão que é querer fazer parte de um grupo. Se o grupo é infeliz a pessoa precisa ser infeliz para participar do grupo. Como ser feliz se o grupo é infeliz? Então a pessoa fica infeliz para ficar perto do grupo. A pergunta é: porque não trocar de grupo e ficar com as pessoas felizes?

O que minha visão de mundo cria para mim?

Quando as coisas estão indo bem e aparece a ansiedade é sinal de algo errado. Estamos ansiosos porque estamos felizes? Porque as coisas estão dando certo? Isso é sinal claro de que crenças negativas existem na pessoa. Ela espera problemas e eles “ainda” não aconteceram, mas com certeza acontecerão! Neste ponto é preciso fazer o que? Fazer o que o Tao diz: Ação através da não-ação. Isto é: Não fazer nada. Esperar. Deixa continuar dando certo. Não fazer nada para estragar o sucesso. Isso é muito importante de entender. Não fazer nada para estragar o que está dando certo. Deixar continuar dando certo. Não permita que suas crenças negativas controlem sua vida. Controle as suas crenças. Mude as crenças. Este é um dos aspectos da não-ação. Este é um conceito amplo que tem múltiplas interpretações. Nunca é desculpa para a preguiça. Não-ação é deixar o Tao trabalhar. Deixar o fluxo do universo agir. E trabalhar muito enquanto isso. Sempre trabalhar muito. Sem por pressão no Tao. Sem ansiedade. Está claro? Não-ação é um profundo conceito filosófico. É preciso vivencia-lo para entende-lo. O Tao não pode ser explicado, tem de ser vivido.

Não busque aprovação dos demais em tudo o que faz. Tenha o controle da sua vida em suas mãos. Estude e trabalhe para entender a realidade. E haja de acordo com a realidade. A realidade é o que traz paz, felicidade, alegria, realização, crescimento, evolução, etc. Para todos. Senão não é a realidade. Cada um deve ser responsável por si mesmo. E controlar a própria vida. E para isso basta olhar para dentro. Para o Self. Para a Centelha Divina.

Hélio Couto


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