🔉️(737)_HOMENS NOVOS PARA UM MUNDO NOVO [Religião] (Pe. Jonas Abib)

 


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"HOMENS NOVOS PARA UM MUNDO NOVO" 

Palestra do Padre Jonas Abib que se baseia no livro do Apocalipse, capítulo 21, versículo 5 e seguintes. 


A mensagem central é que Deus está renovando todas as coisas e, para isso, Ele busca "homens novos para um mundo novo".


O Padre Jonas enfatiza que o Senhor não se preocupa apenas com a transformação individual. Não devemos criar um "mundinho nosso pessoal" onde a preocupação é só com a própria oração, conhecimento da palavra ou santificação. A ideia de ser uma "ilha isolada" é um engano. Pelo contrário, somos enviados para trabalhar em um mundo que ele descreve como "árido" e "deserto", assim como a terra da Palestina. Somos "bem-aventurados" mesmo quando sofremos, choramos, nos sentimos pobres ou impotentes, porque o poder de Deus está em nós.


A maneira de nos tornarmos "homens novos" é, paradoxalmente, "trabalhar para um mundo novo". Ele usa a analogia de uma ferramenta: quanto mais ela é usada, mais afiada fica; se for deixada de lado, enferruja e perde o corte. Da mesma forma, nos tornamos "criaturas novas" ao nos colocarmos "a serviço do Senhor para a criação de um mundo novo". É um engano pensar que primeiro devemos nos tornar uma pessoa nova, focando na própria santificação, oração e evitar o pecado. Na verdade, ao nos lançarmos no trabalho para o Senhor, mesmo em meio a desânimos e quedas, o Senhor começa a nos transformar. Quanto mais nos entregamos, mais Ele nos "capricha" e nos cuida, como um operário cuida de uma ferramenta útil e boa. Quanto mais nos entregamos nas mãos de Deus para criar um mundo novo com Ele, mais nos tornamos homens novos.


Há uma "triste ilusão" entre muitos cristãos de que Deus vai lhes dar um "mundinho novo" já renovado para que possam ser felizes. Muitos esperam que Deus renove o mundo antes de eles entrarem nele, ou que mude sua família, seu emprego ou ambiente para depois poderem ser bons cristãos. O Padre Jonas argumenta que é "justamente o contrário": devemos "embarcar na família como ela está, estragada como ela está", e é nesse "campo árido" que devemos trabalhar. O Senhor conta conosco como instrumentos de renovação. Ele afirma que esperar que Deus acabe com todos os problemas (econômicos, políticos, sociais) antes de sermos os cristãos que Ele quer é um "engano", pois isso "nunca vai acontecer". Na verdade, é na "luta" contra os problemas que nos tornamos "cristãos de fibra", com "força e pujança do Espírito Santo". A ferramenta boa é aquela que está sendo sempre usada no trabalho, tornando-se mais forte e melhor. Nós também nos tornamos os cristãos que o Senhor quer "justamente na luta contra os problemas que nós enfrentamos".


O Padre Jonas faz um parêntese importante sobre as "pessoas problemocêntricas", ou seja, aquelas cuja vida está centrada nos problemas, e não em Jesus ou no Espírito Santo. Essas pessoas, mesmo sendo piedosas, usando o Senhor para resolver seus próprios problemas, instrumentalizando-O para que Ele as sirva. Ele enfatiza que não somos nós que devemos usar o Senhor para nossos "probleminhas pessoais", mas sim "nós servindo o Senhor para a solução dos problemas do mundo, para fazer um mundo novo". Ele compartilha que, embora tenha seus próprios problemas, ele não é problemocêntrico, mas sim "cristocêntrico", colocando-se "a serviço do Senhor para a solução desses problemas no Senhor". A cabeça e o coração devem estar no Senhor, e não no problema.


Ele usa uma comparação "meio desabusada" sobre cachorros e pulgas. Cães com pulgas permanecem saudáveis e ocupados, enquanto cães sem pulgas enlouquecem por não terem com o que se ocupar. Ele sugere que talvez Deus tenha colocado "pulgas" (problemas) em nossas vidas para não ficarmos loucos, para nos manter em busca do Senhor, atentos, lutando e enfrentando. Ele conclui que "bendito seja Deus pelos problemas que nós temos", pois a "vida boa não é a vida sem problemas". Pelo contrário, "bem-aventurados aqueles que choram, aqueles que passam perseguições, aqueles que são caluniados, bem-aventurados aqueles que passam por problemas, porque deles é o reino dos céus, e neles opera poderosamente e maravilhosamente o Espírito Santo".


O Senhor quer renovar todas as coisas e confirma que essas palavras são fiéis e verdadeiras. Ele é o "Alfa e o Ômega", o "começo e o fim" de tudo, inclusive da renovação e da solução dos problemas. A entrega é fundamental, como a de Maria, que disse: "eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim, segundo a sua palavra". Por essa entrega, o Senhor fez nela maravilhas, e ela gerou o Salvador e a salvação. A mesma atitude é esperada de nós: dizer "eis aqui o escravo do Senhor, faça-se Senhor, segundo a tua palavra". Isso está ligado a sermos pessoas "cheias do Espírito Santo e dóceis à sua condução" para "fazer um mundo novo".


Para aqueles que têm sede de ver um mundo novo e Jesus sendo Rei e Senhor deste mundo, o Senhor promete "dar gratuitamente a beber da fonte da água viva". Essa sede não é de ser uma pessoa santa e perfeita pessoalmente, mas sim de "ver esse mundo renovado", de se entregar nas mãos do Senhor, mesmo sentindo-se pequeno e impotente. Ele compartilha que nunca pensou em fazer "coisas grandes para o Senhor", pois sempre se julgou incapaz. No entanto, Deus lhe deu a "docilidade de me entregar nas mãos do Senhor". Por essa entrega, o Senhor colocou nele a sede de levar a palavra de Deus aos irmãos.


Apesar de se sentir pobre e com muitas limitações, ele quis trabalhar para o Senhor e teve "fome e sede de trabalhar para o Senhor". Ele conclui que, mesmo tendo feito "grandes coisas" para o Senhor, elas são "insignificantes em vista daquelas que precisam ser feitas". A mensagem final é um convite: "não pense em fazer grandes coisas para o Senhor", mas "se entregue para você ser instrumento dele, para fazer homens novos, para um mundo novo". Onde quer que estejamos – como mãe, pai, profissional, professor, dirigente de grupo de oração – devemos "frutificar para o Senhor" e não deixar o Espírito Santo "parado" dentro de nós, pois "há muito por fazer", "muito por evangelizar".


Fim

Fonte: k7-HOMENS NOVOS PARA UM MUNDO NOVO [Religião] (Pe. Jonas Abib).mp4





🔉️(736)_ISAAC [Religião] (por Cid Moreira)


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Bíblia Sagrada - Livro do GÊNESIS

ISAAC

Voz: Cid Moreira


Outra vez o Senhor Deus apareceu a Abraão junto à Sagrada Árvore de Marie. Ele estava sentado à entrada do acampamento, no horário de maior calor durante o dia. Levantando os olhos, Abraão viu três homens parados na sua frente.


Assim que os viu, correu ao encontro deles e se ajoelhou, encostando a cabeça no chão. Abraão disse, Meu Senhor, caso eu mereça Tua amizade, peço de que não prossigas viagem antes de parar na minha humilde casa. Mandarei trazer água para lavar os Teus pés e os pés dos Teus amigos.


Em seguida podereis descansar debaixo da árvore, antes da comida que vou servir. Ele respondeu, Sim, nós aceitamos. Solícito, Abraão entrou no acampamento e disse à mulher, Para, pegue-se depressa uns 10 quilos de farinha para fazer pão.


Em seguida, Abraão foi até o rebanho, escolheu um bezerro bonito e entregou para o criado fazer rapidamente o tempero e assar. Abraão pegou leite, palhada, o bezerro assado e colocou para os homens comerem. Os visitantes perguntaram, Onde está Sara, Tua mulher? Está no acampamento, respondeu Abraão.


Então o visitante falou, Voltarei no próximo ano e Sara, Tua mulher, terá gerado um filho. Sara, ouvindo as escondidas o que o visitante dizia, começou a rir por dentro, justamente porque ela e o marido já eram velhos. Muito avançados em idade.


Para eles havia passado o tempo de ter filhos. Sara então pensou consigo mesma, Como fazer para reativar o sexo? Já somos velhos? O Senhor Deus perguntou. Abraão, por que Sara riu? Por que disse interiormente que está muito velha e fora do período regular das mulheres? Será que para Deus alguma coisa pode ser impossível? Eu já disse e vou repetir.


No próximo ano estarei novamente aqui. E vou encontrar o filho de Sara. A mulher de Abraão, com medo, negou que tivesse achado aquilo engraçado.


Mas o homem reafirmou que tinha certeza que Sara estava rindo. O seu íntimo. Algum tempo depois, o Senhor Deus chamou.


Abraão. E ele respondeu. Estou aqui, Senhor.


Pega o teu filho a quem tanto amas. E vai à terra de Muriá. Na montanha que vou te mostrar.


Queima o teu único filho em sacrifício. No outro dia, Abraão acordou bem cedo. Cortou a lenha, colocou os arreios no jumento.


E saiu para o lugar indicado por Deus. Levando consigo dois criados e o filho Isaac. No terceiro dia, Abraão levantou os olhos e avistou o lugar de longe.


Disse então aos criados. Podeis ficar aguardando aqui. Enquanto vamos até lá.


Depois da adoração, voltaremos. Abraão pegou a lenha para o sacrifício. E a colocou nas costas do filho Isaac.


Enquanto ele levava o fogo e a faca. Os dois continuaram caminhando juntos. Isaac muito inocentemente perguntou.


Pai, que desejas meu filho? Nós temos o fogo e a lenha. Mas onde está o cordeirinho para o sacrifício? Abraão respondeu. O Senhor nosso Deus vai providenciar o cordeiro para o sacrifício, meu filho.


E os dois continuaram caminhando juntos. Quando chegaram ao lugar indicado por Deus. Abraão ergueu o altar.


Colocou a lenha e amarrou o filho em cima da lenha do altar. Depois ergueu a mão, segurando a faca para realmente matar o filho. Mas o anjo de Deus nesse instante gritou.


Abraão, Abraão. Aqui estou, Senhor. Não machuques o menino de forma alguma.


Não faças mal para ele, o teu único filho. Agora sei que temes a Deus. Pois não recusaste ofertar o teu bem mais precioso.


Que é o teu filho Isaac. Abraão ergueu os olhos. E viu um cordeiro atrás de si, preso pelos chifres num espinheiro.


Então foi, pegou o cordeiro. E ofereceu como sacrifício no lugar de seu filho. Por causa disso, Abraão chamou aquela montanha de... Deus providenciará.




Fim

Fonte: CD_Passagens Bíblicas - Vol. 2 - Leitura do Livro do GÊNESIS

(Transcrito por TurboScript.Ai)



 

🔉️(735)_O PODER DAS PERGUNTAS [Palestra] (por Marilda Silveira)

 


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SABER FAZER PERGUNTAS É MAIS IMPORTANTE QUE SABER AS RESPOSTAS

Marilda Silveira


Eu nasci em Bambuí, uma cidade de 23 mil habitantes, onde eu morei até os 15 anos. Lá eu construí meus laços mais fortes e muitas das minhas crenças. Eu acreditava, por exemplo, que para fazer sucesso, eu precisava ter um nome bom, a gente acredita em cada coisa, e eu não levava muita fé em Marilda Silveira não, desculpa pai.

Eu namorei com um rapaz que tinha o sobrenome Carrasa, eu imaginava, Marilda Carrasa, agora sim tem alguma chance de sucesso. Acabou que o namoro não deu certo, eu mirei no Carrasa, acertei no Silva, mas eu me pacifiquei com o meu nome, que eu nunca mudei. Mas talvez tenha sido ali que eu tenha tomado contato com o fato de que aquela não seria a única crença com a qual eu teria que dialogar.

Também foi em Bambuí, que eu escutei muitas vezes. Corre para dentro, está chegando um caminhão leiteiro com o pessoal da colônia. Toma cuidado onde você senta, onde você encosta, é muito perigoso, pode ser que você pegue essa doença.

Em 1949, a Lei 610 regulamentou a política pública de combate à ranceníase, e ela autorizava que as pessoas que fossem diagnosticadas com aquela doença fossem levadas para um lugar compulsoriamente isoladas, que era chamado de colônia ou de leprosários. Essa lei também autorizava que os filhos dos rancenianos fossem levados para orfanatos. A gente não tem muitas informações sobre esses filhos dos rancenianos, mas Bambuí era uma das 40 cidades onde tinha uma colônia, um lugar que até hoje a gente chama de colônia.

A informação mais confiável sobre os filhos dos rancenianos é da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, é do órgão a informação de que 40 mil bebês nasceram nas colônias de rancenianos. Muitos desses filhos nunca viram os pais. Os que viram, algumas vezes, não encontraram nunca mais.

Minha mãe sempre contou o caso do José. O José primeiro viu a mãe embora, depois o irmão. Ele dizia que rezava todos os dias para ficar doente, porque ele sabia que era só com a doença que ele ia reencontrar a mãe.

Ele diz que o dia mais feliz da vida dele foi o dia que ele descobriu que ele estava doente, porque foi o dia do reencontro. Durante praticamente toda a minha vida, a rancenia se teve cura, o isolamento não era mais obrigatório. Mas, ainda assim, eu tinha muito medo.

Eu tinha medo de ficar doente, eu tinha medo de ser separada da minha mãe. Eu tinha medo de tudo, até da minha orelha e do meu nariz caírem. Acredite, a gente ouvia isso, e não era pouco.

O problema é que eu não tinha medo só da doença, eu tinha medo das pessoas. Eu aprendi a ter medo das pessoas. Eu tinha medo porque eu acreditava que a ranceníase não tinha cura.

Apesar de ter cura há mais de 30 anos, eu pensava que aquelas pessoas estavam ali como pessoas más, prontas para poder me transmitir a doença, esperando só a primeira oportunidade. Se eu quisesse, naquela época, reforçar aquilo que eu pensava da vida, que eu acreditava sobre ranceníase, o máximo que eu tinha era o que me falavam, a biblioteca da minha escola ou a enciclopédia Barça que a gente tinha lá na minha casa. Era muito difícil ter acesso ao conhecimento.

E isso não foi muito diferente de ter a faculdade de Direito. Eu me lembro de ir na biblioteca da faculdade para olhar no último volume da revista de jurisprudência, para tentar encontrar jurisprudência. E eu pensava, meu Deus do céu, o dia que for fácil achar isso aqui, não vai precisar de juiz, de promotor, de estagiário, de advogado, para mais nada.

Mal sabia eu que o mundo ia mudar tão rapidamente que a gente ia ter as respostas ali com um clique. É muito difícil não me perguntar se, nesse mundo, com tanto conhecimento, a minha forma de lidar com a ranceníase teria sido diferente. A questão é que a gente é muito bom para achar resposta, mas a gente não é tão bom assim para fazer pergunta.

E quando a gente faz as perguntas, será que a gente está, assim, preparado para encontrar uma resposta diferente daquela que a gente quer? Eu sou advogada e professora de Direito. Eu pesquiso e oriento alunos no mestrado e no doutorado sobre democracia, novas tecnologias e participação feminina na política. Os meus alunos, de modo geral, sabem o que eles querem pesquisar.

O problema é que eles chegam com a pergunta e já chegam com a resposta. Eu sempre pergunto, mas se você já tem a resposta, para que você vai pesquisar isso? Na verdade, é uma pesquisa para poder engordar a justificativa? Isso não faz o menor sentido. Talvez você tenha uma hipótese.

Pesquise, avalie as alternativas. Aí você verifica se a sua hipótese coincide com a resposta. Muitas vezes, as respostas a que a gente chega em uma pesquisa não são as mesmas da nossa hipótese.

O Jonathan Hyde, quando apresenta para a gente a sua teoria sobre os alicerces morais, ele vai descrever a mente humana como uma máquina de contar histórias, não como uma máquina de lógica. Ele vai dizer, a gente podia ter nascido com o cientista na cabeça, aquele que olha as alternativas e tenta encontrar respostas sem viés. Ou com o juiz na cabeça, aquele que analisa os fundamentos, encontra o melhor fundamento e apresenta com uma justificativa.

Mas a verdade é que a gente nasceu com um advogado na cabeça, aquele que está prontinho para levar a mão na prateleira da justificativa, o que tem a resposta e que quer encontrar o fundamento. Como lidar com isso? Cada área encontra sua estratégia. A ciência desenvolveu o método científico, o direito a algumas ferramentas e as principais, o contraditório, a ampla defesa e o dever de fundamentação.

Mas, às vezes, a gente falha miseravelmente. Foi o que aconteceu com os hansenianos. A gente falhou na capacidade de dialogar.

Aí vem a lei e é um pouco mais impositiva. Em 1995, a Lei nº 9.010 proibiu usar a palavra lepra e as suas variações nos documentos públicos. A lei chegou e resolveu.

É proibido usar a palavra lepra nos documentos públicos. A gente faz isso em inúmeras áreas da vida. Não foi muito diferente com as mulheres e com os negros.

Não foi só a cultura que colocou as mulheres e os negros em uma posição de desigualdade. Foi o Estado brasileiro. Até 1962, as mulheres eram consideradas relativamente incapazes.

Para praticar os dados da vida civil, elas precisavam de autorização do marido. Só com o Estatuto da Mulher Casada foi que a mulher perdeu a sua condição de relativamente incapaz. É claro que isso repercutiu na nossa vida.

Repercute até hoje. Não é novidade para ninguém que a mulher tem uma posição de desigualdade na política. A gente não precisa ir muito longe.

É só olhar no segundo turno. Quatro candidatos a presidente e vice. Quatro homens.

24 candidatos no segundo turno. Duas mulheres. Se a gente mudar essa equação e analisar a questão da raça-cor, o resultado não vai ser muito diferente.

A gente teve 50 candidatos, considerando as eleições suplementares. 36 brancos. 11 pardos.

Dois índios. Um preto. A gente segrega o que é diferente.

E o advogado que está aqui na nossa cabeça não está pronto para se tornar um cientista ou um juiz. Ele está pronto para ir lá na prateleira da justificativa. Ele está pronto para usar esse shopping de justificativa que é o mundo novo.

Isso piora quando a gente sabe das coisas. Ou acha que sabe das coisas. Ou quando a gente estudou muito sobre uma coisa.

Ou quando a gente viveu muito uma determinada coisa. Quem não conhece alguém que fala eu tenho experiência. Eu tenho bom senso.

Se bom senso resolver esse problema, o problema está resolvido. Todo mundo que estudou muito uma coisa se acha o suficiente. Não quer mais dialogar.

Mas acontece que, às vezes, a vida apresenta para a gente uma enciclopédia do mundo novo. Normalmente, a gente não sabe mesmo de tudo. Eu, por exemplo, achava que não ia encontrar nenhuma novidade no banho.

Afinal de contas, eu tomei banho a vida inteira, todo dia. Ou quase todo dia, como diz minha mãe. Acontece que a vida me entregou um contraponto.

Eu fiquei muito doente. E eu não conseguia tomar banho sozinha. Essa tarefa era da minha mãe.

Ela que me dava banho. Todo dia era aquela peleja. Mãe esfrega forte.

Mãe esfrega fraco. Você não pode imaginar o que é a coceira de todos os pelos do seu corpo nascendo ao mesmo tempo. Eu nunca vou esquecer a primeira vez que eu tomei banho sozinha de novo.

Da água caindo na minha cabeça. Do poder libertador de levantar o braço e esfregar a minha própria cabeça. Ou de pegar a bucha e esfregar até arrancar o couro para poder acabar com aquela coceira infernal.

Naquele dia eu tive a oportunidade de pisar num lugar que eu nunca tinha estado. Mas mais de um lugar que não era o meu. Eu tive a oportunidade de experimentar o sentimento do coração aberto.

Naquele dia eu escrevi no espelho. Você pode tomar banho sozinha. Seja grata.

Para nunca mais esquecer que às vezes eu posso tomar banho sozinha. Às vezes eu não posso. Às vezes eu estou no grupo dos que pode.

Às vezes eu estou no grupo dos que não pode. Mas, sobretudo, para não perder a capacidade de compreender as razões do grupo em que eu não estou. Tomar contato com o outro lado, com a divergência, não é só uma oportunidade.

É um direito. É o direito de aprender a divergir. De saber aquilo que a gente não sabe.

Não tomar contato com a divergência não faz ela acabar. Ela não vai acabar nunca. Só faz com que eu não saiba.

É muito importante que a gente saiba dialogar com a divergência. Isso é uma prerrogativa que a gente usa no direito. Mas que a gente deve trazer para a vida.

A primeira ação que eu ajuizei na vida foi para os meus pais uma ação de desapropriação indireta. Uma experiência danada. Coitados dos meus pais, sou cobaia.

Quando eu levei a inicial para a minha mãe, ela leu, ganhamos. Certeza que ganhamos. Leu a contestação, perdemos.

Perdemos, perdemos. Na hora que ela leu a réplica, reacendeu alguma esperança. No final das contas, a gente ganhou.

Mas todo esse percurso me ensinou que é o contraditório que salva. Que é mais importante saber fazer as perguntas do que dar as respostas. E que toda vitória é provisória.

Talvez isso não resolva o problema da guerra. Não salve o Estado Democrático de Direito. Mas pode trazer alguma paz para a nossa vida no grupo de WhatsApp da família.

E, quem sabe, nos afaste de algumas crenças, como que a Terra é plana, que o lugar da mulher não é na política e que a gente só vai fazer sucesso se o nosso nome for Carrasa. Muito obrigada.



Fim

Fonte: Vídeo "Saber fazer perguntas é mais importante que saber as respostas | Marilda Silveira | TEDxESMPU" in https://youtu.be/81F1Pfx9LTk?list=LL

(Transcrito por TurboScribe.ai)



🔉️(734)_CONTROLE DAS EMOÇÕES É OBRA DA INTELIGÊNCIA (por Alfredo Castro Neto)


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CONTROLE DAS EMOÇÕES É OBRA DA INTELIGÊNCIA


A emoção determina a inteligência. Em praticamente todas as áreas da ciência, os especialistas concordam que a capacidade de controlar os sentimentos e as emoções está relacionada à inteligência emocional. Os pesquisadores acreditam que a capacidade de adiar a recompensa é uma habilidade. É uma vitória do racional sobre os impulsos. Trata-se de uma característica da inteligência 

emocional, que não aparece nos testes de Q. I. 


A descoberta não foi feita por Daniel Goleman, autor do livro “Inteligência emocional”. No início da década de 70, o pesquisador Walter Mischel, da Universidade de Columbia, relacionou a capacidade de esperar recompensas e o sucesso na vida adulta. Ele reuniu um grupo de crianças, entregou a cada uma um biscoito e pediu que esperassem um tempo antes de comê-lo. 


Algumas comeram imediatamente o biscoito. Em seguida, deu a todas as crianças mais um biscoito e disse que aquelas que conseguissem esperar, ganhariam mais. As mesmas crianças comeram imediatamente. O cientista observou que as crianças que conseguiam esperar a recompensa conversavam com as outras. 


Ele acompanhou o grupo até a adolescência e descobriu que as que souberam esperar tinham melhor desempenho na escola e na faculdade. 


Algumas pessoas podem ter um QI alto e uma boa inteligência emocional, mas muitos indivíduos inteligentes não sabem trabalhar suas emoções. Quando os otimistas falham, costumam atribuir o fracasso a algo que podem mudar. Não encaram o problema como uma deficiência pessoal. 


As habilidades emocionais mais visíveis são aquelas que reconhecemos com maior facilidade, como empatia e amabilidade. O otimismo, por exemplo, é uma medida de auto-estima. De fato, as pessoas com uma visão otimista da vida tendem a enfrentar obstáculos e retrocessos como situações temporárias e, portanto, suportáveis. Os pessimistas levam tudo para o lado pessoal. Eles vêem o mundo como uma ameaça permanente. No mundo dos negócios, o QI é importante para ser contratado. Mas a inteligência emocional serve para promovê-lo. Um exemplo: os atletas são altamente treinados, mas, às vezes, fracassam devido a algum problema emocional como autoritarismo, ambição exagerada e conflitos com colegas de trabalho. 



Alfredo Castro Neto 

Psiquiatra infantil e professor convidado do curso de especialização em neurologia infantil da PUC-RJ. 



Fim

Fonte: 

Site "Motivação" in http://www.idph.net  [ Julho de 2002 ]



 

🔉️(733)_A ALIANÇA [Religião] (por Cid Moreira)

 


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Bíblia Sagrada - Livro do GÊNESIS

A ALIANÇA

Voz: Cid Moreira


Quando Abrão já estava idoso, muito adiantado em idade, o Senhor lhe disse: Eu sou o Deus Todo-Poderoso. Sê obediente. Anda na minha presença. Quero estabelecer contigo minha aliança para multiplicar sem limites a tua descendência. 


Abrão caiu com o rosto em terra e Deus continuou dizendo: Esta é a minha aliança contigo. Tu serás pai de muitas nações. Já não te chamarás Abrão, mas Abraão, porque farei de ti o pai da multidão de nações. Eu te farei extremamente fecundo, pois de ti sairão nações e terás reis como descendentes. Esta é a minha aliança contigo e com teus filhos para sempre. Uma aliança eterna para ser o teu Deus e o Senhor de tua descendência. E a teus descendentes, Abraão, darei a terra onde moras como estrangeiro. Todo o país de Canaã como propriedade da família de geração em geração. E eu serei o Deus do povo. 


Abraão, tu guardarás minha aliança para sempre. Esta aliança que estou fazendo contigo e com teus descendentes consiste em circuncidar todos os homens do teu meio. A circuncisão é sinal da aliança que estamos fazendo. Portanto, no oitavo dia do nascimento, os meninos deste lugar serão circuncidados. Mesmo os filhos dos escravos. Assim todos vão carregar na carne para sempre o sinal de minha aliança. O incircunciso, porém, não pode morar com teu povo, porque não respeitou a minha aliança.



Fim

Fonte: CD_Passagens Bíblicas - Vol. 2 - Leitura do Livro do GÊNESIS

(Transcrito por TurboScript.Ai)


🔉️(732)_A HISTÓRIA REAL DE QUEM ATIVOU A SORTE [Comportamento]

 



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A HISTÓRIA REAL DE QUEM ATIVOU A SORTE COM AFIRMAÇÕES PODEROSAS


Você acreditaria se eu dissesse que uma mulher com mais de 50 anos, sem formação em finanças, sem entender de investimentos, ganhou na loteria três vezes apenas repetindo cinco palavras? Parece impossível, não é? Mas e se eu te contar que isso não só é verdade, como pode estar ao seu alcance também? Nós crescemos ouvindo que dinheiro é difícil, que riqueza é para os outros, que sorte só bate na porta dos mais jovens, dos mais estudados, dos que nasceram em berço de ouro? Mas hoje você vai ver que a realidade pode ser muito diferente, principalmente quando você aprende a usar uma ferramenta que sempre esteve com você, a sua palavra. Louise Hay, uma das mulheres mais respeitadas no mundo do desenvolvimento pessoal, descobriu um segredo que mudou a vida de milhares de pessoas, e hoje eu vou compartilhar com você as exatas cinco palavras que essa mulher usou todos os dias, até ganhar na loteria não uma, mas três vezes. Então vamos começar, porque o que você vai aprender hoje pode ser o começo de uma nova história. 


Uma história de sorte, sim, mas construída com fé, decisão e poder interior. Louise Hay sempre foi uma mulher à frente do seu tempo. Ela compreendeu, muito antes da ciência comprovar, que nossas palavras não são apenas sons, elas são sementes que lançamos no solo fértil da nossa mente, e dependendo das palavras que escolhemos repetir todos os dias, podemos colher escassez ou abundância. 


E foi num momento de dor pessoal que Louise descobriu o verdadeiro poder de transformação da linguagem. Ela usou palavras para curar doenças, para transformar relacionamentos e, como poucas pessoas sabem, para atrair dinheiro e oportunidades financeiras de forma quase mágica. Ela percebeu que, ao invés de pedir, suplicar ou reclamar, a chave estava em afirmar, declarar como se aquilo já fosse verdade. 


E é aí que entram as cinco palavras que mudaram tudo. Essas palavras não nasceram por acaso. Louise passou anos estudando filosofia, metafísica e práticas espirituais ancestrais. 


Ela mergulhou em textos milenares e combinou isso com a psicologia moderna, até perceber um padrão. As pessoas que mais prosperavam, que mais colhiam milagres, eram aquelas que falavam como se a bênção já tivesse acontecido. Louise chamou isso de a linguagem da criação consciente. 


E essas cinco palavras, que você vai conhecer ainda neste vídeo, são uma espécie de atalho para colocar a mente no estado certo. O estado da recepção, da abertura, da prontidão para a sorte. E atenção, não são palavras mágicas. 


Não tem nada a ver com superstição. Elas funcionam porque ativam partes do seu cérebro responsáveis por reconhecer oportunidades, fortalecer decisões e romper ciclos de autossabotagem. Quer um dado concreto? Um estudo da Universidade de Harvard mostrou que pessoas que utilizam afirmações positivas diariamente aumentam significativamente sua autoconfiança, clareza nas decisões e capacidade de lidar com desafios. 


Ou seja, não é só mentalizar, é programar seu cérebro para vencer. E foi justamente isso que uma mulher comum, simples, com mais de 50 anos, fez ao descobrir essas palavras. O resultado? Ela ganhou na loteria. 


Não uma, mas três vezes. Agora eu quero que você imagine a seguinte cena. Uma mulher com 57 anos, recém-aposentada, morando em uma cidade pequena do interior, lidando com contas atrasadas, filhos adultos desempregados e um sentimento profundo de frustração com a vida. 


Essa mulher podia ser qualquer uma de nós, e foi exatamente nesse momento que ela descobriu o livro de Louise Hay e decidiu fazer algo que até então parecia até bobo. Repetir cinco palavras todos os dias diante do espelho. O nome dela é Marlee, e talvez o mais incrível dessa história nem seja o fato de ela ter ganhado na loteria uma vez, mas sim ter ganhado três vezes em menos de dois anos. 


A primeira foi um bilhete raspadinha com um prêmio de mil reais. A segunda, um bolão com as vizinhas que rendeu 22 mil reais. E a terceira, um jogo simples, feito sozinha, que trouxe mais de 300 mil reais para a sua conta bancária. 


E o mais curioso, todas as vezes ela fez o mesmo ritual. Sempre às sete da manhã, antes do café, ela ficava de pé diante do espelho da sala, segurava uma moeda dourada com a mão direita e repetia, com emoção e convicção, as cinco palavras que aprendeu no livro de Louise Hay. Ela não jogava toda semana, não fazia grandes apostas, mas quando jogava, ela dizia que sentia que ia ganhar. 


Não porque tinha uma intuição mágica, mas porque já havia se colocado no estado de merecimento, no estado de vitória. Quando perguntei a Marlee o que mudou em sua vida além do dinheiro, ela respondeu algo poderoso. O que mudou foi que eu parei de me sentir derrotada. 


Comecei a me tratar como uma vencedora. O dinheiro foi só consequência. E aqui está o ponto-chave que eu quero que você entenda. 


Não foram as palavras que fizeram o dinheiro cair do céu. Foi o estado interno que essas palavras ativaram nela. Um estado de confiança, de merecimento, de foco. 


E foi isso que abriu os caminhos para a sorte se manifestar. Eu vou te entregar agora, com todo cuidado e carinho, o método exato que levou a Marlee a ganhar na loteria três vezes e que foi inspirado diretamente nos ensinamentos de Louise Hay. Antes de mais nada, entenda uma coisa muito importante. 


Não se trata de superstição, mas de repetição consciente. A chave está em criar um novo padrão mental. E isso só acontece quando você pratica diariamente, com verdade, com presença e com emoção. 


Aqui está o passo a passo para aplicar a técnica em casa. Escolha um horário fixo todos os dias. O ideal é pela manhã, antes de qualquer distração. 


Pode ser logo ao acordar ou após o banho, quando sua mente ainda está limpa. Vá para um lugar calmo, de preferência onde tenha um espelho. Ficar de pé, com a coluna ereta, ajuda a manter o foco e a energia. 


Segure na mão uma moeda dourada ou qualquer objeto simbólico que represente abundância para você. Olhe nos seus próprios olhos no espelho e repita com clareza e emoção as seguintes palavras.

Eu já sou uma milionária feliz. 

Eu já sou um milionário feliz.

Essas palavras foram escolhidas por um motivo. Elas colocam o cérebro em estado de vitória. Quando você afirma que já é, você engana, no bom sentido, o seu subconsciente. 


Você começa a agir, pensar e se posicionar como alguém próspera. E é aí que as oportunidades aparecem. Repita a frase pelo menos cinco vezes, mas não diga de qualquer jeito. 


Coloque emoção, sinta gratidão. Imagine como seria sua vida agora com esse dinheiro. Veja você pagando suas dívidas, ajudando seus filhos, viajando, sorrindo. 


Isso é o que cientistas chamam de ativação neural imagética, comprovada por estudos da Universidade de Stanford como eficaz para criar novos caminhos neurais. Feche o ritual com uma respiração profunda. Coloque a mão no coração e diga, eu confio, eu recebo, eu agradeço


Isso encerra o ciclo e sela a intenção. E agora, como prometido, aqui está o presente especial. O segredo que os milionários de Bel Air usam para multiplicar sua energia de prosperidade em tempos de crise. 


A técnica do modo milionário da manhã. É uma rotina simples que eles fazem todos os dias antes de qualquer atividade, e que agora você vai conhecer.

  • Acordar e beber 300 mililitros de água com meio limão espremido em jejum. Isso ativa o sistema digestivo e clareia a mente. 
  • Evitar qualquer notícia negativa na primeira hora do dia. 
  • Repetir afirmações poderosas em frente ao espelho por pelo menos cinco minutos. 
  • Escrever três coisas pelas quais você é grata(o).
  • Fazer algo, por menor que seja, que te aproxime da sua meta de riqueza. Essa sequência muda a sua vibração por completo.


E quando você começa o dia com esse alinhamento, você não só atrai sorte, você atrai soluções, ideias, pessoas e oportunidades. Aplique por 21 dias e observe as mudanças. Não apenas no que acontece fora, mas principalmente no que muda dentro de você.


A transformação começa com uma decisão. Recapitulando, você descobriu o mistério das cinco palavras poderosas de Louise Hay. Entendeu o conceito de criar sua realidade com a força da afirmação. 


Conheceu a história real e inspiradora de uma mulher que ganhou na loteria três vezes, simplesmente ao assumir um novo estado mental. E, o mais importante, você aprendeu como aplicar esse método na prática, com clareza, com emoção, com consistência. Também recebeu um presente exclusivo, o ritual usado por milionários de Bel Air para multiplicar sua energia de prosperidade todos os dias, mesmo em tempos de crise. 


E se você sente que esse conteúdo tocou seu coração, que ele te trouxe esperança, luz e direção, não sai daqui sem deixar o seu like. Ele mostra para o YouTube que este vídeo é valioso e permite que essa mensagem chegue a ainda mais pessoas que, assim como você, estão buscando uma virada na vida financeira. Agora, comenta aqui embaixo a frase. 


Eu ativo minha sorte e minha riqueza todos os dias. Escreva isso com fé, com verdade, como um compromisso com essa nova fase que está começando agora na sua vida. E, claro, inscreva-se no canal para continuar recebendo conteúdos como esse. 


E envie esse vídeo para alguém que você ama muito. Até mais!


Fim

Fonte: Vídeo "Ganhei na LOTERIA 3 VEZES REPETINDO ESSAS 5 PALAVRAS - Louise Hay" in https://youtu.be/hi0pnYQr5uY

(Transcrito por TurboScribe.ai.)


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🔉️(731)_COMO A IA VAI MUDAR TUDO; INCLUSIVE VOCÊ [Palestra] (Miguel Fernandes)

 



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COMO A IA VAI MUDAR TUDO; INCLUSIVE VOCÊ

(Miguel Fernandes)


É irônico eu começar uma fala sobre inteligência artificial citando o Ailton Krenak, que é um dos críticos mais ferrenhos que eu conheço à nossa sociedade tecnológica. Para ele, o computador é uma máquina demoníaca e eu gosto muito de ler os livros dele porque ele me faz exercitar o pensamento crítico, que é uma das principais habilidades que a gente vai precisar desenvolver nessa era da inteligência artificial. Nesse livro que eu li dele, o último livro que eu li dele, chamado O Futuro é Ancestral, ele faz um ensaio sobre o rio.


O rio, para os povos da floresta, é fonte de vida. As terras ao redor do rio são férteis. O rio tem peixes suculentos que alimentam a população.


Mas, ao mesmo tempo, o rio é fonte de perigos. Se você entrar desavisadamente no rio, você pode ser levado pela correnteza ou você pode ser mordido por um crocodilo. E o sucesso da população, a felicidade daquela população que vive nas margens daquele rio tem a ver com a capacidade daquela população de estar adequada àquele ambiente, de estar sincronizada com aquele ambiente, de estar conectada com o ecossistema onde eles vivem.


E esse é um dos papéis do pajé do Ailton. Alertar as pessoas em relação aos perigos, alertar as pessoas em relação à necessidade de preservar aquele rio, em relação aos benefícios daquele rio. E quando eu li isso, eu fiquei pensando sobre a nossa vida e é por isso que eu conto essa história.


Nós não somos povos da floresta que vivemos à beira de um rio de água. Nós vivemos à beira de um rio de bits e bytes, na frente de muitas telas, na frente dos computadores. E a inteligência artificial, ela é esse novo rio.


Nós estamos nesse momento diante de um mar desconhecido, portanto que causa muito medo para muita gente, mas que precisa ser desbravado para que a nossa espécie humana consiga sobreviver. A inteligência artificial, ela é fundamental para a nossa sobrevivência e ao mesmo tempo ela é um risco para a nossa sobrevivência. E a gente tem que aprender a conviver com ela da melhor forma possível.


Em 97, o Gilberto Gil fez uma música que me marca até hoje e ele convidava quem ouvia a pegar a sua jangada e navegar na infomaré, navegar na internet. E é essa analogia que eu vejo hoje para a inteligência artificial. É um novo rio que a gente precisa aprender a navegar para que ele se preserve e que ele traga benefícios para a humanidade e não malefícios, que ele pode trazer, tem seus perigos.


Há 20 anos eu me preocupo em fazer as máquinas ficarem inteligentes. Eu trabalho com inteligência artificial há 20 anos. E há mais ou menos 6 anos eu me deparei com a dificílima tarefa de desenvolver inteligência no ser humano.


O meu filho nasceu e eu precisei ensinar ele a viver nesse mundo complexo que a gente vive hoje. E fui estudar educação, fui dar aula no ensino fundamental, fui dar aula no ensino médio. Recentemente eu estava dando uma palestra para alunos do ensino médio e um deles levantou a mão, esses do fundo, sabe? Ele levantou a mão e falou assim, não, Miguel, agora com a inteligência artificial se a professora pedir para eu fazer um dever eu posso ir da inteligência artificial, ele faz para mim e eu entrego para a professora.


Expertinho. Eu falei para ele, é verdade, você pode usar a inteligência artificial para fazer isso, mas você também poderia usar a inteligência artificial para... Imagina que, por exemplo, a sua professora de história pediu para você fazer uma redação sobre a Revolução Francesa. Por que ela pediu para você fazer uma redação sobre a Revolução Francesa? Para você aprender sobre a Revolução Francesa, refletir sobre ela e entender qual é o impacto daquele fato histórico que aconteceu séculos atrás na sua vida hoje e que é o impacto enorme, a sua vida seria completamente diferente se aquele evento histórico não acontecesse.


E você pode, de fato, pedir para a inteligência artificial escrever um texto, copiar e dar para a sua professora, ou você pode, por exemplo, pedir para a inteligência artificial incorporar o Napoleão Bonaparte e conversar com o Napoleão Bonaparte sobre como ele se sentiu durante a Revolução Francesa, o que ele estava pensando no 18 de Brumário. Você pode conversar com a Cleópatra, você pode conversar com Dom Pedro, você pode conversar com qualquer personagem histórico e aí você faz a sua redação contando como foi entrevistar o Napoleão Bonaparte. Quem vai ter aprendido mais? Quem vai tirar a melhor nota? Quem vai ganhar mais dinheiro ou ter melhores salários na hora que for para o mercado de trabalho? É aquele aluno, é aquela pessoa que mantém viva a curiosidade e, de novo, o pensamento crítico, que você continue usando a inteligência artificial para refletir sobre o que acontece à sua volta e sobre o que o seu professor está querendo que você aprenda.


Tem um estudo do MIT que o professor dividiu a turma em dois grupos. Um dos grupos precisava resolver o exercício usando a inteligência artificial, o outro grupo precisava resolver o mesmo exercício sem usar a inteligência artificial. Qual foi o resultado? O grupo que usou a inteligência artificial resolveu muito rápido, muito mais rápido.


O grupo que não usou a inteligência artificial demorou mais tempo, mas resolveu também. Chegou no resultado parecido. Conclusão, a inteligência artificial é muito melhor porque você resolve o problema muito mais rápido com ela.


Muito bem, passou uma semana e esse mesmo professor foi perguntar para os alunos sobre aquele exercício que eles fizeram na semana anterior. E os alunos que usaram a inteligência artificial não lembravam do exercício, não lembravam a solução, não lembravam o problema, não lembravam do que eles fizeram. E quem não usou a inteligência artificial lembrava com minúcias de detalhe da angústia de não ter a resposta pronta, do processo de encontrar a resposta, dos erros que eles cometeram, ou seja, eles aprenderam.


A inteligência artificial está a serviço da eficiência, mas nem tudo na nossa vida é para ser eficiente. O processo de aprendizado é uma ineficiência do nosso cérebro tentando assimilar um conhecimento que a gente não sabe muito bem como vai assimilar. A gente precisa errar para aprender.


E muitas vezes a inteligência artificial, por ser essa tecnologia tão sedutora, pode limitar a nossa capacidade de aprender porque ela vai nos dar uma resposta pronta e não vai deixar a gente se angustiar e se debruçar sobre aquele problema que a gente quer resolver. Eu fui fazer um texto recentemente para a minha coluna, um artigo que eu estava escrevendo, onde eu queria fazer um paralelo entre as leis de Newton e o mundo corporativo. E pedi lá para a inteligência artificial, faz um texto fazendo um paralelo entre as leis de Newton e o mundo corporativo.


Aí chegou lá, começou a inteligência artificial. Primeiro a lei de Newton, segunda a lei de Newton, terceira a lei de Newton, quarta a lei de Newton, quinta a lei de Newton, sexta... Aí eu comecei a... Tem alguma coisa errada, né? Aí eu falei para ela, parei, pedi para ela parar de falar, não tinha fim as leis de Newton. Pedi para ela parar e falei assim, ó, tem alguma coisa errada, porque não tem tantas leis de Newton.


Ela, como sempre, muito educada, ah, é verdade, me desculpe pelo equívoco e tal, e fez corretamente. Se eu tivesse feito o que muita gente tem feito, que é um erro enorme, simplesmente pegado o que ela me deu e publicado, eu estaria usando a inteligência artificial para ser um grande burro, dizendo que Newton tem seis, sete, oito leis. E esse é mais um exemplo da importância do pensamento crítico quando você usa a inteligência artificial.


A inteligência artificial é treinada, é desenvolvida para produzir textos muito convincentes e muito sedutores, que nós humanos adoramos ler. A mesma coisa vale para a imagem, tudo o que você vê em uma tela hoje pode ter sido gerado por inteligência artificial, tudo, qualquer vídeo, qualquer imagem, qualquer pessoa gesticulando, a inteligência artificial é essa tecnologia capaz de imitar o ser humano em uma tela, de forma que nós, humanos, não conseguimos mais perceber a diferença. Então, é muito importante você exercitar o pensamento crítico quando você usa a inteligência artificial.


O viés não está só na inteligência artificial, está em quem usa também. Uma professora de português me contou essa história que eu achei incrível. O aluno chegou para ela, até hoje esse livro está na Emmental, quando estava no ensino médio, eu li um livro do Machado de Assis chamado Dom Casmurro, onde há uma potencial traição da Capitu em relação ao Bentin.


E o aluno chegou todo feliz para a professora e dizendo, professora, professora, eu descobri que a Capitu traiu o Bentin, eu pesquisei na internet e ninguém sabia, mas eu descobri que ela traiu. Professorão, como assim você descobriu? Não, esperto, eu pedi para a inteligência artificial se comportar como a Capitu, e eu conversei com ela, e ela me confessou, ela confessou que traiu o Bentin. Aí a professora ficou desconfiada e falou, deixa eu ler aqui os seus prompts, os seus comandos.


E quando ela foi ver os comandos, ela percebeu que o garoto induziu a inteligência artificial a dar a resposta que era a interpretação dele sobre a história. E quando ele chega e fecha a história, ele tira a maior beleza que é o livro, que você não saber se Capitu traiu o Bentin. E você pode ler isso com 15 anos e ter uma interpretação, você pode ler com 30 e ter outra interpretação.


Esse não é um problema que a gente precisa resolver, e muito menos de inteligência artificial para resolver. Você perde a oportunidade de deixar sua imaginação decidir, no final de contas, o que aconteceu. Um dos maiores aprendizados que o meu filho me deu foi de contemplar a vida, foi de contemplar a natureza.


Eu sempre fui muito nerd, videogame, computador e tela, e ele gosta muito de ver o pôr-do-sol. Acho que uma das coisas que ele mais gosta é ver o pôr-do-sol. E o pôr-do-sol se põe num horário que eu preciso estar escrevendo os meus textos, resumindo as notícias de inteligência artificial para publicar.


E o Joaquim nesse dia, o Joaquim, o nome do meu filho, ele virou para mim e falou, papai, o sol está indo dormir, a gente tem que dar tchau para o sol, preocupadíssimo. Eu falei, calma, Joaquim, eu preciso fazer uma coisa. Não, mas o sol vai dormir e tal.


Pera aí. Aí eu fui para o computador e configurei um robô com inteligência artificial que foi ler para mim todas as notícias nos sites que eu costumo ler e fazer um resumo dessas notícias. Ficou lá a inteligência artificial trabalhando para mim, eu saí, nós vimos o pôr-do-sol, e quando eu voltei, a inteligência artificial estava terminando de resumir a última notícia.


Quando eu cheguei e olhei aquilo, eu organizei o texto, me aprofundei no que eu queria me aprofundar, fiz o meu texto, e depois fiquei refletindo sobre isso. É a primeira vez que uma tecnologia me dá tempo de exercer a minha humanidade. Não faz o menor sentido eu desenvolver uma inteligência artificial que vai contemplar o sol ou que vai sentir amor por uma criança ou pelo seu filho, e eu sempre vivi numa correria muito grande, de ter que entregar aos trabalhos, de ter que fazer as coisas e não ter tempo para nada, mas agora eu encontro na inteligência artificial a possibilidade de exercer a minha humanidade na minha plenitude, porque enquanto eu estou vendo o pôr-do-sol, eu sei que tem uma máquina fazendo uma parte do trabalho que para mim é enfadonho, eu odeio resumir texto de notícia, eu acho isso muito chato, mas a inteligência artificial pode fazer para mim.


Muita gente tem medo da inteligência artificial, muita gente é ingênua em relação à inteligência artificial, e resgatando o que eu falei lá no começo, não adianta você ter uma visão de medo e portanto não usar, ou ingênua e usar de qualquer jeito, você precisa usar a inteligência artificial sobre uma perspectiva de como ela vai melhorar a sua vida, e ela melhora a minha vida, ela pode melhorar a sua vida, dependendo da forma como você encarar a inteligência artificial. Ela é artificial, ela foi criada por seres humanos, e ela é uma tecnologia que vai finalmente nos ajudar, dependendo da nossa perspectiva sobre ela, a ser mais humanos. Obrigado.



Fim

Fonte: TED-São Paulo

https://youtu.be/C38xlWnkezQ




🔉️(730)_A FÉ DE ABRAÃO [Religião] (por Cid Moreira)

 


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Bíblia Sagrada - Livro do GÊNESIS

A FÉ DE ABRAÃO

Voz: Cid Moreira


O Senhor disse: Abraão, sai da tua terra! Deixe os teus parentes, a casa do teu pai, e vá para a terra que eu te mostrarei. Farei de ti um grande povo e sempre te abençoarei. O teu nome, Abraão, será uma bênção para os outros. Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem. Com teu nome, todas as famílias da terra serão abençoadas.


Abraão partiu de Arã como o Senhor havia mandado. Ao sair, levou consigo a mulher, Sara; o sobrinho Ló; todos os bens que possuíam e os escravos que haviam conseguido em Arã. Abraão partiu em direção de Canaã, tendo atravessado o país até Siquem, um lugar santo onde ficava a árvore sagrada de Moré. Naquele tempo, os cananeus viviam nessa região. Ali o Senhor disse: Abraão, eu darei essa terra aos teus descendentes. Naquela montanha, Abraão ergueu um altar ao Senhor Deus. De lá foi para a região leste de Betel e ali armou sua tenda, ficando Betel ao oeste e Ai para o lado leste. Também nesse lugar, Abraão construiu um altar e adorou o Senhor.


Houve uma fome tão grande em Canaã que por algum tempo Sara e Abraão tiveram que morar no Egito. Porém, antes de entrar na terra do faraó, Abraão disse a Sara: "Mulher, eu sei que és muito bonita. Vai acontecer que, olhando e vendo a tua beleza, os egípcios dirão: 'É a mulher dele!' e vão querer me matar, conservando-te viva. Dize-lhes, por favor, que és minha irmã para que me tratem com respeito e por tua causa minha vida seja preservada."


Quando Abraão chegou, os egípcios viram que sua mulher era muito bonita. Os oficiais do faraó elogiaram com entusiasmo a sua beleza, de tal modo que Sara foi levada para o palácio do faraó. Abraão foi realmente muito bem tratado pelos egípcios por causa da mulher. Ganhou carneiros, bois, jumentos, escravos, escravas, mulas e até camelos. O Senhor Deus, porém, castigou o faraó e sua família, mandando várias espécies de doenças por ele possuir a mulher de Abraão.


O faraó mandou chamar Abraão e lhe disse: "Por que me fizeste isso? Por que não me contaste que Sara é tua mulher? Por que disseste 'é minha irmã', levando-me a tomá-la por esposa? Portanto, aqui tens a tua mulher de volta. Podes ir com ela." E, obedecendo às ordens do rei do Egito, os oficiais da corte levaram Abraão e Sara para fora do país.


O Senhor disse: "Abraão, levanta os olhos e do lugar onde estás, contempla o sul e o norte, o leste e o oeste. Toda essa terra que estás vendo, eu darei a ti e a tua descendência para sempre. Farei com que os teus descendentes sejam comparados em número com a poeira do chão, que ninguém jamais pode contar. Levanta-te e percorra essa terra de ponta a ponta porque ela será tua."


Abraão levantou o acampamento e foi morar perto das árvores sagradas de Monre, na cidade de Hebron, onde construiu um altar para o Senhor Deus. Em seguida, numa visão, o Senhor falou: "Abraão, não temas! Eu sou o escudo que te protege. Será muito grande a tua recompensa."


"Senhor Deus, que recompensa terei se não tenho filhos e o meu herdeiro é Eliezer, o criado?"


"O teu herdeiro não será Eliezer, mas um dos teus descendentes." E, conduzindo Abraão para o ar livre, disse: "Olha para o céu e conta as estrelas. Esse também será o número de teus descendentes, tão grande que ninguém vai poder contar."


Abraão teve confiança no Senhor, que aprovou sua atitude afirmando: "Eu sou o Senhor teu Deus, que te fiz sair de Ur da Babilônia para te dar como propriedade essa terra."


"Senhor meu Deus, como posso ter realmente certeza de que vou possuir essa terra?"


E o Senhor respondeu: "Traze-me agora uma vaca, uma cabra e um carneiro, todos com três anos. E traze-me também uma rola e uma pomba."


Abraão trouxe tudo e dividiu os animais pelo meio, com exceção das aves, colocando cada metade na frente da outra. Então os urubus começaram a descer sobre os animais mortos, e Abraão os enxotava. Quando veio anoitecer, Abraão caiu num sono profundo e, embora resistisse, foi sentindo medo, até que o terror tomou conta dele.


Então o Senhor disse: "Fica sabendo, Abraão, que tua descendência viverá como estrangeira num país que não é dela. Os teus filhos vão ser oprimidos por quatrocentos anos. Mas eu, porém, vou mandar um castigo para a nação que escravizá-los, e dali sairão com uma riqueza muito maior do que entraram. Quanto a ti, Abraão, terás uma velhice feliz e morrerás em paz, indo reunir-te com teus antepassados no mundo dos mortos."


Quando a noite chegou, veio a escuridão. De repente, uma labareda fumegante e uma tocha de fogo passaram entre as partes dos animais mortos. Naquele dia, o Senhor fez aliança com Abraão, dizendo: "Esta terra, que vai do Egito ao rio Eufrates, eu dou aos teus descendentes."



Fim

Fonte: CD_Passagens Bíblicas - Vol. 2 - Leitura do Livro do GÊNESIS

(Transcrito por TurboScript.Ai)