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MARIA DE NAZARÉ
Pe. Zezinho
(Canto)
Maria Santa de Jesus, | Maria pura de José | Que eu vi chorando ao pé da cruz, | Que eu vi sorrindo em Nazaré | Nossa Senhora, a gente diz, | Senhora e Mãe de todos nós | Pensando em Ti, fico feliz | No Teu amor roga por nós.
Garota, um dia a história ainda o lembra. Pois o tempo ainda não conseguiu esquecer o impacto dos eventos. Uma jovem mulher, cheia de paz e de ternura a briu os braços e resolveu dar abrigo ao infinito. Seu nome era Maria. Transitava graciosa pelos caminhos do Pai em busca da maturidade, de mulher, de esposa e de mãe. Seria loira, morena, alta e esguia, pequena e tostada de sol. Seria verde o seu olhar, ou azul talvez. Seria ela um facho de luz mandado à terra. Não sei, eu não sei nem creio que isso venha a ser importante. Importante sim é que em Nazaré, há mais ou menos dois mil anos uma jovem extravasou seu coração de mulher e menina moça. E desde então o mundo nunca mais conseguiu disfarçar a saudade e a fome que ele tem de Deus. Esta jovem era judia. Garota como tantas em Nazaré, garota que ousou ser diferente. Não tanto como tantas. Uma garota que ainda não atingia a sua maturidade física, entende? Ou talvez a tivesse atingido, eu nem sei ao certo. O certo que sei é que um dia o amor se tornou criança e veio morar dentro dela. E o nome dela era Maria, Maria de Nazaré.
Seu amor não conhecia limites, mas cabia bem no quadro da feminilidade. Foi por isso que um dia Maria repartiu seu coração de moça com um jovem carpinteiro da sua cidade e o nome dele era José. E ambos haviam conhecido a paz interior.
Do amor nasceu o desejo de unir em suas vidas, da paz interior a decisão de permanecerem unidos no seu Deus. Olha, sei lá, só sei que se tivessem explicado isso aos homens do seu tempo, seriam provavelmente marginalizados e ridicularizados.
E se isso tivesse acontecido no mundo de hoje em que de cada 100 filmes, 90 exploram o erotismo e a violência, eu nem sei o que aconteceria. O fato é que José e Maria, mesmo desposados, ainda não haviam feito uso do sexo. Não que o tivessem rejeitado. Entenda bem. Era parte das coisas normais que entravam ou deveriam entrar em sua vida, mas eles eram um pouco diferentes; não tinham tido pressa. E se amavam. Incrível, isso não existe! Ninguém consegue ficar sem sexo tanto tempo assim, sobretudo depois de casado. Esse é o cúmulo do tabu, do quadradismo, do retrocesso, diriam os sexólogos modernos. Verdade, diria quem conhece a paz da contemplação. Um casal tranquilo, que descobriu uma outra dimensão de amor, só isso. Ah, o nome dele era José, o carpinteiro. E o nome dela era Maria. Maria de José.
Agora imagine você os dois vivendo essa tremenda aventura de paz interior e curtindo essa forma diferente e super espetacular de vida a dois. Na paz da oração e da fidelidade ao que eles se haviam proposto e... De repente, a dúvida e o amargor da insegurança. Você já sabe da história. O mensageiro de Deus vem e anuncia que ela vai ser mãe. E nem pergunta se ela quer. Vai saudando e dizendo simplesmente que ela, Maria, havia sido escolhida para ser mãe de um filho do povo.
Eu sei, disse ela, eu entendo a sua mensagem, mas só que há um pequeno obstáculo. Como é que pode acontecer uma coisa dessas se eu sou virgem? Ela sabia muito bem das coisas. Por isso mesmo começou colocando a fé em primeiro plano.
E foi assim que o jovem casal enfrentou a sua primeira crise. Como dizer a ele que ambos teriam um filho, que contudo não seria dele? Que o Espírito Santo a cobriria com sua sombra? Que engravidara miraculosamente? E existe homem capaz de aceitar uma conversa desse tipo? Dizer o quê? De que jeito? E os dois se amaram na angústia e na barreira de um segredo terrível.
Para José, tão logo Maria voltou de sua visita a Isabel, a expectativa de uma explicação e ao mesmo tempo o respeito de marido que confia. Ela voltara grávida e o filho não era dele. Para Maria, a impossibilidade total de explicar o inexplicável. Sobre ambos, a tortura do silêncio e a paz da consciência limpa e tranquila. É, é muito fácil imaginar o acontecimento no seu lado poético. Mas a cruz de um sim que tirava dela toda e qualquer palavra de explicação. Que a reduzia ao silêncio da fé. É, isso pesava muito mais do que a alegria de ser a escolhida.
E sabe o que ela disse? Faça-se a vontade de Deus.
E em toda a Galileia não houve mãe que fosse mais feliz. Mais pura, mais doce, mais santa, mais sofrida e mais martirizada. E o nome dela era Maria, Maria de Jesus Cristo. Maria dos inocentes.
(canto)
Maria santa de Jesus | Maria pura de José | Que eu vi chorando ao pé da cruz | Que eu vi sorrindo em Nazaré | Nossa Senhora, a gente diz | Senhora e Mãe de todos nós | Pensando em Ti, fico feliz | No Teu amor roga por nós | Também como em Belém | Nasci em Teu regaço e passo a passo | Caminhei com Teu Jesus | Eu caminhei também | Sorrindo e a chorar | Mas vou levar com Teu Jesus a minha cruz | Ave Maria Maria, Maria, Maria | Ave Maria Maria, Maria, Maria | Maria meiga de Belém | Em quem a graça repousou | Maior ternura ninguém tem | Deus nosso Pai te abençoou | Mãe do Senhor, a gente diz | E tem coragem de sonhar | Que o mundo vai ser mais feliz | Sabendo amar e perdoar | E como em Nazaré | Vivendo com Jesus e com José Teu coração só teve amor | Aumenta nossa fé | No Filho que é Teu Deus | E faz de nós o povo santo do Senhor | Ave Maria Maria, Maria, Maria | Ave Maria Maria, Maria, Maria.
(canto)
Maria de Nazaré | Maria me cativou | Fez mais forte a minha fé | E por Filho me adotou | Às vezes eu paro e fico a pensar | E sem perceber me vejo a rezar | E meu coração se põe a cantar | Pra Virgem de Nazaré | Menina que Deus a mão e escolheu | Pra Mãe de Jesus, o Filho de Deus | Maria que o povo inteiro elegeu | Senhora e Mãe do Céu | .
O resto da história você conhece. A gravidez. A grandeza interior e a participação de José. A Virgem Esposa. A Menina Moça que se fez Mãe. O Decreto do Imperador. Belém, o Exílio. Nazaré, o Silêncio. A Expectativa, as Meditações. Cafarnaum, José que nunca mais é mencionado. A Mãe e o Filho.
E de repente, de repente... O Anúncio do Novo Reino. As pregações do Filho que cresceram. As caminhadas pelas cidades e aldeias. A conversa do povo. A esperança que nascia no coração de todos. As curas maravilhosas. As respostas cheias de sabedoria. A multidão que tinha tanta fome de ouvir a ponto de passar fome. E Jesus, cada dia mais conhecido. E o povo, cada vez mais envolvido. E as novas ideias penetrando no coração do povo simples. E os contestadores. E os que preferiam que as coisas ficassem como estavam. E as calúnias. E as agressões e ciladas. E o amor do povo simples. E a preocupação e a gratidão dos que tinham sido beneficiados.
Depois... A raiva. O ódio dos que gozavam de todos os privilégios. E finalmente a decisão de acabar com ele. Muita gente, muita gente estava prevendo aquilo. E ela sabia disso. Mas não adiantaria. Não adiantaria pedir ao Filho que moderasse a linguagem. Ela acreditava nele. Ela Tinha acreditado tantos anos no seu Filho E no reino que ele pregava.
Maria dos Evangelhos. O resto você sabe. Jesus foi condenado à rebelia por um grupinho que conseguiu, apesar de um governador e um rei não terem nada de que acusá-lo, fazer uma espetacular manobra política e alcançar um veredicto conveniente. Ele era culpado e perigoso. Ele sublevara o povo. E atrapalhar os interesses de alguns. Não adiantou nada o testemunho de tanta gente curada por ele. O fato de nunca ele haver tentado derrubar ninguém do poder. O fato de haver fugido quando quiseram proclamá-lo rei. O fato de pagar imposto. E nunca haver se dado ao trabalho de espalhar desobediência aos poderes constituídos. Ele era culpado e tinha incomodado demais. E nem os açoites adiantaram. Era preciso eliminá-lo. O povo estava massificado. E estrategicamente preparado para pedir a condenação. Sabe o que eles gritaram? Crucifica! Crucifica! Crucifica!
E entre eles, sofrendo silenciosa, também crucificada no coração estava Maria. E o nome dela era Maria dos Inocentes.
Depois veio a ressurreição. Os breves encontros. E as recomendações finais. A alegria restaurada. A certeza e a coragem finalmente assumidas. A despedida. E a promessa de que ele continuaria presente às preces dos seus discípulos. A ida para o pai. A vinda do Espírito Santo. E Maria estava presente. A saudade. A saudade do filho era uma constante no coração de mãe. Mas agora Ela estava com João. E os discípulos a enchiam de mil perguntas. Querendo saber de mil detalhes. Ela Havia passado quase desapercebida quando ele vivia. Agora... E Maria que guardara essas coisas no coração, relembrando Belém, Egito, Nazaré, Cafarnaum. Dia por dia, momento por momento. Silêncio por silêncio. Começou a falar. Seu filho acontecera. Belém, agora c om aquela gruta fria, ficara tão distante. E trazia tanta saudade. José voltava a sua lembrança. Ele gostaria de ter estado presente. Mas já tinha ido ver seu Deus. Pai do Senhor Jesus. De quem ele for o grande defensor e doutor. E veio a lembrança daquele dia horrível da matança dos bebês. E a fuga para o Egito. E a volta para Nazaré. E novamente a sua visita para Isabel. E outra vez A lembrança do mensageiro do Senhor. E a sua pergunta e o seu drama. E o seu silêncio. E o drama de José. E a presença amiga de Deus naquela espera. E o menino chorando naquele coxo de animais. E o cuidado de José Com um pedido de desculpas. E os homens que haviam negado vaga para ele. E os pastores. E toda aquela gente simples. E os homens que haviam concluído pelos astros. Que havia acontecido alguma coisa de novo. E os parentes e o povo. E os que odiavam sem motivo. E os que falavam bem. E as lágrimas do seu filho. E o seu sorriso. E a sua paz. É, e também os momentos em que ela precisou fazer valer o seu direito de mãe. E o incidente no templo. E a paciência do seu filho. E as coisas lindas que ele dizia sobre perdão, sobre o novo reino. E o seu zelo. E a sua ternura que ela tanto gostava de presenciar. Seu filho acontecera. O seu Jesus voltara para o pai. Como naquele dia. Ela não sabia explicar. A doce senhora tinha agora muitas memórias a viver. A seu lado, as amigas, os seguidores do seu filho. E a certeza, de muita gente, de que Deus havia estado entre eles. E havia sido filho dela. Da moça de Nazaré. De uma jovem chamada Maria. Maria de José. Maria de Nazaré. Maria de Belém. Maria de Jesus. Maria dos cristãos. Maria da humanidade.
Tudo isso aconteceu porque num país em que todas as moças se julgavam mulheres por seguir a sua época, ela teve a coragem de amar. E descobrir uma dimensão nova de amor, que não rejeitava e que, muito pelo contrário, transcendia ao sexo. Naquele tempo não havia revistas eróticas. Nem shows realistas. Nem pornografia. Nem conversa de amor livre. E nem essas entrevistas de ídolos liberais espalhadas por revistas de teatro e televisão. E nem certas novelas. Nem divórcio. Nem egoísmo na vida conjugal. Nem depravação da pureza do amor humano. Ou... Será que havia?
Já faz muito tempo. Mas o mundo não esqueceu. E se por acaso esqueceu precisa lembrar-se urgentemente que um dia uma jovem, que mal deixara a adolescência, teve a coragem de ser pura. E por isso Deus a chamou de mãe. O nome da jovem era Maria. Quem sabe algumas garotas voltem a lembrar-se disso. E alguns rapazes também. A libertação feminina começa onde morou o Filho de Deus. Amém.
(canto)
Maria de Nazareth | Maria me cativou | Fez mais forte a minha fé | E por filho me adotou | Às vezes eu pare e fico a pensar | E sem perceber me vejo a rezar | E meu coração se põe a cantar | Pra Virgem de Nazareth | Menina que Deus amou e escolheu | Pra mãe de Jesus o Filho de Deus | Maria que o povo inteiro elegeu | Senhora e Mãe do Céu | Lá-iá-rá-rá Lá-iá-rá-rá-rá | Maria que eu quero bem | Maria do puro amor | Igual a você e ninguém | Mãe pura do meu Senhor | Em cada mulher que a Terra criou | Um traço de Deus Maria deixou | Um sonho de mãe Maria plantou | Pro mundo encontrar a paz | Maria que fez o Cristo falar | Maria que fez Jesus caminhar | Maria que só viveu pra ser o Deus | Maria do povo meu | Lá-iá-rá-rá-rá.
Fim
(Transcrito por TurboScribe.ai.)
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