đŸ”‰ïž(704)_OBRIGADO PELOS JOELHOS RALADOS [Comportamento] (por Pedro Sobral)

 



Clique p/OUVIR đŸ‘‰ïžđŸ”‰ïž

OBRIGADO PELOS JOELHOS RALADOS

23 de abril 2025


Carlos, em 2024 eu decidi aprender a lutar jiu-jitsu e a tocar trompete.


EntĂŁo, como vocĂȘ pode imaginar, eu construĂ­ uma bela coleção de dores no corpo, notas desafinadas e, acima de tudo, erros.


(agora, com o tornozelo quebrado, as dores da luta saíram da coleção kkkk)


Mas, ao invés de ficar deprimido com isso, eu estou mais feliz do que nunca.


Por isso decidi compartilhar mais esse pequeno bloco de notas com vocĂȘ.


***


A Priscila, minha esposa, sempre diz uma coisa que eu carrego tatuada no cérebro:


“VocĂȘ acerta pelos dias que vocĂȘ erra.”


Minha interpretação disso Ă© a seguinte: os acertos tĂȘm um gostinho especial justamente porque em alguns dias a gente faz merda, em outros a gente acerta o alvo em cheio.


É o famoso pico que só existe porque tem um vale lá atrás. O erro dá contraste, dá profundidade, dá perspectiva pra gente olhar o topo e pensar: “Caramba, fui eu que construí isso.”


Errar nĂŁo significa fracassar.

É aprendizado bruto.


Aquele que te lapida e te deixa mais esperto pra prĂłxima.


E daí vem uma conclusão aliviadora: não se cobre demais. Além de ser ineficiente, é sem sentido.


Sim, eu acredito que devemos exigir mais de nĂłs mesmos e tentar superar nossos limites, nossas linhas do cagaço, mas isso Ă© diferente de se chicotear — e Ă© o chicote que a gente pega quando estĂĄ no vale, achando que deve ser perfeito o tempo todo.


Só que ninguém é. E nem precisa ser.


EntĂŁo, se hoje vocĂȘ tĂĄ aĂ­ frustrado com vocĂȘ mesmo, achando que as coisas nĂŁo tĂŁo rolando como deveriam, respira fundo.


Reconhece o erro, aprende o que dĂĄ pra aprender, e segue.


Porque, velho, cada passo — mesmo tropeçado — tá te levando pra frente.


E sabe o que Ă© mais louco? Quando vocĂȘ olhar pra trĂĄs, vai perceber que atĂ© os erros te empurraram pro topo.


Afinal, essa bela vista sĂł existe porque vocĂȘ teve coragem de escalar o morro, errando, tropeçando, mas sempre SUBINDO.


Na verdade, essa bela vista sĂł Ă© tĂŁo bela porque vocĂȘ deu o sangue e ralou os joelhos pra chegar no topo.


Caso contrĂĄrio, talvez seria sĂł mais uma vista.


EntĂŁo nĂŁo importa onde vocĂȘ esteja no caminho, lembra disso: os dias ruins sĂł deixam os bons mais incrĂ­veis.


Construa uma jornada que faça sentido pra vocĂȘ, com picos, vales e tudo mais.


Sempre contente, mas nunca satisfeito.


Foi isso que eu aprendi com algumas chaves de braço e notas desafinadas — e que vou me lembrar com carinho na faixa preta.


Abraços,

Pedro Sobral.



Fim