CUIDADOS NATURISTAS NA FEBRE DA CRIANÇA
Dra. TÂNIA CAJAZEIRA
( Para LOTHLORIEN é uma alegria apresentar este trabalho ao público porque assim cumpre uma de suas propostas: divulgar a medicina natural como forma de contribuir para o autoconhecimento, a liberdade individual, para a consecução da felicidade das pessoas e a realização do Amor Incondicional na Terra. )
PRODUÇÃO: LOTHLORIEN
ILUSTRAÇÕES: AUREO AUGUSTO
DATILOGRAFIA E REVISÃO: VERA LİMA
SALVADOR-BA-BRASIL 1984
LOTHLORIEN _ POR UMA VIDA MELHOR
CX POSTAL 2083 SALVADOR - BA 40 000
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ÍNDICE
Prefácio
Introdução
Regulação da temperatura do corpo
Influência da roupa na perda do calor
A febre
Métodos p/a tomada da temperatura
Conceito naturopático de febre
Alimentação na criança com febre
Procedimentos naturais usados na febre
Hidroterapia
Eoloterapia
Geoterapia
A convulsão febril
Bibliografia
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PREFÁCIO
I.
Uma grande conquista de alguns animais foi o domínio de sua temperatura interna. Os animais poiquilotermos, como os répteis, dependem do calor externo para realizar suas reações químicas vitais. Sabe-se (e como isto é esquecido:) que o metabolismo só se realiza dentro de um estreito limite térmico.
As enzimas, sem as quais a química interna não existe, começam a se inativar logo que a temperatura se altera. As termites cavam longas galerias subterrâneas em busca do lençol de água freático para que, por capilaridade, a água suba até suas câmaras e corredores na superfície e os refresque; cria também sistemas de ventilação com o mesmo fim. Não lançasse mão destes procedimentos e sua temperatura interna subiria com graves conseqüências. As iguanas das ilhas galápagos aquecem-se ao sol antes de mergulhar rapidamente nas águas do pacífico em busca do seu único alimento: algas. O frio do mar inibiria seu metabolismo se não se aquecessem antes e não fossem rápidas na coleta das algas. Ao retornarem se deitam sobre as negras pedras das margens da ilha e esperam que o sol lhes devolva o calor perdido. Mas logo vão se afastando destas mesmas pedras cuidando que a temperatura não se eleve muito. Os répteis pré-históricos eram imensos e dizem os sábios, que um dos motivos deste tamanho foi que quanto maior sua massa, menor a perda de calor para ambiente, com maior tempo de atividade e se confirma isto ao observarmos que no Ártico os animais de maior porte hibernam menos (resistem mais ao frio). Mas alguns pequenos animais, já naqueles períodos tão antigos, conseguiram maior autonomia por produzirem calor internamente. Então, a despeito do que ocorresse fora (dia, noite, inverno, verão), sua temperatura interna estava preservada através de mecanismos de produção e dispersão de calor. Mas isso não foi sem esforço. Setenta a noventa por cento do alimento ingerido é usado nos animais homeotermos, para a manutenção do equilíbrio térmico. Um réptil do tamanho de um rato, não tem a mesma autonomia porém se alimenta noventa por cento menos. Uma cobra pode alimentar-se apenas doze vezes por ano.
II.
O equilíbrio das temperaturas do corpo, a homeostase térmica: a natureza investe bastante naquele detalhe da vida que, com freqüência, tem sido esquecido. Quando o desequilíbrio orgânico se torna manifesto, como é o caso da febre, aí todos voltam preocupados, ansiosos por abafar o alarme. Acabar com a febre. "Conseguimos diminuir a febre", dizem os pais aliviados. O inimigo foi dispersado, Mas será que o inimigo era inimigo?
III.
A Dra. Tânia Cajazeira, formada em Medici na pela Universidade Federal da Bahia e com residência em pediatria no Hospital Distrital de Brasília-DF, pratica a naturopatia no serviço público (não sem dificuldade) e no consultório particular. Sua história é parecida com a de outros que enveredaram pelo caminho do naturismo; isto é, curou primeiro a si mesma de um mal que a obrigava a medicar-se todos os dias; em outras palavras, experimentou em si o valor desta terapêutica. Com bastante simplicidade, ela expõe o seu pensamento naturista: com a mesma simplicidade com que ela trata com seus pacientes, e isto não a fez afastar-se do senso científico. Para LOTHLORIEN é uma alegria apresentar este trabalho ao público porque assim cumpre uma de suas propostas: divulgar a medicina natural como forma de contribuir para o autoconhecimento, a liberdade individual, para a consecução da felicidade das pessoas e a realização do Amor Incondicional na Terra.
Aureo Augusto
Coordenador Geral de LOTHLORIEN
Por uma vida melhor
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Existe uma grande preocupação em relação à febre no homem em geral e em especial nas crianças, levando as pessoas a tomarem medidas para combater de imediato e, se possível, acabar eficazmente com qualquer aumento de temperatura corporal normal, trazendo uma forma de quase alívio quando se consegue alcançar este objetivo. Nossa intenção é trazer um esclarecimento para todos do que é febre, e de que maneira devemos nos comportar diante de um quadro febril, especialmente em crianças. Se a febre, como qualquer outro fenômeno, está ocorrendo, é porque existe uma causa e certamente, um fim.
Devemos ter em conta a finalidade dos fenômenos de uma maneira geral, por exemplo: tosse, diarréia, da febre em particular, quando pusermos em ação os meios para combatê-los. Este é um ponto muito importante a ser lembrado. No decorrer deste artigo, repetiremos algumas vezes certos dados que nos parecem de grande importância para a compreensão do todo.
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Figura.:
CORPO CALOSO | TÁLAMO | HIPOTÁLAMO | CEREBELO | PONTE | BULBO
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REGULAÇÃO DA TEMPERATURA DO CORPO
O homem é um animal isotérmico: para sobre viver, ele deve manter uma temperatura constante no seu organismo em torno de 37°C, mesmo diante de variações externas e da contínua produção de calor no interior do seu corpo pelo metabolismo. Esta isotermia evita que mudanças para mais ou para menos na temperatura, alterem o funcionamento das células que exigem um nível constante na temperatura. Essa continua produção de calor que se consegue através das reações químicas o metabolismo é compensado pela pronta dispersão de excesso de calor; este controle na manutenção da temperatura, através da taquipnéis, evaporação do suor, condução, convecção, etc., como será explicado adiante a regulação da temperatura humana é feita pelo hipotálamo.
O hipotálamo são estruturas agrupadas em núcleos situados na base do cérebro, que estão em conexão com outras áreas do cérebro, responsável por um número variado de funções como regulação da fome, sede, das funções do sistema nervoso autônomo, regulação da temperatura, além de muitas outras.
Para o controle da temperatura existem dois centros: o hipotálamo anterior, que controla a perda de calor, e o hipotálamo posterior, responsável pelo controle da manutenção do calor, num mecanismo de 'feed-back': quando o calor está excessivo para organismo, o hipotálamo anterior põe em ação os mecanismos para que este excesso seja perdido; e, quando pelo contrário, há uma queda na temperatura, o hipotálamo posterior põe em ação os mecanismos que promovem a produção e diminua ou impeça sua perda. Quando ocorre um aumento de até alguns centésimos do grau além de 37.6°C, um grupo de células nervosas no hipotálamo são excitadas. O sangue, passando pelo hipotálamo a uma temperatura um pouco mais elevada, desencadeia uma série de mecanismos para manter a temperatura a um nível que permita o funcionamento ideal de várias reações químicas que ocorrem em nosso corpo, através da perda desse excesso de calor.
O aumento da perda de calor é conseguido por:
1 Através da evaporação do suor que é então produzido em maior quantidade pela estimulação das glândulas sudoríparas;
2 Através da vasodilatação que ocorre na pele.
A maior produção de suor, até certo ponto, permite uma evaporação que é um dos meios mais eficazes para a perda de calor e conseqüentemente, resfriamento do corpo. Esta evaporação se dá também através dos pulmões, que aumentam o número de seus movimentos respiratórios para ajudar na perda de calor.
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POR ONDE O CORPO PERDE CALOR: EVAPORAÇÃO | CONDUÇÃO AO AR (CONVECÇÃO) | RADIAÇÃO | CONDUÇÃO | A OBJETOS
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A pele e o tecido celular subcutâneo possuem uma rica rede de vasos. A vasodilatação permite o afluxo de grande volume de sangue para a superfície. Ao chegar na superfície do corpo através do sangue principalmente, ou difusão através dos tecidos, o calor é perdido por vários meios. A evaporação, já citada, responde por aproximadamente 22% da perda. Além disso perde-se calor por radiação, condução e convecção. Com o corpo nú perdemos grande quantidade de calor por radiação (60%), numa temperatura ambiente normal. Esta quantida de de perda aumentará se a nossa temperatura for maior que a do ambiente, e ganhamos calor se a temperatura do ambiente for maior que a nossa.
A perda por condução ao ar também é de grande importância e para isso é necessário que haja uma renovação do ar diretamente em contato com a pele.
A convecção é a perda de calor através das correntes de ar. Então, para que estes fatores tenham real importância, é necessário que haja movimentação do ar as correntes de ar aumentam as perdas por convecção e evaporação e que este ar não tenha umidade exagerada, o que não permitirá a evaporação.
A INFLUENCIA DA ROUPA NA PERDA DO CALOR
As vestimentas de uma maneira geral provocam o aprisionamento do ar vizinho à pele, com o esquentamento do ar e não renovação, perdendo o efeito da perda de calor por condução. O ar fica preso, funcionando como isolante, diminuindo a perda de calor por irradiação.
O outro mecanismo para controle da temperatura, a redução da produção de calor, se dá com a inibição do hipotálamo posterior, que diminuirá os estímulos das reações metabólicas (metabolismo), diminuindo conseqüentemente a produção de calor. Enquanto que o hipotálamo anterior controla o aumento da. temperatura, o hipotálamo posterior controla a dimi nuição da temperatura.
Quando ocorre um resfriamento, o hipotálamo posterior promove uma vasoconstricção generalizada e isso vai impedir um maior afluxo de sangue para a pele, diminuindo conseqüentemente a perda de calor. Neste caso, o corpo vai perder calor principalmente por difusão através de suas camadas.
A supressão da sudorese e o aumento da produção de calor são outros mecanismos que ajudam na manutenção da temperatura. Além disso, a hipertonia muscular e o calafrio provocados pela baixa temperatura são outras maneiras de aumentar a temperatura do corpo.
O sistema endocrino também tem importância na regulação da temperatura. Ela depende essencialmente de uma regulação nervosa através do hipotálamo, porém as glândulas também têm parte neste controle.
A exposição a temperaturas baixas por exemplo, provocaria uma estimulação do hipotálamo para a glândula hipófise. Quando o hipotálamo se resfria, ocorre um aumento na produção do hormônio mensageiro. Este é transportado até a pituitaria (hipófise) indo provocar um aumento na produção da tireotrofina. Este hormônio, ao chegar à tireóide vai estimular a produção de tiroxina, um hormônio que regula o nível básico do metabolismo corporal agindo diretamente sobre as células do corpo. O aumento do metabolismo provoca um aumento na liberação de calor, aumentando conseqüentemente a temperatura do corpo. A intensidade do metabolismo pode ser aumentado em mais de 100% do normal.
O frio também pode provocar a liberação de adrenalina no sangue com conseqüente maior produção de calor. A adrenalina também interfere no metabolismo basal por ação em todas as células do organismo: fato semelhante ocorre em relação a outras glândulas do corpo.
Na pele também existem receptores nervosos que ajudam a controlar a temperatura, transmitindo impulsos diretamente para o hipotálamo, desencadeando reflexos medulares, ou simplesmente ativando a parte psíquica com a sensação de frio ou calor.
Interessante saber que o recém nascido possui também mecanismo semelhante ao do adulto, porém de grande importância nele é a produção de calor por ação de substâncias químicas as catecolaminas como a adrenalina e noradrenalina, sobre sua gordura marron.
A faixa de variação de temperatura que ele pode suportar é muito estreita. A produção de calor através da movimentação muscular e calafrio não é tão intensa no recém-nascido. A sua perda por evaporação só consegue compensar um limite de calor produzido em condições normais pois apesar do grande número de glândulas sudoríparas que ele possui, relativo a uma dada superfície corporal, estas funcionam com apenas um terço da sua capacidade normal. Devemos por isso ter muito cuidado com o padecimento/resfriamento do recém-nascido.
Todos estes fatores acima comentados são de grande importância para compreendermos a utilização dos meios usados no controle da temperatura.
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A FEBRE
Nosso organismo está sempre se valendo de mecanismos para se manter em equilíbrio. Quando estes mecanismos se intensificam em geral, há uma alteração na termorregulação com conseqüente produção de hipertermia. A febre é uma elevação da temperatura do corpo a um nível acima do normal no qual existe uma adaptação do organismo, até certo ponto, a esta elevação. Ocorre um deslocamento do nível de equilibrio do termostato havendo um reajuste para temperaturas mais altas, daí a sensação de frio e o aparecimento de calafrios em pessoas com febre.
Modificações na temperatura normal pode ser ocasionada por vários fatores como idade, fatores psicológicos, exercício físico, enfermidades, uso de medicações, etc.
Anomalias do encéfalo, traumatismos, desidratação, etc., devem ser lembrados quando se está fazendo um controle da temperatura.
No exercício físico, por aumento do metabolismo dos músculos em geral, há um conseqüente aumento da temperatura que pode inclusive chegar a niveis de 40°C quando tomados por via retal, sem no entanto se tratar de uma anormalidade.
A febre é um dos fenômenos que acontecem quando o organismo como um todo trabalha com uma finalidade de se manter em equilibrio. Concordo inteiramente com Ruiz-Barra quando ele diz que a febre "é um movimento vital como outro qualquer, ainda que seja morboso, e o morboso não se pode considerar como efeito de um ataque de um agente recebido de
forma passiva pelo ser cuja vida se altera".
Temos que buscar uma finalidade em tudo que ocorre em nosso organismo. Na febre, na enfermidade em geral, existe toda una constelação de mecanismos que atuam com a finalidade de eliminação do morboso, para permitir posteriormente um maior equilibrio no funcionamento do organismo. Por exemplo, notamos que na febre ocorre uma alteração generalizada no funcionamento, como se o organismo desviasse sua atenção concentrando-se no sentido de purificação deste corpo: ocorre em geral, uma perda do apetite, uma lassidão com diminuição dos movimentos do corpo e outros achados obstante significativos. Existe o abafamento de algumas funções, o que permite a exaltação de outras. O organismo concentra-se na eliminação do que lhe é necessário e, em geral, lhe é prejudicial.
MÉTODOS PARA A TOMADA DA TEMPERATURA
Existem três métodos mais usados para o controle da temperatura corporal. Em nosso meio o mais rotineiro é a tomada da temperatura axilar: coloca-se o termômetro sob o braço por tempo de aproximadamente quatro minutos obtendo uma temperatura normal de 36,5°C mais ou menos 0,3°C.
Para crianças acima de cinco anos um método útil é a tomada da temperatura oral: coloca-se o termômetro sob a lingua, mantendo-se os lábios fechados por mais ou menos quatro minutos. Aí a temperatura normal fica em torno de 37°C mais ou menos 0,3°C.
Para crianças menores, é aconselhável o controle da temperatura retal. O termômetro é colocado no reto há uns quatro centímetros da entrada, por mais ou menos quatro minutos, com temperatura normal em torno de 37°C mais ou menos 0,3 C.
Como vimos, nosso organismo necessita de uma temperatura ideal constante para se manter em equilíbrio. Quando ocorre uma modificação na nossa temperatura, entram em ação os mecanismos reguladores através do hipotalamo, glândulas, etc., que foram anteriormente comentados, na tentativa de trazer esta temperatura para um nível normal; a febre atuando com tros fenômenos, mostra a tentativa do organismo se ajudar para alcançar o equilíbrio, eliminando calor excessivo.
Adiante falaremos do conceito naturopatico de febre e sobre um assunto que muito preocupa os pais a convulsão febril.
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CONCEITO NATUROPÁTICO DE FEBRE
- FEBRE DESTRUTIVA -
- FEBRE CURATIVA -
Já sabemos que o homem é um animal isotérmico que deve manter uma temperatura constante em todo o seu corpo para manter-se em equilíbrio.
Para isso é necessário que haja uma boa circulação sangüínea pois uma má distribuição do sangue vai gerar aumento da temperatura no local para onde esta foi desviada, ficando a área menos irrigada com a temperatura mais baixa em relação às outras areas do corpo. Isso vai ocasionar um desequilíbrio térmico. Este desequilíbrio térmico o homem vem provocando todo o tempo no seu dia a dia.
O homem, distorcendo e alterando sua alimentação, vem provocando estas alterações na sua temperatura. Ele obriga o seu aparelho disgestivo a desempenhar um esforço muito grande para conseguir uma digestão. Para efetuar a digestão, vai haver necessidade de um esforço maior, com aumento do trabalho necessário, trazendo uma maior quantidade de sangue, uma congestão nas paredes do aparelho digestivo e conseqüentemente, um aumento na temperatura interna do corpo.
Este aumento na temperatura fará com que haja uma má atuação das enzimas digestivas, deixando os alimentos mau digeridos, o que provocará fermentação e putrefação dos alimentos, permitindo uma maior produção de gases e substâncias irritantes no interior do estômago e intestinos. Conseqüentemente, haverá um maior aumento na pressão, gerando aumento na temperatura, criando um círculo vicioso. Os alimentos assim não serão elaborados a uma temperatura que seria ideal, o que vai gerar fermentações e putrefações indesejáveis. As extremidades ficarão mais frias, com circulação deficiente. Somando a isso, o stress do dia a dia que diminui o ritmo digestivo, o abafamento da pele pelas roupas com prejuízo para seu funcionamento e perda de calor. A pele será pouco estimulada pelo frio e calor da atmosfera, perdendo muito da sua função. Estes fatores agindo juntos são responsáveis pela origem da febre interna ou febre destrutiva, assim chamada porque representa um desequilíbrio (já vimos que o organismo necessita manter certas temperaturas).
A febre externa (febre curativa), é a que na realidade, mais apavora as pessoas. Esta febre é causada por uma reação do organismo, o que revela vitalidade; uma maior capacidade de defesa.
Quando o organismo necessita se livrar de substâncias que não lhe são úteis, e se ele tem uma boa capacidade de reação, se tem vitalidade, ele lança mão da febre externa, promovendo uma vasodilatação periférica, derivando o calor do interior do corpo para o exterior e propiciando uma maior eliminação de substâncias que não lhe são necessárias ou mesmo que lhe são prejudiciais.
Quando o organismo perde esta capacidade de responder com febre externa, ele perpetua um estado de desequilíbrio térmico com conseqüente aparecimento de enfermidades diversas.
Um estado de FEBRE EXTERNA deveria ser um estado permanente de nosso corpo. A pele deveria estar sempre quente, porém não febril, mostrando que está havendo um equilíbrio na temperatura, exceto claro, quando o frio do ambiente for muito grande e tivermos que economizar o calor, a reação ao frio que provoca febre externa fica em grande parte impedida pelas roupas usadas diariamente. Também a ação do sol provocando vasodilatação e descongestionando o interior dos órgãos é grandemente impedida pelo uso de roupas.
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ALIMENTAÇÃO NA CRIANÇA COM FEBRE
Ao exposto acima podemos acrescentar que uma das maneiras de se evitar e combater a febre é a preocupação com a alimentação.
Se uma alimentação inadequada é um dos fatores responsáveis por um desequilíbrio na temperatura, uma atenção especial deve ser dada a ela de modo geral e em especial na febre.
A alimentação errada provoca congestão das vísceras por necessitar de um maior esforço para seu trabalho gerando um desequilíbrio térmico. Se o corpo tem condições de reagir a este estado, ele conseguirá, como uma das maneiras de voltar ao seu equilíbrio, redistribuir estas temperaturas, provocando a febre externa, febre curativa.
ALIMENTAÇÃO
A temperatura tem a máxima importância nas reações que ocorrem no nosso organismo. Na enfermidade febril existe uma intensificação do metabolismo, ou mesmo uma alteração com orientação maior no sentido do catabolismo, no sentido de eliminação. A alimentação no período febril deverá ser orientada no sentido de ser muito simples, que não necessite um grande esforço no seu metabolismo, que não ocorrendo de maneira ideal nestas ocasiões, ocasionará o aparecimento de substâncias tóxicas com prejuízo para o organismo.
Deve ser respeitada a anorexia (falta de apetite e disposição para alimentar-se) que está em
geral, presente, procurando não forçar a alimentação, o que às vezes pode provocar uma rejeição mais evidente através do aparecimento de vômitos, que se apresenta em algumas ocasiões quando se insiste para que o enfermo se alimente, mostrando uma defesa natural do organismo, evitando que assim ele tenha que desviar sua atenção do trabalho importante de eliminação que está se processando, para metabolizar os alimentos que estão chegando.
Devemos ter em conta que se a digestão é um trabalho difícil para o homem normal, mais ainda em especial nos doentes com febre, no qual há uma exaltação do seu metabolismo e um desvio no sentido do catabolismo, ou seja, na transformação ou eliminação de substâncias complexas em substâncias mais simples pelo organismo, com produção de energia.
De posse desses conhecimentos, sabemos que os alimentos devem ser simples, de fácil digestão e pronta eliminação, evitando que permaneçam por muito tempo no aparelho digestivo e, conseqüentemente, sofram putrefação, além de se dever orientar sua alimentação no sentido de se auxiliar o processo de eliminação.
Os alimentos cozidos, em geral, são mais dificilmente digeridos e exigem um maior esforço digestivo, provocando uma congestão nas vísceras, devendo por isso ser evitados o mais possível. Também a temperatura dos alimentos deve ser normal. Eles não devem ser servidos nem muito frios, nem muito quentes, o que provocaria uma reação nas mucosas do aparelho digestivo, mantendo um estado de congestão com conseqüente aumento da febre interna.
De início é comum observar-se que o doente, a criança no caso, aceita apenas água, fazendo um jejum espontâneo, mostrando uma cooperação natural com a finalidade do processo.
As frutas suculentas de uma maneira geral, os sucos de frutas e verduras, as folhas e hortaliças cruas, são ricos em água e seus resíduos estimulam a eliminação, podendo ser oferecidos em pequenas quantidades numa fase em que já melhora a aceitação.
Os alimentos ricos em amidos, féculas, gordura vegetal, já requerem um trabalho maior e devem ser evitados num processo febril. Os alimentos ricos em proteínas, com composição mais complexa, são mais dificilmente metabolizados e seus resíduos mais dificilmente eliminados, exigindo um trabalho extra, o que perturba a finalidade do processo febril.
Se não há fome, oferecer os alimentos sob a forma de sucos ou água, que são melhor aceitos nestas ocasiões: e se há fome, deve-se ter os cuidados acima comentados na oferta de alimentos que lhe intoxiquem ainda mais.
A alimentação fica mais simplificada quando oferecemos um tipo de alimento em cada refeição, pois cada alimento exige um trabalho diferente na sua digestão.
O número de vezes que se deve dar os alimentos fica na dependência do tempo médio necessário para a digestão do alimento dado anteriormente. Além disso, em cada vez, deve-se oferecer pequenas quantidades, o que vai ajudar na mistura do alimento com o suco digestivo facilitando a digestão.
Quando se vencer esta fase inicial, devemos na fase em que já vai melhorando o apetite, não tentar compensar o tempo perdido na esperança que a criança engorde (já que em geral há uma queda no peso), oferecendo alimentos mais 'fortes'.
Lembremos que o organismo acaba de sair de uma crise e voltará paulatinamente à sua normalidade. Não devemos esquecer que o primeiro passo para se ter saúde é a manutenção de hábitos alimentares sadios, favorecendo um processo digestivo normal.
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PROCEDIMENTOS NATURAIS USADOS NA FEBRE
Diante de uma criança com febre não devemos esquecer que esta, como outro processo qualquer, existe com uma finalidade e devemos procurar colaborar com o processo geral. Sabemos ainda que ao submetermos qualquer órgão a um trabalho forçado, haverá aumento de calor naquele órgão. Ao ingerirmos alimentos inadequados, cozidos, e de difícil digestão, im pomos um trabalho forçado ao aparelho digestivo. Em conseqüência, haverá necessidade da presença de uma maior quantidade de sangue naquele local e logicamente uma maior quantidade de calor por congestão das mucosas do aparelho digestivo. O sangue ficará mau distribuído, sendo que a pele e as extremidades, devido à conseqüente diminuição da circulação, estarão em geral frias, configurando a febre interna.
Além disso, a nossa pele, com sua função grandemente prejudicada devido à falta de estímulo ambiental, coopera na manutenção dește quadro de febre, como já foi explicado anteriormente.
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PELE: CAMADAS: EPIDERME | DERME | VASOS SANGUÍNEOS | PAPILA DÉRMICA | CORNEA | GRANULOSA | ESPINHOSA | BASAL |
DERME:
( DESENHO BASEADO EM MICROFOTOGRAFIA DO LIVRO HISTOLOGIA BÁSICA de Jun QUEIRA & CARNEIRO, 2°EDIÇÃO, 1971. )
VASOS SANGUÍNEOS | GLANDULA SUDORIFA | GLANDULA SUDORIPARA SEBÁCEA | FOLICULO PILOSO
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A pele é um tecido que cobre todo o corpo animal, com uma série de funções importantes como:
1) Nutrição, absorvendo matérias externas que contribuem para a nutrição do nosso corpo, como oxigênio:
2) Eliminando substâncias já não necessárias ou em excesso:
3) Regulação da temperatura corporal, além de outras funções. Para isso, possui milhões de orifícios (os poros) e uma imensa rede de vasos e terminações nervosas que vai lhe possibilitar a regulação dessas funções, que estão seriamente comprometidas nas pessoas em geral, devido ao uso constante de roupas, produtos químicos, banhos quentes, etc., interferindo conseqüentemente no equilíbrio geral do corpo.
Já sabemos também o que se passa durante um quadro de febre externa, febre curativa. Agora, temos dados suficientes para fazermos uma orientação consciente diante de uma criança com febre, tanto interna como externa.
PROCEDIMENTOS USADOS
Os procedimentos usados em naturopatia são no sentido de se aumentar a perda de calor para o exterior através da estimulação da circulação e tambểm diminuindo a producão de calor, facilitando o trabalho digestivo.
Congestionaremos a pele para descongestionarmos as vísceras.
Já vimos que a pele será o órgão chave para se obter o equilíbrio da temperatura. Ela possui uma rica rede de vasos e armazena um terço do volume total do sangue do nosso organismo, o que vai realmente possibilitar uma regulação na temperatura corporal. Atuando sobre a pele podemos atuar sobre todos os órgãos porque a sua rede nervosa está em conexão direta ou indiretamente com todos os órgãos internos.
Os meios usados para o combate da febre na naturopatia são, além da já comentada alimentação:
# hidroterapia: que consiste no tratamento através da água, onde se pode usar as lavagens, frotação, os enfaixamentos e os banhos;
# a coloterapia: o uso do ar para o controle de, no caso, febre;
# geoterapia: neste caso, usa-se a argila.
HIDROTERAPIA: a água fria.
A água é uma das armas principais que dispomos para alcançar o equilíbrio térmico. O principal efeito que se procura com o uso da água fria é a reação que se segue à sua aplicação. Ao entrar em contato com a água fria a pele, através de resposta nervosa, promove, após uma vaso constricção inicial, uma vasodilatação, o que possibilita o afluxo de sangue vindo do interior do corpo com temperatura alta, para ser refrescado. A intensidade da resposta ao estímulo térmico vai depender em grande parte, da temperatura da água usada que, regra geral, deve ser em torno de 12°C; dependerá também da superfície corporal em contato com a água, e, é claro, das condições de resposta da pessoa febril.
Existem algumas regras que devem ser observadas fielmente na aplicação da água fria (e também de outros procedimentos como geoterapia):
1) O corpo deve estar em condições de reagir com o frio da água - a pele e extremidades (mãos e pés) deverão estar quentes, o que demonstra que haverá uma boa resposta. Caso contrário, será necessário um prévio aquecimento através de exercícios, fricções ou mesmo exposição ao sol, ou ainda o uso de bolsa de água quente;
2) Deve haver uma reação de calor após a aplicação da água fria;
3) Estas aplicações deverão ser feitas com o estômago vazio - lembrando que com os procedimentos que se visa trazer o sangue para a superfície do corpo, o que iria prejudicar a digestão de algum alimento que se tivesse ingerido.
As aplicações de água quente, apesar de sabermos que também provocam uma vasodilatação como resposta imediata à sua aplicação, esta só dura enquanto se está efetuando a aplicação. Também a pele tem menor número de terminações nervosas para o calor que para o frio. Além disso, com o uso da água fria, aproveitaremos aquelas outras maneiras importantes de se perder calor - por radiação e condução, que é mais intensa quando o corpo está em contato com a água fria.
De início devemos oferecer bastante líquido (água) ao paciente febril (à temperatura ambiente). Além disso, é recomendável que se faça uma lavagem intestinal que, além de refrescar os intestinos, irá efetuar uma limpeza do intestino grosso, retirando as fezes anormalmente retidas. Esta lavagem poderá ser repetida mais uma vez no mesmo dia caso permaneça a febre.
Para as crianças recém-nascidas o total de 50 a 100 ml de água filtrada, à temperatura ambiente, injetada parceladamente através de sonda retal, esperando que ocorra a expulsão após cada aplicação, até que se complete o total recomendado. Nas crianças de até seis meses um total de 200 a 300 ml de água, tendo os mesmos cuidados acima recomendados. Dos seis meses a um ano, poderá ser usado o total de 500 ml (meio litro). Nas crianças maiores até o total de um litro, ou um litro e meio nas mais crescidas (sete, oito... doze anos).
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LAVAGEM INTESTINAL: CÂNULA RETAL | IRRIGADOR | POSIÇÃO PARA APLICAÇÃO DA CÂNULA | CÂNULA VAGINAL
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Chamo a atenção para a lavagem intestinal que só deve ser feita quando se tem a certeza de que não há um acometimento intestinal grave como o abdômen agudo, que se manifesta em geral pela presença de dor abdominal, vômitos, contração ou distensão abdominal, parada do trânsito intestinal, estado toxemiado, febre. Estes sinais e sintomas que em geral podem estar presentes com maior ou menor intensidade, poderão significar um quadro de abdômen agudo: apendicite, perfuração de vísceras, invaginação intestinal, etc., o que contra-indica a lavagem intestinal.
Em seguida à lavagem, logo após, deve-se fazer uma frotação; a frotação consiste em molharmos um pano de algodão na água fria, retirar o excesso da água torcendo o pano, dobrá-lo em seis a oito faces e passar este pano sobre a superfície (pele) do corpo, iniciando-se pelo local mais longe do coração - o pé direito, em movimentos de baixo para cima, em seguida a perna esquerda, os membros superiores, e, finalmente, o tronco, alternando a face do pano em contato com a pele sucessivamente, ou então como mostra a ilustração.
Após a frotação devemos procurar o aquecimento, a reação ao frio, cobrindo o corpo com cobertor por alguns minutos ou expondo o corpo ao sol. Este procedimento poderá ser repetido de hora em hora ou até de quinze em quinze minutos, se necessário, como em casos em que a febre não baixar ou não ceder com só a lavagem e uma frotação.
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FROTAÇÃO:
NA ILUSTRAÇÃO ESTÃO REPRESENTADOS OS 4 PRIMEIROS TEMPOS DA FROTAÇÃO. O QUINTO TEMPO É IGUAL AO QUAR- то SÓ QUE SE REALIZA DO LADO ESQUERDO DO CORPO. O SEXTO TEMPO E' NAS COSTAS E PODE SER FEITO DE UMA SÓ VEZ. O SETIMO E ÚLTIMO TEMPO SE CONSEGUE APLI- CANDO O PANO ÚMIDO NA SOLA DOS PÉS. DEPOIS BUSCA- SE ENTRAR EM CALOR
1° TEMPO | 2° TEMPO | 3° TEMPO | 4° TEMPO
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ENFAIXAMENTOS
Os enfaixamentos consistem em envolver o corpo total ou parcialmente com pano de algodão molhado e espremido, bem estirado, para evitar que fique camada de ar entre a pele e o pano, funcionando como isolante, o que impediria a perda de calor. Sobre esta faixa, colocar outra faixa (lã ou flanela), agora seca. A duração do enfaixamento é em torno de uma a uma hora e meia, tendo-se o cuidado de, ao se retirar o pano úmico, que deverá estar quente, manter o corpo um pouco protegido com cobertor. O enfaixamento pode ser longo (envolvendo o corpo das axilas até os pés) ou curto, quando se envolve só o tronco ou o abdômen, o que permitirá, no caso das crianças principalmente, uma movimentação adequada. O enfaixamento restrito só ao abdômen pode ser repetido até de quinze em quinze minutos ou mais.
Aqui chamamos a atenção que o enfaixamento só do abdômen pode ser feito mesmo com o estômago cheio, como também a aplicação da argila só no abdômen.
O envolvimento longo não convém repetir mais que três vezes na semana.
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FAIXA ÚMIDA ABDOMINAL
BANHO DE TRONCO COM FRICÇÃO
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Nos casos em que a febre esteja muito alta podemos fazer uma lavagem, seguida de frotação e, logo após reaquecer, um enfaixamento longo. Após isso, esperar em média uns quarenta minutos a uma hora e ficar fazendo frotações seguidas a cada dez ou quinze minutos reaquecendo a cada frotação.
BANHOS
Os banhos consistem em imergir determinada parte do corpo na água. Para a febre, um banho com efeito muito bom é o banho de tronco. Ele permite o resfriamento de uma porção muito grande do corpo: sentar a criança numa banheira com água fria (lembrar sempre que as extremidades devem estar quentes) de modo que grande parte do tronco permaneça sob a água. Ao mesmo tempo deve-se friccionar o baixo ventre. Este banho deve ter duração de dez a trinta minutos e poderá ser repetido várias vezes, com intervalo mínimo de uma hora, caso seja necessário.
Sabemos que a nível de 41.5°C começa a aparecer lesão celular. Então, se já se usaram todos os recursos e a febre continua subindo, às vezes é necessário usar um recurso mais drástico como colocar a criança em um banho geral de água gelada, rapidamente, por um a dois minutos, aquecendo-a em seguida com fricções e cobertores até a pele se esquentar. Esta imersão deve ser paulatina e não abruptamente.
EOLOTERAPIA: é o uso do ar visando o retorno ao equilíbrio.
Manter o ambiente ventilado e o corpo livre (pele exposta, sem estar abafada) é extremamente necessário, principalmente na criança com febre como já foi explicado anteriormente, o que em geral se faz ao contrário, a tendência é proteger mais ainda a criança com cobertores e ambientes não ventilados.
Isso, manter o corpo livre, vai permitir uma boa perda de calor por evaporação, radiação e condução do ar.
GEOTERAPIA: é o uso da argila sob diversas formas, também com finalidade de se trazer o organismo para o equilíbrio.
A argila possui propriedades analgésicas, cicatrizantes, descongestionantes, refrescantes, etc., que podem ser comprovadas mediante o seu uso bem orientado.
O cataplasma consiste em preparar uma massa, uma pasta, com uma terra que tenha liga (argila), misturando-a com água; após, peneirá-la para que fique mais fina. Coloca-se esta pasta sobre um paninho de algodão, enfaixando o tronco todo ou só o abdômen, de modo que a pele fique em contato direto com a argila, que deve ter uma espessura de três а quatro milímetros a, no máximo, um centímetro. Em seguida, por fora deste pano, coloca-se um outro, seco, de lã ou flanela; prender bem com linha ou presilhas.
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CATAPLASMA DE ARGILA AO VENTRE E RINS: ARGILA | PANO FİNO | JORNAIS | PANO GROSSO
ARGILA JÁ ENVOLVENDO VENTRE E RINS
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A argila a ser usada deve ser retirada do local onde se vive, de uma profundidade de mais ou menos 50 cm, num local longe de esgotos, cisternas, etc., e guardada em saco de papel ou em caixa de madeira, sempre em contato com a atmosfera para que não perca suas propriedades.
O tempo de duração de uso da argila visando o controle da febre deve ser em torno de uma hora, quando deverá ser retirada e substituída (após observar os cuidados necessários) ou não por novo cataplasma, ou então ser trocada cada vez que se esquente.
CONVULSÃO FEBRIL
Em presença de febre na criança logo surge uma preocupação: a possibildade de uma convulsão.
A convulsão febril se caracteriza por aparecer em crianças com idade entre os seis meses a seis anos, dentro das primeiras vinte e quatro horas de febre, em crianças previamente sadias, sem passado neurológico; ela é de curta duração raramente mais que dez minutos, atingindo o corpo de forma generalizada.
Realmente há que ter preocupação com este tipo de episódio porém este excesso de preocupação não se justifica.
O melhor é cuidar para que a febre não atinja piques muito altos e procurar manter limpos os intestinos da criança através de uma dieta basicamente crua como recomendam os mestres naturalistas. Devo lembrar que a convulsão febril ocorre apenas nas primeiras vinte e quatro horas de febre, principalmente nas primeiras oito horas. Crianças que já tiveram anteriormente convulsão febril convém que se observe rigorosamente a recomendação da alimentação basicamente crua, mantendo sempre o intestino limpo.
Por fim, e o mais importante, é a prevenção não só da febre como de outros transtornos através de uma boa alimentação e, conseqüentemente, uma boa digestão, através de exercícios físicos que garantirão uma boa circulação do sangue, banhos frios, associados a uma respiração adequada, pele arejada, sem excesso de roupas. Estes fatores observados garantirão grandemente um estado de equilíbrio geral, funcionando como prevenção.
Quando iniciamos a orientação, deixamos claro que a nossa intenção não é de que se suprima a febre, e sim que, após compreensão do processo, se tenha uma atitude tranqüila diante de uma criança com febre, ajudando o seu organismo nessa procura do reequilíbrio. Queremos que se tenha a capacidade de se aceitar esta febre, controlando-a para que se mantenha a níveis toleráveis, a fim de que ela, juntamente com outros fenômenos concomitantes, possam cumprir a sua tarefa, sem trazer prejuízo para o nosso corpo.
BIBLIOGRAFIA
1 - AVERY, Gordon B. NEONATOLOGIA. Brasil, Artes Médicas, 1978.
2 - GUYTON, Arthur C. TRATADO DE FISIOLOGIA MÉDICA. 2a. ed. México, Interamericana, 1965.
3 - LEZAETA, Rafael. MANUAL DE ALIMENTACION SANA. Santiago, 1972.
4 - LEZAETA, Manuel. A MEDICINA NATURAL AO ALCANCE DE TODOS. Brasil, Hemus, 1979.
5 - RUIZ, Ibabra C. ALIMENTACION DE LOS ENFERMOS CON FIEBRE. Madri, Instituto Hipócrates, 1963.
6 - HARDY, HARDY, Richard N. TEMPERATURA E VIDA ANORMAL. São Paulo, Universidade de São Paulo, 1981.
7 - KAYE, Robert "et alii". CORE TEXTBOOK OF PEDIATRICS. "s.1." s.d.
8 - CIÊNCIA ILUSTRADA. "s.1.". Abril. n. 38. Ano II.
FIM