Clique p/OUVIR 👉️🔉️
De "Estado Invisível" a Protagonista:
COMO SERGIPE PODE MUDAR O JOGO DA ENERGIA NO BRASIL
Sergipe, o menor estado do Brasil em território, é um verdadeiro gigante adormecido. Por muito tempo, ele foi considerado um "estado invisível", com pouca presença na mídia e no turismo nacional. Mas essa invisibilidade esconde uma história de protagonismo no setor de energia que pode, mais uma vez, colocar Sergipe no centro das atenções.
Tudo começou em 1963, com a descoberta do maior campo de petróleo em terra do Brasil em Carmópolis. Poucos anos depois, em 1968, Sergipe fez história novamente com o campo de Guaricema, o primeiro campo de petróleo offshore do país. A exploração offshore — que acontece em alto-mar, longe da costa — é um trabalho complexo e de alto risco, mas Sergipe foi pioneiro nessa empreitada. Naquele momento, o estado estava abrindo o caminho para o futuro do setor energético brasileiro. Essa fase de prosperidade trouxe um novo fôlego para a economia local, com o crescimento do comércio, a criação de empregos e a construção de novas estradas.
A QUEDA E A REDESCOBERTA
No entanto, a bonança não durou para sempre. A partir de 2010, a Petrobras, que já tinha uma forte presença no estado , enfrentou uma série de problemas, como denúncias de corrupção, uma queda drástica no preço do petróleo e um endividamento recorde. Para se reerguer, a empresa focou seus investimentos no recém-descoberto pré-sal do Sudeste, deixando Sergipe de lado mais uma vez. A retração do setor de petróleo e gás resultou em estagnação econômica e no envelhecimento da infraestrutura do estado.
Por um tempo, parecia que Sergipe voltaria a ser apenas um ponto no mapa. Mas, em 2019, uma nova fase de explorações em águas profundas, possibilitada por avanços tecnológicos, trouxe uma descoberta impressionante: um complexo de seis campos
offshore na Bacia de Sergipe e Alagoas. O potencial de produção é enorme, estimado em mais de 20 milhões de metros cúbicos de gás por dia, o que se aproxima do volume que a Bolívia exportava para o Brasil em seu auge.
O FUTURO PROMISSOR, MAS TRAVADO
Com essa nova descoberta, Sergipe voltou ao radar da energia com força total. A Petrobras anunciou o projeto Sergipe Águas Profundas, com investimentos bilionários e a previsão de instalar plataformas flutuantes e gasodutos. A promessa era que a produção de gás começaria em 2026.
No entanto, o projeto está travado. O primeiro plano foi reprovado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). A Petrobras cancelou a licitação para contratar as plataformas porque os preços estavam muito altos. A alta demanda global e a inflação na cadeia de suprimentos contribuíram para o aumento dos custos. Com isso, a produção foi adiada para 2030 e ainda depende de uma decisão final de viabilidade econômica.
Apesar do atraso, o potencial do projeto é irrefutável. Estamos falando de 240 mil barris de petróleo por dia, o que representa centenas de milhões de reais em valor bruto por mês. Se o projeto sair do papel, ele pode reabrir indústrias, atrair investimentos bilionários e transformar a economia do estado. Além disso, o gás abundante e mais barato pode impulsionar indústrias de fertilizantes, petroquímica e geração térmica.
Sergipe não está sozinho nessa empreitada. A descoberta atraiu gigantes como a ExxonMobil e a Murphy Oil, que também compraram blocos exploratórios na região. Esse novo polo de competição traz uma onda de inovação tecnológica para o estado que, antes, só era vista no Sudeste.
A MALDIÇÃO DOS RECURSOS
O potencial revelado em Sergipe pode ser uma chave para a segurança energética do Brasil. A produção de gás nos campos do estado pode reduzir a dependência do país da importação de gás da Bolívia e dos Estados Unidos, o que é um alívio para a balança comercial e uma vantagem em tempos de disputa global por energia.
No entanto, o desafio é evitar que o ciclo de exploração e declínio se repita. O estado precisa escapar da chamada "maldição dos recursos". Esse fenômeno acontece em regiões ricas em recursos naturais que não conseguem converter essa riqueza em desenvolvimento sustentável.
Para que Sergipe prospere, é fundamental que os royalties gerados pelos projetos sejam usados para investir em educação, ciência e na diversificação da economia local. Dessa forma, o estado não dependerá apenas do gás e poderá prosperar mesmo quando ele não for mais o protagonista.
A história de Sergipe prova que o que torna um estado grande não é seu tamanho no mapa, mas sim o impacto que ele tem no destino de um país. Sergipe tem tudo para escrever um novo capítulo e se tornar um verdadeiro protagonista na cena energética do Brasil.
Fim
Fonte: vídeo "O Estado invisível que pode MUDAR o FUTURO do Brasil" in https://youtu.be/ixw-Db55vqs | Canal Mundo Entrópico
(Transcrito por TurboScribe.ai)