(442)_COMO FOI O NASCIMENTO DE JESUS [Religião] (por CES)



COMO FOI O NASCIMENTO DE JESUS

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- Em que dia Jesus nasceu? - Não sabemos; ninguém sabe. A Igreja fixou o dia 25 de março para celebrar o dia da ANUNCIAÇÃO: o dia em que o Anjo Gabriel anunciou que Maria, virgem, ficaria grávida de Jesus.  / Assim, fixou também o dia 25 de dezembro - 9 meses depois... - para celebrar o NATAL DE JESUS, o seu nascimento. E assim continuará para sempre.


- Quem narrou esse fato histórico? - O relato feito pelo evangelista Lucas é o mais conhecido no mundo. Todavia, em 1987, Maria, mentalmente, relatou para a enfermeira Annie Kirkwood, como tudo aconteceu. Vejamos aqui os dois relatos.

- O relato de LUCAS: 
[[ 1 Naqueles dias, saiu um decreto do imperador Augusto mandando fazer o recenseamento de toda  a terra 2  o primeiro recenseamento, feito quando Quirino era governador da Síria. 3 Todos iam  registrar-se, cada um na sua cidade. 4 Também José, que era da família e da descendência de  Davi, subiu da cidade de Nazaré, na Galiléia, à cidade de Davi, chamada Belém, na Judéia, 5 para  registrar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. 6 Quando estavam ali, chegou o tempo do  parto. 7 Ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o em faixas e deitou-o numa manjedoura,  porque não havia lugar para eles na hospedaria. 8 Havia naquela região pastores que passavam a  noite nos campos, tomando conta do rebanho. 9 Um anjo do Senhor lhes apareceu, e a glória do   Senhor os envolveu de luz. Os pastores ficaram com muito medo. 10 O anjo então lhes disse:  Não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria, que será também a de todo o povo: 11  hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós o Salvador, que é o Cristo Senhor! 12 E isto vos servirá  de sinal: encontrareis um recém-nascido, envolto em faixas e deitado numa manjedoura. 13 De  repente, juntou-se ao anjo uma multidão do exército celeste cantando a Deus: 14 Glória a Deus  no mais alto dos céus, e na terra, paz aos que são do seu agrado! 15 Quando os anjos se  afastaram deles, para o céu, os pastores disseram uns aos outros: Vamos a Belém, para ver o que  aconteceu, segundo o Senhor nos comunicou. 16 Foram, pois, às pressas a Belém e encontraram  Maria e José, e o recém-nascido deitado na manjedoura. 17 Quando o viram, contaram as  palavras que lhes tinham sido ditas a respeito do menino. 18 Todos os que ouviram os pastores  ficavam admirados com aquilo que contavam. 19 Maria, porém, guardava todas estas coisas,  meditando-as no seu coração. 20 Os pastores retiraram-se, louvando e glorificando a Deus por  tudo o que tinham visto e ouvido, de acordo com o que lhes tinha sido dito.  Fonte: Evangelho de Lucas: Lc 2,1-18 ]]



- O relato de Maria, através de Annie: 
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Ao retornar para casa, a conselho de Elisabeth, contei aos meus pais o que acontecera, a começar pela aparição do Anjo do Senhor e incluindo tudo o que ocorrera durante a visita a Elisabeth.

Passamos muito tempo em oração e jejum, como era costume na nossa época. Fomos ao templo, fizemos as nossas orações e os sacrifícios apropriados ditados pela nossa religião. Em seguida, com muita compaixão e amor, meus pais começaram a me preparar e a se preparar para levar essa nova e maravilhosa vida que Deus ordenara.

José e eu nos casamos com nenhum outro pensamento senão a criança que se formava dentro de mim. Passamos horas conversando sobre os motivos pelos quais Deus nos houvera escolhido para essa tarefa. Ficávamos temerosos em alguns momentos, e em outros nos sentíamos muito tranquilos com a idéia de uma concepção imaculada e do nascimento de Seu Filho de uma virgem. Foi uma limitação muito grande para José deixar de lado suas necessidades para seguir os desígnios de Deus. Esse será seu sacrifício.

Nós analisamos detidamente todos os ensinamentos dos profetas para verificar como havia sido predita a vinda do Messias . Mas estávamos confusos com a idéia de que fora previsto que isso aconteceria na cidade de Belém e não conhecíamos ninguém nessa comunidade. E também não conseguíamos imaginar um motivo para irmos àquela região.

Eu e José passamos muitas noites discutindo se éramos mesmo os pais do Messias, ou se isso era uma ilusão ou um equívoco da nossa parte. Como você pode ver, nós tínhamos dúvidas e questionamentos muito humanos.

Preparando-se para o nascimento, José começou a trabalhar com carpintaria, produzia móveis e outras peças de madeira para os outros. Era assim que ele ganhava a vida.

Então, nos últimos meses de gravidez, veio o decreto: todas as famílias teriam de retornar à cidade de seus ancestrais para providenciar seu registro. Como não tínhamos correio nem serviço telefônico, como há hoje, tínhamos de ir pessoalmente para sermos registrados. Nessa ocasião, percebemos que estaríamos na cidade de Belém para o nascimento de Jesus. Nós sempre o chamamos por seu nome, Jesus, mesmo antes de Ele nascer.

Como sabíamos que iríamos retornar à nossa casa, levamos apenas algumas coisas que precisávamos para essa viagem. Não tínhamos conhecimento de como o Espírito age, mas desde o início colocamo-nos nas mãos de Deus e sentimos que Ele nos conduzia o tempo todo. José pegou um jumento emprestado para me levar até Belem, mas mesmo assim a viagem não fora muito confortável. Por estar no último mês de gravidez, estava muito incomodada.

Seguimos com calma e não tentamos acompanhar o passo da multidão com que começamos a viagem. Nessa ocasião, havia muita gente nas estradas retornando a suas cidades natais para se registrar. Ao longo do caminho, conhecemos muitas pessoas maravilhosas e fomos incluídos em muitos grupos familiares. À noite, quando tínhamos que nos deitar à beira da estrada, parecia um milagre o fato de encontrarmos uma grande família onde sempre havia muita comida sendo preparada sem a minha ajuda. Após caminhar o dia inteiro no lombo de um jumento nessa fase da gravidez, não me sentia muito disposta a cozinhar ou a lavar pratos depois. Tudo o que eu queria era repousar meu corpo exausto. Recebíamos não apenas comida, mas peles macias de animal e cobertores para nos acomodarmos para dormir.

Toda manhã bem cedo, quando acordávamos, José e eu agradecíamos a Deus. Passávamos o dia inteiro em constante atitude de agradecimento por todos os preparativos providenciados ao longo do caminho.

Finalmente, bem tarde da noite, chegamos a Belém. Como tudo havia sido conseguido facilmente na estrada, pensamos que Deus teria providenciado um quarto limpo e confortável para nós. Como havíamos nos afastado de todas as hospedarias, ficamos desesperados, pois eu começava a entrar em trabalho de parto.

José com seu jeito habitual, irritou-se e ficou aborrecido com Deus por não providencial para nós um quarto limpo e confortável como ele esperava. Finalmente, ele retornou a uma das pousadas e contou ao dono nossa situação. Esse homem era muito simpático, mas não havia nenhum quarto desocupado em toda a cidade. As pessoas estavam se alojando e pagando para passar a noite nos telhados das casas, mesmo com o ar frio da noite. Todos os lugares disponíveis haviam sido ocupados. O homem informou-nos que, se tivéssemos chegado poucas horas antes, teríamos conseguido um dos cantos da cozinha, mas nem esse lugar estava disponível.

Mas ele disse que tinha um estábulo. Não havia ninguém lá, exceto alguns animais. O estábulo era amplo e poderíamos fazer uma estrado com o feno e descansar com conforto. Se precisássemos de algo durante a noite, poderíamos chamá-lo, e sua mulher ajudaria no nascimento do bebê. José pediu apenas um recipiente grande para fazer um fogareiro e muita água.



O homem providenciou isso de bom grado e até ajudou José a preparar nossas camas e nossa refeição. Ele trouxe pão, queijo e um chá, que segundo sua mulher, ajudaria a amenizar a dor do parto. Ela não imaginava que eu teria o bebê naquela noite e prometeu que pela manhã eu teria um lugar para ficar dentro da casa.

Comi um pouco, tomei o chá e logo tinha superado a fadiga da viagem. Nas primeiras horas da madrugada, acordei José, pois senti uma dor muito forte e sabia no fundo do coração que Jesus nasceria logo, como viera a ocorrer.

Ele veio rapidamente e sem muito esforço. José nos limpou e nós oramos e agradecemos a Deus. Foi nesse momento que José se lembrou de que a razão de estarmos nesse lugar modesto era o nascimento de Jesus. Ele se recordou das palavras dos antigos profetas.

O menino Jesus era uma linda criança de luz. Ali estava um recém-nascido com os olhos bem abertos. Tinha os mais lindos e brilhantes olhos que eu havia visto. Ele parecia entender o que dizíamos. Logo sorriu e nos acompanhou com os olhos. Era uma criança maravilhosa.

Jesus irradiava luz de seu íntimo. Logo reconhecemos que todas as nossas dúvidas dos meses passados não tinham fundamento. Essa criança era realmente o filho sagrado de Deus, o conselheiro, o Príncipe da Paz, o Jesus Cristo. A paz parecia irradiar de seu rosto, e isso era magnífico. Na nossa felicidade, decidimos nos manter reservados quanto a esse acontecimento e passar a noite envolvidos em um profundo sentimento de Amor Divino.

Nas primeiras horas do dia, alguns pastores vieram ao estábulo deixar algumas ovelhas quando viram no interior do templo o grandioso nascimento. Eles disseram que foram informados em sonho do nascimento de um grande Rei e queriam visitá-lo. Ficamos quietos e deixamos que eles vissem Jesus.

Com alegria, contamos a eles que o nosso filho também havia nascido naquela noite. Eles se sentaram e conversaram com José e ficaram surpresos por se tratar de um recém-nascido, pois eles tinham a impressão de ele parecia entender suas palavras. Na saída, os pastores contaram-nos que nosso filho era muito especial, pois seu rosto irradiava luz e conhecimento. Não revelamos que eles haviam, realmente, conhecido o Rei dos Reis. Fomos avisados por Deus para não revelar isso até o momento próprio.

Passamos alguns dias em Belém. Como uma verdadeira multidão chegava para se registrar, a espera nas filas levou vários dias. José disse que deveríamos esperar as filas diminuírem para nos registrar. Com isso, eu recuperei as forças e estava em condições de amamentar Jesus e fazer com que ele também ficasse mais forte. Ele sempre foi um bebê muito alegre. Era como se soubesse que essa era sua infância e que deveria aproveitar bastante todos os  momentos.

Finalmente, as filas ficaram menores, e nós entramos para nos registrar, como fora ordenado. Continuamos no estábulo, pois muitas pessoas tinham dificuldade para se registrar, e esse processo levava muitos dias para a maioria delas. O congestionento de pessoas permaneceu o mesmo, e nós estávamos bem confortáveis no estábulo. Era limpo e tranquilo, enquanto a hospedaria era muito tumultuada. Havia muita gritaria entre as crianças e as mães. As noites eram barulhentas devido ao choro dos bebês e ao ronco alto dos homens. Nós estávamos muito felizes no estábulo e no casulo do silêncio que lá se instalava toda noite ao pôr-do-sol.

A mulher do dono da hospedaria me orientou a só seguir viagem após os quarenta dias de resguardo, de que eu precisaria para ser purificada. Isso fora determinado pelas leis de Moisés. Nós seguimos com calma, pois percebemos que Deus tinha reservado alguma outra tarefa para nós e não tínhamos uma noção clara do que seria.

Fonte: MENSAGEM DE MARIA AO MUNDO, pág 60-64)

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Carlos Eduardo da Silva (teólogo, 24/12/2021)