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Apostila de Dom
Gregório
O LIVRO DO GÊNESIS
A Pré-História Bíblica
Teoria Judaica e Cristã
O LIVRO DO GÊNESIS
A Pré-História Bíblica
Teoria Judaica e Cristã
A Bíblia apresenta, nos
versículos l a 19 do
primeiro capítulo do livro
de Gênesis, o relato da
criação dos Céus e da
Terra atribuído a Javé, o
Deus único e onipotente,
que teria executado a
obra em seis dias e
descansado no sétimo,
tornando-o sagrado.
Deus
cria o homem à sua
imagem e semelhança.
Teoria Suméria
Os sumários e babilônios
desenvolveram uma cosmogonia própria,
preservada em poema
como Gilgamesh, onde
se conta que a deusa
Aruru, para criar Enkidu, o
homem, "plasmou argila".
A criação era representada
como um processo de
procriação. Os assírios-
babilônios afirmavam que
a deusa Miami,
intencionando criar sete
homens e sete mulheres,
fez quatorze blocos de
argila.
Com estes, suas
auxiliares plasmaram
quatorze corpos; a deusa
rematou-os,imprimindo-
lhes traços de indivíduos
humanos e configurando-
os à sua própria imagem.
Teoria Egípcia
Um baixo relevo em Deis-
el-Bahari e outro em Luxor
apresentam o deus Cnum
modelando sobre a roda
de oleiro os corpos da
rainha Hatshepsout e do
Faraó Amenofis III; as
deusas colocaram sob o
nariz de tais bonecos o
sinal hieroglífico da vida
ank, para que a
respirassem e se tornassem
seres vivos.
Teoria dos Maris
Na Nova Zelândia conta-se
que um certo deus,
conhecido pelos nomes de
Tu, Tiki e Tané, tomou
argila vermelha e, à
margem de um rio,
plasmou-a, misturando-
lhe o seu próprio sangue,
e dela fez uma cópia
exata de sua divindade;
depois, animou-a
soprando-lhe na boca e
nas narinas; ela então nasceu para a vida e
espirrou. O homem
plasmado pelo criador
Maori parecia-se tanto
com este que mereceu por
ele ser chamado Tiki-Ahua,
isto é, imagem de Tiki.
Teoria Brâmane (da
índia)
A visão bramânica do
mundo e sua aplicação à
vida estão descritas no
livro do Manusmisi
(Código de Manu),
elaborado entre os anos
200 a.C. e 200 da era
cristã, embora também
contenha material muito
mais antigo. Manu é o pai
original da espécie
humana. O livro trata
inicialmente da criação do
mundo e da ordem dos
brâmanes; depois, do
governo e de seus
deveres, das leis, das
castas, dos atos de
expiação e, finalmente, da
reencarnação e da
redenção. Segundo as leis
de Manu, os brâmanes
são senhores de tudo que
existe no mundo.
Teoria Islâmica
Os islâmicos acreditam na
origem do Universo
segundo o que descreveu
o Profeta Moisés na Tora.
Outros Livros passíveis de
crédito islâmico são: os
Salmos, o Evangelho e o
Corão, que dizem ser o
derradeiro e completo livro
sagrado, constituindo a
coletânea dos
ensinamentos revelados
por Deus ao profeta
Maomé.
Teoria Budista
Não há um deus criador no
budismo, a religião não se
inicia no começo dos
tempos, mas com o
despertar de Buda. O
universo tal como é
simplesmente sempre foi
assim "desde o tempo sem
início".
Teoria Espírita
O espiritismo segue as
descobertas e revelações
da ciência, embora admita a interferência de Deus na
engenharia da criação do
Universo. Deus é a
inteligência suprema,
causa de todas as coisas.
Teoria Evolucionista
Charles Darwin: Em seu livro de 1859, "A
Origem das Espécies", ele
introduziu a ideia de
evolução a partir de um
ancestral comum, por meio
de seleção natural. Esta se
tornou a explicação
científica dominante para a
diversidade de espécies na
natureza
O QUE DIZ O
CRISTIANISMO?
O cristianismo não
quer brigar com a
Ciência.
Reserva-se a dizer que
o princípio do primeiro
movimento foi de
Deus.
Deus é, portanto, o princípio e o fim de
toda a criação.
EVOLUCIONISMO OU
CRIACIONISMO?
• O autor sagrado
apresenta origem
distinta para o homem e para a mulher.
• Será que o texto de
Gn 2,7 quer dizer algo
sobre o modo como
apareceu o homem na
face da terra?
• Vejamos o texto:
"Então lahweh Deus
modelou o homem com a
argila do solo, insuflou em
suas narinas um hálito de
vida e o homem se tomou
um ser vivente".
Observando que o tema
Deus-Oleiro, ocorrente no
texto, não passa de uma
metáfora. Quer dizer
que, como o oleiro está
para o barro, assim Deus
está para o homem.
E como é que está o
oleiro para o barro?
Numa atitude de
sabedoria, carinho,
maestria, providência...
Assim também Deus está
para o homem, qualquer
que seja a modalidade de
origem do ser humano.
Não devemos extrair
dessa passagem alguma
lição de teor científico.
ENTÃO O HOMEM VEM DO
MACACO?
RESPOSTA:
NÃO
Nem para a ciência,
nem para a religião .
É
preciso fazer antes uma
distinção entre corpo,
alma e espírito.
Corpo - ser material,
sujeito à evolução.
Alma - o que dá
movimento ao corpo (nos homens e nos animais).
Espírito - aquilo que torna
o homem semelhante a
Deus.
O homem
veio do PRIMATA que é
ancestral dos macacos? Se o corpo evoluiu, por
outro lado a alma não
tem origem por evolução,
mas por criação direta de
Deus; sendo espiritual ela
não provém da matéria em evolução (o espirito
não é energia
quantitativa). Por isso, não
pode originar-se da
matéria. Assim se
conciliam criação e
evolução no aparecimento
do homem.
Pode-se admitir que,
quando o corpo de um
dos evoluídos do primata
(que chamamos homem)
estava suficientemente
evoluído ou organizado.
Deus lhe infundiu a alma
espiritual, diretamente
criada para dar-lhe a vida
de ser humano
inteligente.
Isso teria
ocorrido na origem tanto
do homem como na da
mulher.
Há diferença entre vida
vegetativa (árvores), vida
sensitiva (animais
irracionais) e vida
intelectiva (homem).
MONOGENISMO OU
POLIGENISMO?
Quantos indivíduos houve
na origem do gênero
humano atual?
A ciência nos oferece três
hipóteses:
Polifiletismo: Muitos
troncos ou berços do
gênero humano (na Ásia,
na África, na Europa).
Poligenismo:
Um só berço com
muitos casais.
Monofiletismo:
(Um só tronco)
Monogenismo: Um só berço com um só casal.
O Polifiletismo contraria a
fé e as probabilidades
científicas. Foi abandonado
pela ciência.
O Monofiletismo
Monogenético (um só
casal) é a tese clássica
(da Bíblia), mas que não
nega a possibilidade do
poligenismo. Vejamos Gn 4,17a:
"Caim conheceu sua
mulher, que concebeu
e deu à luz Henoc!"
A
palavra Adam significa
homem. Não é um
nome próprio, mas
substantivo comum.
Quando o autor sagrado
diz que Deus fez Adam,
quer dizer que fez o
homem, o ser humano,
sem tencionar especificar
o número de indivíduos
(um, dois ou mais).
Em Gn l ,27 lemos: "Deus
criou o homem (Adam) à
sua imagem; à imagem de
Deus Ele o criou; homem e
mulher Ele o criou".
Veja que nesse versículo a
palavra Adam não designa
um indivíduo, mas a
espécie humana
diversificada em homem e
mulher.
A palavra Eva também
não é nome próprio, mas
significa em hebraico
"mãe" (Gn 3,20).
O que importa é afirmar
que os primeiros mais
(dois ou mais) foram
elevados à filiação divina;
que submetidos a uma
prova, não se mantiveram
no estado de amizade
com Deus (cometeram o
pecado original).
Adão e Eva são, portanto,
uma fábula? Não, são tão
reais quanto o gênero
humano é real. O que nos
confunde é que a história
é narrada numa
linguagem figurativa
(serpente, árvore, fruta...).
A origem dos diversos
tipos de raças explica-se
por um só principio:
devem-se não somente às
diversas condições de
clima, alimentação,
trabalho, ... das
populações, mas também
ao fenômeno do
mutacionismo
(mudanças bruscas em
indivíduos raros).
O HEXAÉMERON
(A criação em seis dias)
A seção de Gn 1-11
chama-se pré-história
bíblica, porque se refere
aos acontecimentos
anteriores à história
bíblica.
A pré-história bíblica não
coincide com a pré-história universal, que vai
de 15.000.000.000 (Big
Bang) a 8.000
(aparecimento da escrita).
Pré-história bíblica
significa uma tentativa de
explicação de fatos sobre
os quais ninguém tem
conhecimento, mas na
certeza da presença de
Deus no nascimento da
história da humanidade.
Todos os fatos da pré-
história bíblica tem um
alvo certo: tentar explicar
a escolha de Abraão e de
sua descendência por
Iahweh.
DIVISÃO DO LIVRO
1. A criação do mundo
bom por parte de Deus, a
elevação do homem à
filiação divina e a violação
dessa ordem inicial pelo
pecado (Gn 1,1-3,24).
2. O fratricídio de Caim,
consequência do fato de
que o homem abandonou a
Deus; perdeu também o
amor ao semelhante (Gn
4,1-6).
3. A linhagem dos cainitas,
que mostra o alastramento
do pecado (Gn 4,17-24).
4. A linhagem dos setitas
ou dos homens retos (Gn
5,1-32).
5. O dilúvio, provocado pela
propagação do pecado (Gn
6,1-9,28).
6. A tabela dos setenta
povos (Gn 10,1-32).
7. A torre de Babel, nova
expressão do pecado (Gn
11,1-9).
8. As linhagens dos
semitas (Gn 11,10-26) e
dos taraquitas (Gn 11,27-
32), que fazem a ponte até
o patriarca Abraão.
Ainda o Hexaemeron: (Gn l,l-
2,4a)
No livro do Gênesis
aparece duas narrações
sobre a criação, que,
embora muito próximas,
são bastante distintas.
1. Gn 1,1-2,4a (Da fonte
Sacerdotal [P], do século V
a.C.)
2. Gn 2,4b-3,24 (Da fonte
Javista [J], do século X a.C.)
Em Gn 2,1-4a o mundo já
está terminado, o homem e
a mulher foram criados.
Mas em Gn 2,4b.5 o autor
sagrado afirma que não
havia arbusto, nem erva,
nem chuva, nem homem, e
narra a criação do homem a partir do barro como se
ignorasse a criação já
narrada em Gn l ,27.
Note,
também, que cada um dos
dias da criação é descrito
segundo uma fórmula que
se repete e que constituem
estrofes de um hino
litúrgico:
"Deus disse... E
houve... E assim se
fez... E Deus chamou...
E Deus viu que era
bom... Deus fez... Deus
abençoou... Houve
tarde e manhã... Dia".
A imagem do mundo
pressuposta pelo autor é
bem diferente da nossa:
Havia a região dos ares, a
das águas e a da terra.
Esta seria uma mesa
plana, pousada sobre
colunas; debaixo da terra
havia as águas, donde
emergem as fontes, e
também a região dos
mortos ou o cheol.
A luz era concebida como
algo independente do sol
e das estrelas, pois
mesmo nos dias em que o
sol não brilha temos luz
(por isso a luz é criada no
lº dia, ao passo que os
astros no 4º dia).
A vegetação seria o
tapete verde inerente a terra; por isso terá sido
criada no 3º dia,
anteriormente ao sol.
A mensagem do
Hexaémeron
Podemos destacar três
finalidades:
1. O texto quer incutir
alei do repouso do sétimo
dia (sábado). Os
sacerdotes, então,
compuseram um hino
para explicar o porque de
se repousar no sábado. O
homem deveria, pois,
trabalhar em seis dias e, no sétimo dia, afastar-se
do trabalho para, no
repouso, elevar mais
devidamente o seu espírito
para Deus.
A lei do sábado é anterior
ao texto do hexaémeron
(século V a.C.). Ela
decorre do ritmo natural
da Lua, muito importante
para os trabalhadores
rurais (de sete em sete
dias a Lua passa de nova
para crescente, de
crescente para cheia...).
Por conseguinte, Deus
repousa por causa do
ritmo da semana do
homem, e não vice-versa.
Uma pergunta: O
cristão não deveria,
então, repousar no
sábado?
É preciso lembrar que a
palavra sábado vem de
shabbath (descanso). A
bíblia prescreve o repouso
no sétimo dia (cf. Ex 20,8-11) sem prescrever qual
deva ser o primeiro dia
da semana.
Os cristãos sabem que
Jesus ressuscitou no dia
seguinte ao sétimo dia
(sábado) dos judeus; por
isso começaram a contar
os dias da semana no
segundo dia (ou na
segunda-feira), para fazer
o sétimo dia coincidir com
o da ressurreição de
Jesus. O sétimo dia dos
cristãos é o domingo, com
o repouso que lhe é
sagrado.
2. O autor sagrado queria
mostrar que tudo o que
existe sobre a terra é
criatura de Deus, não
havendo deus algum além
de Adonai.
a) Deus é um só. Não há,
pois, astros sagrados
(como os caudeus da
terra de Abraão
admitiam). Nem bosques
sagrados (como os
cananeus da nova terra
de Abraão professavam).
Nem há animais sagrados
(como os egípcios, entre
os quais viveu o povo de
Israel, professava).
b) Deus é bom e, por isso,
fez o mundo bom. Se há mal no mundo, não vem
de Deus, mas do homem
(cf. Gn 3). Devemos
rejeitar toda forma de
dualismo, que afirma ser a
matéria essencialmente
má.
c) O mundo não é eterno,
mas foi criado por Deus e
começou a existir. Se
afirma, porém, que a
matéria e o espírito tem
origem por um ato criador
de Deus. Qualquer teoria
científica que admita isso,
é aceitável aos olhos da fé.
d) O homem é imagem e
semelhança de Deus, não
por sua corporeidade
(Deus não tem corpo),
mas por sua alma
espiritual, dotada de
inteligência e vontade ao
dizer: "Façamos o
homem à nossa imagem
e semelhança" (Gn 1,26), se expondo um
plural majestático, pondo
em relevo a grandeza do
sujeito falante.
e) O casamento é
abençoado por Deus,
tomando-se uma
instituição natural, que
não depende da
fecundidade: admitidos
fora do povo bíblico.
f) O trabalho do homem é
continuação da obra de
Deus; é santo, qualquer
que seja a sua
modalidade, desde que
executado em consonância
com o plano do Criador.
Vemos o esquema 6+1=7:
6 (seis) é o numeral que
significa o humano, o
limitado.
l (um) é o numeral
sagrado que indica ponto
de partida, princípio, Deus.
A soma dá 7 (sete), que
passou a ser, para os
antigos, o número da
perfeição.
E os dias do
Hexaémeron?
O autor sagrado nunca
pensou em "era". Ele
pensou em uma semana
igualzinha a nossa, com
dias de 24 horas. Mas a
semana que ele
considerava sagrada tinha
um cunho religioso e
nunca existiu. Seu ensino
era puramente religioso, e
nunca pretendeu ter
cunho cientifico, que
naquela época, ainda
estava em seus inícios.
Deus criou primeiro o
homem!
Vemos, no texto, que
Deus criou primeiro o
homem (Gn 2,7). Depois
planta um lugar ameno,
onde o coloca (Gn 2,8.15);
verifica que o homem está
só (Gn 2,18). Cria os
animais terrestres (Gn
2,19); mas o homem
continua só (Gn 2,23).
Então Deus tira a mulher do lado do homem, para
mostrar que esta não é
inferior (teria saído dos
pés), nem superior (teria
saído da cabeça), mas
partilha da mesma
natureza.
No sistema de castas da
índia vai se dizer que os
dálets (intocáveis) saíram
dos pés de Brahma, daí
serem inferiores, ao passo
que os brâmanes
(sacerdotes) saíram da
cabeça (daí serem
superiores)
O paraíso terrestre
aparece para abordar a
difícil questão da origem
do mal e o tema do
pecado original. São
assuntos de ordem
filosófica e teológica que
percorrem a história da
humanidade até os nossos
dias.
O Livro do Gênesis nos fala
de um jardim ameno,
irrigado por quatro rios:
O Tigre e o Eufrates são os
rios da Mesopotâmia,
muito conhecidos. O Geon
e o Fison não podem ser
mais identificados.
Esse paraíso não é um
lugar específico, mas
significa um estado de
harmonia e felicidade a
que o homem foi elevado
logo depois de criado.
No paraíso os homens e as
mulheres gozavam de dons
sobrenaturais e
preternaturais:
1. Sobrenatural:
A
filiação divina, a graça
santificante ou a
elevação do homem à
condição de filho de Deus.
2. Preternaturais Imortalidade:
morte é consequência do
pecado (Gn2,17;3,3s.l9)
Impassibilidade:
ausência de
sofrimento
(Gn 3,16)
Integridade: imunidade
de concupiscência
desregrada, que os faz
terem vergonha da nudez
(cf. Gn 2,25;
3,7-11)
Ciência moral infusa:
tomava-os aptos a assumir
as suas responsabilidades
diante de Deus.
O SIMBOLISMO DOS
NÚMEROS
A Bíblia está cheia de
números, que possuía
muito sentido para os
contemporâneos do autor.
Alguns números eram
considerados bons, ao
passo que outros eram
adversos ou traziam má
sorte (como o número 13
para muitas pessoas hoje).
Os judeus acreditavam que
os símbolos numéricos
ocultavam valores, tendo
desenvolvido toda uma
ciência chamada
GEMATRIA, sobre os
números, que aplicavam
às suas interpretações da
Bíblia.
3 — É um número perfeito,
pois é o número do
triângulo. Participa da
perfeição do número 7: grande, superlativo.
3 e 1/2 - É a metade de 7;
indica imperfeição,
brevidade, fraqueza,
tempo de prova ou de
perseguição. Três anos e
meio duram as tribulações
que acompanharam o
levante dos irmãos
macabeus, de 168 a 165
a.C. Foi o tempo da
perseguição de Antíoco IV
aos judeus.
4 - Representa os quatro
pontos cardeais, mundo,
universalidade. Trindade +
homem. Os quatro
elementos da terra. Perfeição do quadrado.
6 - Significa 7 menos l.
Simboliza a imperfeição, a
fraqueza e a maldade
personificada.
7 - Significa plenitude,
perfeição (Deus ) e totalidade (7 dias da criação).
10 - Número completo,
perfeição.
12 - Perfeição
escatológica. Israel com as
12 tribos. Povo de Deus.
Perfeição do 3x4.
24 - Representa a
totalidade do Povo de
Deus na Igreja. É igual a 2
x 12.
42 - Quarenta e dois
meses é igual a 3 Vi anos,
que é igual a 1.260 dias; isto é, a metade de sete
anos. Tempo de provação.
666 - Três vezes "sete
menos um"; denota a
imperfeição e o total
fracasso. E o número da
Besta.
777 - Três vezes o sete;
representa a perfeição e a
plenitude absolutas.
1.000 - Multiplicidade,
grande quantidade,
número incontável.
1.260 - Número de dias
do período de três anos e meio; tempo de tribulação
ou de prova.
12.000 - Número ilimitado
e salvífico dos membros
do velho povo de Deus: 12
x 1000
144.000 - Doze elevado
ao quadrado,
multiplicado por mil;
trata-se do número quase
infinito e completo dos
membros do novo povo de
Deus: 12 x 12 x 1000
OBS - Os Judeus não
conheciam o l .000.000
(milhão).
Os Setitas
(Gn 5,1-32).
Na linhagem dos setitas,
contam-se dez nomes,
desde Adão até Noé. Dez
é o simbolo da totalidade.
Os números aqui são
frequentes: o autor diz
com que idade cada
patriarca gerou o primeiro
filho; quantos anos viveu
depois disto, e com que
idade morreu.
Idade que tinha gerado filhos; vive mais tantos anos =
idade final. Os anos de vida de cada
patriarca são mais
elevados, variando entre
oitocentos e novecentos
anos.
Qual o significado
desses números?
a) O autor sagrado quis
propor a linhagem dos
bons. Esses números
gozam de ordem e
harmonia e estão escritos
no "livro da vida" (Sb
11,20).
b) Para os antigos a
longevidade era sinal de
venerabilidade e
respeitabilidade.
Para título de
exemplificação:
O sacerdote Berosso, da
Babilônia, nos deixou uma
lista dos antigos reis da
Mesopotâmia, com o
tempo em que estiveram
sobre os seus tronos:
Aloro reinou 36,000 anos;
Alaporo 10.800 anos;
Almelon 46.800 anos;
Amegalaro 64.800; Amenfisino 36.000;
Otiastes 28.800; Daono
36.000; Xisutro 64.800.
No livro do Gênesis:
Henoc viveu 365
(65+300): é
o ano solar.
Ele foi um Sol
para o seu
povo: Gn
5,18-20
Lamec vivei 777
(77+700): ele foi um
homem perfeito. Gerou a
perfeição para o seu povo.
Ele gerou repouso na vida
do povo (shabbat): Gn 5,28-31.
Moisés viveu 120 anos
(3x40): viveu em plenitude
sua caminhada (Dt 34,7). Entretanto o Salmo 90,10
diz: "Pode durar setenta
unos uma vida... Os mais
fortes chegam aos oitenta".
Conforme Gn 7,11: a
enchente começou no 17º dia do segundo mês do ano
600 da vida de Noé e durou
150 dias (Gn 7,24; 8,2s);
depois destes as águas
começaram a baixar, de
modo que no Io dia do Io
mês apareceram os cumes
das montanhas (8,5), no 1º dia do 1º mês do ano 601 a
terra estava toda visível
(Gn 8,13) e no 27º dia do 2º mês de 601 o continente
estava seco (Gn 8,14). Em
consequência, o dilúvio
teria durado de 17/02/600
a 27/02/601.
Ora,
sabendo-se que os
israelitas contavam meses
lunares, isto quer dizer: a
catástrofe durou um ano
lunar de 354 dias, mais 11
dias, ou seja, precisamente
um ano solar de 365 dias.
Gn 7,11, 17 de fevereiro
de 600: começa o
dilúvio Gn 7,24; 8,2s, 150 dias. Gn 8,5 lº de outubro
de 600. Gn 8,13 lº de fevereiro
de 600.
Gn 8,14 27 de fevereiro
de 601: acaba o
dilúvio
354 dias (ano lunar); 365 dias (ano solar).
Há diversas enumerações
de animais que entram na
arca: em Gn 6,19s; 7,15s,
trata-se de um casal de
cada espécie, ao passo
que em Gn 7,2 aparece a
distinção entre animais
puros e animais impuros
(sete casais dos puros e um
casal dos impuros). Gn 6,19s; 7,15s: l casal de
cada espécie (2 animais) Gn 7,2 Animais puros: 7
pares (14 animais)
Animais impuros: l casal
(2 animais).
O PANO DE FUNDO DA
NARRATIVA DO
DILUVIO
1. Encontramos 268
histórias de grandes catástrofes envolvendo
enchentes nos
autores antigos.
Algumas somam ainda
fogo, granizo, epidemias,
terremotos, neves, etc.
2. Todas destacam que os
dilúvios aconteceram por
causa do pecado dos
homens.
3. Isso não quer dizer que
tenham acontecido
sobre toda a terra.
Trata-se de catástrofes
em lugares isolados,
que serviam para
alertar as pessoas no
sentido didático e
religioso.
4. Para recobrir a terra
seria necessário cerca
de 9.000 m (9 km) de altura da
inundação, pois o monte
Everest tem 8.839 m.
Isso totalizaria cerca de
4.600.000.000 m3,
volume que explodiria a
terra por pressão.
A MENSAGEM DE Gn
6-9
1. Deus é santo e puro.
2. Deus é justo; não
pode deixar resistir
indefinidamente a
iniquidade e fomenta
a santidade dos
homens.
3. Deus é clemente.
Antes de exercer a
sua justiça, incita os
homens à penitência, dando-
lhes a oportunidade
de converter-se na
última hora (Gn 6,3). O texto de 1Pd 3,18
insinua que muitos
pecadores se
converteram já
durante a catástrofe,
na hora da morte.
4. O dilúvio é o
desfecho de um
período da história
religiosa da
humanidade e o início
de nova era.
5. Noé é um tipo de
Cristo, que é o 2o
Adão simplesmente
dito (Rm 5,14; 1Cor
15,45), tão universal
quanto o primeiro.
Noé salvou a
linhagem humana
mediante o lenho da
arca; Cristo a salvaria
pelo madeiro da cruz
(cf. Sb 10,4).
6. A arca, fora da qual
ninguém sobreviveu, é
o tipo da Igreja.
7. As águas do dilúvio,
através das quais se salvaram os justos e
em que pereceram os
ímpios, são figura do
Batismo, que pela
água dá a vida aos
fiéis e apaga os
pecados (Cf. 1Pd
3,20).
8. O dilúvio, como
nova criação,
prenuncia, conforme
2Pd 3,5-7.10, os novos
céus e a terra nova que
no fim da história se
constituirão.
AS 10 PRAGAS DO
EGITO
(Ex 7,8-13,16)
1250 a.C. - Israel
cativo no Egito
(trabalhos forçados)
Povo clama... Deus
ouve... Moisés é o
intermediário... Faraó tem o coração duro... Deus envia 10
pragas Mas só a
10ª praga
consegue dobrar o
faraó.
Vejamos a sequência
dos acontecimentos:
1. Conversão das águas do
Rio Nilo em sangue
envenenado (Ex 7,17-25)
2. Invasão das rãs nos rios
e nas casas do Egito (Ex
7,26-8,11).
3. Onda de mosquitos
(Gn 8,12-15)
4. Sanha de moscas
venenosas ou de vespas
(Ex 8,16-28)
5. Peste sobre o gado (Ex,
9,1-7).
6. Tumores nos homens e
no bestiame (Ex 9,8-12)
7. Geada (Ex 9,13,25)
8. Invasão de gafanhotos
(Ex 10,1-20)
9. Trevas sobre o país (Ex
10,21-27)
10. A morte dos
primogénitos dos egípcios
(Ex 12,29ss)
O autor sagrado atribui os
fatos a uma intervenção
explícita de Javé. A imaginação humana foi
além da verdade
(acentuou a índole
extraordinária dos
acontecimentos). As l0 pragas devem ter
ocorrido entre os meses de
junho e abril,
subsequente.
É o Egito dos meses de
maio a junho.
Ex 6,1: começam a se
desenrolar, pouco depois, os flagelos: parece ser o
mês de junho (primeiro
flagelo). A morte dos primogênitos
(último flagelo) acontece
na páscoa (início da
primavera: abril). As pragas parecem ser
flagelos naturais, mas
solicitados por Moisés.
Pouparam somente a
região de Gessen, onde
moravam os judeus (Gn
8,18; 9,6s.27). O autor
sagrado atribui os fatos
a uma intervenção
explícita de Javé.
FUNDAMENTO DA TESE
• Observação de
certos fenômenos
ocorrido no Egito, que correspondem ao
texto sagrado.
• Deus não anula as
leis da natureza.
• Deus procura servir-
se do curso habitual
dos elementos já
existentes para realizar os seus
desígnios.
• Percebemos que os
magos do Egito
conseguem realizar
os mesmos prodígios
que Moisés (Ex 7,22;
8,3).
• O Faraó não se
impressiona pelas 9
primeiras pragas -
elas não lhe
pareciam estranhas -
e só a décima o faz curvar-se diante de
lahweh.
AS 10 PRAGAS
(Ex 7,8-13,16)
1º FLAGELO
Acontece em decorrência
da enchente do Rio Nilo,
anualmente ocorrida no
mês de junho. Chama-se
"Nilo Vermelho". O Rio fica
parecido um rio de
sangue.
Essas águas não são
venenosas; assim, deve
ter havido algum
fenômeno com a invasão
de pequenos animais
dentro do rio, que deixou o
manancial venenoso.
P. Heinisch, professor da
universidade de Ninwegen
(Holanda) nos diz: "Em
setembro de 1913
verificou-se a irrupção de
numerosíssimas pulgas
de água (daphnie) estas,
juntamente com os
cóano flagelados que
aderiam à couraça das
mesmas, consumiram todo
o
oxigênio da água,
ocasionando o
padecimento dos peixes
da baia por sufocação. A
massa dos crustáceos
invasores dava a
impressão de que um
corante vermelho havia
sido derramado nas
águas, o que bem se
explica pelo fato de
trazerem as pulgas de água algumas gotinhas de
óleo vermelho no
organismo".
A esta praga seguiram-se
outras calamidades,
conforme um
encadeamento.
2º, 3º e 4º FLAGELOS
Invasão de
rãs,
mosquitos e
vespas.
São consequência das
enchente do Nilo.
Rãs e mosquitos põem ovos na água ou sobre
esta, onde eles se
desenvolvem. Quando
acontece as inundações,
esses animais saem e
penetram os lares.
As águas venenosas foi
ambiente favorável para a
multiplicação de moscas
venenosas.
5º e 6º FLAGELOS
Pestes e Tumores.
Provocada pela
inundação e invasões
desses animaizinhos,
surgem epidemias e
doenças.
7º FLAGELO
Geada.
É produzida no mês de
fevereiro, quando sempre
cai geada no Egito.
8º FLAGELO Invasão
de Gafanhotos
Ocorre em fevereiro ou
março. Ocorre no Oriente
com certa frequência.
9º FLAGELO
Trevas.
Em decorrência do famoso
vento quente dito khomsin
ou simun. Sopra a partir
do deserto e carrega
consigo enorme
quantidade de areia.
Esse vento provoca
escurecimento da
atmosfera. Ocorre em
março ou abril, às vezes
em maio. Dura cerca de 2,
3 ou até 6 dias.
Até hoje as estações
ferroviárias funcionam com
luz acesa em pleno dia.
Heródoto diz que parte do
exército de Cambises foi sepultada nas areias desse
vendaval.
10º FLAGELO
Morte dos
Primogênitos.
Nenhum fenômeno
ordinário se lhe pode
comparar. Foi decisivo para
que o Faraó se rendesse
Esse fenômeno foi, sim,
extraordinário e decisivo
para a comprovação do
que se dava
naturalmente e para a
abertura dos olhos dos
judeus, que ouviram a
palavra de Moisés.
MENSAGEM RELIGIOSA
• Nenhum homem
nasceu para ser
escravo, mas
para ser livre
(Deus assim o
criou). Deus
deseja que o seu
povo saia da
garra do Faraó.
• O poderoso quer se
tornar Deus (Ex
5,2). Fica
obstinado e
manda seus
mãos realizar o
mesmo (Ex 7, 10-13).
• As pragas tinham por
finalidade mostrar a
sabedoria absoluta do
Deus de Israel.
• Nada escapa ao plano
do criador; nada foge ao
seu desígnio.
• O mal do homem
não pode vencer
o bem de Deus
(no fim da
história Deus
sempre se sairá
vencedor). Nada
impede o
cumprimento de
seus desígnios.
• Não há como voltar
atrás depois de
se dá um sim a
Deus (as
cebolas; dúvida
na hora da
passagem).
• Na hora 'H' temos
que repetir como Pedro
(Jo 6,68)
PASSAGEM DO MAR
VERMELHO
Após a 10ª praga o Faraó
permite e ordena que
Israel saia do Egito. Pegam
tudo o que tem (mulheres,
crianças, animais, etc) e
partem em direção ao
Oriente). Chegam à
margem do Mar Vermelho
e se sentem em apuros.
Recorrem a Deus e Ele
intervém. Faraó repensa e
manda tropas ir atrás.
Israel ficou entre o mar (de
um lado e as tropas
egípcias do outro). Deus
fez uma coluna de nuvem
entre Israel e as tropos do
Faraó. Moisés, a mando de
lahweh, estendeu a mão
sobre o mar. Vem um vento
impetuoso que sopra a
noite inteira e formou um
corredor entre as águas.
Era a salvação. Israel
passa correndo a pé
enxuto. O exército do Faraó
se lança atrás e acaba
sendo derrotado pelo
afogamento.
EXPLICAÇÃO
HISTÓRICO-CIENTÍFICA
Na época de Moisés (1250
a.C) o Mar Vermelho se
prolongava até os lagos
amargos. Só aos poucos
foram separados pelo
istmo de Suez. Havia, perto
o porto de Colzum, donde,
desde a Idade Média,
partiam navios e barcos para
a India. Há ruínas situadas
nesses locais. Na
extremidade setentrional o
mar recuava e não ficava
muito profundo. Há anos
atrás Bourbonb (oficial da
marinha francesa e
comandante do Canal de
Suez) descobriu vestígios
de uma estrada que,
passado do lado egípcio,
desembocava nos Lagos
Amargos e se prolongava
até a região entre-mar. Ao
pé do monte Djebel Abu
Hasa, descobriu-se ruínas
de uma fortificação que
visava, ao pé da estrada,
proteger a fronteira e
impedir a invasão do Egito,
já que por ali passavam
caravanas que iam
abastecer o monte Sinai.
Notemos que os egípcios não tem medo de passar
por entre as águas. Sabiam
que aquilo era possível.
Esqueceram porém, do
siroco (vento vindo da
Arábia), que fazia o mar se
fechar de repente. O texto
não fala em Mar Vermelho,
e sim no Mar dos Juncos
(Js 2,10; SI 105,7.9.22); SI
135,13); À Margem do Mar
Vermelho não se encontra
arbustos do junco. No
passado, o junco se
desenvolvia na passagem
dos Lagos Amargos, hoje
desaparecido pela
Barragem de Assuam. O
número de soldados do
exército é também
simbólico (600 = 6x100):
maldade elevada ao
máximo (Ex 14,7).
O MANÁ
(Ex 16,2-36)
O alimento que Deus dá
aos hebreus no momento
de fome. Ao ver o
alimento, o povo
pergunta: "Man hu" (o
que é isso?) Moisés diz: É
o pão que o Senhor vos
enviou. Vão chamá-lo de
Maná. Aparência:
grossura do grão de
cariandro (abundante no
deserto). Assemelha-se
ao bdellium, resina
aromática de cor
amarelada (Nm 11,7). Seu
gosto era de uma torta
feita com óleo ou mel (Nm
11,8 e Ex 16,31). Podia ser
triturado e cozido ao fogo,
para se confeccionar pães.
Cuidados especiais:
Derretiam ao calor do sol. Deviam ser colhidos
antes do nascer do
dia. Não se
conservava mais de
24 horas.
Arbusto chamado tamaris
mannifera (que produz o
maná). A arqueologia da
escola bíblica de
Jerusalém descobriu o
segredo da resina: A
resina produzida pela
tamaris não vem do
tronco. Uns pequenos insetos, trabutina
mannipara e o najacoccus
serpentinas minor, sugam
e expelem gotas
resinosas da cabeça de
um alfinete. Ao ar livre
ficam duros: tem cor
branca ou amarela, é
aromática e de sabor
doce. Até hoje é comida
pelo beduínos. O milagre estava na quantidade.
FIM
Fonte: Aulas do Curso de Extensão em Teologia, da UCSal, em 2012.
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