NUNCA DESISTA DOS SEUS SONHOS - Palestra do Dr. Enéas
Senhores, eu fico feliz de ver essa plateia toda. O momento é o momento de reflexão. A minha mensagem é muito mais mensagem de fim de ano, de esperança, do que de qualquer outra coisa.
Quando algum dos senhores disseram, não tem jeito, eu vou lhes dizer uma coisa que aprendi há muito tempo, quando estava começando o meu curso médico. Cada um de nós aqui é um vitorioso. Já é vitorioso quando o pai de cada um de nós e a mamãe de cada um de nós se uniram no ato carnal.
Havia milhões, milhões de espermatozoides disputando aquele ovócito de segunda hora, que a imprensa ignorante chama de óvulo. Naquele instante, naquele instante belíssimo da criação, aquele instante sagrado, daqueles espermatozoides todos que formam a corona radiada, daqueles todos, só um penetra no ovócito de segunda hora. E há uma verdadeira insensibilidade nele pelos outros.
Todos os outros morrem. E foi daquele espermatozoide com aquele ovócito que nasceu cada um de nós. Naquele instante, cada um de nós foi premiado.
Já nascemos vencedores. Que os senhores dirão, não tem jeito. O poder deles é muito grande.
Não, senhores. Se fosse tão grande, nós não estaríamos aqui hoje. Estou com o relógio para não descansar muito.
Roma venceu Cartago no ano 146 a.C. Naquele momento, desaparecia a última oposição de fato. Aquele império gigantesco que já fazia valer sua vontade e seus desígnios na antiguidade. Havia, sim, o Império Romano.
Desaparecida a oposição cartaginesa de cuidar-se das invasões daqueles povos semi-civilizados que os romanos chamavam bárbaros. Aqueles povos eram muito atrasados. Não tinham aquela condição de vida que era o apanágio do cidadão romano.
E o interessante, e os senhores vão se perguntar por que eu comecei falando nisso. O interessante é que um autor, um dos ideólogos disso que aí está no nosso planeta, o Sr. Jean-Christophe Ruffin, o interessante é que um autor traz para a época hodierna, para os nossos dias, uma condição que, segundo ele, é similar àquela do nosso planeta quando Roma dominou Cartago. O que o Sr. Jean-Christophe Ruffin diz? Ele diz assim, hoje, os países do primeiro mundo, os países ricos, e quero crer, já se falou aqui, eu não estava, mas imagino, que não são nada ricos.
É tudo uma grande farsa. Ricos somos nós. Mas, diz o Sr. Jean-Christophe, esses países ricos formam o novo império.
Os Estados Unidos da América do Norte, a Alemanha, o Japão, a Inglaterra, a França, são o império. E nós, pobres países da América Latina, os nossos irmãos da África e da Ásia, principalmente a África subsaariana, nós seremos os novos bárbaros. Na verdade, o Sr. Jean-Christophe Ruffin conhece a realidade das nossas favelas, do nosso pobre povo sofrido, que não tem nem a menor ideia de que é o seu trabalho que constrói a nação e a riqueza de que desfrutam os ricos.
E, fundamentalmente, que é o seu trabalho honesto que faz com que aquelas potências estejam tão ricas, porque existem atualmente, atuando de modo predatório sobre todas as nossas riquezas reais. Por que eu comecei com o Sr. Jean-Christophe Ruffin? Porque o livro do Sr. Jean-Christophe Ruffin era livro de cabeceira de um dos últimos presidentes da República, de um homem que sofreu impeachment e que era aplaudido em verse e prosa como um conhecedor profundo de uma literatura especializada. Vejam, senhores, que absurdo! Como é que se erige a questão de doutrina ideológica do mundo moderno? Uma tese segundo a qual nós somos inferiores, nós somos mal dotados pela natureza e só nos cabe extrairmos nosso próprio sangue para entregar àqueles que, como verdadeiros vampiros, sugam todo esse mesmo líquido precioso das nossas entranhas.
Eu queria lhes dizer que o Sr. Ruffin falha muito no livro dele e como falha se é verdade que não se pode comparar o operário de Londres, o operário alemão, cônscio dos seus direitos, com o nosso pobre operário brasileiro. Se isso é verdade, de outro lado, não se pode negar também que existe hoje um verdadeiro complô contra toda a nossa sociedade. Na verdade, está em andamento o projeto maquiavélico de destruição de todos os nossos valores.
Na verdade, tudo aquilo que existe de mais digno na pessoa humana está sendo lançado no fundo do poço. Na verdade, cada um de nós perdeu respeito pelos semelhantes, perdeu respeito e não acredita mais no trabalho, no governo, no mercado, no crédito, nas pessoas. Na verdade, o que aí está é um atentado cruel à dignidade humana.
E é contra tudo isso, é contra esse modelo terrível de destruição da cidadania plena que se insurgiu. Este partido político que hoje tem a solicidade de ver reunidas aqui tantas pessoas das mais diversas categorias sociais, de todas as classes, de todas as raças, de todos os credos, fazendo com que nós todos possamos estar irmanados numa vontade única, que é de salvar a nossa pátria. Eu vim lhes falar sobre essa nossa vontade, essa nossa vontade que nos acompanha, como minha família sabe, desde muito cedo.
Desde aquele instante, há meio século atrás, quando nós começamos a nos abeberar do conhecimento científico. Desde meio século atrás, quando nós começamos a perceber que o homem que sabe é mais feliz do que o homem que não sabe. Desde o momento em que nós começamos a entender as leis que regem a natureza física, biológica e social.
Desde aquele instante que é uma preocupação nossa terrível. Por que tanta diferença? Por que tanta desigualdade? Por que na infância, lá no passado distante, nós tivemos que passar fome para estudar? E aí começamos a estudar. E logo cedo, na aurora da vida, nós aprendemos que o nosso país, esse belo país, é a quinta potência continental do planeta.
Nós aprendemos que o Brasil é um país continente. Logo depois, já adolescente, nós aprendemos que o Brasil tem a maior riqueza de água potável, água de beber, do planeta. Já na universidade, nós aprendemos outras coisas.
Estudando ciências exatas, aprendemos que a riqueza mineral do planeta é inigualável. E qual não é a nossa tristeza? Meio século depois, quando assistimos ao voo atravessando os rincões da pátria dos advogados da União para defender aquela coisa ignominiosa que foi a privatização da nossa Vale do Rio Doce. Não sei se já foi dito, mas a Vale do Rio Doce não foi vendida.
Ela foi doada. Aquela fortuna que os jornais, no cinismo que caracteriza a imprensa brasileira, aquele valor publicado, 3,338 bilhões de dólares, aquele dinheiro que representaria menos de meio por cento do valor real da Vale, aquele dinheiro nem chegou a entrar. Que tristeza naquele dia, que mal-estar, que vontade de sair chorando, ou gritando, ou espermeando.
Não, senhores, por que não moveram ações, não usaram o direito constitucional? Mas nós o fizemos. Esse nós é plural, não é plural de modéstia? Quantos de nós impetraram ações presentes aqui? Tantos. Nosso deputado federal, professor Bautista Vidal, Marcos Soimbra, professor Beranco, muitos outros.
Até ações na Procuradoria-Geral da Justiça Militar. Porque é crime a simples tentativa de internacionalização do solo pátrio. E essas ações foram todas arquivadas.
Senhores, isso é extremamente dolorido. Aquilo a que todos nós assistimos é algo macabré, é algo terrível, porque tudo é feito. Vejam, senhores, de modo oficial, o Prona não está preocupado com roubo de galinha.
Não nos interessam precatórios. Isso não tem a menor importância. Vamos parar de falar besteira.
Preocupemos-nos com as grandes questões. Preocupemos-nos com aquelas importâncias fabulosas que são desviadas oficialmente dos cofres públicos para pagar juros de uma dívida que não tem mais nenhuma razão de ser externa e interna. Os números devem ter sido aumentados pelos ilustres professores que me precederam.
Vamos parar de discutir os buracos de rua. Aqui há candidatos e há representantes, estou vendo, do país todo, do nosso partido. Vamos acordar para as questões substantivas.
Vamos nos levantar como um povo forte que somos. Vamos lutar contra essa alienação de tudo que é nosso, contra esse assalto vergonhoso que é feito às claras. Vamos levantar nossa voz, vamos dizer um basta.
Nós não podemos aceitar mais essa submissão. Nós não podemos aceitar mais sermos enganados durante todo o Onic Temerow, desde o instante em que se liga o aparelho de televisão até o momento em que a tela se apaga no final da noite. É uma profusão de mentiras, como alguém deve ter dito.
São duas realidades. É a realidade da tela colorida, onde tudo está bonito. E a realidade da rua.
Na rua imperam a fome, a miséria, o desemprego, a níveis nunca vistos, tudo ocultado. As estatísticas perfidamente manipuladas falam-nos de níveis de desemprego que seriam inferiores aos do Japão. Mas que vergonha, que vergonha.
Como pode uma autoridade constituída chegar diante de nós e dizer que o sistema de saúde é uma beleza no Brasil? Temos na sala um igreja, um professor de medicina ali, o professor Veronese, que nos deu a honra de vir para o nosso partido. Temos na sala diversos médicos. Na verdade, os fundadores do Pruna foram todos médicos.
Hoje, graças a Deus, temos de todas as categorias. Como se pode ter coragem de dizer que está tudo bem se nós temos 6 milhões de pessoas com doença de Chagas? Se nós temos 5 a 10 milhões de pessoas com esquistossomose mansônica? Se nós temos cerca de um milhão de pessoas infectadas pelo vírus da AIDS? Se nós temos meio milhão a um milhão de tuberculosos? Se nós temos 500 mil pessoas a cada ano contaminadas pelo plasmodium da malária? Se nós temos 200 mil leprosos, etc, etc, etc, etc? Como se pode ter a veleidade pró-terva de ir para a televisão e dizer que está tudo bem? E alguns me perguntavam no passado, já pouquíssimos perguntam, por que o senhor não vai ser ministro? Ministro de quê? De quê? De um governo pútrido, em decomposição franca, que não aguenta o diálogo frente a frente. Porque o governo é feito hoje de traidores da pátria.
Há algum tempo atrás, no Congresso Nacional, por indicação de uma figura muito amiga, muito querida, o nosso deputado, o doutor Daniel Lasco, por indicação dele e aceitação de 52 deputados federais, nós íamos fazer uma palestra na Câmara General. Convidamos os nossos colegas da Direção Nacional do Partido, e qual não é a nossa surpresa, quando, na véspera, o nosso nome foi cortado. Não havia nenhuma razão, apenas era o perigo de nós falarmos para a Sua Excelência dos Deputados do que representava de fato o leilão da vaga.
Nós iríamos alertá-los para o fato de que, por trás da compra, entre aspas, do leilão, estava um dos maiores mega-especuladores do planeta, o rei do narcotráfico, o Sr. Jorge Soros. Nós iríamos alertar Suas Excelências para o risco que aquela casa que era do povo estava correndo e aceitar a privatização. Mas nossa palestra foi cortada.
Vejam, senhores, lembrem-se de 94. Nosso nome não aparecia em nenhuma pesquisa. Diziam assim, eles só sabem dizer o nome Ereas, mais nada.
E aí, qual não foi a surpresa daqueles senhores, quando, ao serem abertas as urnas, nós que estávamos lá embaixo nas chamadas pesquisas, ultrapassamos figuras famosas no cenário político nacional, três ex-governadores do Rio de Janeiro, de São Paulo e de Santa Catarina. Nomes respeitadíssimos. E nós tivemos quase 5 bilhões de pessoas que acreditaram em nós.
E nós tínhamos, não esse tempo nosso, tínhamos um minuto para expor nossas ideias. Senhores, eu fico feliz de ver essa plateia toda. O momento é o momento de reflexão.
A minha mensagem é muito mais mensagem de fim de ano, de esperança, do que de qualquer outra coisa. Quando algum dos senhores disseram, não tem jeito, eu vou lhes dizer uma coisa que aprendi há muito tempo. Quando estava começando o meu curso médico, cada um de nós aqui é um vitorioso, já é vitorioso.
Quando o pai de cada um de nós e a mamãe de cada um de nós se uniram no ato carnal, havia milhões, milhões de espermatozóis disputando aquele ovócito de segunda hora, que a imprensa ignorante chama de ovo. Naquele instante, naquele instante belíssimo da criação, naquele instante sagrado, daqueles espermatozóides todos que formam a corona radiada, aqueles todos, só um penetra no ovócito de segunda hora. E há uma verdadeira insensibilidade nele pelos outros.
Todos os outros morrem. E foi daqueles espermatozóides, com aquele ovócito, que nasceu cada um de nós. Naquele instante, cada um de nós foi premiado.
Já nascemos vencedores. Os senhores dirão, não tem jeito. O poder deles é muito grande.
Não, senhores. Se fosse tão grande, nós não estaríamos aqui hoje. Quando nós começamos, nós o fizemos graças à confiança absoluta que tiveram em nós, pessoas que aqui estão presentes.
Não dá para citar todos, eu peço desculpas. Cada um de nós nasceu vencedor. Quando o dia se acaba e nós acordamos, nós continuamos sendo vencedores.
Tudo de que eu estou falando é rumo de Deus. Eu não tenho mérito nenhum, nenhum. E eu vou usar essa força que o Criador me deu e que eu usei para transmitir conhecimentos durante quatro décadas.
Ensinei português, matemática, física, biologia, química e diversas disciplinas médicas ao longo das últimas décadas. E 89, indignado com isso que é estar. E tendo uma consciência já razoável, não plena.
Plena, passei a adquiri-la dentro do processo. Conhecendo as últimas aquisições. Sou Marcos Coimbra, da Escola Superior de Guerra.
Sou Benayon, doutor em Economia e Hamburgo. Sou Bautista Vidal, que lhes falou há pouco. Fui enriquecendo, fui aprendendo cada vez mais.
E fui ficando cada vez mais perigoso. Cada vez mais o poder constituído deve. Cada vez mais o poder constituído dá um passo atrás e diz, é um perigo.
Dizem de quando em quando eu ouço, esse homem é um perigo para o Brasil. Para o Brasil ou para aqueles senhores? Para quem nós somos um perigo? Atrás de quem os senhores estão? Os senhores estão lutando afinal de contas por quê? Se não pela salvação da nossa pátria. O que nós queremos é a escola pública que funcione.
Nós não queremos fechar nenhuma escola particular. Não. Nós queremos pegar a escola pública, tomá-la e levá-la para um patamar tão digno que todo mundo queira voltar a ela.
E aí a escola particular vai se corrigir o problema dela. Nós queremos que o hospital público funcione. E não que seja um depósito onde são lançados os pobres da nossa pátria.
Nós não queremos nada de mais. Não queremos matar ninguém. Não queremos campo de concentração.
Não queremos nada disso. Nunca, jamais, corrijam-me se eu estiver mentindo. Em nenhum momento da nossa trajetória dissemos que íamos atuar contra o Congresso Nacional.
Em nenhum momento. Nós dizemos sim. Como diz Pietro Baldi, que dizia, já faleceu, grande espiritualista, diante de um grande chamado, de um chamado profundo, até a pedra responde.
E aquele congresso, o mesmo que a está é feito de homens, seres humanos como nós, que precisam apenas de um chamado, de um exemplo forte, e não de um exemplo ao contrário, de um exemplo de hipocrisia plena, que nos está levando rápida e definitivamente ao desastre. Meus amigos, eu tenho uma mensagem que não é nova, que eu escrevi em 89, mas ela é atual. Quando sentados os fundadores do Prona, naquela época, nos reuníamos pensando no que dizer, nós escrevemos alguma coisa.
Não vou falar mais da riqueza do país, do potencial que nos fará, com certeza, a maior potência do planeta, não para esmagar ninguém, mas para exigir que nos respeitem, que parem de tratarmos como escravos. Não mais falarei, isso já foi dito aqui. Não mais vou falar sobre a Amazônia.
Não mais vou falar sobre a riqueza federal. A minha mensagem é para o homem, é para o cidadão pleno, que tem dentro de si, no cerne, no âmago, na região mais recúndita, mais abscunda do seu ser, a vontade de acertar. Vontade que existe no fundo de nós, até no fundo do cárcere.
A minha mensagem é para o homem, independentemente da sua raça, da sua classe, da sua religião. A minha mensagem é uma mensagem de civismo, de amor à pátria. Na verdade, uma avalanche de inconsequências.
Vem há séculos se derramando sobre a sociedade brasileira. Cresce o valor da iniquidade. Estiola-se o valor do trabalho produtivo.
Vive-se uma época de desesperança, que necessita com urgência de um exemplo vívido, que possa reacender nas pessoas a chama da cidadania, do civismo e da confiança na pátria. Já é tempo que surja uma política voltada, realmente para a sociedade, e não dela desligada. Lutando os políticos entre si, numa ultrajante troca de favores, que visa sempre e exclusivamente a destruição dos sonhos de uma sociedade livre que pretende caminhar para o futuro.
Nós vamos criar e vamos com certeza fazê-lo. Nós todos juntos vamos criar a era da convicção, a era da verdade, a era da decência, a era da dignidade, a era da confiança, a era do respeito, a era da ciência, a era da inteligência, a era do preparo, a era do entusiasmo. Muito obrigado, senhores.
Viva o Brasil! Viva o Brasil! Obrigado a todos pela presença dos senhores neste momento tão importante. Está encerrada a sessão. Muito obrigada.
Fim
Fonte: Vídeo intitulado "Nunca Desista dos Seus Sonhos - Dr Enéas" - Disponível no YouTube: https://www.youtube.com / watch?v=7qbGZ8EhdDs