(143)_Livro 2º dos REIS_1Rs [Religião] Igreja] CNBB] Bíblia Sagrada]#12



 2º Livro dos Reis

DEPOIS DE ACAB: DECLÍNIO DE SAMARIA

Elias e a morte de Ocozias de Israel

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1 Depois que Acab morreu, Moab rebelou-se contra Israel. 2 Ocozias ficara gravemente
doente depois de cair da sacada de seu aposento em Samaria. Enviou mensageiros com este
encargo: “Ide consultar Beelzebub, deus de Acaron, se sobreviverei a esta minha doença”. 3
Entretanto, um anjo do Senhor falou a Elias, o tesbita: “Levanta-te, vai ao encontro dos
mensageiros do rei da Samaria e dize-lhes: Não há, porventura, um Deus em Israel, para que
vades consultar Beelzebub, deus de Acaron? 4 Por isto diz o Senhor: Não sairás da cama na
qual te deitaste, certamente morrerás!” E Elias foi embora. 5 Os mensageiros voltaram a
Ocozias, que lhes disse: “Por que voltastes?” 6 Eles lhe responderam: “Veio ao nosso
encontro um homem que nos disse: ‘Voltai ao rei que vos enviou e dizei-lhe: Assim diz o
Senhor: Não há porventura um Deus em Israel para que mandes consultar Beelzebub, deus de
Acaron? Por isto não sairás da cama na qual te deitaste, certamente morrerás’”. 7 Ele indagou:
“Como era a figura, como estava vestido esse homem que veio a vosso encontro e falou essas
palavras?” 8 Eles responderam: “Era um homem vestido de pêlos e com um cinto de couro
em torno dos rins”. Ele disse: “É Elias, o tesbita!” 9Enviou-lhe um chefe de cinqüenta, com os
cinqüenta homens que estavam sob seu comando. Elias estava sentado no alto de uma
montanha. O chefe subiu até ele e disse: “Homem de Deus, o rei manda que desças”. 10 Elias
disse ao chefe dos cinqüenta: “Se sou um homem de Deus, desça um fogo do céu e devore a ti
e a teus cinqüenta homens”. Desceu então um fogo do céu e devorou a ele e aos cinqüenta,
que estavam com ele. 11 Novamente enviou até ele outro chefe de cinqüenta, e cinqüenta

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homens com ele. Este falou: “Homem de Deus, assim disse o rei: ‘Desce imediatamente!’” 12
Elias respondeu-lhes: “Se sou um homem de Deus, desça fogo do céu e devore a ti e aos teus
cinqüenta”. Desceu então um fogo do céu e devorou a ele e aos seus cinqüenta. 13 Enfim
enviou um terceiro chefe de cinqüenta com os cinqüenta homens que estavam sob seu
comando. Chegando, caiu de joelhos diante de Elias e suplicou-lhe: “Homem de Deus, não
desprezes minha vida e a vida de teus servos que estão comigo. 14 Um fogo descido do céu
devorou os dois primeiros chefes de cinqüenta e os cinqüenta que estavam sob seu comando.
Agora, porém, minha vida tenha valor a teus olhos”. 15 Um anjo do Senhor falou a Elias,
dizendo: “Desce com ele. Não temas”. Ergueu-se, desceu com ele até o rei 16 e falou-lhe:
“Assim diz o Senhor: Porque enviaste mensageiros para consultar Beelzebub, deus de Acaron,
como se não houvesse Deus em Israel para consultares, não sairás da cama na qual te deitaste,
certamente morrerás”. 17 E ele morreu conforme a palavra que o Senhor tinha falado a Elias.
Como não tinha filhos, seu irmão Jorão tornou-se rei em seu lugar, no segundo ano do reinado
de Jorão filho de Josafá, rei de Judá. 18 Os demais feitos de Ocozias, o que ele fez, isso está
escrito no livro dos anais dos reis de Israel.

Arrebatamento de Elias. Eliseu sucessor

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1 O Senhor decidiu arrebatar Elias ao céu, num redemoinho. Elias partiu com Eliseu de
Guilgal 2 e disse-lhe: “Fica aqui. O Senhor me enviou a Betel”. Eliseu respondeu: “Pela vida
do Senhor e pela tua, eu juro, não te deixarei”. E desceram a Betel. 3 Os discípulos dos
profetas que estavam em Betel saíram ao encontro de Eliseu e disseram-lhe: “Sabes que hoje
o Senhor vai arrebatar teu amo por sobre tua cabeça?” Ele respondeu: “Sim, eu sei; guardai
silêncio!” 4 Disse-lhe então Elias: “Fica aqui, Eliseu. O Senhor mandou-me a Jericó”. Eliseu
respondeu: “Pela vida do Senhor e pela tua, eu não te deixarei”. E foram a Jericó. 5 Os
discípulos dos profetas que estavam em Jericó foram ter com Eliseu e disseram-lhe: “Sabes
que hoje o Senhor vai arrebatar teu amo por sobre tua cabeça?” Ele respondeu: “Sim, eu sei;
guardai silêncio!” 6 Disse-lhe novamente Elias: “Fica aqui. O Senhor me mandou até o rio
Jordão”. Ele respondeu: “Pela vida do Senhor e pela tua, eu não te deixarei”. E partiram os
dois juntos. 7 Cinqüenta discípulos dos profetas os seguiram e ficaram parados à parte, a certa

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distância, enquanto os dois chegaram à beira do rio Jordão. 8 Elias tomou então seu manto,
enrolou-o e bateu com ele nas águas, que se dividiram para os dois lados, de modo que ambos
passaram a pé enxuto. 9 Depois que passaram, Elias disse a Eliseu: “Pede o que queres que eu
te faça antes de ser arrebatado da tua presença”. Eliseu disse: “Que me seja dado o dobro do
teu espírito”. 10 Elias respondeu: “Estás pedindo algo muito difícil. Se me observares quando
eu for arrebatado de tua presença, teu pedido será concedido; caso contrário, não será”. 11
Então, enquanto andavam conversando, um carro de fogo e cavalos de fogo os separaram um
do outro, e Elias subiu ao céu num redemoinho. 12 Eliseu o ficou vendo e gritava: “Meu pai,
meu pai! Carro de Israel e seu condutor!” Depois, não o viu mais. Apanhou sua túnica e
rasgou-a em duas partes. 13 Em seguida, apanhou o manto que tinha caído dos ombros de
Elias e, voltando sobre seus passos, deteve-se à margem do rio Jordão.14 Tomou então o
manto de Elias e bateu com ele nas águas, dizendo: “Onde está agora o Deus de Elias?”
Quando bateu, as águas dividiram-se para os dois lados, e Eliseu passou. 15 À vista disso, os
discípulos dos profetas que ficaram do outro lado, em Jericó, disseram: “O espírito de Elias
repousa sobre Eliseu”. E indo-lhe ao encontro, prostraram-se por terra diante dele 16 e
disseram: “Estão aqui com teus servos cinqüenta homens fortes, que podem ir procurar o teu
amo. Talvez o espírito do Senhor o tenha arrebatado e lançado em alguma montanha ou em
algum vale”. Ele, porém, respondeu: “Não mandeis ninguém!” 17 Mas eles o forçaram até
ceder; disse então: “Podeis mandá-los!” Mandaram então os cinqüenta homens. Tendo
procurado por três dias, não encontraram Elias. 18 Voltaram a Eliseu, que permanecera em
Jericó. Ele disse: “Não vos falei que não devíeis ir?”

A água saneada

19 Os homens da cidade disseram a Eliseu: “É muito bom morar nesta cidade, como tu
mesmo percebes. Mas as águas são ruins e a região é estéril”. 20 Disse ele: “Trazei-me uma
tigela que não foi usada e ponde sal nela”. Trouxeram. 21 Então foi até a fonte da água e
despejou nela o sal, dizendo: “Assim diz o Senhor: Eu vou curar estas águas, e nelas não
haverá mais morte nem esterilidade”. 22 E as águas ficaram sadias até hoje, conforme a
palavra que Eliseu falara. Os meninos insolentes 23 Daí, Eliseu subiu a Betel. Pelo caminho,
uma turma de meninos saiu da cidade, e zombavam dele, dizendo: “Sobe, careca! Sobe,
careca!” 24 Voltando-se, viu-os e os amaldiçoou em nome do Senhor. Saíram então dois ursos
da floresta e despedaçaram quarenta e dois deles. 25 Foi então para o monte Carmelo e depois
voltou a Samaria.

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Jorão, rei de Israel. Eliseu e a expedição contra Moab

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1 No décimo oitavo ano do reinado de Josafá, rei de Judá, Jorão filho de Acab começou a
reinar sobre Israel em Samaria; ele reinou durante doze anos. 2 Fez o que é mau aos olhos do
Senhor, mas não tanto quanto seu pai e sua mãe. Derrubou a colunasagrada de Baal que seu
pai tinha erigido. 3 Contudo, continuou com os pecados de Jeroboão filho de Nabat, que
induzira Israel a pecar, e deles não se afastou. 4 Mesa, rei de Moab, criava muito gado e
pagava ao rei de Israel cem mil cordeiros e a lã de cem mil carneiros. 5 Depois da morte de
Acab, rebelou-se contra o rei de Israel. 6 Naquele mesmo dia, o rei Jorão saiu de Samaria e
passou em revista todo o Israel. 7 Depois mandou um mensageiro a Josafá, rei de Judá,
dizendo: “O rei de Moab rebelou-se contra mim. Queres vir comigo para lutar contra Moab?”
Ele respondeu: “Subirei. O que é meu é teu, meu povo é teu povo, meus cavalos são teus”. 8
E disse: “Por qual caminho vamos subir?” Jorão respondeu: “Pelo deserto de Edom”. 9 O rei
de Israel, o rei de Judá e o rei de Edom puseram-se em marcha, mas depois de uma volta de
sete dias faltou água para o exército e para os jumentos que os acompanhavam. 10 Disse o rei
de Israel: “Ai! O Senhor nos reuniu, os três reis, para nos entregar nas mãos de Moab!” 11 E
Josafá disse: “Não há aqui um profeta do Senhor, para que consultemos o Senhor por meio
dele?” Um dos oficiais do rei de Israel respondeu: “Está aqui Eliseu filho de Safat, que servia
Elias”. 12 Disse Josafá: “A palavra do Senhor está com ele”. O rei de Israel, Josafá e o rei de
Edom foram então a ele. 13 Eliseu disse ao rei de Israel: “Que tenho a ver contigo? Dirige-te
aos profetas de teu pai e de tua mãe”. E o rei de Israel lhe disse: “Não! Pois foi o Senhor que
reuniu esses três reis para entregá-los nas mãos de Moab”. 14 Disse então Eliseu: “Pela vida
do Senhor dos exércitos, a serviço de quem estou! Se não fosse por consideração de Josafá,
rei de Judá, eu não te atenderia nem olharia para ti. 15 Agora trazei-me um tocador de lira!”
Enquanto o músico tocava, a mão do Senhor desceu sobre ele, 16 e ele falou: “Assim diz o
Senhor: Cavai nesta torrente fossos e mais fossos. 17 Assim diz o Senhor: Não vereis nem
vento nem chuva, mas o leito desta torrente se encherá de água, e vós bebereis e também
vosso gado e vossos jumentos. 18 E isto é pouco aos olhos do Senhor. Além disso, ele vai
entregar Moab em vossas mãos. 19 Destruireis toda cidade fortificada, toda cidade
importante, cortareis toda árvore frutífera, entupireis todas as fontes de água e cobrireis de
pedras todo campo fértil”. 20 E de fato, pela manhã, na hora costumeira de oferecer o
sacrifício, vieram as águas do lado de Edom, e a região se encheu de água. 21 Os moabitas

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todos, ouvindo que os reis subiam para combater contra eles, convocaram todos os que
estivessem em condições de lutar e tomaram posição na fronteira. 22 Ao romper da manhã,
quando se levantaram e o sol já brilhava sobre as águas, os moabitas, do outro lado, viram as
águas vermelhas como sangue 23 e disseram: “É sangue de espada! O s reis lutaram entre si e
mataram-se mutuamente. Agora marcha em direção à presa, Moab!” 24 E foram em direção
ao acampamento de Israel. Mas Israel ergueu-se e atacou Moab, que fugiu à sua vista. Eles
perseguiram e destroçaram os moabitas. 25 Destruíram as cidades. Cada um lançava pedras
nos melhores campos para cobri-los. Entupiram todas as fontes de água e cortaram todas as
árvores frutíferas. Só restaram as muralhas de Quir-Hares. A cidade foi cercada e atacada
pelos atiradores de pedras. 26 Ao ver que o inimigo prevalecia, o rei de Moab tomou consigo
setecentos homens armados de espadas, para que investissem contra o rei de Edom, mas não
conseguiram. 27 Tomou então seu filho primogênito, destinado a sucedê-lo no reinado, e o
ofereceu em holocausto sobre a muralha. Desencadeou-se então grande indignação contra
Israel, que logo se retirou dali, voltando à sua terra.

O milagre do azeite

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1 Uma das mulheres dos discípulos dos profetas suplicou a Eliseu: “Teu servo, meu marido,
está morto, e tu sabes que teu servo foi temente ao Senhor. Agora veio o credor para tomar
meus dois filhos como escravos”. 2 Disse-lhe Eliseu: “Que queres que te faça, mulher? Dize-
me: o que tens em tua casa?” E ela respondeu: “Eu, tua serva, nada tenho em minha casa a
não ser uma vasilha com azeite”. 3 Disse-lhe ele: “Vai e pede emprestadas, a todos os teus
vizinhos, vasilhas vazias em grande número. 4 Depois entra e fecha a porta. Quando estiveres
dentro, tu e teus filhos, derrama azeite em todas as vasilhas e coloca-as de lado quando
estiverem cheias”. 5 A mulher foi e fechou a porta atrás de si e de seus filhos. Eles traziam as
vasilhas e ela derramava azeite nelas. 6 Quando as vasilhas estavam cheias, disse a um dos
seus filhos: “Traze-me ainda uma vasilha”. E ele respondeu: “Não tenho”. E o azeite cessou
de correr. 7 Ela foi contar tudo ao homem de Deus. Ele disse: “Vai, vende o azeite e paga o
teu credor. O que sobrar é para viverdes, tu e teus filhos”.

O filho da sunamita

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8 Certo dia, Eliseu passou por Sunam. Lá morava uma senhora rica, que insistiu para que
fosse comer em sua casa. Depois disso, sempre que passava por lá, Eliseu parava na casa
dessa mulher para fazer suas refeições. 9 E ela disse ao marido: “Tenho observado que este
homem, que passa tantas vezes por nossa casa, é um santo homem de Deus. 10 Façamos para
ele, no terraço, um pequeno quarto de alvenaria, onde colocaremos uma cama, uma mesa,
uma cadeira e um candeeiro. Assim, quando vier à nossa casa, poderá acomodar-se ali”. 11
Um dia, Eliseu passou por Sunam e recolheu-se àquele pequeno quarto para descansar. 12
Disse a Giezi, seu servo: “Chama essa sunamita”. Ele a chamou. Ela apresentou-se a ele, 13 e
ele disse ao servo: “Diz a ela: Tu nos serviste com desvelo em tudo. Que queres que te
façamos? Podemos recomendar algum assunto teu ao rei ou ao chefe do exército?” Ela
respondeu: “Vivo em meio ao meu povo”. 14 Eliseu perguntou a Giezi, seu servo: “Que se
poderia fazer por esta mulher?” Giezi respondeu: “Nem pergunta! Ela não tem filhos e seu
marido já é velho”. 15 Eliseu mandou então chamá-la. Giezi a chamou, e ela pôs-se à porta.
16 Eliseu disse-lhe: “Daqui a um ano, neste tempo, estarás com um filho nos braços”. Ao que
ela respondeu: “Não, meu senhor, homem de Deus, não enganes a tua serva”. 17 Mas a
mulher ficou grávida e, no ano seguinte, na época que Eliseu lhe tinha predito, deu à luz um
filho. 18 Quando o menino cresceu, foi ao encontro de seu pai, que estava com os ceifeiros.
19 Aí se queixou: “Ai minha cabeça! Ai minha cabeça!” O pai ordenou a um dos seus servos:
“Toma-o e leva-o à sua mãe”. 20 O servo tomou-o e levou-o à sua mãe. O menino ficou sobre
os joelhos da mãe até ao meio-dia e então morreu. 21 Ela subiu, deitou o menino na cama do
homem de Deus, fechou a porta e saiu. 22 Depois chamou seu marido e disse: “Por favor,
manda comigo um dos servos com uma jumenta. Eu vou logo até o homem de Deus e depois
eu volto”. 23 Ele lhe disse: “Por que motivo vais hoje até ele? Não é lua nova, nem sábado”.
Ela só respondeu: “Até logo!” 24 Ela selou a jumenta e ordenou ao servo: “Conduze-me,
depressa. Não me faças demorar pelo caminho, a não ser que eu te ordene”. 25 Ela partiu e
chegou ao homem de Deus no monte Carmelo. Quando o homem de Deus a enxergou vinda
em sua direção, disse a Giezi, seu servo: “Eis aquela sunamita. 26 Corre ao encontro dela e
dize-lhe: Está tudo bem contigo, com teu marido e com teus filhos?” Ela respondeu: “Tudo
bem”. 27 Quando ela chegou ao homem de Deus no monte, abraçou os seus pés. Giezi chegou
para retirá-la, mas o homem de Deus disse: “Deixa-a. Sua alma está amargurada, mas o
Senhor ocultou-me a razão, nada me revelou”. 28 Ela lhe disse: “Porventura eu pedi um filho
ao senhor? Não te falei que não me enganasses?” 29 Eliseu ordenou a Giezi: “Veste-te, toma
o meu bastão em tuas mãos e vai. Se alguém vier a teu encontro, não o saúdes. E se alguém
te saudar, não respondas. Põe meu bastão sobre o rosto do menino”. 30 Mas a mãe do menino

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exclamou: “Pela vida do Senhor e pela tua vida, \juro, não te deixarei!” Ele levantou-se e a
acompanhou. 31 Giezi tinha corrido à frente para pôr o bastão sobre o rosto do menino, mas
este manifestava nem voz nem sentidos. Giezi voltou ao encontro de Eliseu e contou-lhe: “O
menino não despertou”. 32 Quando Eliseu chegou à casa, lá estava o menino, morto,
estendido em sua cama. 33 Ele entrou, fechou a porta atrás de si e orou ao Senhor. 34 Depois
aproximou-se da cama, estendeu-se sobre o menino, pondo a boca sobre a dele, os olhos sobre
os dele, as mãos sobre as dele; estendeu-se sobre ele e o corpo do menino aqueceu-se. 35
Eliseu se voltou e começou a andar de um lado para outro da casa. Depois aproximou-se de
novo da cama e estendeu-se sobre o menino, que espirrou sete vezes e abriu os olhos. 36
Eliseu chamou Giezi e disse-lhe: “Chama a sunamita”. Ela foi chamada e entrou no quarto
onde ele estava. E Eliseu disse-lhe: “Toma o teu filho”. 37 Ela foi, lançou-se a seus pés e
prostrou-se por terra; depois tomou seu filho e saiu.

A sopa envenenada

38 Eliseu voltou a Guilgal. Havia fome na região. Os discípulos dos profetas estavam
sentados em sua presença. Ele disse a seu servo: “Põe a panela grande no fogo e prepara uma
sopa para os discípulos dos profetas”. 39 Um deles foi ao campo para colher ervas e
encontrou algo parecido com videira silvestre.Colheu as frutas selvagens, encheu seu manto,
voltou e picou-as na panela da sopa, sem saber o que era. 40 Deram de comer aos
companheiros. Provando do cozido, gritaram, dizendo: “Homem de Deus, a morte está na
panela!” E não puderam comer. 41 Ele disse: “Trazei farinha!” Ele jogou a farinha na panela e
disse: “Servi ao povo para que coma”. E não havia mais veneno algum na panela.

Milagre do pão

42 Veio também um homem de Baal-Salisa, que trazia pães dos primeiros frutos da terra para
Eliseu, o homem de Deus. Levava vinte pães de cevada e trigo novo no bornal. Eliseu disse:
“Dá ao povo para que coma”. 43 Mas o seu servo respondeu-lhe: “Como vou distribuir tão
pouco para cem pessoas?” Eliseu ordenou outra vez: “Dá ao povo para que coma; pois assim
diz o Senhor: ‘Comerão e ainda sobrará’”. 44 O homem distribuiu e ainda sobrou, conforme a
palavra do Senhor.

Naamã, o leproso

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1 Naamã, chefe do exército do rei de Aram, era um homem muito estimado e considerado
pelo seu senhor, pois foi por meio dele que o Senhor concedera a vitória aos arameus. Mas
esse homem, valente guerreiro, era leproso. 2 Ora, os arameus tinham feito uma incursão na
terra de Israel e trazido, de lá, uma moça bem nova, que ficara a serviço da mulher de Naamã.
3 Disse ela à sua senhora: “Ah, se meu amo se apresentasse ao profeta que reside em Samaria,
sem dúvida o livraria de sua lepra!” 4 Naamã foi então informar o seu senhor: “Uma moça da
terra de Israel disse tal e tal coisa”. 5 Disse-lhe o rei de Aram: “Vai, que eu enviarei uma carta
ao rei de Israel”. Naamã partiu, levando consigo dez talentos – \uns trezentos quilos – de
prata, seis mil siclos – \seiscentos quilos – de ouro e dez mudas de roupa. 6 E entregou ao rei
de Israel a carta, que dizia: “Quando receberes esta carta, saberás que eu te enviei Naamã,
meu servo, para que o cures de sua lepra”. 7 O rei de Israel, tendo lido a carta, rasgou suas
vestes e disse: “Sou eu, porventura, Deus, dono de morte e vida, para que esse rei me mande
alguém que eu deveria curar de lepra? É claro que busca pretexto contra mim”. 8 Quando
Eliseu, o homem de Deus, soube que o rei de Israel havia rasgado as vestes, mandou dizer-
lhe: “Por que rasgaste tuas vestes? Que Naamã venha a mim, para que saiba que há um
profeta em Israel”. 9 Então Naamã chegou com seus cavalos e carros, e parou à porta da casa
de Eliseu. 10 Eliseu mandou um mensageiro para lhe dizer: “Vai, lava-te sete vezes no rio
Jordão, que tua carne será curada e ficarás limpo”. 11 Naamã, irritado, foi-se embora,
dizendo: “Eu pensava que ele sairia para me receber, levantando-se para invocar o nome do
Senhor, seu Deus; e que tocaria com sua mão o lugar da lepra e me curaria. 12 Será que os
rios de Damasco, o Abana e o Farfar, não são melhores do que todas as águas de Israel, para
eu me banhar nelas e ficar limpo?” Deu meia-volta e partiu indignado. 13 Mas seus servos
aproximaram-se dele e disseram-lhe: “Senhor, se o profeta te mandasse fazer uma coisa
difícil, não a terias feito? Quanto mais agora que ele te disse: ‘Lava-te e ficarás limpo’”. 14
Então ele desceu e mergulhou sete vezes no Jordão, conforme o homem de Deus tinha
mandado. Sua carne tornou-se semelhante à de uma criancinha, e ele ficou purificado. 15 Em
seguida, voltou com toda a sua comitiva para junto do homem de Deus. Ao chegar,
apresentou-se diante dele e disse: “Agora estou convencido de que não há outro Deus em toda
a terra, senão o que há em Israel! Por favor, aceita um presente de mim, teu servo”. 16 Eliseu
respondeu: “Pela vida do Senhor, a serviço de quem estou, nada aceitarei”. E, por mais que
Naamã insistisse, ficou firme na recusa. 17 Naamã disse então: “Seja como queres. Mas

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permite que teu servo leve daqui a terra que dois jumentos podem carregar. Pois teu servo já
não oferecerá holocausto ou sacrifício a outros deuses, mas somente ao Senhor. 18 Apenas, o
Senhor perdoe ao teu servo o seguinte: quando meu amo entrar no templo de Remon para
adorar e ele se apoiar sobre minha mão, e também eu me prostrar no templo de Remon para o
adorar, o Senhor perdoe teu servo por isso”. 19 Eliseu disse: “Vai em paz”. E Naamã foi
embora, até certa altura do caminho.

A cobiça de Giezi

20 Mas Giezi, o servo do homem de Deus, disse: “Meu amo foi complacente com esse
Naamã, o arameu. Nem quis receber os presentes que trouxera. Pela vida do Senhor, juro que
vou correr atrás dele para receber alguma coisa”. 21 E Giezi foi atrás de Naamã. Este, vendo-
o correr em sua direção, desceu do carro, foi ao seu encontro e disse: “Está tudo bem?” – 22
“Sim, tudo bem”, respondeu ele. “Meu amo mandou-me para dizer: ‘Há pouco vieram a mim
dois jovens discípulos dos profetas, do monte de Efraim. Dá um saco de prata e duas mudas
de roupa para eles’”. 23 Disse Naamã: “É melhor que leves dois sacos de prata”. Obrigou-o a
aceitar e amarrou, em dois sacos, dois talentos de prata e as mudas de roupa e entregou a dois
dos seus servos, que os carregaram adiante de Giezi. 24 Chegando à colina, tomou a carga de
suas mãos e a guardou em casa. Despediu os homens, e eles se foram. 25 Ele entrou e
apresentou-se ao seu amo, Eliseu, que lhe disse: “De onde vens, Giezi?” Ele respondeu: “Teu
servo não foi a lugar algum”. 26 Mas Eliseu retrucou: “Acaso não estava meu espírito
presente quando um homem desceu de seu carro para ir a teu encontro? Será esta a ocasião de
obteres prata e receberes vestes, olivais, vinhas, ovelhas, bois, servos e servas? 27 A lepra de
Naamã se pegará a ti e à tua descendência para sempre”. E ele saiu da presença dele branco de
lepra como a neve.

O ferro flutuando

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1 Os discípulos dos profetas disseram a Eliseu: “Este lugar em que vivemos junto de ti é
muito pequeno para nós. 2 Vamos até o rio Jordão e cada um corte uma viga de madeira para
construirmos aqui um lugar de moradia para nós”. Ele disse: “Podeis ir!” 3 E um deles disse:
“Vem tu também com teus servos”. Ele respondeu: “Já vou”. 4 E foi com eles. Chegando ao

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Jordão, cortavam madeira. 5 Um deles, enquanto estava cortando a viga, deixou cair na água o
ferro do machado. Gritou e disse: “Ai, meu senhor. Bem este que eu peguei emprestado!” 6
Disse então o homem de Deus: “Onde caiu?” O discípulo mostrou-lhe o lugar. Eliseu cortou
um pau, lançou-o ali, e o ferro apareceu boiando. 7 “Pega!”, disse, e homem estendeu a mão e
o pegou.

Os arameus feridos de cegueira

8 O rei de Aram estava em guerra contra Israel, e cada vez que ele deliberava com seus
oficiais a colocação de uma emboscada, 9 O homem de Deus mandava um avisar ao rei de
Israel: “Cuidado! Não passes por aquele lugar, pois os arameus estão ali emboscados”.10 O
rei de Israel enviava então gente ao lugar acerca do qual o homem de Deus o avisara e ficava
espreitando. Isso aconteceu nem uma nem duas, mas várias vezes. 11 O rei de Aram ficou
perplexo com isso. Convocou seus oficiais e disse: “Não me poderíeis indicar quem me trai
junto do rei de Israel?” 12 Disse um de seus oficiais: “Não é isto, senhor meu rei. É Eliseu, o
profeta que está em Israel, que é capaz de transmitir ao rei de Israel tudo que for falado em
quarto fechado”. 13 Disse-lhes: “Ide ver onde está, para que eu mande capturá-lo”.
Comunicaram-lhe: “Está em Dotain”. 14 Mandou para lá cavalos e carros e a parte mais forte
do exército. Chegaram à noite e cercaram a cidade. 15 Levantando-se ao amanhecer, o criado
do homem de Deus saiu e viu o exército cercando a cidade, e os cavalos e os carros, e
comunicou-lhe: “Ai, meu senhor, o que faremos?” 16 Ele respondeu: “Não tenhas medo. Os
que estão conosco são em maior número do que os que estão com eles”. 17 Eliseu orou:
“Senhor, abre-lhe os olhos, para que veja”. E o Senhor abriu os olhos do criado, de modo que
ele viu a montanha cheia de cavalos e carros de fogo em redor de Eliseu. 18 Os inimigos
desceram contra Eliseu, que orava ao Senhor: “Fere esta gente com cegueira”. O Senhor os
feriu, e eles não enxergavam mais, conforme a palavra de Eliseu. 19 Disse-lhes Eliseu: “Não é
este o caminho, nem esta a cidade. Segui-me, e eu vos mostrarei o homem que procurais”.
Conduziu-os a Samaria. 20 Entrando em Samaria, Eliseu disse: “Senhor, abre-lhes os olhos,
para que vejam”. O Senhor abriu-lhes os olhos e viram-se no meio de Samaria. 21 Ao vê-los,
o rei de Israel disse a Eliseu: “Devo matá-los, meu pai?” 22 Ele respondeu: “Não! Acaso
costumas matar os que capturaste com tua espada e com teu arco? Serve-lhes pão e água, para
que comam e bebam e depois voltem a seu senhor”. 23 Ofereceu-lhes um grande banquete.
Comeram e beberam, e depois despediu-os. Foram para o seu senhor, e as tropas de Aram não
vieram mais à terra de Israel.

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Segundo cerco de Samaria. A fome

24 Tempos depois, Ben-Adad, rei de Aram, reuniu todas as suas tropas e subiu para sitiar
Samaria. 25 Houve grande fome em Samaria, e o cerco foi tão prolongado, que vendiam uma
cabeça de jumento por meio quilo de prata e um quarto de tigela de esterco de pomba valia
trinta gramas de prata. 26 Certa vez, o rei passava pela muralha, e uma mulher gritou-lhe:
“Salva-me, senhor meu rei!” 27 O rei disse: “Se o Senhor não te salva, onde vou encontrar
salvação para ti em matéria de trigo ou de vinho?” 28 Mas então acrescentou: “Qual é teu
pedido?” Ela respondeu: “Essa mulher aí me disse: ‘Dá teu filho, para que o comamos hoje. E
amanhã vamos comer o meu’. 29 Cozinhamos então meu filho e o comemos. No outro dia, eu
lhe disse: ‘Dá teu filho para comermos’, mas ela escondeu seu filho”. 30 Ao ouvir isso, o rei
rasgou suas vestes. Ele caminhava sobre a muralha, e todo o povo via o cilício que ele vestia e
que entrava em sua carne. 31 Ele disse: “Deus me cumule de castigos, se a cabeça de Eliseu
filho de Safat continuar sobre ele hoje”.

O fim do cerco

32 Eliseu estava sentado em sua casa e os anciãos estavam sentados com ele. O rei mandou
um mensageiro à sua frente. Mas antes do mensageiro chegar, Eliseu disse aos anciãos: “Não
sabeis que este filho de homicida mandou aqui um homem para cortar-me a cabeça? Vede!
Quando chegar o mensageiro, fechai a porta e não permitais que ele entre. Já se ouvem os
passos do seu amo logo atrás dele”. 33 Estava ainda falando com eles, quando apareceu o
mensageiro, dando o recado: “Todo este mal vem do Senhor. Que mais devo ainda esperar do
Senhor?”

7

1 Eliseu respondeu: “Ouvi a palavra do Senhor! Assim fala o Senhor: Amanhã a esta hora, na
porta de Samaria dez quilos de flor de farinha custarão uma moeda de prata, e vinte quilos de
cevada, igualmente”. 2 O escudeiro em cujo braço o rei se apoiava retrucou ao homem de
Deus: “Mesmo que o Senhor abrisse as comportas do céu, como poderia acontecer o que
dizes?” Ele disse: “Tu verás com teus olhos, mas não comerás”. 3 Ora, havia quatro leprosos
junto à entrada da porta da cidade. Diziam um ao outro: “Para que ficar aqui até morrer? 4 Se

11

quisermos entrar na cidade, morreremos de fome. Se permanecermos aqui, também
morreremos. Vamos fugir para o acampamento arameu. Se se compadecerem de nós,
ficaremos com vida. Se nos quiserem matar, de qualquer forma morreremos”. 5 À tarde,
levantaram-se para ir ao acampamento arameu, mas quando chegarem ao limite do
acampamento, não encontraram lá ninguém. 6 É que o Senhor tinha feito ouvir no
acampamento dos arameus ruído de carros e cavalos e de um exército numeroso, e disseram
uns aos outros: “O rei de Israel deve ter contratado por soldo os reis dos heteus e dos egípcios
para virem contra nós”. 7 Por isso tinham-se levantado para fugir na escuridão, abandonando
suas tendas, cavalos, jumentos e acampamentos como estavam. Fugiram procurando apenas
salvar sua vida. 8 Chegando, pois, aqueles leprosos ao limite do acampamento, entraram
numa tenda, comeram e beberam. Pegaram prata, ouro, roupas, saíram e esconderam tudo.
Novamente entraram numa outra tenda, onde igualmente pegaram as coisas e as esconderam.
9 Disseram entre si: “Não está certo como estamos agindo. Este é um dia de boa notícia, e nós
nos calamos! Se não comunicarmos a notícia até amanhã, seremos denunciados como
criminosos. Vinde, vamos levar a notícia ao palácio real”. 10 Ao chegar, chamaram os
porteiros da cidades e contaram-lhes: “Fomos aos acampamentos dos arameus e não ouvimos
lá nenhuma voz humana, só encontramos cavalos e jumentos amarrados, e as tendas como
estavam”. 11 Os porteiros gritaram e deram a notícia no interior do palácio do rei. 12 Este
levantou-se em plena noite para falar a seus oficiais: “Vou lhes explicar o que os arameus nos
fizeram. Sabem que passamos fome, e saíram dos acampamentos e esconderam-se nos
campos, pensando: ‘Quando saírem da cidade, vamos capturá-los vivos, e então poderemos
entrar na cidade’”. 13 Um dos oficiais respondeu: “Peguemos os cinco cavalos que sobraram
na cidade, suceda-lhes o mesmo que a todo o Israel, que nela se encontra – suceda-lhes o
mesmo que a todo o Israel, que vai para o fim. Enviemo-los e vejamos”. 14 Trouxeram dois
carros com cavalos, e o rei os enviou atrás do exército dos arameus, mandando que fossem
ver. 15 Foram atrás deles até o rio Jordão. O caminho estava cheio de roupas e objetos que os
arameus tinham jogado quando ficaram amedrontados. Então os enviados voltaram e
relataram ao rei. 16 Então o povo saiu e pilhou os acampamentos arameus. E aconteceu que
dez quilos de flor de farinha passaram a custar uma moeda de prata e vinte quilos de cevada,
igualmente – conforme a palavra do Senhor. 17 O rei havia posto na porta aquele escudeiro no
qual se apoiava, e a multidão o pisoteou na entrada, e ele morreu conforme o que tinha dito o
homem de Deus quando o rei descera até ele. 18 Isso aconteceu conforme a palavra do
homem de Deus. Pois este tinha falado ao rei: “Amanhã, a esta hora, na porta de Samaria,
vinte quilos de cevada custarão uma moeda de prata e dez quilos de flor de

12

farinha,igualmente”; 19 e o escudeiro do rei lhe havia dito: “Mesmo que o Senhor abrisse as
comportas do céu, como poderia acontecer o que dizes?”, ao que ele respondera: “Tu verás
com teus olhos, mas não comerás”. 20 Sucedeu-lhe exatamente como tinha sido predito: a
multidão o pisoteou à porta, e ele morreu.

A restituição à sunamita

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1 Eliseu falou à mulher cujo filho fizera reviver: “Põe te a caminho, tu e tua casa, e vai ao
estrangeiro, aonde melhor te parecer. O Senhor chamou a fome e ela virá sobre o país por sete
anos”. 2 Ela se pôs a caminho e fez conforme a palavra do homem de Deus: foi com sua casa
ao estrangeiro, à terra dos filisteus, por sete anos. 3 No fim dos sete anos, a mulher voltou da
terra dos filisteus e foi pedir ao rei ajuda por causa de sua casa e de seus campos. 4 O rei
conversava com Giezi, o ajudante do homem de Deus, dizendo: “Conta-me todos os prodígios
que Eliseu fez”. 5 Ele estava exatamente contando ao rei como Eliseu tinha ressuscitado um
morto, quando a mulher cujo filho tinha sido revivificado compareceu ali, para pedir ao rei
ajuda por causa de sua casa e de seus campos. Giezi disse: “Senhor meu rei, esta é a mulher, e
este, o filho que Eliseu ressuscitou”. 6 O rei interrogou a mulher, e ela contou. O rei indicou-
lhe um alto funcionário, ao qual ordenou: “Restitui-lhe todas suas coisas e todos os
rendimentos de seus campos desde o dia em que deixou o país até o presente”.

Eliseu e Hazael

7 Eliseu foi a Damasco, onde Ben-Adad, rei de Aram, se encontrava doente. Comunicaram-
lhe: “O homem de Deus chegou aqui”. 8 O rei disse a Hazael: “Prepara um presente e vai ao
encontro do homem de Deus, para consultar o Senhor por meio dele. Pergunta se eu
conseguirei escapar desta minha doença”. 9 Hazael foi ao encontro de Eliseu levando como
presente todas as coisas preciosas de Damasco – um carregamento de quarenta camelos.
Chegando diante dele, disse: “Teu filho Ben-Adad, rei de Aram, enviou-me a ti, perguntando:
‘Conseguirei curarme desta minha doença?’”. 10 Eliseu lhe respondeu: “Vai e dize-lhe:
‘Recobrarás a saúde’ – mas o Senhor mostrou-me que certamente morrerá”. 11 Então o
homem de Deus fixou o olhar, ficou perturbado e chorou. 12 Disse-lhe Hazael: “Por que estás

13

chorando, meu senhor?” Ele respondeu: “Porque sei o mal que tu farás aos israelitas.
Queimarás suas cidades fortificadas e matarás os seus jovens com a espada, esmagarás suas
crianças e rasgarás o ventre das grávidas”. 13 Disse Hazael: “Sou eu, teu servo, um cão, para
que eu faça tamanha coisa?” E Eliseu disse: “O Senhor me mostrou que serás rei de Aram”.
14 Hazael deixou Eliseu e voltou a seu senhor. Este lhe disse: “O que te disse Eliseu?” – “Ele
me disse que recobrarás a saúde”, respondeu Hazael. 15 No dia seguinte, tomou uma coberta,
mergulhou-a na água e estendeu sobre o rosto do rei, o qual morreu. E Hazael se tornou rei
em seu lugar.

Jorão, rei de Judá. Revolta de Edom

16 No quinto ano do reinado de Jorão filho de Acab, rei de Israel (contemporâneo de Josafá,
rei de Judá), Jorão filho de Josafá, rei de Judá, iniciou sei reinado. 17 Tinha trinta e dois anos
quando começou a reinar e reinou oito anos em Jerusalém. 18 Seguiu os caminhos dos reis de
Israel, assim como fizera a casa de Acab, pois a filha de Acab era sua esposa. Fez o que era
mau aos olhos do Senhor. 19 Mas o Senhor não quis destruir Judá, por consideração a Davi,
seu servo, pois lhe prometera que sempre haveria uma lâmpada acesa para ele e para seus
filhos. 20 Em seus dias, Edom rebelou-se para não ficar sob o jugo de Judá e constituiu para si
um rei. 21 Jorão foi a Seira levando consigo todos os carros de guerra. Levantando-se de
noite, Jorão conseguiu derrotar os edomitas que o cercaram, a ele e aos chefes dos carros. E o
povo fugiu para suas tendas. 22 Edom, porém, rebelou-se contra o jugo de Judá, até hoje.
Também Lebna rebelou-se naquele tempo. 23 Os demais feitos de Jorão, tudo que ele fez, está
escrito no livro dos anais dos reis de Judá. 24 Jorão adormeceu junto de seus pais e foi
sepultado com eles na cidade de Davi. Seu filho Ocozias tornou-se rei em seu lugar.

Ocozias, rei de Judá

25 No ano doze do reinado de Jorão filho de Acab, rei de Israel, Ocozias filho de Jorão de
Judá tornou-se rei de Judá. 26 Ocozias tinha vinte e dois anos quando começou a reinar, mas
reinou apenas um ano em Jerusalém. O nome de sua mãe era Atalia, filha de Amri, rei de
Israel. 27 Ele seguiu os caminhos da casa de Acab e fez o que é mau aos olhos do Senhor, do
mesmo modo como a casa de Acab, pois foi genro da casa de Acab. 28 Ocozias foi com Jorão
filho de Acab combater contra Hazael, rei de Aram, em Ramot de Galaad. Os arameus feriram
Jorão. 29 Ele voltou para ser curado, em Jezrael, dos ferimentos que os arameus lhe tinham

14

causado em Ramá, por ocasião do combate contra Hazael, rei de Aram. Então Ocozias filho
de Jorão, rei de Judá, desceu para visitar Jorão filho de Acab que estava enfermo em Jezrael.

Unção e proclamação de Jeú como rei de Israel

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1 O profeta Eliseu chamou um dos discípulos dos profetas e disse-lhe: “Cinge-te, toma esta
vasilha com azeite em tuas mãos e vai a Ramot de Galaad. 2 Chegando ali, procura Jeú filho
de Josafá, filho de Namsi. Entra, chama-o do meio de seus irmãos e o leva-o para dentro de
um quarto. 3 Pega então a vasilha com azeite, derrrama-o sobre sua cabeça e dize: ‘Assim diz
o Senhor: Eu te ungi rei sobre Israel’. Depois abre a porta e foge sem demora”. 4 O jovem
discípulo de profeta foi a Ramot de Galaad. 5 Quando entrou, encontrou ali sentados os chefes
do exército. Ele disse: “Tenho algo a dizer-te, chefe”. Disse Jeú: “A quem dentre nós todos?”
E ele disse: “A ti, chefe”. 6 Ele levantou-se e entrou no quarto. Então o jovem derramou o
azeite sobre sua cabeça e disse: “Assim declara o Senhor, Deus de Israel: Eu te ungirei sobre
o povo do Senhor, sobre Israel. 7 Destruirás a casa de Acab, teu senhor, para que eu vingue o
sangue de meus servos, os profetas, e o sangue de todos os servos do Senhor, da mão de
Jezabel. 8 Destruirei toda a casa de Acab e matarei todos os varões da casa de Acab, de
qualquer categoria em Israel. 9 Farei à casa de Acab o que fiz à casa de Jeroboão filho de
Nabat e à casa de Baasa filho de Aías. 10 Os cães devorarão Jezabel no campo de Jezrael, e
não haverá quem a sepulte”. Então abriu a porta e fugiu. 11 Jeú então saiu em direção aos
oficiais do seu senhor. Eles lhe perguntaram: “Está tudo bem? Por que veio a ti esse louco?”
Ele lhes disse: “Já conheceis esse homem e suas palavras”. 12 Eles responderam: “Isso é
subterfúgio! Conta-nos!” Então disse: “Ele me falou isto e aquilo, dizendo: ‘Assim declara o
Senhor: Eu te ungi rei sobre Israel’”. 13 Imediatamente cada um tomou seu manto e estendeu
sobre os degraus, debaixo dos pés de Jeú. Fizeram soar a trombeta e anunciaram: “Jeú tornou-
se rei!”

Assassinato de Jorão e de Ocozias

14 Jeú filho de Josafá, filho de Namsi, armou uma conspiração contra Jorão. Jorão havia
defendido Ramot de Galaad com todo o Israel contra Hazael, rei de Aram. 15 Havia retornado

15

para curar-se em Jezrael por causados ferimentos que lhe tinham causado os arameus por
ocasião do combate contra Hazael, rei de Aram. Jeú disse: “Se vos parece bem, não deixamos
ninguém escapar da cidade, que possa levar a notícia a Jezrael”. 16 Subiu no carro e foi para
Jezrael, onde Jorão estava enfermo. Também Ocozias, rei de Judá, tinha descido para visitar
Jorão. 17 O vigia na torre de Jezrael viu a tropa de Jeú chegar e disse: “Vejo uma tropa”.
Jorão disse: “Manda um cavaleiro ao encontro deles, para perguntar: “Tudo em paz?” 18 Ao
chegar a eles, o cavaleiro disse: “Assim diz o rei: ‘Tudo em paz?’” Disse-lhe Jeú: “Que te
interessase estamos em paz? Passa para trás, segue-me”. Entretanto, o vigia anunciou:
“Chegou a eles e não voltou”. 19 Mandou o rei um segundo cavaleiro. Chegou a eles e disse:
“Assim diz o rei: ‘Tudo em paz?’” E disse Jeú: “Que te interessa se estamos em paz? Passa
para trás, segue-me!” 20 E o vigia anunciou: “Chegou a eles e não voltou. Ora, o andar
parece o andar de Jeú filho de Namsi, com passo apressado”. 21 Disse Jorão: “Preparem o
carro!” Prepararam o carro e Jorão, rei de Israel, e Ocozias, rei de Judá, saíram, cada um no
seu carro. E foram em direção a Jeú, encontrando-o no campo de Nabot, o jezraelita. 22
Quando viu Jeú, Jorão disse: “Tudo em paz, Jeú?” Ele respondeu: “Que paz haveria, enquanto
vigoram as prostituições de Jezabel, tua mãe, e seus inúmeros feitiços!” 23 Jorão voltou as
rédeas e, fugindo, gritou a Ocozias: “Traição, Ocozias!” 24 Mas Jeú pegou o arco, retesou e
atingiu Jorão entre as espáduas. A flecha atravessou-lhe o coração, e ele caiu morto em seu
carro. 25 Jeú disse ao escudeiro Badacer: “Toma-o e lança-o no campo de Nabot, o jezraelita!
Lembra-te: eu e tu estávamos com ele, ambos conduzindo o carro atrás de Acab, seu pai,
quando o Senhor mandou pronunciar sobre ele esta carga: 26 ‘Pelo sangue de Nabot e pelo
sangue de seus filhos, que ontem eu vi – oráculo do Senhor –, neste campo te retribuirei –
oráculo do Senhor’. Agora, toma-o e lança-o no campo, conforme a palavra do Senhor”. 27
Ao ver aquilo, Ocozias, rei de Judá, fugiu pelo caminho de Bet-Gã. Jeú o perseguiu e disse:
“Matai também a esse!” E o feriram em seu carro na subida para Gaver, perto de Jeblaam. Ele
fugiu para Magedo e lá morreu. 28 Seus servos puseram-no em seu carro e o levaram para
Jerusalém. Sepultaram-no com seus pais no sepulcro na cidade de Davi. 29 Ocozias tinha se
tornado rei sobre Judá no ano onze do reinado de Jorão filho de Acab.

Assassínio de Jezabel

30 Jeú chegou a Jezrael, e Jezabel ficou sabendo de sua chegada. Ela pintou os olhos, adornou
a cabeça e inclinou-se para olhar pela janela. Quando viu 31 Jeú entrar pelo portão, gritou
para ele: “Tudo em paz, Zambri, matador de seu senhor?” 32 Jeú levantou o rosto para a

16

janela e exclamou: “Quem aí está comigo? Quem?” E dois ou três eunucos inclinaram-se para
ele. 33 Ele lhes disse: “Lançai-a daí abaixo!” E lançaram-na, e seu sangue respingou nas
paredes e nos cavalos, que a pisotearam. 34 Então Jeú entrou para comer e beber. E disse:
“Ide ver aquela maldita e sepultai-a, pois é filha do rei”. 35 Mas quando foram sepultá-la,
nada encontraram a não ser o crânio, os pés e as palmas das mãos. 36 Voltaram para avisar o
rei. E Jeú disse: “Essa é palavra do Senhor, que foi pronunciada por seu servo Elias, o tesbita:
No campo de Jezrael os cães devorarão as carnes de Jezabel, 37 e o cadáver de Jezabel ficará
como esterco sobre o campo de sua propriedade em Jezrael, para que não se possa dizer: ‘Não
é esta Jezabel?’”.

Jeú extermina a família real de Israel

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1 Acab tinha setenta filhos em Samaria. Jeú escreveu uma carta e enviou-a a Samaria, aos
chefes da cidade, aos anciãose aos tutores dos filhos de Acab. Ele comunicou: 2 “Estais
recebendo agora esta carta. Tendes a tutela dos filhos do vosso Senhor, tendes carros, cavalos,
cidade fortificada e armas. 3 Escolhei, pois, o melhor e o mais reto dentre os filhos de vosso
senhor e ponde-o sobre o trono de seu pai. E combatei pela casa de vosso senhor”. 4 Eles
ficaram com muito medo e ponderaram: “Se dois reis não puderam resistir diante de Jeú,
como quereremos nós resistir?” 5 O prefeito do palácio, o comandante da cidade, os anciãos e
os tutores mandaram um mensageiro a Jeú, dizendo: “Somos teus servos. Faremos o que nos
ordenares. Não constituiremos um rei. Faz o que te parecer melhor”.6 Ele escreveu-lhes uma
segunda carta, dizendo: “Se vós sois meus e me obedeceis, tomai a cabeça dos homens que
são filhos do vosso senhor e vinde a mim, amanhã a esta hora, em Jezrael”. Ora, os filhos do
rei, setenta homens, eram criados nas casas dos grandes da cidade. 7 Quando chegou a carta,
tomaram os filhos do rei, mataram os setenta homens, colocaram suas cabeças em cestas e
enviaram a Jezrael. 8 Chegou então um mensageiro e avisou-lhe: “Trouxeram as cabeças dos
filhos do rei”. Ele respondeu: “Colocai-as em dois montes junto à porta de entrada até
amanhã”. 9 Quando amanheceu, saiu, parou e disse a todo o povo: “Vós sois justos. Eu fiz
uma conjuração contra o meu senhor e o matei, mas quem matou todos estes? 10 Vede, pois,
agora, como não ficou sem efeito nenhuma das palavras que o Senhor pronunciou sobre a
casa de Acab. O Senhor executou o que tinha falado por meio de seu servo Elias”. 11 Jeú
matou então todos os que restavam da casa de Acab em Jezrael e todos os seus notáveis,

17

homens de confiança e sacerdotes, até que não restasse nenhum deles. Massacre dos príncipes
de Judá 12 Jeú pôs-se a caminho e foi a Samaria. Quando estava no caminho perto de Bet-
Eced-dos-Pastores, 13 encontrou os irmãos de Ocozias, rei de Judá, e disse-lhes: “Vós, quem
sois?” Eles responderam: “Somos irmãos de Ocozias e descemos para saudar os filhos do rei e
os filhos da senhora rainha”. 14 Ele disse: “Prendei-os vivos!” Prenderam-nos vivos e os
degolaram junto à cisterna de Bet-Eced, quarenta e dois homens, e não sobrou nenhum deles.

Jonadab e os recabitas

15 Ao partir dali, encontrou Jonadab filho de Recab, que lhe veio ao encontro e o
abençoou.Jeú perguntou: “Vais ser leal comigo como eu contigo?” Jonadab respondeu:
“Sim”. – “Se é assim, dá-me tua mão!” Ele deu a mão. Jeú o fez subir no carro 16 e lhe disse:
“Vem comigo e vê o meu zelo pelo Senhor”. E, levando-o no seu carro, 17 entrou em
Samaria. Matou todos os de Acab que tinham restado em Samaria, até o último, conforme a
palavra do Senhor pronunciada por Elias.

A festa de Baal, armadilha de Jeú

18 Jeú reuniu todo o povo e lhe disse: “O culto que Acab prestou a Baal foi pouco, eu vou
fazer bem mais. 19 Mandai-me todos os profetas de Baal, todos os seus servos e todos os seus
sacerdotes. Nenhum pode faltar. Vou oferecer um grande sacrifício a Baal. Quem faltar, não
vai ficar com vida!” Jeú fazia isto insidiosamente, para exterminar os adoradores de Baal. 20
Ele ordenou: “Proclamai uma festa solene para Baal!” E fizeram uma convocação. 21 Jeú
enviou mensageiros a todos os cantos de Israel, e todos os servos de Baal vieram,não faltando
nenhum. Entraram no templo de Baal, e a casa de Baal ficou cheia de ponta a ponta. 22 Jeú
disse ao que guardava as vestimentas: “Leva vestes a todos os servos de Baal”. Ele levou-lhes
as vestes. 23 Jeú e Jonadab filhode Recab entraram no templo de Baal. Jeú disse aos
adoradores de Baal: “Examinai e vede bem se não está, talvez, entre vós algum dos servos do
Senhor. Deve haver somente servos de Baal”. 24 Entraram para oferecer vítimas e
holocaustos. Ora, Jeú tinha posto em prontidão, do lado de fora, oitocentos homens. Ele lhes
tinha ordenado: “Qualquer um que deixar escapar um desses homens que eu trouxe às vossas
mãos, pagará a vida dele com a própria”. 25 Ao terminar o holocausto, Jeú ordenou aos seus
guardas e escudeiros: “Entrai e matai-os. Que nenhum escape!” Os guardas e os escudeiros
matavam-nos ao fio da espada e os lançavam fora. Dirigiram-se então ao santuário do templo

18

de Baal, 26 retiraram a estátua de Baal e atearam-lhe fogo. 27 Pulverizaram a estatua e
destruíram o templo de Baal, e no seu lugar fizeram latrinas, que existem até hoje.

Reinado de Jeú em Israel

28 Jeú apagou Baal de Israel. 29 Contudo, não se afastou dos pecados de Jeroboão filho de
Nabat, que induzira Israel a pecar. Não retirou-os bezerros de ouro que estavam em Betel e
em Dã. 30 O Senhor disse a Jeú: “Porque fizeste cuidadosamente o que era reto aos meus
olhos e fizeste tudo que estava em meu coração contra a casa de Acab, teus filhos sentarão até
a quarta geração sobre o trono de Israel”. 31 Mas Jeú não teve o cuidado de andar na lei do
Senhor, Deus de Israel, de todo o coração. Não se afastou dos pecados de Jeroboão, que
induzira Israel a pecar. 32 Em seus dias, o Senhor começou a retalhar Israel. Hazael infligiu
derrotas a Israel em todas as fronteiras, 33 desde o rio Jordão até a região oriental, em toda a
terra de Galaad, Gad, Rúben e Manassés, desde Aroer, sobre a torrente do Arnon, e Galaad e
Basã. 34 Os demais feitos de Jeú e tudo que fez, suas façanhas, está tudo escrito no livro dos
anais dos reis de Israel. 35 Ele adormeceu junto de seus pais e o sepultaram em Samaria.
Joacaz, seu filho, tornou-se rei em seu lugar. 36 Jeú reinou sobre Israel durante vinte e oito
anos, em Samaria.

Morte de Atalia

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1 Quando Atalia, mãe de Ocozias, soube que seu filho estava morto, pôs-se a exterminar toda
a família real. 2 Mas Josaba, filha do rei Jorão e irmã de Ocozias, raptou o filho deste, Joás,
dentre os filhos do rei que iriam ser massacrados, e colocou-o, com sua ama, no quarto de
dormir. Esconderem-no de Atalia, e assim ele não foi morto. 3 Durante seis anos ele ficou
escondido com a ama, na Casa do Senhor, enquanto Atalia reinava no país. 4 No sétimo ano,
Joiada mandou chamar os centuriões da guarda real e da escolta e introduziu-os consigo na
Casa do Senhor. Fez um pacto com eles, e lá na Casa do Senhor exigiu-lhes um juramento,
depois do que lhes mostrou o filho do rei. 5 E ordenou-lhes: “Eis o que deveis fazer: a terça
parte de vós entrará de serviço no sábado guardará o acesso do palácio real, 6 enquanto outro
terço ficará na porta de Sur e um terço se postará na porta atrás do lugar da escolta. Montareis

19

a guarda ao templo, por turnos. 7 As duas partes que deixarem o serviço no sábado ficarão
então guardando a Casa do Senhor junto ao rei. 8 Deveis cercá-lo com as armas na mão. Se
alguém tentar passar pelo recinto, seja morto. Permanecereis ao lado do rei aonde ele vá”. 9
Os centuriões fizeram tudo como o sacerdote Joiada lhes tinha ordenado. Cada um reuniu seus
homens, tanto os que entravam de serviço no sábado como os que saíam. Vieram para junto
do sacerdote Joiada, 10 e este entregou aos centuriões as lanças e os escudos de Davi, que
estavam na Casa do Senhor. 11 Em seguida, os homens da escolta ocuparam suas posições, do
lado direito ao lado esquerdo templo, de armas na mão, em torno do rei, entre o altar e o
templo. 12 Joiada apresentou o filho do rei, pôs-lhe o diadema na testa e entregou-lhe o
documento. Depois, proclamaram-no rei, deram-lhe a unção e, com uma salva de palmas,
proclamaram: “Viva o rei!” 13 Ao ouvir os gritos do povo, Atália veio em direção da
multidão na Casa do Senhor. 14 Quando viu o rei de pé sobre o estrado, como prescreve o
protocolo, os chefes e os trombeteiros do rei junto dele e todo o povo da terra exultando de
alegria e tocando as trombetas, Atália rasgou suas vestes e bradou: “Traição! Traição!” 15
Então o sacerdote Joiada ordenou aos centuriões que comandavam a tropa: “Levai-a para fora
do recinto do templo e, se alguém a seguir, seja morto à espada”. (Pois o sacerdote havia dito:
“Não seja morta dentro da Casa do Senhor”.) 16 Agarraram-na e levaram-na aos empurrões
pelo acesso dos cavalos ao palácio, onde foi morta. 17 Em seguida, Joiada fez uma aliança
entre o Senhor, o rei e o povo, comprometendo-se a serem o povo do Senhor. Fez também
uma aliança entre o rei e o povo. 18 Todo o povo da terra dirigiu-se, depois, ao templo de
Baal e demoliu-o. Destruíram até o chão os altares e os ídolos e mataram Matã, sacerdote de
Baal, diante dos altares. O sacerdote Joiada pôs guardas na Casa do Senhor. 19 Tomou
consigo os centuriões, a guarda real, a escolta e todo o povo da terra, e conduziram o rei para
fora da Casa do Senhor. Foram ao palácio pelo acesso da escolta,e Joás assentou-se no trono
real. 20 Todo o povo da terra fez festa e a cidade ficou em paz, pois haviam matado Atalia
pela espada no palácio do rei.

Joás, rei de Judá

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1 Joás tinha sete anos quando se tornou rei. 2 Joás iniciou seu reinado no sétimo ano de Jeú e
reinou durante quarenta anos em Jerusalém. Sua mãe chamava-se Sebia e era de Bersabéia. 3
Joás fez o que era reto aos olhos do Senhor todo o tempo em que foi orientado pelo sacerdote

20

Joiada. 4 Contudo, não destruiu os lugares altos; o povo continuava imolando e queimando
perfumes nos lugares altos.

O cofre do templo e a invasão de Hazael

5 Joás disse aos sacerdotes: “Todo o dinheiro que for trazido como presente sagrado à Casa
do Senhor pelas pessoas de passagem, as taxas pessoais e as ofertas espontâneas trazidas à
Casa do Senhor, 6 os sacerdotes o recebam cada qual de quem lhe paga. E com esse dinheiro
devem restaurar qualquer avaria encontrada no templo. 7 Mas até o vigésimo terceiro ano do
rei Joás, os sacerdotes não tinham restaurado as avarias no templo. 8 O rei Joás chamou então
o sacerdote Joiada e os outros sacerdotes, dizendo: “Por que não restaurastes as avarias no
templo? Doravante não recebereis mais o dinheiro de quem vos paga, pois devereis
encaminhá-lo para a restauração do templo”. 9 Os sacerdotes concordaram em não mais
receber dinheiro do povo, ficando dispensados de restaurar o templo. 10 O sacerdote Joiada
pegou um cofre, fez-lhe uma abertura em cima e colocou-o perto do altar, à direita da entrada
da Casa do Senhor. Os sacerdotes que cuidavam da porta colocavam nele todo o dinheiro que
era oferecido à Casa do Senhor. 11 Quando viam que havia muito dinheiro no cofre, o escriba
do rei e o sacerdote subiam para recolher e contar o dinheiro que entrara na Casa do Senhor.
12 Entregavam-no, contado e calculado, nas mãos dos contramestres encarregados das obras
da Casa do Senhor. Estes o usavam para os carpinteiros e os construtores que trabalhavam na
Casa do Senhor, 13 como também para os pedreiros e os talhadores de pedras, e para comprar
madeira e pedras de cantaria, para fazer as restaurações da Casa do Senhor e para todas as
despesas necessárias para a reforma do templo. 14 Não se faziam bacias de prata para a Casa
do Senhor, ou facas ou pratos ou trombetas, ou qualquer vaso de ouro e prata, com o dinheiro
que era trazido à Casa do Senhor. 15 Era entregue aos contramestres para a restauração da
Casa do Senhor. 16 E não se pedia conta aos funcionários que recebiam dinheiro para
distribuí-lo aos contramestres, pois eram confiáveis no seu proceder. 17 O dinheiro entregue
para expiação de crimes e o dinheiro entregue por pecados não era levado à Casa do Senhor;
era para os sacerdotes. 18 Então, Hazael, rei de Aram, fez uma campanha contra Gat. Depois
de tomar essa cidade, dirigiu-se a Jerusalém. 19 Por isso, Joás tomou todas as ofertas que
Josafá, Jorão e Ocozias, seus pais, reis de Judá, tinham consagrado e também o que ele
mesmo oferecera, e todo o ouro que conseguiu encontrar nos tesouros da Casa do Senhor e
no palácio do rei, e enviou a Hazael, rei de Aram, o qual então se afastou de Jerusalém. 20 Os
demais feitos de Joás, tudo que fez, está escrito no livro dos anais dos reis de Judá. 21 Seus

21

oficiais rebelaram-se. Fizeram uma conjuração e mataram Joás na casa de Melo, na descida de
Sela. 22 Seus oficiais Jozacar filho de Semaat e Josabad filho de Somer feriram-no, e ele
morreu. Sepultaram-no com seus pais na cidade de Davi. Seu filho Amasias tornou-se rei em
seu lugar.

Joacaz, rei de Israel

13

1 No ano vinte e três do reinado de Joás filho de Ocozias, rei de Judá, Joacaz filho de Jeú
tornou-se rei sobre Israel em Samaria, durante dezessete anos. 2 Ele fez o que é mau aos olhos
do Senhor e seguiu os pecados de Jeroboão filho de Nabat, que induziu Israel ao pecado, e
não se afastou deles. 3 A ira do Senhor levantou-se contra Israel. Ele entregou-os, por todo
aquele tempo, nas mãos de Hazael, rei de Aram e nas mãos de Ben-Adad filho de Hazael. 4
Mas Joacaz suplicou o Senhor, e o Senhor o atendeu, pois viu a angústia que o rei de Aram
causava a Israel. 5 O Senhor deu a Israel um salvador, e sua terra foi libertada da mão de
Aram. Os israelitas puderam novamente morar em suas tendas como dantes. 6 Contudo, não
abandonaram os pecados que a casa de Jeroboão levou Israel a cometer, mas continuaram
andando neles. Até mesmo o tronco sagrado permaneceu de pé em Samaria. 7 Do exército, o
Senhordeixou a Joacaz apenas cinqüenta cavaleiros, dez carros e dez mil soldados. O rei de
Aram os esmagara e os reduzira como o pó que se tritura no terreiro. 8 Os demais feitos de
Joacaz, tudo que fez, as suas façanhas, está tudo escrito no livro dos anais dos reis de Israel. 9
Joacaz adormeceu junto de seus pais, e sepultaram-no em Samaria. Seu filho Joás tornou-se
rei em seu lugar.

Joás, rei de Israel

10 No ano trinta e sete do reinado de Joás em Judá, Joás filho de Joacaz tornou-se rei sobre
Israel, em Samaria, por dezesseis anos. 11 Fez o que era mau aos olhos do Senhor. Não se
afastou de todos os pecados que Jeroboão filho de Nabat levara Israel a cometer; continuou
andando neles. 12 Os demais feitos de Joás e tudo que fez, também suas façanhas, como lutou
contra Amasias, rei de Judá, está escrito no livro dos anais dos reis de Israel. 13 Joás
adormeceu junto de seus pais, e Jeroboão sucedeu-o no trono. Joás foi sepultado em Samaria,
com os reis de Israel.

22

Milagre póstumo de Eliseu.Vitória sobre os arameus

14 Naquele tempo, Eliseu adoeceu da enfermidade que o levaria à morte. Joás, rei de Israel,
foi visitá-lo e diante dele rompeu em lágrimas, exclamando: “Meu pai, meu pai, carros de
Israel e seu condutor!” 15 Eliseu ordenou: “Traz arco e flechas”. Ele lhe trouxe um arco e
flechas, 16 e ele disse ao rei de Israel: “Põe a mão no arco”. Ele assim fez. Eliseu pôs a sua
mão sobre as mãos do rei 17 e disse: “Abre a janela do lado do oriente!” Ele a abriu, e Eliseu
disse: “Lança a flecha!” E ele a lançou. Então Eliseu profetizou: “Flecha da salvação do
Senhor, flecha da salvação contra a Aram. Vencerás a Aram em Afec, até exterminá-la”. 18
Ele continuou: “Pega a flecha!” O rei a pegou, e Eliseu disse: “Golpeia a terra com a ponta”.
Ele a golpeou três vezes e depois parou.19 O homem de Deus irritou-se contra ele e disse: “Se
tivesse golpeado cinco ou seis vezes, vencerias Aram até exterminá-lo. Agora só o vencerás
três vezes”. 20 Quando Eliseu morreu, sepultaram-no. Ora, naquele ano, bandos de Moab
infestaram o país. 21 Alguns homens que estavam sepultando outro homem, ao avistarem os
bandos, jogaram o cadáver no túmulo de Eliseu e fugiram. Quando tocou os ossos de Eliseu, o
homem reviveu e se pôs de pé. 22 Hazael, rei de Aram, tinha oprimido Israel durante todo o
reinado de Joacaz. 23 O Senhor teve misericórdia dos israelitas e voltou-se para eles, por
causa de sua aliança com Abraão, Isaac e Jacó. Não quis, até então, destruí-los nem rejeitá-los
de sua face. 24 Hazael, rei de Aram, morreu, e Ben-Adad, seu filho, tornou-se rei em seu
lugar. 25 Joás filho de Joacaz reconquistou da mão de Ben-Adad filho de Hazael diversas
cidades que Hazael, pela guerra, tinha tirado da mão de Joacaz, seu pai. Três vezes Joás o
venceu, devolvendo as cidades a Israel.

Amasias, rei de Judá. Guerra Judá-Israel

14

1 No segundo ano do reinado de Joás filho de Joacaz, rei de Israel, tornou-se rei Amasias filho
de Joas, rei de Judá. 2 Quando começou a reinar, tinha vinte e cinco anos. Ele reinou durante
vinte e nove anos em Jerusalém. Sua mãe chamava-se Joaden e era de Jerusalém. 3 Ele fez o
que era reto aos olhos do Senhor, mas não como Davi, seu pai. Fez tudo que seu pai, Joás,
tinha feito. 4 Apenas não destruiu os lugares altos. O povo ainda imolava e queimava
perfumes nos lugares altos. 5 Logo que assegurou o reinado, matou os oficiais que tinham
assassinado seu pai. 6 Não matou, porém, os filhos dos assassinos, segundo a ordem do

23

Senhor escrita no livro da Lei de Moisés: “O pai não morrerá em lugar dos filhos, nem os
filhos morrerão em lugar do pai. Cada um morrerá pelo seu pecado”. 7 Amasias venceu Edom
no vale do Sal, matando dez mil homens. No decorrer da guerra tomou a cidade de Sela e deu-
le o nome de Jecetel, como é chamada até hoje. 8 Amasias enviou um mensageiro a Joás filho
de Joacaz, filho de Jeú, rei de Israel, com este desafio: “Vem, vamos-nos enfrentar”. 9 O rei
Joás respondeu a Amasias, rei de Judá: “O espinheiro do Líbano mandou dizer ao cedro do
Líbano: ‘Dá-me tua filha por esposa!’ Mas os animais selvagens do Líbano passaram e
esmagaram o cardo. 10 Venceste e derrotaste Edom e teu coração encheu-se de orgulho. Fica
contente com tua gloria e permanece em tua casa. Por que provocas os mal, para queda tua e
de Judá contigo?” 11 Mas Amasias não deu ouvido. Então Joás, rei de Israel, marchou. Ele e
Amasias, rei de Judá, enfrentaram-se em Bet-Sames, cidade de Judá. 12 Judá foi derrotado
por Israel, e todo mundo fugiu para sua tenda. 13 Joás, rei de Israel, capturou Amasias, rei de
Judá filho de Joás, filho de Ocozias, em Bet-Sames e levou-o a Jerusalém. Abriu na muralha
de Jerusalém uma brecha de duzentos metros, desde a porta de Efraim até a porta do Ângulo.
14 Tomou todo o ouro e a prata e todos os utensílios que encontrou na Casa do Senhor e nos
tesouros do rei e voltou a Samaria, levando reféns. 15 Os demais feitos de Joás, o que fez,
suas façanhas contra Amasias, rei de Judá, está escrito no livro dos anais dos reis de Israel. 16
Joás adormeceu junto de seus pais e foi sepultado em Samaria, com os reis de Israel.
Jeroboão, seu filho, tornou-se rei em seu lugar. 17 Amasias filho de Joás, rei de Judá, viveu
ainda quinze anos depois da morte de Joás filho de Joacaz. 18 Os demais feitos de Amasias,
está escrito no livro dos anais dos reis de Judá. 19 Armaram uma conspiração contra ele em
Jerusalém, e ele fugiu para Laquis. Mas foram atrás dele em Laquis e mataram-no ali. 20
Transportaram-no sobre cavalos e sepultaram-no em Jerusalém, junto de seus pais, na cidade
de Davi. 21 O povo todo de Judá levou então Azarias, que tinha dezesseis anos, e ele foi
proclamado rei em lugar de seu pai Amasias. 22 Foi ele que fortaleceu Elat e a restituiu a
Judá. Depois adormeceu junto de seus pais.

Jeroboão II, rei de Israel

23 No décimo quinto ano de Amasias filho de Joás, rei de Judá, tornou-se rei Jeroboão filho
de Joás, rei de Israel, em Samaria, por quarenta e um anos. 24 Ele fez o que era mau aos olhos
do Senhor. Não abandonou todos os pecados que Jeroboão filho de Nabat levara Israel a
cometer. 25 Ele restituiu as fronteiras de Israel desde a entrada de Emat até o mar de Arabá,
conforme a palavra do Senhor, Deus de Israel, que foi proferida por seu servo, o profeta Jonas

24

filho de Amati, que era de Gat-Hofer. 26 O Senhor viu a tão amarga aflição de Israel, pois
não havia ninguém, de qualquer categoria, que fosse em socorro de Israel. 27 Mas o Senhor
não tinha decidido extinguir o nome de Israel de debaixo do céu, e salvou-os por meio de
Jeroboão filho de Joás. 28 Os demais feitos de Jeroboão, tudo que fez, suas façanhas nas
batalhas e como restituiu a Israel territórios de Damasco e de Emat que pertenceram a Judá,
está escrito no livro dos anais dos reis de Israel. 29 Jeroboão adormeceu com seus pais, reis de
Israel. Seu filho Zacarias tornou-se rei em seu lugar.

Azarias, rei de Judá

15

1 No vigésimo sétimo ano do reinado de Jeroboão, rei de Israel, tornou-se rei Azarias filho de
Amasias, rei de Judá. 2 Tinha dezesseis anos quando iniciou seu reinado em Jerusalém, que
durou cinqüenta e dois anos. Sua mãe se chamava Jequelias e era de Jerusalém. 3 Fez o que
era agradável aos olhos do Senhor, conforme tudo que fez Amasias, seu pai. 4 Contudo, não
demoliu os lugares altos. O povo continuou sacrificando e queimando perfumes nos lugares
altos. 5 O Senhor feriu o rei, e ele ficou leproso até o dia de sua morte, morando à parte, em
casa separada. Joatão, filho do rei, era quem dirigia o palácio e governava a população. 6 Os
demais feitos de Azarias, tudo que ele fez, está escrito no livro dos anais dos reis de Judá. 7
Ele adormeceu junto de seus pais e foi sepultado com seus pais na cidade de Davi. Joatão, seu
filho, tornou-se rei em seu lugar.

Zacarias, rei de Israel

8 No ano trinta e oito do reinado de Azarias, rei de Judá, Zacarias filho de Jeroboão tornou-se
rei sobre Israel, em Samaria, por seis meses. 9 Ele fez o que é mau diante do Senhor, assim
como tinham feito seus pais. Não abandonou os pecados que Jeroboão filho de Nabat levara
Israel a cometer. 10 Selum filho de Jabes conspirou contra ele, feriu-o em Jeblaam e matou-o.
Tornou-se rei em seu lugar.11 Os demais feitos de Zacarias estão escrito no livro dos anais
dos reis de Israel. 12 A palavra do Senhor dirigida a Jeú tinha sido esta: “Teus filhos até a
quarta geração sentarão sobre o trono de Israel”. E assim aconteceu.


25

Selum, rei de Israel

13 Selum filho de Jabes tornou-se rei no ano trinta e nove de Azarias, rei de Judá. Reinou
durante um mês, em Samaria. 14 Manaém filho de Gadi subiu de Tersa a Samaria e, lá em
Samaria, feriu Selum filho de Jabes, matando-o. Tornou-se rei em seu lugar. 15 Os demais
feitos de Selum, sua conspiração e emboscadas, está escrito no livro dos anais dos reis de
Israel. 16 Manaém destruiu a cidade de Tafua com seus habitantes e seus territórios, desde
Tersa, porque não quiseram abrir-lhe as portas. Rasgou também o ventre de todas as grávidas.

Manaém, rei de Israel

17 No trigésimo nono ano de Azarias, Manaém filho de Gadi tornou-se rei sobre Israel,em
Samaria, por dez anos. 18 Fez o que era mau aos olhos do Senhor. Não abandonou os pecados
que Jeroboão filho de Nabat levara Israel a cometer. 19 No seu tempo, Ful, rei da Assíria,
invadiu o país. Manaém deu-lhe mil talentos – umas trinta toneladas – de prata, para que o
ajudasse a consolidar o reinado em sua mão. 20 Para poder entregar essa soma ao rei da
Assíria, Manaém levantou em Israel de todos os homens abastados um imposto de cinqüenta
moedas de prata por pessoa. Assim, o rei da Assíria retirou-se e suspendeu a ocupação do
país. 21 O restante da história de Manaém, tudo que ele fez, está escrito no livro dos anais dos
reis de Israel. 22 Manaém adormeceu junto de seus pais, e seu filho Facéias tornou-se rei em
seu lugar.

Facéias, rei de Israel

23 No ano cinqüenta de Azarias, rei de Judá, Facéias filho de Manaém iniciou seu reinado
sobre Israel, em Samaria, por dois anos. 24 Ele fez o que era mau aos olhos do Senhor e não
se afastou dos pecados que Jeroboão filho de Nabat levara Israel a cometer. 25 Seu escudeiro
Facéia filho de Romelias conspirou contra ele e, acompanhado de cinqüenta homens de
Galaad, feriu-o em Samaria, na torre do palácio real. Ele matou-o e tornou-se rei em seu
lugar. 26 Os demais feitos de Facéia e tudo que fez está escrito no livro dos anais dos reis de
Israel.

Facéia, rei de Israel


26

27 No ano cinqüenta e dois do reinado de Azarias, rei de Judá, Facéia filho de Romelias
tornou-se rei sobre Israel, em Samaria, por vinte anos. 28 Ele fez o que era mau aos olhos do
Senhor. Não abandonou os pecados que Jeroboão filho de Nabat levara Israel a cometer. 29
Nos dias de Facéia, rei de Israel, Teglat-Falasar, rei da Assíria, apoderou-se de Aion, Abel-
Bet-Maaca, Janoe, Cedes, Hasor, Galaad, Galiléia e toda a região de Neftali, levando os
habitantes para a Assíria. 30 Oséias filho de Ela armou uma conspiração contra Facéia filho
de Romelias. Feriu-o e matou-o. Tornou-se rei em seu lugar, no ano vinte do reinado de
Joatão filho de Ozias. 31 Os demais feitos de Facéia, tudo que fez, está escrito no livro dos
anais dos reis de Israel.

Joatão, rei de Judá

32 No segundo ano de Facéia filho de Romelias, Joatão filho de Ozias tornou-se rei de Judá.
33 Tinha vinte e quatro anos quando iniciou seu reinado. Ele reinou dezesseis anos em
Jerusalém. Sua mãe se chamava Jerusa e era filha de Sadoc. 34 Ele fez o que era reto aos
olhos do Senhor, agindo conforme tudo que fizera Ozias, seu pai. 35 Contudo, não destruiu os
lugares altos. O povo continuava sacrificando e queimando perfumes nos lugares altos. Ele
construiu a porta superior da Casa do Senhor. 36 Os demais feitos de Joatão, tudo que fez,
está escrito no livro dos anais dos reis de Judá. 37 Em seus dias, o Senhor começou a enviar
Rasin, rei de Aram, e Facéia, rei de Israel, contra Judá. 38 Ele adormeceu junto de seus pais e
foi sepultado com eles na cidade de Davi, seu pai. Seu filho Acaz tornou-se rei no seu lugar.

Acaz, rei de Judá

16

1 No ano dezessete do reinado de Faceia filho de Romelias, tornou-se rei Acaz filho de
Joatão, rei de Judá. 2 Acaz tinha vinte anos quando começou a reinar, e reinou durante
dezesseis anos em Jerusalém. Não fez o que era reto aos olhos do Senhor, seu Deus, como o
fez Davi, seu pai, 3 mas seguiu o caminho dos reis de Israel. Chegou a sacrificar seu filho no
fogo, segundo os costumes abomináveis das nações que o Senhor tinha expulsado diante dos
filhos de Israel. 4 Sacrificava e queimava incenso nos lugares altos, nas colinas e sob todas as
árvores frondosas. 5 Então Rasin, rei de Aram, e Faceia filho de Romelias, rei de Israel,
subiram a Jerusalém para guerrear. Cercaram Acaz, mas não o puderam vencer. 6 Naquele

27

tempo, Rasin, rei de Aram, reconquistou Elat a Edom e expulsou de Elat a gente de Judá, ao
passo que os edomitas vieram para Elat e lá se instalaram até hoje. 7 Então Acaz mandou
mensageiros a Teglat-Falasar, rei dos assírios, dizendo: “Sou teu servo e teu filho. Sobe, e
salva-me da mão do rei de Aram e da mão do rei de Israel, que juntos se levantaram contra
mim”. 8 E recolhendo a prata e o ouro que conseguiu encontrar na Casa do Senhor e nos
tesouros do rei, enviou-os como presente ao rei dos assírios. 9 Este atendeu seu pedido. O rei
dos assírios subiu a Damasco e a devastou. Transferiu seus habitantes para Quir, e a Rasin
mandou matar. 10 O rei Acaz saiu ao encontro de Teglat-Falasar, rei dos assírios, em
Damasco. Tendo visto o altar de Damasco, o rei Acaz mandou o desenho e a descrição de
toda sua construção ao sacerdote Urias. 11 O sacerdote Urias construiu então o altar.
Seguindo em tudo o modelo que o rei Acaz tinha enviado de Damasco, o sacerdote Urias
executou a obra antes que o rei chegasse de lá. 12 Chegando de Damasco, o rei viu o altar,
aproximou-se dele e subiu para ministrar. 13 Queimou holocaustos e oblações, fez libações e
derramou sobre o altar o sangue de seus sacrifícios de comunhão. 14 Ele retirou da frente do
templo – do lugar entre o altar e a Casa do Senhor – o altar de bronze que estava diante do
Senhor, pondo-o ao lado do altar novo, a norte. 15 O rei Acaz também ordenou ao sacerdote
Urias: “O holocausto da manhã, a oblação da tarde, o holocausto do rei e a sua oblação, o
holocausto de todo o povo, sua oblação e sua libação, oferece tudo sobre o altar maior.
Derramarás sobre ele todo sangue do holocausto e todo sangue dos sacrifícios. Quanto ao altar
de bronze, caberá a mim decidir”. 16 O sacerdote Urias fez tudo como o rei Acaz havia
ordenado. 17 O rei Acaz arrancou as armações dos suportes móveis e removeu as bacias que
estavam em cima; retirou o “Mar” de cima dos touros de bronze que o sustentavam e instalou-
o sobre um estrado de pedras. 18 Em consideração ao rei da Assíria mudou ainda, na Casa do
Senhor, o pórtico coberto do sábado que fora construído no templo, como também a entrada
externa reservada ao rei. 19 Os demais feitos de Acaz, o que ele fez, está escrito no livro dos
anais dos reis de Judá. 20 Acaz adormeceu junto de seus pais e foi sepultado com eles na
cidade de Davi. Ezequias, seu filho, tornou-se rei em seu lugar.

Oséias, último rei de Israel. Queda de Samaria

17


28

1 No ano doze do reinado de Acaz, rei de Judá, Oséias filho de Ela tornou-se rei de Israel em
Samaria, reinando durante nove anos. 2 Ele fez o que é mau aos olhos do Senhor, mas não
tanto quanto os reis de Israel que o tinham precedido. 3 Salmanasar, rei dos assírios, marchou
contra Oséias, que ficou sendo seu vassalo, obrigado a pagar-lhe tributo. 4 Mas Oséias tentou
rebelar-se e mandou mensageiros a Sais, rei do Egito, para não ter de pagar o tributo ao rei
dos assírios , como costumava fazer todos os anos. Quando o rei da Assíria soube disso
prendeu-o e lançou-o na prisão. 5 Em seguida, o rei da Assíria invadiu todo o país. Chegando
a Samaria, sitioua durante três anos. 6 No ano nove do reinado de Oséias, o rei da Assíria
tomou Samaria e deportou os habitantes de Israel para a Assíria, estabelecendo-os em Hala,
nas margens do rio Habor em Gozã e nas cidades da Média.

Reflexão sobre a queda de Samaria

7 Isso aconteceu porque os israelitas pecaram contra o Senhor, seu Deus, que os fizera sair do
Egito, libertando-os da opressão do faraó, rei do Egito. Eles se puseram a adorar outros deuses
8 e seguiram os costumes dos povos que o Senhor havia expulsado diante deles, como
também as leis introduzidas pelos reis de Israel. 9 Os israelitas ofenderam o Senhor com
práticas iníquas e edificaram para si altares nos lugares altos, em todas as suas cidades, desde
as torres de vigia até às cidades fortificadas. 10 Ergueram colunas e troncos sagrados em cada
colina elevada e à sombra de toda a árvore verdejante. 11 Ali queimaram incenso sobre os
altares, segundo os ritos dos povos que o Senhor tinha desterrado para longe deles, e
praticaram ações criminosas, irritando o Senhor. 12 Prestaram culto aos ídolos, embora o
Senhor lhes tivesse proibido essas práticas. 13 O Senhor tinha advertido seriamente Israel e
Judá por meio de todos os profetas e videntes, dizendo: “Voltai dos vossos maus caminhos e
observai meus mandamentos e preceitos, conforme todas as leis que prescrevi a vossos pais e
que vos comuniquei por meio de meus servos, os profetas”. 14 Eles, porém, não prestaram
ouvidos, mostrando-se tão obstinados como seus pais, que não tinham acreditado no Senhor,
seu Deus. 15 Desprezaram as suas leis e a aliança que tinha feito com seus pais, como
também seus decretos, para correrem atrás de nulidades, convertendo-se eles mesmos em
nada. Seguiram as nações de que estavam rodeados, embora o Senhor lhes tivesse proibido
imitá-las. 16 Transgrediram todos os preceitos do Senhor, seu Deus, fundiram para si dois
bezerros e ergueram um tronco sagrado. Adoraram toda a milícia celeste e serviram a Baal. 17
Chegaram a sacrificar seus filhos e filhas no fogo. Serviam-se de adivinhações e mágicas e

29

entregaram-se a fazer o que é mau aos olhos do Senhor, a ponto de irritá-lo. 18 O Senhor
ficou profundamente indignado contra os israelitas e rejeitou-os para longe da sua face,
restando apenas a tribo de Judá. 19 E nem mesmo Judá observava os mandamentos do
Senhor, seu Deus. Andava nos erros que Israel cometera. 20 O Senhor rejeitou toda a
descendência de Israel, os afligiu e os entregou nas mãos de saqueadores até que os atirou
longe de sua presença. 21 Isso começou no tempo em que Israel foi separado da casa de Davi
e constituiu para si o rei Jeroboão filho de Nabat. Jeroboão separou Israel do Senhor e os fez
cometer um grande pecado. 22 Os filhos de Israel imitaram todos os pecados que Jeroboão
cometera e não se afastaram deles, 23 até que o Senhor afastou Israel de sua presença, como
tinha falado por meio de todos os seu servos, os profetas. Israel foi transportado de sua terra
para a Assíria, até hoje.

Colonização e sincretismo na região samaritana

24 O rei dos assírios trouxe gente de Babilônia, de Cuta, de Ava, de Emat e de Sefarvaim e os
instalou nas cidades de Samaria, no lugar dos israelitas. Eles tomaram posse de Samaria e
passaram a habitar suas cidades. 25 Quando começaram a habitar ali, não veneravam o
Senhor. E o Senhor mandou contra eles leões, causando mortes no meio deles. 26 Noticiaram
ao rei dos assírios: “A gente que trouxeste e fizeste habitar nas cidades de Samaria ignora as
leis do deus do país. Como ignoravam o culto do deus do país, ele mandou contra eles leões,
que os mataram. 27 O rei dos assírios ordenou então: “Enviai para lá um dos sacerdotes que
trouxestes cativos e que ele vá com eles e lhes ensine as leis do deus do país”. 28 Assim veio
um dos sacerdotes que tinham sido levados cativos, foi morar em Betel e ensinava como
venerar o Senhor. 29 Mas cada nação fabricava o seu próprio deus, instalando-o nos
santuários dos lugares altos feitos pelos samaritanos. Assim fazia cada nação, na cidade em
que habitava. 30 Os babilônios fizeram Socot-Benot, os cutenitas, Nergel, os ematitas, Asima,
31 os avitas, Nebaaz e Tartac, e os de Sefarvaim queimaram seus filhos para Adramalec e
Anamelec, os deuses de Sefarvaim. 32 E entretanto veneravam o Senhor. Constituíram para si
sacerdotes dos lugares altos dentre sua própria gente, atribuindo-lhes os santuários dos lugares
altos. 33 Ainda que prestassem culto ao Senhor, serviam também a seus próprios deuses,
segundo o costume da nação da qual foram trazidos para a Samaria. 34 Até o presente dia
seguem o costume antigo. Não veneram o Senhor, nem observam suas cerimônias e suas
disposições, as leis e os mandamentos que o Senhor ordenou aos filhos de Jacó, a quem deu o

30

nome de Israel. 35 Contudo, o Senhor tinha firmado com eles uma aliança e lhes tinha
ordenado: “Não venerareis deuses estrangeiros e não os adorareis, nem os servireis, nem lhes
oferecereis sacrifícios, 36 mas venerai e adorai ao Senhor, que vos fez sair da terra do Egito
com grande poder e com braço estendido; a ele oferecereis sacrifícios. 37 Observai suas
cerimônias, suas disposições, suas leis e seus mandamentos que vos prescreveu, e cumpri-os
todos os dias. Não venereis deuses estrangeiros. 38 Não esqueçais a aliança que firmei
convosco, nem venereis deuses estrangeiros, 39 mas venerai o Senhor, vosso Deus, e ele vos
salvará da mão dos vossos inimigos”. 40 Eles, porém, não deram ouvidos, e continuaram
conforme seu antigo costume. 41 Assim, estas nações foram tementes ao Senhor, contudo,
serviam aos próprios ídolos. E seus filhos e netos fazem como fizeram os seus pais, até hoje.

EZEQUIAS E SUCESSORES

Ezequias, rei de Judá

18

1 No terceiro ano de Oséias filho de Ela, rei de Israel, tornou-se rei Ezequias filho de Acaz,
rei de Judá. 2 Tinha vinte e cinco anos quando começou a reinar e reinou vinte e nove anos
em Jerusalém. Sua mãe chamava se Abi e era filha de Zacarias. 3 Ele fez o que era reto aos
olhos do Senhor, assim como o fizera Davi, seu pai. 4 Destruiu os lugares altos e quebrou as
colunas sagradas, derrubou o tronco sagrado e despedaçou, inclusive, a serpente de bronze
feita por Moisés, pois os filhos de Israel ainda queimavam-lhe incenso (chamava-se Noestã).
5 Ezequias pôs sua confiança no Senhor, Deus de Israel. Não houve igual a ele entre todos os
reis de Judá depois ou antes dele. 6 Aderiu ao Senhor e não se afastou de seus caminhos.
Obedeceu aos seus mandamentos, que Moisés tinha recebido do Senhor. 7 Onde quer que
estivesse, o Senhor estava com ele, dando-lhe êxito em tudo que fazia. Ezequias rebelou-se
contra o rei dos assírios e não lhe serviu. 8 Também derrotou os filisteus até Gaza e invadiu
seu território, tanto as torres de guarda quanto as cidades fortificadas.Os assírios (Salmanasar)
em Samaria 9 No quarto ano do reinado de Ezequias – no sétimo ano de Oséias filho de Ela,
rei de Israel –, Salmanasar, rei dos assírios, marchou contra Samaria, cercou-a 10 e tomou-a.
No fim de três anos, no sexto ano de Ezequias, ou seja, no nono ano de Oséias, rei de Israel,
Samaria fora tomada. 11 O rei dos assírios transferiu Israel para a Assíria, instalando-os
deportados em Hala, na margem do rio Habor em Gozã e nas cidades da Média, 12 porque

31

não deram ouvido à voz do Senhor, seu Deus, mas violaram sua aliança: tudo que Moisés, o
servo do Senhor, prescrevera, não o ouviram, nem cumpriram.

Os assírios (Senaquerib) em Judá. Cerco de Jerusalém

13 No décimo quarto ano do rei Ezequias, Senaquerib, rei dos assírios, marchou contra todas
as cidades fortificadas de Judá e as tomou. 14 Então Ezequias, rei de Judá, enviou
mensageiros ao rei dos assírios, em Laquis, dizendo: “Cometi uma falta. Retira-te de mim, e
farei tudo que me impuseres”. O rei dos assírios impôs a Ezequias trezentos talentos – dez
toneladas – de prata e trinta talentos – uma tonelada – de ouro. 15 Ezequias entregou toda a
prata que encontrou na Casa do Senhor e nos tesouros do rei. 16 Naquele tempo, Ezequias
demoliu as portas e os marcos da Casa do Senhor, que tinham sido cobertos de ouro, para dar
o ouro ao rei dos assírios. 17 Mas, de Laquis, o rei dos assírios enviou o chefe militar, o chefe
da administração e o comandante de campo, com um grande exército contra o rei Ezequias em
Jerusalém. Quando, depois de subirem, chegaram a Jerusalém, pararam ao lado do aqueduto
do reservatório superior, na estrada do campo do Pisoeiro. 18 Chamaram o rei. Saíram-lhes ao
encontro o chefe do palácio, Eliacim filho de Helcias, o escriba Sobna e o cronista Joaé filho
de Asaf. 19 O comandante de campo tomou a palavra:“ Dizei a Ezequias: Assim fala o grande
rei, o rei dos assírios: Que confiança é essa, na qual te estribas? 20 Disseste: ‘Basta falar uma
palavra para ter conselho e força para a batalha?’ Em quem confias, pois, para te rebelares
contra mim? 21 Esperas pelo Egito, esse caniço quebrado, que penetra e perfura a mão de
quem nele se apóia? Assim é o faraó, rei do Egito, para com todos que nele confiam. 22 E se
me disseres: ‘Confiamos no Senhor, nosso Deus’, não eram dele os lugares altos e os altares
que Ezequias mandou destruir, em Judá e em Jerusalém, com a ordem: ‘Diante deste altar, em
Jerusalém, é que deveis adorar’? 23 Agora, porém, faz uma aposta com meu senhor, o rei dos
assírios. Eu te darei dois mil cavalos se fores capaz de encontrar quem os monte. 24 Serias
capaz de afugentar um só governador, um dos mínimos funcionários de meu senhor? Talvez
tenhas confiança no Egito por causa dos carros e dos cavaleiros? 25 Porventura foi sem o
consentimento do Senhor que marchei contra este lugar para destruí-lo? Foi o Senhor que me
disse: ‘Marcha contra essa terra e destrui-a’!” 26 Eliacim filho de Helcias, Sobna e Joaé
pediram ao comandante de campo: “Pedimos-te que fales com teus servos em aramaico,
língua que bem entendemos. Não fales conosco em hebraico ao ouvido do povo que está
sobre a muralha”. 27 Respondeu-lhes o comandante de campo: “Será que meu senhor me
enviou somente a ti e ao teu senhor para falar essas palavras, e não a estes homens obrigados a

32

ficar sobre a muralha, para que comam seu esterco e bebam sua urina convosco?” 28 Então o
comandante de campo pôs-se de pé e gritou com alta voz, em hebraico: “Ouvi as palavras do
grande rei, o rei dos assírios: 29 Assim ala o rei: Não vos deixeis enganar por Ezequias! Ele
não é capaz de vos livrar de minha mão! 30 Que Ezequias não vos convença a pôr vossa
confiança no Senhor, dizendo: ‘O Senhor vai nos livrar, esta cidade não será entregue nas
mãos do rei dos assírios’. 31 Não deis ouvidos a Ezequias! Assim fala o rei dos assírios: Fazei
comigo um pacto de amizade, passai para meu lado, e cada qual comerá de sua vinha e de sua
figueira; bebereis a água de vossas cisternas. 32 Então eu virei e vos transferirei para uma
terra semelhante à vossa, uma terra de trigo e de vinho novo, terra de pão e vinhas, terra de
azeite e de mel. Vivereis, não morrereis. Não deis ouvidos a Ezequias, que vos engana quando
diz: ‘O Senhor nos livrará!’ 33 Porventura os deuses das outras nações conseguiram preservar
as terras delas da mão do rei dos assírios? 34 Onde estão os deuses de Emat e Arfad? Onde
estão os deuses de Sefarvaim, de Ana e de Ava? Porventura livraram Samaria de minha mão?
35 Dentre todos os deuses das nações, quais são os que livraram sua terra de minha mão, para
que o Senhor possa livrar Jerusalém de minha mão? 36 O povo calou-se e nada respondeu,
pois receberam do rei a ordem de não responder. 37 O chefe do palácio, Eliacim filho de
Helcias, o escriba Sobna e o cronista Joaé filho de Asaf rasgaram as vestes, e foram a
Ezequias para relatar as palavras do comandante de campo.

O profeta Isaías

19

1 Ao ouvir o relato, Ezequias rasgou suas vestes, vestiu-se de saco de luto e entrou na Casa do
Senhor. 2 Enviou o chefe do palácio, Eliacim, o escriba Sobna e os anciãos dos sacerdotes,
vestidos em pano de saco, ao profeta Isaías filho de Amós. 3 Disseram: “Assim fala Ezequias:
Estes dias são de tribulação, de ameaça e de blasfêmia. Quando os filhos estão para nascer, as
parturientes não têm forças. 4 Talvez o Senhor, teu Deus, ouça todas as palavras do
comandante de campo, enviado por seu senhor, o rei dos assírios, para insultar ao Deus vivo.
Talvez o Senhor, teu Deus, o castigue pelas palavras que teve de ouvir. Faz uma prece pelo
resto que ainda subsiste”. 5 Os servos do rei Ezequias foram até Isaías. 6 Isaías disse-lhes:
“Assim falareis a vosso senhor: Assim diz o Senhor: Não tenhais medo diante das palavras
que ouvistes, as palavras blasfematórias que os servos do rei dos assírios proferiram contra

33

mim. 7 Vou enviar-lhe um espírito, ele ouvirá uma mensagem e voltará para sua terra, e eu o
farei perecer pela espada na sua terra”.

A carta de Senaquerib

8 O comandante de campo voltou e, informado de que o rei dos assírios deixara Laquis, foi
vê-lo enquanto sitiava Lebna. 9 Ora, Senaquerib tinha ouvido que Taraca, rei da Etiópia, saíra
para lutar contra ele. Então enviou de novo mensageiros a Ezequias com esta incumbência: 10
“Assim falareis a Ezequias, rei de Judá: Não te engane o teu Deus, em quem confias. Não
penses que Jerusalém não será entregue nas mãos do rei dos assírios. 11 Tu mesmo ouviste o
que os reis da Assíria fizeram a todas as nações e como as devastaram. Só tu te vais salvar? 12
Porventura os deuses das nações salvaram os povos que meus pais devastaram, Gozã, Harã,
Resef, os habitantes de Éden que estavam em Telasar? 13 Onde está o rei de Emat, o rei de
Arfad, e o rei da cidade de Sefarvaim, de Ana e de Ava?” 14 Ezequias tomou a carta da mão
dos mensageiros e leu-a. Depois subiu à Casa do Senhor, estendeu a carta diante do Senhor 15
e, na presença do Senhor, fez a seguinte oração: “Senhor, Deus de Israel, que estás sentado
sobre os querubins! Tu és o único Deus de todos os reinos da terra. Tu fizeste o céu e a terra.
16 Inclina teu ouvido, Senhor, e ouve. Abre, Senhor, os teus olhos e vê. Ouve todas as
palavras de Senaquerib, que mandou emissários para insultar o Deus vivo. 17 É verdade,
Senhor, que os reis da Assíria devastaram as nações e seus territórios 18 e lançaram ao fogo
seus deuses. Mas foi porque não eram deuses, e sim, obras de mão humana, de madeira e de
pedra; por isso os puderam destruir. 19 Agora, Senhor, nosso Deus, livra-nos de suas mãos,
para que todos os reinos da terra saibam que só tu, Senhor, és Deus”.

Oráculo de Isaías

20 Então Isaías filho de Amós mandou dizer a Ezequias: “Assim fala o Senhor, Deus de
Israel: Ouvi a prece que me dirigiste a respeito de Senaquerib, rei da Assíria. 21 Eis o que o
Senhor disse a seu respeito: A virgem filha de Sião despreza-te e zomba de ti; atrás de tuas
costas, a filha de Jerusalém meneia a cabeça. 22 A quem insultaste? Contra quem
blasfemaste? Contra quem exaltaste a voz e olhaste sobranceiro? Contra o Santo de Israel! 23
Por teus servos insultaste o Senhor e disseste: ‘Com a multidão de meus carros subi ao alto
dos montes, nos cumes do Líbano, cortei seus mais altos cedros e seus mais belos ciprestes.
Penetrei até suas fronteiras remotas, nas matas fechadas. 24 Cavei fontes, bebi as águas

34

estrangeiras e sequei, com as pegadas de meus pés, todas as águas do Egito. 25 Porventura
não ouviste, desde o início, o que eu fiz? Desde dias antigos eu o planejei e agora o executo:
deixo-te transformar as cidades fortificadas, em montes de ruínas. 26 Os seus habitantes, com
a mão impotente, estão consternados e confusos. Ficaram como o feno do campo, como a
grama verde, a erva dos telhados, que seca antes que chegue a amadurecer. 27 Teu sentar, teu
sair, teu entrar, os conheço de antemão, como também tua ira contra mim. 28 Ficaste insano
contra mim, e tua arrogância chegou aos meus ouvidos. Porei um anel em teu nariz e um freio
em teus lábios, e te farei voltar pelo caminho pelo qual vieste. 29 E para ti, Ezequias, será este
o sinal: neste ano, come o que encontrares, no segundo ano, o que nascer espontaneamente, no
terceiro ano, semeai e ceifai, plantai vinhedos e comei de seus frutos. 30 O que sobrar ou
restar da casa de Judá deitará raízes por baixo e dará frutos por cima. 31 Pois um resto sairá
de Jerusalém, e sobreviventes, do monte Sião. Eis o que fará o amor ciumento do Senhor dos
exércitos. 32 Por isso, assim diz o Senhor acerca do rei da Assíria: Ele não entrará nesta
cidade, não lançará contra ela nenhuma flecha, nem a assaltará com o escudo, nem a cercará
com trincheira alguma. 33 Pelo caminho, por onde veio, há de voltar, sem conseguir entrar
nesta cidade, diz o Senhor. 34 Protegerei esta cidade e a salvarei, em atenção a mim mesmo e
ao meu servo Davi”.

Fracasso e morte de Senaquerib

35 Naquela mesma noite, o anjo do Senhor saiu e exterminou no acampamento assírio cento
e oitenta e cinco mil homens. Na manhã seguinte, na hora do despertar, só se viram cadáveres.
36 Senaquerib, rei da Assíria, levantou o acampamento, voltou para Nínive e aí permaneceu.
37 Enquanto adorava no templo de Nesroc, seu deus, Adramelec e Sarasar, seus filhos,
mataram-no com a espada e fugiram para a terra de Ararat. Seu filho Asaradon tornou-se rei
em seu lugar.

Doença de Ezequias

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1 Por aquele tempo, Ezequias adoeceu e quase morreu. Veio até ele o profeta Isaías filho de
Amós e disse-lhe: “Assim diz o Senhor: Põe em ordem a tua casa, já que vais morrer; não tens
mais tempo de vida”. 2 Ele virou o rosto para a parede e orou ao Senhor: 3 “Senhor, lembra-te

35

de como caminhei em tua presença, em verdade e pureza de coração, fazendo o que era
agradável a teus olhos”. Ezequias se desfez em grande pranto. 4 Mas antes que Isaías tivesse
atravessado metade do átrio, veio-lhe a palavra do Senhor, dizendo: 5 “Volta e diz a Ezequias,
chefe de meu povo: Assim diz o Senhor, Deus de Davi, teu pai: Ouvi tua oração e vi as tuas
lágrimas. Eu te curo. Dentro de três dias serás capaz de visitar a Casa do Senhor. 6 Acrescento
quinze anos a teu tempo de vida. Salvarei da mão do rei dos assírios a ti e a esta cidade.
Protegerei esta cidade em consideração a mim e a meu servo Davi”. 7 Isaías mandou trazer
uma massa de figos. Trouxeram-na e colocaram-na sobre a úlcera, e Ezequias ficou curado. 8
Disse então a Isaías: “Qual será o sinal de que o Senhor me curou e de que poderei visitar a
Casa do Senhor dentro de três dias?” 9 Isaías respondeu: “Este será para ti o sinal do Senhor
de que sua palavra se realizará: Queres que a sombra avance ou recue dez degraus?” 10 Disse
Ezequias: “É fácil para a sombra avançar dez degraus, prefiro que recue dez degraus”. 11 O
profeta Isaías invocou o Senhor, que fez a sombra recuar dez degraus em relação ao ponto em
que chegara nos degraus de Acab.

Ezequias, Merodac-Baladã (o babilônio) e Isaías

12 Naquele tempo, Merodac-Baladã, filho de Baladã, rei dos babilônios, enviou mensageiros
com cartas e presentes a Ezequias. Ouvira dizer que Ezequias estava doente. 13 Ezequias
alegrou-se com sua chegada e mostrou-lhes todo o seu acervo, a prata, o ouro, os perfumes e
os ungüentos, a baixela e tudo que se encontrava em seus tesouros. Não houve nada que
Ezequias não lhes mostrasse em sua casa e em todas as suas propriedades. 14 O profeta Isaías
veio então ao rei Ezequias e disse-lhe: “Que te disseram aqueles homens e de onde vieram?”
Ezequias disse: “Vieram de uma terra longínqua, da Babilônia”. 15 Ele respondeu: “Que
viram em tua casa?” Ezequias disse: “Viram tudo que há em minha casa. Não há nada em
meus tesouros que não lhes tenha mostrado”. 16 Então Isaías disse a Ezequias: “Ouve a
palavra do Senhor: 17 Virá o dia em que tudo que está em tua casa, tudo que teus pais
acumularam até hoje, será levado à Babilônia. Não restará nada, disse o Senhor. 18 E dos
filhos que saírem de ti, dos filhos que tu gerares, levarão alguns para serem eunucos no
palácio do rei da Babilônia”. 19 Ezequias disse a Isaías: “Está certa a palavra do Senhor que
proferiste”. E ponderava: “Haverá assim paz e segurança durante minha vida?” 20 Os demais
feitos de Ezequias e todas suas façanhas, e como fez o reservatório de água e o aqueduto, e
introduziu água na cidade, está escrito no livro dos anais dos reis de Judá. 21 Ezequias
adormeceu junto de seus pais. Seu filho Manassés tornou-se rei em seu lugar.

36

Manassés, rei de Judá

21

1 Manassés tinha doze anos quando se tornou rei. Ele reinou durante cinqüenta e cinco anos
em Jerusalém. Sua mãe chamava-se Hafsiba. 2 Ele fez o que era mau aos olhos do Senhor,
imitando as abominações das nações que o Senhor expulsara diante dos filhos de Israel. 3
Desviou-se e reconstruiu lugares altos que Ezequias, seu pai, tinha destruído, e erigiu altares a
Baal e instalou o tronco sagrado, como o fizera Acab, rei de Israel. Ele adorava toda a milícia
celeste e lhe prestava culto. 4 Construiu altares idolátricos na Casa do Senhor, da qual o
Senhor dissera: “Em Jerusalém porei o meu nome”. 5 Ergueu altares a todas as milícias
celestes e construiu dois átrios da Casa do Senhor. 6 Passou seu filho pelo fogo, praticou
adivinhação e agouros, mandou evocar os mortos e multiplicou os leitores de sorte, em suma,
fez o que é mau diante do Senhor e suscitou a sua ira. 7 Ele fez também um tronco sagrado de
Asera e instalou-o no templo, do qual o Senhor tinha falado a Davi e a seu filho Salomão:
“Nesta Casa e em Jerusalém, que escolhi dentre todas as tribos de Israel, estabelecerei meu
nome para sempre, 8 e não permitirei que Israel deva vaguear fora da terra que dei a seus pais,
se observarem as obras que lhes prescrevi e todas as leis que lhes ordenou meu servo Moisés”.
9 Eles, porém, não deram ouvidos, mas foram seduzidos por Manassés, para fazerem pior do
que as nações que o Senhor havia aniquilado à vista dos israelitas. 10 O Senhor falou por
meio de seus servos, os profetas, dizendo: 11 “Manassés, rei de Judá, praticou essas
abominações, pioresdo que tudo que os amorreus tinham feito antes dele, e fez Judá pecar
com seus ídolos. 12 Por isso, diz o Senhor, Deus de Israel,farei cair sobre Jerusalém e Judá
uma desgraça que fará tinir os ouvidos de quem ouvir falar. 13 Vou medir Jerusalém com a
medida que usei para Samaria e pesá-la com o peso que usei para a casa de Acab. Limparei
Jerusalém como quem limpa um prato: limpa e vira para baixo. 14 Vou abandonar o resto da
minha herança e a entregarei nas mãos de seus inimigos, 15 pois fizeram o que é mau a meus
olhos e suscitaram sem cessar a minha ira, desde o dia em que seus pais saíram do Egito até
hoje”. 16 Além disso, Manassés derramou o sangue de muitos inocentes, a ponto de inundar
Jerusalém até a borda, sem falar do pecado que ele levou Judá a cometer, fazendo o que é mau
aos olhos do Senhor. 17 Os demais feitos de Manassés, tudo que fez e o pecado que cometeu,
está escrito no livro dos anais dos reis de Judá. 18 Manassés adormeceu com seus pais e foi
sepultado no jardim de sua casa, no jardim de Oza. Seu filho Amon tornou-se rei em seu
lugar.

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Amon, rei de Judá

19 Amon tinha vinte e dois anos quando se tornou rei. Reinou durante dois anos em
Jerusalém. Sua mãe chamava-se Mesalemet e era filha de Harus de Jeteba. 20 Fez o que é
mau aos olhos do Senhor, assim como o fizera Manassés, seu pai; 21 seguiu em tudo os
caminhos nos quais seu pai tinha andado. Serviu aos ídolos aos quais seu pai servira e os
adorou. 22 Abandonou o Senhor, Deus de seus pais, e não andava no caminho do Senhor. 23
Seus servos armaram-lhe uma emboscada e mataram-no em sua casa. 24 Mas o povo da terra
matou todos os que tinham conspirado contra o rei Amon e, em seu lugar, constituíram para si
Josias, seu filho, como rei. 25 Os demais feitos de Amon, o que fez, está escrito no livro dos
anais dos reis de Judá. 26 Sepultaram-no no túmulo do jardim de Oza. Seu filho Josias tornou-
se rei em seu lugar.

DE JOSIAS ATÉ A QUEDA DE JERUSALÉM

Josias, rei de Judá

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1 Josias tinha oito anos quando se tornou rei, e reinou durante trinta e um anos em Jerusalém.
Sua mãe chamava-se Idida e era filha de Hadaia, natural de Besecat. 2 Fez o que era reto aos
olhos do Senhor e andou por todos os caminhos de Davi, seu pai, não desviando-se nem para
a direita nem para a esquerda.

Descoberta do livro da Lei

3 No ano dezoito do seu reinado, Josias mandou seu secretário Safã filho de Aslias, filho de
Mesolam, à Casa do Senhor, com esta ordem: 4 “Vai ter com o sumo sacerdote Helcias, para
que junte o dinheiro que tem sido levado à Casa do Senhor e que os porteiros recolheram das
mãos do povo. 5 Seja ele entregue nas mãos dos contramestres encarregados das obras na
Casa do Senhor, para que possam pagar os operários que executamos trabalhos de reparação
na Casa do Senhor, 6 os carpinteiros, construtores e pedreiros, e também para a madeira
necessária à reformado templo. 7 Mas não lhes peçam contas do dinheiro que lhes foi

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entregue, pois procedem com honestidade”. 8 O sumo sacerdote Helcias disse ao secretário
Safã: “Achei o livro da Lei na Casa do Senhor!” Helcias deu o livro a Safã, que também o leu.
9 Então o secretário Safã foi à presença do rei e fez-lhe um relatório nestes termos: “Os teus
servos juntaram o dinheiro que se achou no templo e entregaram-no aos contramestres
encarregados da Casa do Senhor”. 10 Em seguida, o secretário Safã comunicou ao rei: “O
sacerdote Helcias entregoume um livro”. Safã leu o livro diante do rei. 11 Ao ouvir as
palavras do livro da Lei, o rei rasgou suas vestes 12 e ordenou ao sacerdote Helcias, a Aicam
filho de Safã, a Acobor filho de Miquéias, ao secretário Safã e a Asaías, ministro do rei: 13
“Ide consultar o Senhor a meu respeito, a respeito do povo e de todo Judá, sobre as palavras
deste livro que foi encontrado. Grande deve ser a ira do Senhor que se inflamou contra nós,
porque nossos pais não obedeceram às palavras deste livro, nem puseram em prática tudo que
nos fora prescrito”.

Oráculo da profetisa Hulda

14 O sacerdote Helcias, Aicam, Acobor, Safã e Asaías dirigiram-se à profetisa Hulda, esposa
do encarregado do vestiário real Selum filho de Tícua, filho de Haraas. Hulda morava no
bairro novo de Jerusalém. Quando lhe expuseram o caso, 15 ela respondeu: “Eis o que diz o
Senhor, Deus de Israel: Falai ao homem que vos manda a mim: 16 Eis o que diz o Senhor:
‘Farei cair a desgraça sobre este lugar e seus habitantes, cumprindo todas as ameaças do livro
que o rei de Judá acaba de ler. 17 Porque eles me abandonaram e ofereceram sacrifícios a
deuses estrangeiros, suscitando minha ira com todas as obras de suas mãos. A minha
indignação se acenderá contra este lugar e não se extinguirá’. 18 Contudo, ao rei de Judá, que
vos mandou para consultar o Senhor, falareis assim: ‘Eis o que diz o Senhor, Deus de Israel:
Deste ouvidos às palavras do livro. 19 Teu coração se encheu de temor e tu te humilhaste
diante do Senhor, ao ouvir as ameaças que proferi contra este lugar e seus habitantes, quando
anunciei que se tornariam objeto de horror e alvo de maldição. Rasgaste as tuas vestes e
choraste na minha presença – por isso, também eu te escuto – oráculo do Senhor. 20 Eu te
farei descansar junto de teus pais; serás sepultado em paz no teu sepulcro, para que teus olhos
não vejam todos os males que vou fazer cair sobre este lugar’”. Essas palavras foram
transmitidas ao rei.

Leitura solene da Lei


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1 Então o rei mandou que se apresentassem diante dele todos os anciãos de Judá e de
Jerusalém. 2 Ele subiu à Casa do Senhor com todos os homens de Judá e todos os habitantes
de Jerusalém, os sacerdotes, os profetas e todo o povo, do menor ao maior. Leu diante deles
todo o conteúdo do livro da Aliança que fora achado na Casa do Senhor. 3 De pé, sobre o
estrado, o rei concluiu diante do Senhor a aliança que obriga a seguir o Senhor e a observar
seus mandamentos, preceitos e decretos, de todo o coração e de toda a alma, cumprindo as
palavras da Aliança escritas naquele livro. E todo o povo aderiu à Aliança.

Reforma religiosa de Josias em Judá

4 O rei ordenou ao sacerdote Helcias, aos sacerdotes de segunda ordem e aos porteiros que
lançassem fora do templo todos os utensílios que tinham sido feitos para Baal, Astarte e toda a
milícia do céu. Mandou queimá-los fora de Jerusalém, no vale do Cedron e levou as cinzas
para Betel. 5 Depôs os sacerdotes ilegais que os reis de Judá tinham constituído para fazer
sacrifícios nos lugares altos nas cidades de Judá e ao redor de Jerusalém, os que queimavam
incenso para Baal, para o sol, para a lua e o zodíaco e toda a milícia do céu. 6 Fez levar o
tronco sagrado da Casa do Senhor para o vale do Cedron, fora de Jerusalém, e ali o queimou,
reduzindo-o a cinzas, que lançou na vala comum. 7 Destruiu também todos os prostíbulos
sagrados encontrados na Casa do Senhor, nos quais mulheres teciam vestes para Asera. 8
Reuniu todos os sacerdotes das cidades de Judá, desde Gaba até Bersabéia, e profanou os
lugares altos onde os sacerdotes ofereciam sacrifícios. Destruiu os lugares altos das portas,
como o que se encontra à esquerda quando se entra pela porta de Josué, chefe da cidade. 9
Aos sacerdotes dos lugares altos não era permitido subir para oficiar no altar do Senhor em
Jerusalém, mas podiam comer os ázimos em meio a seus irmãos. 10 Josias profanou também
o Tofet, no vale de Ben-Enom, para que ninguém sacrificasse no fogo seu filho ou sua filha a
Moloc. 11 Retirou os cavalos que os reis de Judá tinham dedicado ao sol na entrada da Casa
do Senhor, junto ao quarto do eunuco Natã Melec, nas colunadas, e queimou os carros do sol.
12 O rei demoliu os altares que os reis de Judá instalaram no teto do aposento superior de
Acaz, destruiu os altares que Manassés fizera nos dois pátios da Casa do Senhor e jogou as
cinzas no vale do Cedron. 13 Ele profanou também os lugares altos que estavam em frente a
Jerusalém, à direita do monte da Perdição – lugares altos construídos por Salomão, rei de
Israel, para Astarot, ídolo dos sidônios, para Camos, ídolo de Moab, e para Melcom, ídolo dos

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amonitas. 14 Destruiu as colunas sagradas e arrancou os troncos sagrados, enchendo seu lugar
com ossadas humanas.

Reformas em Israel

15 Além disso, destruiu o altar que estava em Betel e o lugar alto em que fora erguido por
Jeroboão filho de Nabat, para induzir Israel a pecar; ele os queimou e reduziu-os a cinzas,
derrubando o tronco sagrado. 16 Voltando-se, Josias viu ali os sepulcros que havia no monte.
Mandou que tirassem os ossos dos sepulcros e queimou-os sobre o altar; assim o profanou,
conforme a palavra do Senhor proclamada pelo homem de Deus quando Jeroboão estava no
altar, no dia de festa. Voltando-se, ergueu os olhos para o sepulcro do homem de Deus que
pronunciara essas palavras 17 e disse: “De quem é este monumento que estou vendo?”
Responderam-lhe os homens da cidade: “É o sepulcro do homem de Deus que veio de Judá
proclamando as palavras que citaste a respeito do altar de Betel”. 18 Então ele ordenou:
“Deixai-o. Ninguém toque em seus ossos”. E deixaram intactos aqueles ossos, juntamente
com os ossos do profeta que viera de Samaria. 19 Além disso, Josias destruiu todos os
santuários dos lugares altos que havia nas cidades de Samaria, e que os reis de Israel
instalaram, suscitando a ira do Senhor. Procedeu com eles exatamente como procedera em
Betel. 20 Imolou todos os sacerdotes dos lugares altos sobre os altares que ali havia e
queimou sobre eles ossos humanos. Voltou então para Jerusalém.

A Páscoa de Josias

21 Josias ordenou ao povo: “Celebrai a Páscoa para o Senhor, vosso Deus, conforme está
escrito neste livro da Aliança”. 22 Desde a época dos juízes que governaram Israel, e durante
toda a época dos reis de Israel e de Judá, não se havia celebrado uma Páscoa 23 como a que
foi celebrado em honra do Senhor em Jerusalém, no ano décimo oitavo do reinado de Josias.

Outras reformas religiosas

24 Josias aboliu a evocação de espíritos, os leitores de sorte, os ídolos domésticos e todos os
abomináveis ídolos que havia na terra de Judá e em Jerusalém. E assim cumpriu as palavras
da Lei escritas no livro que o sacerdote Helcias encontrara na Casa do Senhor. 25 Não houve
antes um rei semelhante a ele, que se convertesse ao Senhor com todo o coração e com toda a

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alma e com toda a sua força, de acordo com a Lei de Moisés, nem surgiu outro igual depois
dele. 26 Contudo, o Senhor não desistiu de sua grande ira, pois estava muito irado com Judá
por causa de todas as provocações que Manassés lhe fizera. 27 O Senhor disse: “Afastarei
também Judá para longe de minha presença, como afastei Israel, e abandonarei a cidade que
escolhi, Jerusalém, e o templo do qual falei: Ali estará meu nome”.

Batalha de Meguido. Fim de Josias

28 Os demais feitos de Josias, tudo que fez, está escrito no livro dos anais dos reis de Judá. 29
Em seus dias, o faraó Necao, rei do Egito, subiu contra o rei dos assírios até o rio Eufrates. O
rei Josias marchou para enfrentá-lo, mas o faraó o matou no primeiro confronto, em Meguido.
30 Seus servos transportaram-no, morto, no carro, de Meguido para Jerusalém, onde o
sepultaram em seu túmulo. O povo da terra tomou então Joacaz filho de Josias, ao qual
ungiram e constituíram rei no lugar de seu pai.

Joacaz, rei de Judá

31 Joacaz tinha vinte e três anos quando se tornou rei, e reinou durante três meses em
Jerusalém. Sua mãe se chamava Amital e era filha de Jeremias, natural de Lebna. 32 Ele fez o
que é mau aos olhos do Senhor, imitando tudo que seus antepassados tinham feito. 33 O faraó
Necao aprisionou-o em Rebla, na terra de Emat, para que não reinasse em Jerusalém, e impôs
ao país um tributo de cem talentos (umas três toneladas) de prata e um talento (trinta quilos)
de ouro. 34 O faraó Necao nomeou rei a Eliacim filho de Josias, no lugarde Josias, seu pai,
mudando-lhe o nome para Joaquim. Levou Joacaz prisioneiro para o Egito, onde morreu. 35
Joaquim pagou ao faraó a prata e o ouro. Para reunir a prata de acordo com a ordem do faraó,
cobrava impostos no país; de cada um do povo da terra, segundo suas posses estimadas, exigia
determinada quantia de prata e de ouro como tributo para o faraó Necao.

Joaquim, rei de Judá

36 Joaquim tinha vinte e cinco anos quando se tornou rei. Ele reinou durante onze anos em
Jerusalém. Sua mãe chamava-se Zebida e era filha de Fadaia. 37 Ele fez o que é mau aos
olhos do Senhor, imitando tudo que tinham feito seus antepassados.


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1 Por aquele tempo, Nabucodonosor, rei da Babilônia, entrou em campanha. Por três anos,
Joaquim lhe foi submisso, mas depois rebelou-se contra ele. 2 O Senhor enviou contra
Joaquim bandos de caldeus, de arameus, de moabitas e de amonitas; enviou-as a Judá para
destruí-lo, segundo a palavra do Senhor pronunciada por seus servos, os profetas. 3 Isto
aconteceu por causa da ira do Senhor contra Judá; decidira rejeitá-lo de sua face por causa de
todos os pecados que Manassés cometera 4 e por causa do sangue inocente que derramou,
inundando Jerusalém com o sangue dos inocentes. Por isso o Senhor não quis ser propício. 5
Os demais feitos de Joaquim, tudo que fez, está escrito no livro dos anais dos reis de Judá. E
Joaquim adormeceu com seus pais. 6 Joiaquin, seu filho, tornou-se rei em seu lugar. 7 O rei
do Egito não fez mais campanhas fora de seu país, pois o rei da Babilônia havia tomado tudo
que pertencera ao rei do Egito, desde a torrente do Egito até o rio Eufrates.

Joiaquin (Jeconias), rei de Judá. 1ª deportação à Babilônia

8 Joiaquin tinha dezoito anos quando se tornou rei. Ele reinou durante três meses em
Jerusalém; sua mãe chamava-se Noesta e era filha de Elnatã, natural de Jerusalém. 9 Ele fez o
que é mau aos olhos do Senhor, imitando tudo que seu pai tinha feito. 10 Naquele tempo, os
oficiais de Nabucodonosor, rei da Babilônia, marcharam contra Jerusalém e sitiaram a cidade.
11 Nabucodonosor, rei da Babilônia, veio em pessoa atacara cidade, enquanto seus soldados a
sitiavam. 12 Então Joiaquin, rei de Judá, apresentou-se ao rei da Babilônia, com sua mãe, seus
servos, seus príncipes e seus eunucos, e o rei da Babilônia os fez prisioneiros. Isso foi no
oitavo ano do seu reinado. 13 Nabucodonosor levou todos os tesouros da Casa do Senhor e do
palácio real, e quebrou todos os objetos de ouro que Salomão, rei de Israel, havia fabricado
para a Casa do Senhor, conforme o Senhor havia anunciado. 14 De toda a cidade de
Jerusalém levou para o cativeiro todos os chefes e todos os valentes do exército, num total de
dez mil exilados, e todos os ferreiros e serralheiros; do povo da terra só deixou os mais
pobres. 15 Deportou Joiaquin para Babilônia, e do mesmo modo exilou de Jerusalém para a
Babilônia a rainha-mãe, as mulheres do rei, seus eunucos e todos os nobres do país. 16 Todos
os homens de valor, num total de sete mil, os ferreiros e os serralheiros, em número de mil,
todos os homens capazes de empunhar armas foram conduzidos para o exílio pelo rei da
Babilônia. 17 Em lugar de Joiaquin, nomeou um tio paterno dele, Matanias, mudando-lhe o
nome para Sedecias.

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Matanias-Sedecias, rei de Judá. Queda de Jerusalém. 2ª deportação

18 Sedecias tinha vinte e sete anos de idade quando se tornou rei. Ele reinou durante onze
anos em Jerusalém. Sua mãe chamava-se Amital e era filha de Jeremias, natural de Lebna. 19
Ele fez o que é mau aos olhos do Senhor, imitando tudo que Joiaquin fizera. 20 O Senhor
irritou-se contra Jerusalém e contra Judá, até rejeitá-los de sua face. Sedecias rebelou-se
contra o rei da Babilônia.

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1 No nono ano do reinado de Sedecias, no dia dez do décimo mês, Nabucodonosor, rei da
Babilônia, veio atacar Jerusalém com todo o seu exército. Puseram um cerco e construíram
torres de assalto em redor da cidade. 2 A cidade ficou sitiada e rodeada de valas até ao décimo
primeiro ano do reinado de Sedecias. 3 No dia nove do quarto mês, quando a fome se
agravava na cidade e a população não tinha mais o que comer, 4 abriram uma brecha na
muralha da cidade. Então o rei fugiu de noite, com todos os guerreiros, pela porta entre os
dois muros, perto do jardim real, se bem que os caldeus cercavam a cidade. Seguiram pela
estrada que conduz ao mar Morto, 5 mas o exército dos caldeus perseguiu o rei e alcançou-o
na planície de Jericó, enquanto todo o seu exército se dispersou e o abandonou. 6 Os caldeus
prenderam o rei e levaram-no a Rebla, à presença do rei da Babilônia, que pronunciou
sentença contra ele. 7 Matou os filhos de Sedecias diante dele, vasou-lhe os olhos e levou-o
para a Babilônia, preso numa corrente de bronze.

Saque do templo

8 No dia sete do quinto mês, data que corresponde ao ano dezenove do reinado de
Nabucodonosor, rei da Babilônia, Nabuzardã, comandante da guarda e oficial do rei da
Babilônia, entrou em Jerusalém. 9 Incendiou a Casa do Senhor e o palácio do rei e entregou às
chamas todas as casas e edifícios de Jerusalém. 10 Todo o exército dos caldeus que
acompanhava o comandante da guarda se deu à destruição das muralhas que cercavam
Jerusalém. 11 Nabuzardã, comandante da guarda,exilou o restante da população que tinha
ficado na cidade, os desertores que se tinham passado ao rei da Babilônia e o resto do povo.
12 Só dos pobres do país, o comandante da guarda deixou uma parte como vinhateiros e
agricultores. 13 Os caldeus os quebraram as colunas de bronze que estavam no templo, os

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suportes rolantes e o “Mar” de bronze que estava na Casa do Senhor, e transportaram todo o
bronze para a Babilônia. 14 Também levaram as vasilhas, as facas, as taças e todos os
utensílios de bronze que serviam para o culto. 15 O chefe da guarda levou o turíbulo e os
copos, tudo que era de ouro ou de prata. 16 Não era possível pesar o bronze das duas colunas,
do “Mar” e dos suportes rolantes que Salomão fizera para a Casa do Senhor. 17 (Uma coluna
media dezoito côvados, na altura, havendo sobre ela um capitel de bronze de cinco côvados de
altura. A rede e as romãs ao redor do capitel eram todas de bronze. A segunda coluna era
ornada da mesma maneira.) 18 O chefe da guarda levou também Saraías, o primeiro
sacerdote, Sofonias, o segundo sacerdote, três porteiros 19 e um eunuco da cidade, que era o
chefe dos guerreiros, e cinco homens que estavam a serviço do rei, os quais encontrou na
cidade, e o escriba do chefe do exército, que treinava os recrutas do povo da terra, e sessenta
homens do povo da terra, que foram encontrados na cidade. 20 Nabuzardã, chefe da guarda,
prendeu-os e levou-os ao rei da Babilônia, em Rebla. 21 O rei da Babilônia feriu-os e matou-
os em Rebla, na terra de Emat. Assim, Judá foi transferido de sua terra .

Godolias governador

22 Depois que Nabucodonosor, rei da Babilônia, deixara o país, o povo que ficara na terra de
Judá foi entregue ao governo de Godolias filho de Aicam, filho de Safã. 23 Quando todos os
chefes das tropas e os homens que estavam com eles souberam que o rei da Babilônia tinha
nomeado Godolias, foram encontrar-se com ele em Masfa. Eram Ismael filho de Natanias,
Joana filho de Carea, Saraías filho de Taneumet, um netofatita, Jezonias, um maacatita, e seus
companheiros. 24 Godolias jurou a eles e a seus companheiros: “Não temais os servos dos
caldeus. Permanecei na terra e servi ao rei da Babilônia, e tudo correrá bem para vós”. 25 Ora,
no sétimo mês, Ismael filho de Natanias, filho de Elisama, de descendência real, veio com dez
homens e feriu Godolias e os judeus e os caldeus que estavam com ele, em Masfa. Godolias
morreu. 26 O povo rebelou-se, do menor até o maior, e os chefes das tropas foram para o
Egito, por medo dos caldeus.

Reabilitação de Joiaquin

27 No ano trinta e sete da deportação de Joiaquin, rei de Judá, no dia vinte e sete do décimo
segundo mês, Evil-Merodac, rei da Babilônia, recém subido ao trono, reabilitou Joiaquin, rei
de Judá, e tirou-o do cárcere. 28 Falou-lhe benignamente e elevou seu trono acima do trono

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dos reis que estavam com ele em Babilônia. 29 Joiaquin trocou as vestes que ele vestira no
cárcere e começou a come na presença do rei por toda sua vida. 30 O rei destinou também
para ele um sustento que lhe foi entregue, sem interrupção, cada dia, durante toda a sua vida.


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