(577)_MEMÓRIA: DICAS PRA NÃO ESQUECER [Comportamento] in Seleções] (por Phyllis Schneider)


(576)_Gênesis 24,1-67_como ISAAC se casou com REBECA





ISAAC CASA COM REBECA

(Relato Bíblico do Antigo Testamento)


Fonte: Gênesis 24,1-67 - Bíblia Sagrada Tradução da CNBB



1 Abraão já era velho, avançado em anos, e o Senhor o havia abençoado em tudo. 2 Abraão disse ao mais antigo dos criados da casa, administrador de todos os seus bens: “Põe a mão debaixo de minha coxa 3 e jura-me pelo Senhor, Deus do céu e da terra, que não escolherás para meu filho uma mulher entre as filhas dos cananeus, no meio dos quais eu moro. 4 Pelo contrário, irás à minha terra natal buscar entre os meus parentes uma mulher para meu filho Isaac”. 5 E o criado lhe disse: “E se a mulher não quiser vir comigo para cá, deverei levar teu filho para a terra donde saíste?” 6 Abraão respondeu: “Guarda-te de levar meu filho de volta para lá. 7 O Senhor, Deus do céu, tirou-me da casa de meu pai e de minha terra natal e me jurou: ‘À tua descendência darei esta terra’. Ele mesmo enviará seu anjo diante de ti e tu vais trazer de lá uma mulher para meu filho. 8 Ora, se a mulher não quiser vir contigo, ficarás livre deste juramento. Mas de maneira alguma levarás meu filho de volta para lá”. 9Então o criado pôs a mão sob a coxa de seu Senhor Abraão e prestou-lhe juramento nos termos propostos. 10 O criado tomou dez camelos de seu Senhor e se pôs a caminho, levando consigo tudo o que seu Senhor tinha de melhor, e dirigiu-se à Mesopotâmia, à cidade de Nacor. 11 Fez descansar os camelos fora da cidade, junto a um poço d’água, já de tarde, à hora em que as mulheres costumam ir apanhar água. 12 E disse: “Senhor, Deus de meu Senhor Abraão, que o dia de hoje me seja favorável. Mostra-te benigno com meu Senhor Abraão. 13 Vou ficar junto à fonte, enquanto as moças da cidade vêm buscar água. 14 Para eu saber que te mostras benigno com meu Senhor, vamos combinar o seguinte: se eu disser a determinada moça: ‘Inclina o cântaro, por favor, para eu beber’ e ela responder: ‘Bebe, que vou dar de beber também aos camelos’, será esta que destinas a teu servo Isaac”. 15 Ora, ainda não tinha acabado de falar, quando chegou Rebeca filha de Batuel, filho de Melca, a mulher de Nacor, irmão de Abraão. Ela trazia o cântaro no ombro.16 A jovem era muito bela, virgem, e nenhum homem a tinha conhecido. Desceu à fonte, encheu o cântaro e tornou a subir. 17 O criado lhe correu ao encontro e disse: “Por favor, dá-me de beber um pouco de água do teu cântaro”. – 18 “Bebe, meu Senhor”, respondeu ela, e logo abaixou o cântaro, apoiando-o sobre a mão, para dar-lhe de beber. 19 Depois de lhe ter dado de beber, ela disse: “Vou tirar água também para os camelos, a fim de beberem à vontade”. 20 Esvaziou depressa o cântaro no bebedouro, correu de novo ao poço para apanhar mais e tirou água para todos os camelos. 21 O homem a observava em silêncio e se perguntava se o Senhor tinha tornado bem sucedida sua viagem ou não. 22 Quando os camelos acabaram de beber, o homem pegou para ela um anel de cinco gramas de ouro, dois braceletes de cem gramas de ouro 23 e lhe perguntou: “De quem és filha? Dize-me, por favor: não haveria em casa de teupai um lugar para eu pernoitar?” 24 Ela respondeu: “Sou filha de Batuel, o filho que Melca deu a Nacor”. 25 E acrescentou: “Em nossa casa há palha em abundância e lugar para pernoitar”. 26 Então o homem ajoelhou-se e adorou o Senhor, 27 dizendo: “Bendito seja o Senhor, Deus de meu Senhor Abraão, que não negou sua amizade e fidelidade a meu Senhor, conduzindo-me à casa do irmão de meu Senhor”. 28 A jovem correu para casa e contou à mãe o que acontecera. 29 Rebeca tinha um irmão, de nome Labão. Ele saiu correndo até à fonte em busca do homem, 30 pois tinha visto o anel e os braceletes na mão da irmã e tinha ouvido quando ela dizia: “Assim me falou o homem”. Encontrou o homem com os camelos, parado junto à fonte 31 e disse-lhe: “Vem, abençoado do Senhor! Por que continuas parado aí fora? Já preparei a casa e um lugar para os camelos”. 32 Enquanto o homem entrou em casa, Labão descarregou os camelos e deulhes palha e forragem; e ao homem, bem como a seus companheiros, deu-lhes água para lavarem os pés. 33 Depois serviram-lhe comida, mas o homem disse: “Não comerei enquanto não falar de meu assunto”. Labão respondeu: “Fala, pois”. 34 Então ele falou: “Sou um criado de Abraão. 35 O Senhor tem abençoado muito meu Senhor, e ele se tornou rico. Deu-lhe ovelhas e bois, prata e ouro, escravos e escravas, camelos e jumentos. 36 Sara, a mulher de meu Senhor, depois de velha, deu-lhe ainda um filho, que recebeu todos os seus bens. 37 O meu Senhor fez-me jurar e ordenou: ‘Não escolhas para o meu filho uma mulher entre as filhas dos cananeus, em cuja terra eu moro. 38 Ao contrário, vai à casa de meu pai e dos meus parentes, para trazer uma mulher para meu filho’. 39 Eu disse a meu Senhor: ‘E se a mulher não quiser vir comigo?’ 40 Ele me respondeu: ‘O Senhor, em cuja presença eu ando, enviará contigo seu anjo e dará feliz êxito à viagem: tu escolherás dentre meus parentes e da casa de meu pai uma mulher para meu filho. 41 Ficarás livre do juramento quando fores até os meus parentes; se eles te negarem a mulher, estarás livre do juramento’. 42 o chegar hoje à fonte, eu disse: ‘Senhor, Deus de meu Senhor Abraão, peço-te que eu tenha êxito na viagem que estou fazendo. 43 Vou colocar-me junto à fonte de água. A jovem que vier buscar água e a quem eu disser: Dá-me de beber, por favor, um pouco de água de teu cântaro, 44 e que responder: Bebe, não somente tu, mas tirarei água também para os camelos, essa deverá ser a mulher que o Senhor destinou para o filho do meu Senhor’. 45 Não havia ainda acabado de dizê-lo para mim mesmo, quando vi Rebeca vindo com o cântaro ao ombro. Ela desceu à fonte e tirou água. Então eu lhe falei: ‘Dá-me de beber, por favor’. 46 Ela logo baixou o cântaro de cima do ombro e disse: ‘Bebe, que eu vou dar de beber aos camelos’. Eu bebi e ela deu de beber também aos camelos. 47 Perguntei-lhe: ‘De quem és filha?’ Ela respondeu: ‘Sou filha de Batuel filho de Nacor, nascido de Melca’. Então pus-lhe o anel no nariz e os braceletes nas mãos, 48 ajoelhei-me para adorar o Senhor, bendizendo o Senhor, Deus de meu Senhor Abraão, que me tinha guiado pelo caminho certo a fim de escolher a filha de seu irmão para esposa do seu filho.49 Portanto, dizei-me se estais dispostos ou não a demonstrar amizade e fidelidade a meu Senhor, a fim de que eu saiba o que fazer”. 50 Labão e Batuel responderam: “Isso vem do Senhor; nós não podemos dizer-te nada que não seja de sua vontade. 51 Aí tens Rebeca, leva-a contigo, para que seja a esposa do filho de teu amo, conforme apalavra do Senhor”. 52 Quando o criado de Abraão ouviu estas palavras, prostrou-se em terra diante do Senhor. 53 Tirou da bagagem os objetos de prata e ouro e os vestidos e os deu a Rebeca. Ofereceu também presentes ao irmão e à mãe. 54 Então com os companheiros se pôs a comer e beber e foi dormir. Pela manhã, ao levantar, disse o criado: “Deixai-me voltar para junto de meu Senhor”. 55 O irmão e a mãe de Rebeca disseram: “Fique a jovem conosco ainda uns dez dias, depois partirá”. 56 Ele respondeu: “Não retardeis minha volta, já que o Senhor deu feliz êxito à minha viagem. Deixai-me partir para que volte a meu Senhor”. 57 Disseram-lhe: “Vamos chamar a jovem e perguntar sua opinião”. 58 chamaram Rebeca e lhe perguntaram: “Queres ir com este homem?” E ela respondeu: “Quero”. 59 Deixaram, pois, partir sua irmã Rebeca, juntamente com sua ama de leite, o criado de Abraão e seus homens. 60 Abençoaram Rebeca, dizendo:“Tu, irmã nossa, multiplica-te aos milhares e os teus descendentes conquistem as cidades inimigas”. 61 Rebeca levantou-se com suas criadas, montaram nos camelos e acompanharam o homem. E assim o criado levou Rebeca e partiu. 62 Isaac andava perto do poço de Laai-Roí; ele morava, então, na região do Negueb.63 Assim, ao cair da tarde, saiu para passear pelo campo e, erguendo os olhos, viu camelos chegando. 64 Rebeca também, erguendo os olhos, viu Isaac. Ela desceu do camelo 65 e perguntou ao criado: “Quem é aquele homem que vem caminhando pelo campo ao nosso encontro?” O criado respondeu: “É o meu Senhor”. Ela puxou o véu e se cobriu. 66 Então o criado contou a Isaac tudo o que havia feito. 67 E Isaac introduziu Rebeca na tenda de Sara, sua mãe, e recebeu-a por esposa. Isaac amou-a, consolando-se assim da morte da mãe.


Fim

(575)_A RAPOSA E O CAVALO [Literatura] (por Ana Maria Machado)





A RAPOSA E O CAVALO

(Conto popular)


Fonte: Ana Maria Machado. Contos de Grimm. São Paulo: Salamandra, 2012.



Era uma vez um camponês que tinha um cavalo muito leal, que tinha ficado velho demais para trabalhar. O dono não queria mais ter que dar comida a ele.

– Você não serve mais para nada - disse ele -, mas não lhe quero mal. Se você tiver força o bastante para me trazer um leão, pode ficar comigo. Mas agora é melhor dar o fora do meu celeiro.

Dizendo isso, soltou-o no pasto aberto.

Muito triste, o cavalo foi para a floresta [...]. Lá encontrou a raposa que lhe perguntou:

- Por que que você está assim [...] tão sozinho?

- Pobre de mim! - disse o cavalo. [...] Meu dono esqueceu todos os serviços que lhe prestei em tantos anos e [...] não quer mais me dar comida e me mandou embora. [...] Disse que ficava comigo se eu ainda tivesse força o bastante para levar um leão para ele. Tem certeza de que eu nunca vou poder fazer isso.

- Se é assim - disse a raposa -, eu ajudo você. Deite, fique bem esticado, absolutamente imóvel, como se estivesse morto.

O cavalo fez exatamente como a raposa mandava. Enquanto isso, ela foi até a toca do leão, que não era longe dali.

- Sei onde há um cavalo morto - disse ela. — Venha comigo e você vai ter muito o que comer.

O leão foi com ela e, quando chegaram junto ao cavalo, a raposa disse:

- Aqui você não consegue comê-lo confortavelmente. Tenho uma ideia. Vou amarrar o cavalo no seu rabo. Aí você pode arrastar o bicho até sua toca e comer como quiser.

O leão gostou da ideia. [...] Mas a raposa amarrou as patas do leão junto com o rabo. Torceu bem e prendeu tão forte que, mesmo fazendo toda força, o leão não ia conseguir se soltar. Quando terminou, deu um tapinha na anca do cavalo e disse:

- Vamos, cavalo, puxe!

Num relance, o cavalo deu um pulo e saiu correndo. [...] Foi arrastando o leão por montes e vales, até a porta do dono.

Quando o dono viu o que estava acontecendo, mudou de ideia e disse para o cavalo:

- Você pode ficar aqui comigo, que vai ser muito bem tratado.

E deu ao cavalo tudo o que ele quis comer até o dia de sua morte.



Fim

(574)_AS NOVAS REGRAS DA LÍNGUA PORTUGUESA [Português] (por Jornal do Senado)





AS NOVAS REGRAS DA LÍNGUA PORTUGUESA

(Ο Novo Acordo Ortográfico entrou em vigor no Brasil em 2013)


Fonte: Especial Cidadania Ano VII N° 248 Jornal do Senado Brasília, fevereiro de 2009.



O QUE MUDOU

ALFABETO 

 Passa a ter 26 letras, em vez de 23. Foram incluídas as letras K, W e Y, usadas principalmente em siglas e palavras originárias de outras línguas. Exemplos: Franklyn, Darwin, darwinismo, Kuwait, kuwaitiano, km (para quilômetro), kg (para quilograma) etc.

TREMA 

 Foi abolido de todas as palavras da língua portuguesa. O sinal servia para destacar a pronúncia do u nas, combinações que, qui, gue e gui. Exemplos: aguentar, ambiguidade, bilingue, cinquenta, consequência, enxágue, equestre, frequência, linguiça, tranquilo etc. O trema ainda é mantido em nomes próprios estrangeiros e suas derivações, como em Bündchen, Müller e mülleriano.

ACENTO DIFERENCIAL 

 Para diferenciar duas palavras de significado diferente, mas escritas da mesma forma. Deixa de existir nos seguintes casos: PARA (verbo), que se diferenciava da preposição PARA; PELO (substantivo), que se diferenciava da preposição PELO; PERA (substantivo), que se diferenciava da preposição PERA. Exceções: PÔDE (verbo poder no passado) conserva o acento para se distinguir de PODE (verbo poder no presente); PÔR (verbo) conserva o acento para se distinguir de POR (preposição). Uso facultativo nos seguintes casos: DEMOS (do verbo no subjuntivo: que nós DÊMOS) para se diferenciar de DEMOS (do passado nós DEMOS); FÔRMA (substantivo) para se diferenciar de FORMA (verbo).

DITONGO ABERTO 

 O acento agudo foi eliminado nos ditongos abertos das palavras paroxítonas. Exemplos: alcaloide, assembleia, epopeia, ideia, jiboia, paranoia. Continuam acentuadas as palavras oxítonas terminadas em ÉI, ÉU e ÓI: chapéu, herói, corrói, céu, véu, lençóis, anéis, Ilhéus. 


HIATO 

Foram eliminados os acentos circunflexos nos hiatos OO e EE. Exemplos: enjoo, perdoo, magoo, voo, abençoo; creem, deem, leem, releem, veem, prevêem. Observação: O acento circunflexo continua valendo para sinalizar o plural dos verbos ter e vir e seus derivados: eles têm, eles vêm, eles retêm.

U TÔNICO

A letra U não será mais acentuada nas sílabas que, qui, gue, gui dos verbos arguir, redarguir, apaziguar, averiguar, obliquar Exemplos: apazigue (em vez de apazigúe), argui (em vez de ele argúi), averigue, oblique. Pode-se também acentuar desta forma esses verbos: ele apazígue, averígue, oblíque. 

 • Também perdem o acento as palavras paroxítonas com i ou u tônicos precedidos por ditongos, como feiura e baiuca. Essa regra não vale quando se trata de palavras oxítonas. Assim, continua correto Piauí, teiús, tuiuiú.

EMPREGO DO E/I 

 Escreve-se com I, e não com E, antes da sílaba tônica, adjetivos e substantivos derivados em que entram os sufixos -iano e -iense. Exemplos: acriano (do Acre), camoniano (referente a Camões), torriense (de Torres), açoriano (dos Açores), rosiano (relativo a Guimarães Rosa).

HÍFEN 

 O sinal não será mais usado quando a primeira palavra terminar com vogal e a segunda começar com R ou S. Exemplos: antirrugas (em vez de anti-tugas), autorretrato (em vez de auto-retrato), ultrassom (em vez de ultra-som). O hífen também não deve ser grafado quando a primeira palavra terminar com vogal diferente da que começar a segunda. Exemplos: autoestrada (em vez de auto-estrada) e infraestrutura (em vez de infra-estrutura). O sinal deve ser usado, porém, quando a primeira palavra terminar com vogal ou consoante igual à letra que começar a segunda. Exemplos: micro-ônibus (em vez de microônibus) e micro-ondas (em vez de microondas).



Fim

(573)_O DESAFIO DA PLURALIDADE CULTURAL NO MUNDO DA GLOBALIZAÇÃO [Cordel] (por Gustavo Dourado)




O DESAFIO DA PLURALIDADE CULTURAL NO MUNDO DA GLOBALIZAÇÃO

(Cordel)


Fonte: Gustavo Dourado, escritor, gestor, pesquisador, professor e produtor cultural. http://www.gustavodourado.com.br



Pluralidade sociocultural
Com tanta diversidade
Índios, negros e idosos
Tônica da brasilidade
Justiça sem preconceito
Reclama a comunidade.


Diálogo-reflexão
Respeito-discernimento
Transversal pluralidade
Horizontal sentimento
Informação-democracia.
À luz do desvelamento.


Os gritos dos excluídos
Ouve-se de sul a norte
Os sem-nada, deserdados
Jogados à própria sorte
Sem escola, sem currículo
São aprendizes da morte.


Despertai o coração
Pra solidariedade
Pluralizai nossos sonhos
Com amor-fraternidade
Acordai os professores
Pra nova realidade.


Vive-se a pluralidade
No ensinar-aprender
Constrói-se a cidadania
Na luta do sobreviver
Brota da dor do silêncio
A flor do amanhã: ser.


Socioantropologia
Ética-multiplicidade
Cultura-raça-etnia
Resistência-liberdade
Estímulo-sobrevivência
Desperta a sociedade.


Caráter interdisciplinar
Ética e meio ambiente,
Direitos de cidadania
Pluralidade presente
Intercâmbio cultural
Renovação permanente.


Respeito-entendimento
Na organização social
A busca da tolerância
Democracia racial
Contra a discriminação
Democracia plural.


Complexa sociedade
De ensino-aprendizagem
Mudança de pensamento
Reflexão e imagem
Novo ensino inclusivo
Nova linha de abordagem.


Os processos são complexos,
Fenômenos-interações
Discussão-conhecimento
Reformas e intenções
Pluralismo na escola
Sacudindo as emoções.


Valorizar a cultura
É ação de resistência
A cultura é vital
Pra nossa sobrevivência
Livro, arroz e feijão
Alimentam a consciência.


Dentro da pluralidade
Olhar o regional
Discutir com amplitude
Os valores do local
Quem canta a sua aldeia
Tem caráter universal.


Fim

(572)_SABEDORIA POPULAR [Literatura] (por Beto Brito)


 















(571)_NENHUMA OFENSA SEM PERDÃO [Religião] (por Ir. Maria Therezia Hetzel FDC)



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NENHUMA OFENSA SEM PERDÃO

(Uma proposta de vida a partir dos princípios de Madre Francisca Lechner)


Fonte: O AMOR vale TUDO - por Ir. Maria Therezia Hetzel FDC, págs.51-54



PROGRAMA DE VIDA 

de Madre Francisca Lechner

Nenhuma manhã
Sem oração fervorosa
Nenhum trabalho
Sem boa intenção
Nenhuma alegria
Sem um "obrigado" a Deus
Nenhuma palavra
Sem se lembrar do Onipresente
Nenhum sofrimento
Sem serena resignação
Nenhuma ofensa
Sem perdão

Nenhuma falta
Sem arrependimento
Nenhuma ação do próximo
Sem ser interpretada benignamente
Nenhuma boa obra
Sem humildade
Nenhum pobre
Sem auxílio
Nenhum coração sofredor
Sem uma palavra de conforto
Nenhuma noite
Sem exame de consciência.



6.1. LUZ CONTRA TREVAS

O Pai eterno tudo quis por amor. O homem recusou Seu Amor rompendo com a original harmonia. Mas o Pai, sempre fiel continuou dando um jeito para reintegrar o homem na Sua felicidade.

Por Amor, envia Seu Filho como Salvador, caminho, vida e luz de todos os homens. “Nele estava a vida e a vida era a luz dos homens. E a luz refulge nas trevas, e as trevas não puderam ofuscá-la” (Jo 1,4-5). Está evidente a supremacia do Amor. Por maior que seja o desamor por mais absurda que seja a história-contra-Deus e conseqüentemente, contra-si-mesmo, que a humanidade faça, Deus é sempre maior que tudo isto e Seu Amor vence e supera todas as possíveis deficiências humanas.

"Existia a luz, a verdadeira, aquela que vindo ao mundo ilumina todo homem"(Jo 1,9). Tudo é Seu e todos os homens são Seus, independentemente de sua vontade. Ele, porém, respeita a sua vontade livre porque expressão do Seu Amor: "Estava no mundo, e o mundo não O conheceu. Veio até os seus e os seus não O receberam. Aos que O acolheram porém, aos que crêem em seu Nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus. Estes não nasceram nem do sangue, nem da vontade do homem, mas de Deus nasceram" (Jo 1,10-13). Maravilha da nossa filiação divina. Filiação que supõe adesão livre e consciente no compromisso vital do seguimento de Cristo.

Jesus mesmo explica, falando de Si: "A luz veio ao mundo e os homens preferiram a escuridão à luz, porque as suas obras eram más. Pois todo aquele que pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, para que suas obras não apareçam no claro. Mas aquele que pratica a verdade aproxima-se da luz, para que apareçam as suas obras, porque são feitas em Deus" (Jo 3,19-21).

Toda a nossa vida esteve presente para Deus no momento em que nos criou. Nosso pecado também. Tudo! Assim mesmo Ele nos amou. Deus é infinito. O pecado é finito e mensurável. A misericórdia de Deus não é mensurável. Não há, portanto, termo de comparação entre nós e Deus.

Deus não confunde o pecado com o pecador. A salvação é gratuidade. Por merecer, nós nunca mereceríamos o perdão de Deus. Só em Cristo nos tornamos "merecedores" da misericórdia do Pai. Cristo não usou argumentos em nossa defesa, mas usou a própria vida para nos defender. Nossos pecados nos condenam. Ele nos assumiu na Sua inocência e esta falou mais alto junto ao Pai (cf. 2 Cor 5,21). O humano em Cristo, chama, em nome de toda a humanidade ao divino.

Precisamos espelhar-nos continuamente neste Amor Divino. "Acolher-nos uns aos outros como Cristo nos acolheu para a glória de Deus"(Rom 15,7). Perdoar-nos mutuamente com a mesma gratuidade do senhor "Tão depressa como nós nos ofendemos também devemos estar em bem e em paz. Que faríamos se o bom Deus fosse conosco tão minucioso e nos levasse em conta todas as nossas faltas diárias? Imaginai-vos a Deus sempre como um Pai"(Francisca Lechner).

"Ele fez brilhar Sua luz em nossos corações para que irradiássemos o conhecimento do Seu esplendor, que se reflete na face de Cristo"(2 Cor 4,6).

6.2. UM CAMINHO PARA VOCÊ

Você é uma graça. Como toda pessoa normal, você gosta de ser plenitude de graça. Sua vida, dom de Deus, não está pronta ainda. É dom-em-dinamismo, em constante vir-a-ser. Constitui-se numa tarefa. Algo que você deve conduzir cada instante, fazendo caminho.

Há dois caminhos. Um, aquele fácil, cômodo, sem fadigas... conduz à perdição. O outro, difícil, desconfortável, cansativo..... leva ao heroísmo, à virtude, à santidade. De fato, comodismo e união com Deus não se dão de ieito nenhum.

Que caminho você mais anda?... O caminho do bem e o do mal são duas forças que se digladiam dentro de nós (cf Rom 7,14-21).

Se viver é caminhar, o caminho é Cristo. Ele também é a vida e a luz a iluminar a caminhada. caminhada que tem o objetivo de unir dois. pontos distantes: da concepção o começo, até o final de sua vida o encontro com Deus. Espaço que deve ser preenchido com graça. Você tem um modelo: Cristo. Ele é o Mestre que ensina como preencher plenamente a caminhada da vida de acordo com o plano do Pai.

Quanto maior a sua sensibilidade nesta caminhada, tanto maior a perspicácia para auscultar o coração de Deus. Ele lhe dirá da necessidade de viver por amor. De doar a vida. A rigor, seria uma camuflagem sem tamanho querer viver a vida só para si. Seria roubar de Deus Sua divindade em você. Querer viver egoisticamente para si é o maior pecado: proclamar-se fonte da vida. Você não pode autosignificar-se. Tudo você recebeu de Deus e dos outros. E você tem significado enquanto se doar. Veja a palavra per-doar: doar-se para libertar e libertar-se.

Por isto você não deve escravizar-se aos outros nem prendê-los a si, mas deve ser para os outros. Supõe uma caminhada de pessoas libertas na promoção de mais liberdade. Se nesta caminhada houver a busca de si, não ocorre a doação para o outro. E aí surge o difícil porque o outro é sempre uma incerteza. Sempre uma insegurança.

O outro é surpresa constante. Sempre novo. E o que é novo é inseguro. Sobre tudo Deus é surpresa. Em cada instante Ele se revela diferente. Não queira viver possuindo-se, mas deixe-se possuir por Deus, que liberta na sua misericórdia infinita. Nisto ninguém pode caminhar por você. Você precisa fazer sua caminhada deixando-se guiar pelo Espírito, até chegar à eternidade do ser-um-com-Deus e com todos, na harmonia plena do Amor Divino.

6.3. A FORÇA DO AMOR-DOAÇÃO

Senhor, a enamorada dos cantares diz que "o amor é forte como a morte!" (Ct 8,6). Inspirada mesmo, num dos mais belos poemas de amor de todos os tempos. Idéias maravilhosas que, interpretadas ao pé da letra, parecem ainda egoístas no amor. Revelam a busca de si, mais do que o amor-doação, que nada pede em troca.

Sim, Senhor! Tu vieste trazer a Nova Lei que supera a todas as perspectivas e todos os possíveis projetos humanos. Tu és a nova afirmação, categórica, nunca antes cogitada: o Amor é mais forte do que a morte! Vence a morte! Tu, Senhor, és Amor-Doação. És Aquele que per-doa, salva. Salvas pelo amor que colocas em cada um de Teus gestos, palavras, atitudes...

Senhor, Tu me aceitas como sou. Amas-me como sou, acolhendo-me cada dia como "folha em branco". És doação de um Deus para mim e queres divinizar meu frágil ser.

Quero perdoar como Tu: a mim mesma, na aceitação de minhas limitações. Aos irmãos, acolhendo-os no meu coração do jeito que são. Admirando-os sempre de novo e reconhecendo-Te neles. Descobrindo o que neles há de original, de profundo, de maravilhoso. Acreditando no seu mistério e respeitando o ritmo de revelação pessoal de cada um.

Senhor, abençoa o meu esforço em sanar as marcas profundas do amor não correspondido, que o tempo não está conseguindo apagar. Deixa-me ser mais completo abandono ao Teu Amor.

Meu Bem, se me emprestas em profusão a sensibilidade do Teu Coração, empresta-me também a generosidade desinteressada que Lhe é própria para que eu possa amar com integral e verdadeira doação.



Fim

(570)_INTERESSES E DESAFIOS PARA UMA VIDA PLENA NA TERCEIRA IDADE [Comportamento] (por CES)




INTERESSES E DESAFIOS PARA UMA VIDA PLENA NA TERCEIRA IDADE

(Experiências para quem está na maturidade)


Por Carlos Eduardo (com a assistência do ChatGPT)


A fase da terceira idade é um capítulo único e repleto de experiências que merecem ser celebradas e exploradas ao máximo. Neste estágio da vida, os interesses muitas vezes se transformam e se concentram em áreas que refletem a jornada pessoal de cada indivíduo. Vamos explorar alguns temas que frequentemente despertam interesse e relevância para aqueles que estão na maturidade.

### **1. Saúde e Bem-Estar**


Manter a saúde física e mental é uma prioridade crucial para desfrutar da vida após os 60 anos. Tópicos como atividade física adequada, alimentação balanceada e cuidados preventivos são fundamentais. Além disso, a importância da saúde mental, através de práticas como meditação, yoga e exercícios cognitivos, ganha destaque.

### **2. Atividades Recreativas e Culturais**

Muitas vezes, a terceira idade oferece a oportunidade de explorar interesses que antes eram deixados de lado devido às responsabilidades do dia a dia. Música, artes, leitura, aulas de idiomas ou participação em grupos de teatro são atividades que podem trazer alegria e estímulo intelectual.

### **3. Viagens e Aventuras**

Viajar é uma paixão que pode se intensificar na terceira idade. A liberdade de tempo e a oportunidade de explorar novos destinos, conhecer culturas e pessoas diferentes são experiências enriquecedoras que muitos idosos desejam aproveitar ao máximo.

### **4. Engajamento Social e Voluntariado**

Manter conexões sociais é essencial para o bem-estar emocional. Participar de grupos com interesses comuns, envolver-se em atividades voluntárias ou até mesmo compartilhar experiências e histórias de vida podem trazer um sentido renovado de propósito e alegria.

### **5. Tecnologia e Inovação**

O mundo está em constante evolução tecnológica, e muitos idosos estão descobrindo novas formas de se conectar com o mundo digital. Aprender sobre smartphones, redes sociais, aplicativos e dispositivos eletrônicos pode ampliar horizontes e facilitar a comunicação com familiares e amigos.

### **6. Planejamento Financeiro e Aposentadoria**

Questões financeiras e de aposentadoria são temas frequentemente discutidos. Estratégias de investimento, planejamento de gastos e adaptação ao estilo de vida pós-aposentadoria são cruciais para garantir uma vida confortável e estável nessa fase.

### **7. Cuidados com a Saúde Mental e Emocional**

A saúde mental é tão importante quanto a saúde física. Superar desafios emocionais, lidar com a solidão, buscar ajuda profissional quando necessário e encontrar maneiras saudáveis de lidar com o estresse são aspectos fundamentais para uma vida equilibrada.

### **8. Envelhecimento Ativo e Resiliência**

Cultivar uma mentalidade positiva em relação ao envelhecimento, abraçando as mudanças e desafios que acompanham esta fase da vida, é essencial. Desenvolver resiliência e adaptabilidade ajuda a enfrentar as transições com mais leveza e aceitação.

* * *


A vida na terceira idade é uma jornada única, repleta de oportunidades para crescimento pessoal, aprendizado contínuo e alegria. Ao explorar esses tópicos e interesses, os idosos podem vivenciar uma fase rica e gratificante, repleta de significado e novas descobertas.


Que essa etapa da vida seja celebrada e apreciada, valorizando cada momento e experiência que ela proporciona.




Fim

(569)_A VELHINHA INTELIGENTE [Literatura] (por Rosane Pamplona)




A VELHINHA INTELIGENTE

(História de tradição oral)


Fonte: PAMPLONA, Rosane. Novas histórias antigas. São Paulo: Brinque-Book, 1998, pp. 23 a 26


Esta é uma história que se conta até hoje na cidade de Carcassonne, ao sul da França. Há várias versões do mesmo caso, mas todas concordam num ponto: a cidade foi salva graças à esperteza de uma mulher.

Há muitos e muitos séculos, a próspera cidade de Carcassonne foi cercada por guerreiros inimigos. Embora protegida por muralhas e portões, a população não estava a salvo: como ninguém pudesse sair, aos poucos a comida foi escasseando. Logo chegou o dia em que ninguém mais tinha o que comer, e os inimigos, do lado de fora, resistiam teimosamente, esperando a rendição da cidade.

Então, o governador de Carcassonne, refletindo sobre a gravidade da situação, resolveu que era preferível entregar-se a ver seu povo morrer de fome. Entretanto, assim que ele anunciou a todos a sua resolução, uma senhora, madame Carcas, já bem idosa e por isso mesmo muito experiente, adiantou-se e disse que tinha um plano para salvar a cidade.

Todos riram dela, porém como já se consideravam perdidos, acharam que não faria mal escutá-la.

- Primeiro, tragam-me uma vaca - pediu ela.

- Uma vaca?!? - exclamaram. - E como vamos achar uma vaca?

Mas madame Carcas insistiu e todos se puseram a procurar de casa em casa. Vira daqui, revira de lá, encontraram, por fim, uma vaca muito magra, na casa de um avarento, que a havia escondido por medo de morrer de fome. Ele bem que reclamou, mas o animal foi levado até a velha senhora.

- Agora - disse ela - juntem tudo o que puderem de alimentos: restos, cascas, o que encontrarem! Assim fizeram todos, conseguindo juntar um saco cheio de restos de cereais.

- Muito bem - aprovou a madame. - Deem tudo isso à vaca!

- À vaca?!? Isso é um absurdo! Todos nós temos fome!

- Pois deem tudo à vaca e não vão se arrepender - garantiu a velhinha. Não sem relutar, fizeram o que ela dizia. A vaca rapidamente engoliu aquilo que para todos parecia um banquete desperdiçado.

- – Agora, abram com cuidado os portões e deixem a vaca sair - ordenou a senhora.

- Essa velha é louca! - gritaram alguns. Mas como madame insistisse com tanta segurança, resolveram obedecer-lhe até o fim.

Do lado de fora, a tropa inimiga percebeu que os portões da cidade se abriram.

Intrigados, viram que uma vaca escapava. Mais do que depressa, capturaram o animal e o levaram para seu chefe de armas.

- Veja, senhor, eles deixaram uma vaca escapar! Graças a esse descuido, hoje teremos um bom jantar!

O chefe, intrigado, ordenou que matassem a vaca. Mas, quando abriram a barriga do animal e ele a viu forrada de cereais, muito preocupado, concluiu: - Soldados! Se os habitantes dessa cidade ainda têm tantas provisões que podem alimentar suas vacas e além disso se dar ao luxo de deixá-las escapar, é sinal de que poderão resistir ainda por muito tempo. É melhor nos retirarmos, pois certamente morreremos de fome antes deles.

Assim, os inimigos foram embora e a cidade foi salva.

Dizem ainda que a velhinha, vendo partir os soldados, subiu à torre da igreja e começou a tocar o sino, em sinal de vitória. Ouvindo aquilo, o povo gritou: - Viva! Carcas sonne! - que em francês quer dizer "Carcas está tocando o sino".

É por isso que a cidade foi chamada de CARCASSONNE.



Fim

(568)_95 FIGURAS DE LINGUAGEM do PORTUGUÊS (por CES)



AFORISMO | ALEGORIA | ALITERAÇÃO | AMBIGUIDADE | ANACOLUTO | ANACRONIA | ANÁFORA | ANÁSTROFE | ANTÍFRASE | ANTÍFRASE | ANTÍTESE | ANTONOMÁSIA | APÓCOPE | APÓSTROFE | ARCAÍSMO | ASSÍNDETO | ASSONÂNCIA | BRACHYLOGIA | CACOFONIA | CATACRESE | CIRCUNLÓQUIO ou Perífrase | COLISÃO | DÍCOPE | ECRITA ou Glosa | ECTÍPIA | ELIPSE | ENUMERATIO | EPANADIPLOSE | EPANALEPSE | EPIFANIA | EPIFONEMA | EPÍTETO | ESTEREÓTIPO | ESTROFE | EUFEMISMO | EUFONIA | GRADAÇÃO | HAPAX LEGOMENON | HENDÍADIS | HETEROTIPIA | HIPÁLAGE | HIPÉRBATO | HIPÉRBOLE | HIPÉRBOLE MODERADA | HOLÓFRASE | HOLONÍMIA | HOMOFONIA | HOMONOMÁSIA | IRONIA | IRONIA DRAMÁTICA | IRONIA SITUACIONAL | IRONIA SOCRÁTICA | IRONIA VERBAL | LITOTES | MERONÍMIA | METÁFORA | METÁFORA CONCEITUAL | METÁFORA FILOSÓFICA | METÁFORA VISUAL | METALEPSE | METONÍMIA | NEOLOGISMO | ONOMATOPEIA | OXÍMORO | PARADOXO | PARADOXO EPISTÊMICO | PARADOXO SOCRÁTICO | PARADOXO TEMPORAL | PARALELISMO | PARÓDIA | PARONOMÁSIA | PERÍFRASE ou CIRCUNLÓQUIO | PERSONIFICAÇÃO ou Prosopopeia | PLEBEÍSMO | PLEONASMO | PLOCE | POLIFONIA | POLIPTOTO | POLISSEMIA | POLISSÍNDETO | PROSOPOGRAFIA | PROSOPOPEIA | QUIASMO | SARCASMO | SILEPSE | SILEPSE DE GÊNERO | SILEPSE DE NÚMERO | SILEPSE DE PESSOA | SINÉDOQUE | SINESTESIA | SÍNQUISE | TAUTOLOGIA | ZEUGMA |

A LÍNGUA PORTUGUESA É RICA EM FIGURAS DE LINGUAGEM


    As figuras de linguagem são recursos expressivos e estilísticos utilizados na linguagem para enriquecer a comunicação, conferindo maior expressividade, beleza e impacto aos textos. Elas transcendem o uso comum das palavras e exploram suas potencialidades para criar efeitos específicos na mente do leitor ou ouvinte. Essas figuras desempenham um papel fundamental na literatura, na poesia, na oratória e na construção de discursos, permitindo uma comunicação mais rica, sugestiva e envolvente.

    As figuras de linguagem abrangem uma ampla variedade de recursos, como metáfora, metonímia, ironia, hipérbole, entre outras. Cada uma delas possui características distintas e é empregada de maneira estratégica para alcançar diferentes objetivos comunicativos. Algumas visam a intensificar uma ideia, outras a suavizá-la, enquanto algumas buscam criar imagens vívidas na mente do interlocutor.

    Ao explorar as figuras de linguagem, os escritores e oradores têm a capacidade de transcender a mera transmissão de informações, transformando suas mensagens em experiências sensoriais, emocionais e intelectuais. Nesse sentido, o conhecimento e domínio desses recursos tornam-se ferramentas poderosas para aqueles que buscam aprimorar sua expressão verbal e cativar seu público.

    Ao longo deste texto, exploraremos algumas das figuras de linguagem mais comuns, compreendendo suas definições, exemplos e como esses recursos contribuem para a riqueza da linguagem. Vamos mergulhar nesse fascinante universo onde as palavras transcendem seu significado literal, tornando-se elementos versáteis e dinâmicos na arte da comunicação.

    Segue abaixo uma lista extensa com algumas das principais figuras de linguagem do Português:


(1) AFORISMO
- Explicação: Expressão curta e objetiva que encerra uma verdade ou lição.

- Exemplo: "A pressa é inimiga da perfeição."



(2) ALEGORIA
- Explicação: Narrativa em que os personagens e eventos simbolizam ideias e conceitos abstratos.

- Exemplo: "Alegoria da Caverna" de Platão, onde as sombras na parede representam a realidade percebida + "Animal Farm" de George Orwell, onde os animais representam diferentes classes sociais.



(3) ALITERAÇÃO
- Explicação: Repetição de sons consonantais, geralmente no início das palavras.

- Exemplo: O rato roeu a roupa do rei de Roma.



(4) AMBIGUIDADE
- Explicação: Uso de palavras ou expressões que podem ter mais de um sentido.

- Exemplo: Vi o filme do Pedro (Pedro assistiu ou foi o protagonista?).



(5) ANACOLUTO
- Explicação: interrupção da estrutura sintática da frase, gerando uma quebra de continuidade

- Exemplo: Eu não queria, mas...



(6) ANACRONIA
- Explicação: Utilização de uma palavra ou expressão fora de sua época ou contexto histórico.

- Exemplo: Romeu e Julieta, dois adolescentes na Verona medieval.



(7) ANÁFORA
- Explicação: Repetição de uma palavra ou expressão no início de versos, estrofes ou frases.

- Exemplos: "Cantai a Deus com alegria, cantai a Deus com alegria..." + "Vem cá, vem cá, vem cá".



(8) ANÁSTROFE
- Explicação: Inversão da ordem natural das palavras em uma frase.

- Exemplo: "A noite desceu; os ventos pararam" + "Na sala, entrou ele".



(9) ANTÍFRASE
- Explicação: Expressão de uma ideia por meio de palavras que têm o sentido oposto.

- Exemplo: Que ótimo, mais uma multa de trânsito!



(10) ANTÍFRASE
- Explicação: Expressão de uma ideia por meio de palavras que têm o sentido oposto ao que ela realmente significa

Uso de uma palavra com significado oposto ao usual, muitas vezes com intenção irônica.



(11) ANTÍTESE
- Explicação: Contraposição de ideias ou palavras opostas, geralmente em frases ou versos, como "amor e ódio".

- Exemplo: Amar é um fogo que arde sem se ver; é ferida que dói e não se sente (Camões).



(12) ANTONOMÁSIA
- Explicação: Substituição do nome de uma pessoa por um título, epíteto ou característica.

- Exemplo: "O Rei do Futebol" (referindo-se a Pelé) + "ele é um verdadeiro Einstein" (usado para se referir a alguém muito inteligente).



(13) APÓCOPE
- Explicação: Omissão de uma ou mais letras no final de uma palavra.

- Exemplo: Doutor por Dr ou Doutô



(14) APÓSTROFE
- Explicação: é uma figura de linguagem que envolve a interrupção da sequência discursiva para dirigir a palavra a alguém ou a alguma coisa, como se o falante estivesse se dirigindo diretamente ao objeto ou à pessoa. Geralmente, é marcado pelo uso de vocativos, ou seja, palavras ou expressões destinadas a chamar a atenção do interlocutor.

- Exemplos: "Ó tempo, para onde vais?" + "Ó mar, tu és imenso, profundo e misterioso!" + "*Sol, tu que iluminas o mundo, derrama sobre nós teus raios de esperança!*"



(15) ARCAÍSMO
- Explicação: Uso de palavras ou expressões que eram comuns em épocas passadas, mas que caíram em desuso.

- Exemplo: Vossa mercê aceitaria um chá?



(16) ASSÍNDETO
- Explicação: é uma figura de linguagem que consiste na omissão de conjunções (como "e", "ou", "mas") entre palavras ou orações, dando um ritmo mais acelerado e fluído à frase. Essa técnica é usada para criar impacto, dar ênfase ou transmitir uma sensação de urgência.

- Exemplos: "Vim, vi, venci." + "comprei sapatos, roupas, acessórios" + "O sol brilha, o vento sopra, a água corre."



(17) ASSONÂNCIA
- Explicação: é uma figura de linguagem que envolve a repetição de sons de vogais em palavras que estão próximas umas das outras. Diferentemente da aliteração, que envolve a repetição de sons consonantais, a assonância destaca a repetição de sons vocálicos.

- Exemplos: "O rato roeu o sapato." + "A brisa leve e serena acariciava a areia." + "A lua surgiu e brilhou no azul do céu".



(18) BRACHYLOGIA
- Explicação: Uso de palavras incompletas, deixando o entendimento a cargo do interlocutor.

- Exemplo: Terra de ninguém.



(19) CACOFONIA
- Explicação: Combinação de sons desagradáveis que causam incômodo ao ouvido.

- Exemplo: Atrás da porta rangem dobradiças antigas.



(20) CATACRESE
- Explicação: Uso de uma palavra de forma inadequada, por falta de um termo mais específico ou uso de uma palavra em um sentido que não é o seu original

- Exemplo: "O pé da mesa quebrou" + "braço de poltrona" (braço do móvel).



(21) CIRCUNLÓQUIO ou Perífrase
- Explicação: Expressão de uma ideia por meio de várias palavras, quando uma única palavra poderia ser usada.

- Exemplo: "O astro-rei" (para se referir ao sol) + "a cidade maravilhosa" (para se referir ao Rio de Janeiro).



(22) COLISÃO
- Explicação: Encontro de palavras ou expressões de significados opostos.

- Exemplo: Amar é um prazer doloroso.



(23) DÍCOPE
- Explicação: Repetição de uma palavra em um mesmo enunciado, mas com significados diferentes.

- Exemplo: A água do mar é salgada, mas sua beleza é doce.



(24) ECRITA ou Glosa
- Explicação: Explicação ou glossa de uma palavra ou expressão obscura.

- Exemplo: "Ígneo, relativo ao fogo."



(25) ECTÍPIA
- Explicação: Correção ou retificação imediata de uma palavra ou expressão.

- Exemplo: Ele é um ótimo, quer dizer, bom aluno.



(26) ELIPSE
- Explicação: Omissão de termos que podem ser facilmente inferidos pelo contexto.

- Exemplo: "Preciso de férias" (Omissão do sujeito: Eu preciso de férias) + "Você está pronto? Estou." (Estou pronto).



(27) ENUMERATIO
- Explicação: Enumeração de palavras ou frases para enfatizar uma ideia.

- Exemplo: Ele era inteligente, engraçado, encantador, um verdadeiro cavalheiro.



(28) ENUMERATIO
- Explicação: Enumeração de palavras ou frases para enfatizar uma ideia.

- Exemplo: Ele era inteligente, engraçado, encantador, um verdadeiro cavalheiro.



(29) EPANADIPLOSE
- Explicação: Repetição da última palavra de uma cláusula no início da próxima.

- Exemplo: A vida é curta, curta como um sopro.



(30) EPANALEPSE
- Explicação: Repetição de uma palavra no início e no fim de um verso, frase ou período.

- Exemplo: O amor é forte, forte como um leão.



(31) EPIFANIA
- Explicação: Revelação súbita ou insight, muitas vezes associado a um momento de grande significado.

- Exemplo: A epifania ocorreu quando ele finalmente compreendeu a verdade.



(32) EPIFONEMA
- Explicação: Expressão enfática no final de um discurso ou poema.

- Exemplo: "Amar é um ato de fé, e quem tem pouca fé também tem pouco amor." - Erich Fromm.



(33) EPÍTETO
- Explicação: Adjetivo que expressa uma qualidade inerente ao substantivo; característica do ser ao qual se refere, muitas vezes de forma redundante.

- Exemplo: "O sol radiante iluminava o céu azul" + "belo rosto" + "A neve branca cobria a paisagem branca".



(34) ESTEREÓTIPO
- Explicação: Aplicação de características simplificadas e fixas a um grupo de pessoas ou coisas.

- Exemplo: Todos os nerds são inteligentes e usam óculos.



(35) ESTROFE
- Explicação: Conjunto de versos que formam uma unidade dentro de um poema.

- Exemplo: Quarteto, terceto, sexteto são tipos comuns de estrofes.



(36) EUFEMISMO
- Explicação: Utilização de expressões suaves para amenizar uma ideia desagradável ou menos ofensiva.

- Exemplo: Ele nos deixou (em vez de "Ele morreu").



(37) EUFONIA
- Explicação: Combinação harmoniosa de sons na construção de uma frase.

- Exemplo: A música suave das ondas quebrando na praia.



(38) GRADAÇÃO
- Explicação: Enumeração de palavras ou ideias em progressão crescente ou decrescente; ou sequência de palavras ou ideias que se intensificam gradativamente.

- Exemplo: "Veio, viu, venceu" + "correr, saltar, voar".



(39) HAPAX LEGOMENON
- Explicação: Uso de uma palavra ou expressão que aparece apenas uma vez em um contexto específico.

- Exemplo: "Supimpa" (termo raro que significa excelente).



(40) HENDÍADIS
- Explicação: Utilização de dois termos ligados por uma conjunção, quando poderiam ser expressos por um único termo.

- Exemplo: Paz e amor (em vez de "amoroso").



(41) HETEROTIPIA
- Explicação: Uso de palavras de significado oposto ao desejado.

- Exemplo: Esse gelo está um calor insuportável.



(42) HIPÁLAGE
- Explicação: Consiste em atribuir a um termo aquilo que seria adequado a outro termo; ou atribuição de uma qualidade a algo que não a possui

- Exemplo: "Ouvi com os olhos uma bela melodia" + "cheiro de saudade" (a saudade não tem cheiro).



(43) HIPÉRBATO
- Explicação: é uma figura de linguagem que consiste na inversão da ordem natural das palavras em uma frase. Geralmente, as palavras são organizadas de maneira diferente do padrão esperado na estrutura gramatical comum. Essa inversão é usada para criar ênfase, chamar a atenção para determinados termos ou expressar uma ideia de forma mais poética.

- Exemplo:"A noite desceu" + "Na floresta escura, caminhava ele." Nesse exemplo, a ordem invertida "caminhava ele" destaca o pronome "ele" e cria um efeito estilístico na frase + Outro exemplo: "No coração, a paixão pulsava intensa." coloca ênfase na palavra "paixão" e contribui para um tom mais poético na expressão + Outro exemplo: "No meio do caminho tinha uma pedra" (Carlos Drummond de Andrade).



(44) HIPÉRBOLE
- Explicação: Exagero proposital na expressão de uma ideia, aumentando ou diminuindo a intensidade da mensagem.

- Exemplo: "Estou morrendo de fome!" + "chorar rios de lágrimas".



(45) HIPÉRBOLE MODERADA
- Explicação: Exagero controlado para enfatizar uma ideia.

- Exemplo: Esperei uma eternidade por você.



(46) HOLÓFRASE
- Explicação: Utilização de uma única palavra para expressar uma ideia que normalmente seria comunicada por uma frase.

- Exemplo: "Água!" para expressar a necessidade de beber água.+ "Dormir" para dizer que está cansado e precisa descansar.



(47) HOLONÍMIA
- Explicação: Relação de todo para parte.

- Exemplo: Carro para referir-se às rodas do veículo.



(48) HOMOFONIA
- Explicação: Semelhança de sons, mas com sentidos diferentes.

- Exemplo: O caçador alvejou o alvo.



(49) HOMONOMÁSIA
- Explicação: Substituição de um nome próprio por um nome comum ou vice-versa.

- Exemplo: Ele é o Einstein da nossa turma.



(50) IRONIA
- Explicação: A ironia é uma figura de linguagem que consiste em expressar uma ideia por meio de palavras que indicam o contrário do que se quer dizer. Pode ser utilizada para transmitir sarcasmo, crítica ou humor. Existem diferentes tipos de ironia, como a verbal, situacional e dramática. figura de linguagem que consiste em dizer algo com intenção oposta ou diferente do sentido literal. A ironia é uma poderosa ferramenta na comunicação, pois muitas vezes exige que o receptor da mensagem compreenda o contexto ou as nuances para interpretá-la corretamente.

- Exemplo: "Que belo dia chuvoso!" (quando está chovendo). + "Que maravilha, perdi as chaves de novo!"



(51) IRONIA DRAMÁTICA
- Explicação: quando uma personagem diz algo, mas o leitor ou espectador sabe que o oposto é verdadeiro. O público conhece uma situação ou detalhe que os personagens não conhecem, gerando um efeito irônico.

- Exemplo: "Que bela festa! A casa está um caos" + "Romeu e Julieta", onde a audiência sabe que ambos vão morrer, mas os personagens não..



(52) IRONIA DRAMÁTICA:
- Explicação: Se um personagem está prestes a abrir uma porta pensando que está seguro, mas o público sabe que há um perigo à espreita, isso cria ironia dramática.

- Exemplo: Em uma peça teatral, quando o público sabe de algo que os personagens não sabem, criando um efeito irônico.



(53) IRONIA SITUACIONAL
- Explicação: ocorre quando há uma discrepância entre a expectativa do que deveria acontecer e o que realmente acontece na situação.

- Exemplo: Um bombeiro que não consegue apagar um incêndio em sua própria casa.



(54) IRONIA SOCRÁTICA
- Explicação: Aparente ignorância para provocar respostas esclarecedoras.

- Exemplo: Você não acha que eu sou o homem mais inteligente do mundo, Sócrates?



(55) IRONIA VERBAL
- Explicação: Quando ocorre uma contradição.

- Exemplo: "Que dia lindo!" - Dizendo isso em um dia chuvoso. A ironia ocorre porque a expressão "que dia lindo" contradiz a realidade de um dia chuvoso.



(56) LITOTES
- Explicação: Consiste em afirmar algo negando o contrário, com o intuito de suavizar a expressão ou de torná-la mais sutil

- Exemplo: "Não é ruim"; a negação da negatividade implica que algo é, na verdade, bom ou aceitável + "não é nada mau" (é bom).



(57) MERONÍMIA
- Explicação: Relação de parte para todo.

- Exemplo: Mãos para referir-se à pessoa como um todo.



(58) METÁFORA
- Explicação: Estabelece uma relação de semelhança entre dois termos, atribuindo características de um a outro; comparação implícita entre dois termos, sem o uso de conectivos comparativos

- Exemplo: O amor é uma chama que arde sem se ver (Camões) + "ele é um leão".



(59) METÁFORA CONCEITUAL
- Explicação: Utilização de metáforas para expressar conceitos abstratos ou ideias.

- Exemplo: "O caminho para o sucesso é uma escalada íngreme." + "a mente é um oceano de pensamentos" + "A sociedade é um organismo vivo".



(60) METÁFORA FILOSÓFICA
- Explicação: uso de metáforas para expressar conceitos filosóficos ou abstratos.

- Exemplo: "a vida é uma estrada sem fim".



(61) METÁFORA VISUAL
- Explicação: Utilização de metáforas que envolvem elementos visuais.

- Exemplo: Seus olhos eram estrelas brilhantes. + "olhos de jabuticaba" (olhos escuros).



(62) METALEPSE
- Explicação: Utilização de uma figura de linguagem dentro de outra.

- Exemplo: A caneta é mais poderosa que a espada (usando a metáfora dentro de uma metáfora) + "O amor é uma faca de dois gumes" (metáfora dentro de uma metáfora).



(63) METONÍMIA
- Explicação: Substituição de um termo por outro, com o qual ele mantém uma relação de contiguidade ou proximidade.

- Exemplo: "O Brasil ganhou o jogo" (se referindo à seleção brasileira) + "beber um copo" (beber o líquido dentro do copo).



(64) NEOLOGISMO
- Explicação: Criação de novas palavras ou expressões.

- Exemplo: Ciberespaço, blog, twittar.



(65) ONOMATOPEIA
- Explicação: Palavras que imitam sons naturais; reprodução de sons por meio de palavras

- Exemplo: O sino dong-dong anunciou a chegada da meia-noite + "tic-tac" ou "bum".



(66) OXÍMORO
- Explicação: Combinação de palavras de significado oposto, gerando um efeito paradoxal; ou junção de termos contrários

- Exemplo: Silêncio ensurdecedor.



(67) PARADOXO
- Explicação: União de ideias aparentemente contraditórias, mas que expressam uma verdade; uso de ideias contraditórias, mas que, juntas, exprimem uma verdade ou uma nova perspectiva.

- Exemplo: "A pressa é inimiga da perfeição" + "viver é morrer a cada instante".



(68) PARADOXO EPISTÊMICO
- Explicação: Declaração que parece incoerente, mas revela uma verdade profunda.

- Exemplo: Às vezes, para ganhar, é preciso perder primeiro.



(69) PARADOXO SOCRÁTICO
- Explicação: Afirmação de ignorância para provocar reflexão.

- Exemplo: Só sei que nada sei.



(70) PARADOXO TEMPORAL
- Explicação: Expressão de uma ideia que parece contraditória no tempo.

- Exemplo: O amanhã é um lugar muito distante.



(71) PARALELISMO
- Explicação: Repetição de estruturas sintáticas semelhantes em versos ou frases; repetição de uma mesma estrutura sintática ou de ideias semelhantes em um texto

- Exemplo: "A vida é luta, é suor, é persistência" + "Amar é viver, é sonhar, é sorrir".



(72) PARÓDIA
- Explicação: Imitação cômica de um estilo, obra ou pessoa, com o objetivo de ridicularizar.

- Exemplo: "Macunaíma" de Mário de Andrade é uma paródia da literatura indígena brasileira + "Macunaíma" de Mário de Andrade, uma paródia da epopeia.



(73) PARONOMÁSIA
- Explicação: é uma figura de linguagem que se caracteriza pelo uso de palavras que apresentam alguma semelhança sonora, mas têm significados diferentes

Geralmente, essa figura de linguagem é utilizada para criar trocadilhos, jogos de palavras ou para promover um efeito cômico, humorístico.



(74) PERÍFRASE ou CIRCUNLÓQUIO
- Explicação: Uso de várias palavras para expressar uma ideia que poderia ser dita com uma única. Expressar algo por meio de várias palavras quando uma única seria suficiente.

- Exemplo: "O astro-rei" (para se referir ao sol) + "o país das chuteiras" (para se referir ao Brasil) + "A cidade que nunca dorme" (referindo-se a Nova Iorque).



(75) PERSONIFICAÇÃO ou Prosopopeia
- Explicação: Atribuição de características humanas a seres inanimados ou animais.

- Exemplo: "O vento sussurrou segredos em meu ouvido" + "a noite espreitava".



(76) PLEBEÍSMO
- Explicação: Uso de termos populares ou coloquiais em vez de formas mais cultas.

- Exemplo: "Caramba" em vez de "Oh, céus!"



(77) PLEONASMO
- Explicação: Repetição desnecessária de palavras com o mesmo sentido, com o objetivo de reforçar a mensagem; ou uso redundante de palavras, com finalidade expressiva.

- Exemplo: "Subir para cima" + "entrar para dentro".



(78) PLOCE
- Explicação: Repetição de uma palavra em diferentes sentidos ou significados.

- Exemplo: Viagem é vida, a vida é uma viagem.



(79) POLIFONIA
- Explicação: Presença de várias vozes ou opiniões em um texto, dando-lhe maior complexidade.

- Exemplo: O romance apresenta a polifonia de personagens, cada um com sua perspectiva única.



(80) POLIPTOTO
- Explicação: Repetição de uma palavra, mas em formas gramaticais diferentes.

- Exemplo: "Ele é um bom cozinheiro, mas ainda está aprendendo a cozinhar" + "Amar é o verbo que conjugamos todos os dias" .



(81) POLISSEMIA
- Explicação: Uso de uma palavra que possui múltiplos significados.

- Exemplo: O banco do parque estava quebrado (banco como assento ou instituição financeira).



(82) POLISSÍNDETO
- Explicação: Repetição desnecessária de conjunções para enfatizar uma ideia.

- Exemplo: "Eu amo e choro e rio e vivo intensamente" + "e ele falou e sorriu e se despediu".



(83) PROSOPOGRAFIA
é uma figura de linguagem que consiste em descrever detalhadamente as características físicas e morais de uma pessoa ou de um grupo de pessoas. Geralmente, é utilizada para criar uma imagem vívida e rica em detalhes.

- Exemplo: "A senhora de idade avançada, com cabelos brancos como a neve, olhos enrugados que contavam histórias de vida, e mãos calejadas pelo tempo, caminhava devagar, mas com a dignidade de quem enfrentou muitas batalhas." Neste exemplo, a prosopografia é utilizada para fornecer uma descrição detalhada da senhora, incluindo características físicas e sugerindo experiências de vida. Isso ajuda a criar uma imagem mais completa e rica do personagem + "Ele tinha olhos azuis, cabelos loiros e estatura alta".



(84) PROSOPOPOEIA
- Explicação: Atribuição de ações, sentimentos ou características humanas a seres inanimados ou irracionais.

- Exemplo: "A tempestade rugia com fúria" + "o sol sorriu".



(85) QUIASMO
- Explicação: Estrutura cruzada de uma frase, na qual os termos se invertam. Inversão cruzada de termos na estrutura de uma frase.

- Exemplo: "O poeta é um fingidor, finge tão completamente que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente" + "O poeta é inspirado por Deus; por Deus é inspirado o poeta".



(86) SARCASMO
- Explicação: é uma forma de ironia em que alguém expressa algo, mas o significado é, na verdade, o oposto do que está sendo dito. É muitas vezes usado para ridicularizar, zombar ou mostrar desprezo de maneira humorística. O tom e o contexto desempenham papéis cruciais na identificação do sarcasmo, já que muitas vezes as palavras ditas literalmente não correspondem à intenção real do falante. O sarcasmo pode ser uma forma de expressar desaprovação de maneira humorística, mas é importante usá-lo com cautela, pois, se não for compreendido corretamente, pode causar mal-entendidos ou ofender.

- Exemplo: Imagine alguém que está se atrasando constantemente para compromissos e chega tarde mais uma vez. Outra pessoa pode dizer sarcasticamente: "Oh, que surpresa, você está aqui pontualmente como sempre." Neste caso, o sarcasmo está presente na frase "pontualmente como sempre", pois a pessoa está atrasada, e o comentário é feito de forma irônica para ressaltar a habitual falta de pontualidade.



(87) SILEPSE
- Explicação: é uma figura de linguagem em que há uma concordância que se faz com a ideia subentendida, e não com a palavra expressa. Concordância verbal que se faz com a ideia subjacente, e não com a palavra expressa.Pode ocorrer em três tipos: silepse de número, silepse de gênero e silepse de pessoa. A silepse é uma figura de linguagem que ocorre frequentemente na língua portuguesa, proporcionando uma flexibilidade expressiva na concordância.

- Exemplo: "O time foi mal, mas a torcida está feliz" + "A cidade ficou deserta" (referindo-se às pessoas).



(88) SILEPSE DE GÊNERO:
"A turma está feliz com sua vitória." Aqui, ocorre uma silepse de gênero, já que "turma" é um substantivo feminino, mas a concordância é feita no masculino para concordar com a ideia implícita de que há tanto homens quanto mulheres na turma.





(89) SILEPSE DE NÚMERO:
"Os Estados Unidos são poderosos." Neste exemplo, há uma silepse de número, pois "Estados Unidos" é um termo plural, mas a concordância é feita no singular, levando em conta a ideia de nação única.





(90) SILEPSE DE PESSOA:
"Cheguei em casa e dei uma olhada nas minhas coisas." Neste exemplo, há uma silepse de pessoa, pois "dei uma olhada" está na primeira pessoa, mas se refere ao locutor que, na verdade, está realizando a ação na terceira pessoa.





(91) SINÉDOQUE
- Explicação: Substituição de uma palavra pela outra, com base na relação de inclusão ou exclusão.

- Exemplo: Todos os olhares se voltaram para ela (usando "olhares" para se referir às pessoas).



(92) SINESTESIA
- Explicação: Fusão de sensações percebidas por diferentes sentidos; mescla de sensações diferentes em uma mesma expressão.

- Exemplo: "Um silêncio azul invadiu o ambiente" + "cheiro amargo" ou "cor quente".



(93) SÍNQUISE
- Explicação: Inversão livre e desordenada das palavras. Construção sintática inusual que quebra a ordem lógica das palavras.

- Exemplo: "Na floresta escura, andei perdido." + "À praia deserta a onda trazia."



(94) TAUTOLOGIA
- Explicação: Repetição desnecessária de ideias, expressando o mesmo conceito de formas diferentes.

- Exemplo: Subir para cima.



(95) ZEUGMA
- Explicação: Uso de uma única palavra para ligar dois termos, sendo ela própria apropriada para apenas um deles; omissão de um verbo ou outro termo já citado anteriormente na frase.

- Exemplo: "Ele quebrou o silêncio e o copo" + "Pedro gosta de futebol, Maria de dança".


(Carlos Eduardo da Silva - 13/11/2023)