🔉️(676)_ISTO É MEU CORPO: Um Testemunho de Fé e Conversão |(Francisco Almeida Araújo)

 




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Bem, caríssimos irmãos e irmãs, é uma alegria muito grande estarmos aqui reunidos neste encontro para o curso de Apologética criado e dirigido aqui pelo Centro de Formação de Apóstolos, cujo objetivo é prepararmos para o grande plano de Evangelização 2000, aquele desejo que seguramente é do profundo do coração de nosso Deus, que é apresentar Jesus Cristo, nosso Senhor, a todas as criaturas, e que esse curso não seja aproveitoso para todos nós, para mim e para vocês. E como pediram a mim que falasse sobre a posição dos nossos irmãos separados, os protestantes, seguramente o convite se foi feito, porquanto sabem do meu itinerário religioso, da minha experiência, da minha caminhada, aí também dentro do protestantismo, onde nós chegamos a ser ordenado pastor. Querem que eu dê então um breve relato, um testemunho.


É evidente que eu não vou entrar aqui, nem ao tempo se nos permite, falar de todas as minúcias do nosso itinerário. Nós chegamos até a escrever, já está na forma manuscrita, pelo menos, um relatório, digamos assim, uma autobiografia nossa, mas que, submetida a apreciação do meu bispo, ele ainda acha que, como existem alguns fatos, e nomes de pessoas, pessoas que estão vivas, e que envolvem uma série de coisas, às vezes tanto quanto séria, e que a gente aguardasse mais tempo para publicar. Mas, de qualquer maneira, a gente tem dado esse testemunho, todas as vezes que nos pede, com muita alegria, porque fazemos com o único objetivo de que em tudo seja Deus bem servido, e que tudo traga honra, glória, louvor e adoração à Santíssima Trindade, alegre o coração de nossa Mãezinha do Céu, a bem-aventurada, sempre Virgem Maria, e seja para a edificação do povo de Deus.


Bem, o meu nome é Francisco, Francisco Almeida Araújo, eu sou mineiro, no sul de Minas, fui criado no estado de São Paulo, residi em outros estados, atualmente resido na cidade de Anápolis, no estado de Goiás, aonde sirvo Nosso Senhor Jesus Cristo, na igreja em Anápolis, como diácono permanente. Anteriormente, como já dissemos, a nossa experiência religiosa se fez dentro das igrejas protestantes. Eu fui educado bíblicamente, religiosamente, do ponto de vista teológico, dentro do mundo protestante.


Desde a escola dominical, aprendendo ali a amar a Bíblia, a amar Nosso Senhor Jesus Cristo, a ter uma vida de oração. E nessa nossa caminhada dentro da igreja do protestantismo, mais precisamente dentro da igreja batista, nós fomos servindo, na medida das nossas forças, das nossas limitações, a Nosso Senhor Jesus Cristo. Até o dia que recebemos o convite para sermos ordenados ao pastorado, ser pastor.


Eu recordo o dia em que o então meu pastor na igreja batista, pastor William Presto Griffin, me procurou, junto com o diácono, dizendo que a igreja gostaria de ver-me à frente dela como pastor. E sou, na época, já casado, com a minha querida esposa, Deus nos deu nove filhos, e nesta época não tínhamos todos esses filhos, tínhamos quando fomos assumir o pastorado da igreja. E, enfim, recebi, como disse, toda aquela minha formação religiosa ali.


Fui ordenado pastor, fui pastor em várias igrejas batistas no estado de São Paulo, depois no Paraná, voltamos para São Paulo, e tínhamos, com relação à igreja católica, uma impressão muito errada, muito negativa, porque havia aprendido com os meus professores no meu curso de teologia, quando então havia feito uma preparação antes para a formação, não visando ser pastor, mas uma formação para melhor servir o Nosso Senhor, e já havíamos sido diácono na igreja batista, responsável por uma congregação num bairro de uma cidade em São Paulo, e, enfim, a visão que eu tinha da igreja católica, é bom que se diga, era aquela visão que a maioria dos protestantes tem, que a igreja católica é uma igreja que se desviou da verdade desde o início do século IV, outros colocam até no século III, e foi acrescentando algumas práticas antibíblicas, etc. Essa era a minha visão, achando que os católicos eram idosos, que adoravam a Virgem Maria, que adoravam imagem, que tinham uma série de outras práticas antibíblicas. E eu quero narrar aqui o porquê e como eu vim, hoje, pela graça de Deus, a me tornar católico, apostólico ou romano.


Estava eu pastoreando uma igreja na cidade de Atibaia, no estado de São Paulo, uma igreja de classe média alta, e num primeiro domingo do mês, como acontece em todas as igrejas batistas no Brasil, estávamos realizando, logo após a escola dominical, então no domingo de manhã, naquele primeiro domingo do mês, aquilo que se chama a Ceia do Senhor. E os pastores da igreja batista usam quase sempre, a maioria das vezes, para a celebração da Ceia, que ocorre apenas uma vez por mês, a passagem que se encontra na primeira carta após São Paulo aos Coríntios, no capítulo XI, versículo XXIII, e até o versículo XXXII. E estava ali, então, depois de cantarmos velhíssimos hinos, os diáconos prepararem as partículas de pão, e as bandejas com pão, e também as bandejas com os cálices, com o suco de uva, e nós, então, abrimos a Sagrada Escritura, nesta passagem que mencionamos, no primeiro Acoríntio, capítulo XI, versículo XXIII, que já havíamos feito essa leitura, essa exposição, a dirigir essa celebração tantas e tantas vezes, e nesse dia, quando abri, então, a minha bíblia, li lá o versículo XXIII que diz, porque eu recebi do Senhor o que também vos tenho ensinado, que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão, e o versículo XXIV, e havendo dado graças, ou partiu, e disse, Tomai e comei, isto é o meu corpo que é dado por vós.


Fazer isto em memória de mim. E, quando eu acabei de ler esta frase, essas palavras maravilhosas que diz, isto é o meu corpo, eu tive a impressão de que, parecia-me que, dentro do meu coração, tivesse ouvido. Como é que você pode dizer para o seu povo que a Eucaristia, ou seja, a ceia, porque não usava-se a palavra Eucaristia, representa, simboliza, quando a bíblia que você diz que ama tanto, diz, isto é. Eu fiquei abalado, procurei não transparecer tudo aquilo que estava ocorrendo, porque nós, batistas, éramos ensinados o seguinte, por se tratar de igrejas no Brasil, onde 99% dos membros das igrejas protestantes do Brasil são oriundos da igreja católica.


Então os batistas são orientados, quando da sua formação teológica, quando celebrarmos a ceia, lemos essa passagem, mas explicamos, olha gente, isto aqui, o pão continua pão, antes, durante e depois da oração, o suco de uva não vai mudar em nada, não há mudança nenhuma, vocês vão tomar aqui, vão comer um pedaço de pão, vão tomar um pequeno caldo de suco de uva, que representa, simboliza, o que Jesus realizou no Calvário. Não vamos cair aí no erro dos romanistas, que diz que houve uma mudança, que realmente Jesus está presente. Embora nós fizéssemos isto, e nesse dia eu não fiz, eu li do 23 até o 32, e depois fechei a minha bíblia, oramos, e os diátomos passaram a bandeja com o pão e com o cálice, e encerrou o seu culto, eu fui para a minha casa, casa da igreja, casa pastoral, ficava próximo da igreja, com a minha esposa, com os filhos que então já nós tínhamos, teve aquela palavra muito forte no meu coração, na minha mente, isto é o meu corpo, isto é o meu corpo.


A princípio eu julguei, meu Deus, que tentação, e comecei a vacilar. Então, para que eu pudesse voltar a ter aquela convicção que tinha antes, e que representava o corpo de Jesus, que simbolizava o corpo de Jesus, e não querendo ter uma atitude dúbia, ter uma atitude que talvez fosse até hipócrita, de continuar ensinando uma coisa que eu mesmo estava agora em dúvida, embora julgando, como disse, pensando que fosse uma tentação, eu pedi licença então à igreja, esta era uma igreja, como disse, que estava ligada a uma escola bíblica, então nós tínhamos muita gente que poderia perfeitamente me assistir, co-pastores, e ficou uma outra pessoa no meu lugar, e eu pedi licença, não disse porque a igreja, pedi licença para que eu pudesse fazer uns estudos, que seriam muito importantes para a minha vida. Todos então pensavam que eu estivesse me preparando para o mestrado da Faculdade Teológica Batista em São Paulo.


Eu não disse nada, fui para a igreja, então fiquei naqueles dias, vim à igreja, ficava sentado com os demais membros lá, no meu banco, junto com o povo, e eles pregavam, e ali orava, e eu estava ali participando, mas em casa eu entrava no meu quarto, abria a minha bíblia, colocava sobre a cama e de joelhos, pedindo a Deus que de mim tivesse misericórdia, me livrasse daquela tentação, que me voltasse a dar-lhe aquela mesma convicção que eu tinha antes, e que simbolizava, representava o corpo de Jesus. Mas quanto mais eu lutava contra esta força que me dizia, isto é, e sempre dizia assim, isto é, isto é, e eu falava, não, isto simboliza, mas a bíblia diz, isto é, isto é o meu corpo. Então eu resolvi fazer um estudo, falei, não, eu vou fazer um estudo, e comecei a ler desde o Evangelho de São Mateus.


Eu não quis pegar as trechos da Sagrada Escritura que falam sobre a ceia, mas eu comecei a ler, falei, não, eu vou começar a ler aqui, desde o primeiro capítulo, primeiro versículo do Evangelho, e vou começar a fazer um estudo para que eu volte a essa convicção. Quanto mais eu estudava a bíblia, uma tradução de João Ferreira de Almeida, uma bíblia, portanto, editada pela Sociedade Bíblica do Brasil, a revista é corrigida, mais eu ficava, esta dúvida se acentuava, porque a bíblia diz, isto é o meu corpo. E depois de um longo tempo, eu também comecei a colocar junto com a bíblia os manuais de teologia dos meus ex-professores, as minhas anotações, os ensinos ainda nas igrejas evangélicas a esse respeito, os comentários bíblicos de Moody e tantos outros comentários, colocava ali, e os comentários diziam, representa, simboliza, mas eu olhava para a bíblia, a bíblia diz, isto é. Aí também me veio o meu coração, meu Deus, com quem que eu vou ficar? Com os livros dos meus professores, com as minhas anotações, com o que eu aprendi na faculdade de teologia dos Batistas, ou eu vou ficar com a bíblia? Eu pensei, como eu estou sendo incoerente, se eu digo que a bíblia é a palavra de Deus, só ela é a fonte de, para mim naquele momento, como Batista, eu acreditava a bíblia a única fonte de rega de fé e de moral e de conduta, portanto.


Mas eu estou servindo de outros livros que não há bíblia, então fechei os outros livros, não, e eu tenho que descobrir aqui, voltar a minha convicção apenas nos estudos da bíblia. Muito bem, depois de muito tempo, muitos meses de estudo, de oração e de lágrimas, porque eu não poderia continuar tendo aquela luta no meu coração, estava eu ajoelhado, com a bíblia aberta em cima da minha cama, e eis que eu então vou abrir, estava estudando o Evangelho de São João no capítulo 6. No versículo 24, Nosso Senhor começa o seu famoso discurso na sinagoga de Cafarnaum, sobre o pão da vida. Ele vai falar, depois de realizar aquele milagre maravilhoso da multiplicação dos pães, que tem uma, hoje eu vejo como um sentido muito extraordinário, ele vai falar ali a respeito do Maná e vai dizer de um pão, um pão descido do céu, um pão extraordinário.


Então lendo esta passagem, fui lendo-a até que eu cheguei aos finais dos versículos aqui, do 47 em diante, que diz, em verdade, em verdade vos digo, o que crê em mim tem a vida eterna. Eu sou o pão da vida. Vossos pais comiram o Maná no deserto e morreram.


Este é o pão que desceu do céu, para que tudo aquilo dele comer não morra. E repete o versículo 51. Eu sou o pão vivo que desceu do céu.


Se alguém comer desse pão, viverá para sempre. E o pão que eu darei é a minha carne, a qual eu darei pela vida do mundo. E aí, o que que a gente vê no versículo 52 e outros? Nós vemos, então, a reação dos judeus.


Depois, Nosso Senhor continua novamente falando quem não comer na sua carne, no seu sangue, mostrando a importância de comer realmente. Eu, então, comecei a analisar e peguei uma concordância para ver o que dizia no grego. E esta palavra, comer, eu descobri, então, no Evangelho de São João, aqui nesta passagem, duas palavras gregas que são traduzidas de uma mesma maneira, comer.


Mas no grego, são duas palavras. E uma palavra que o Espírito Santo usou, o troco, quer dizer comer literalmente. Que tinha, que mostrava claramente que era algo real.


Não era simbólico, não era algo que representava, mas tinha que comer verdadeiramente a carne e de beber do sangue de Jesus. Eu ainda fiz algumas perguntas ao texto, lendo ainda os outros versículos. Eu disse, Nosso Senhor estará falando de maneira simbólica nesses versículos, a partir aí do versículo 47 e 48? Será que Ele está falando, o que Ele está dizendo? Será que eu devo aceitar literalmente, é isso que Nosso Senhor está dizendo? Que Ele daria da sua carne, do seu sangue, e que eu teria que comer da carne e beber do sangue de Jesus para ter vida eterna? Para ser semente de ressurreição? Porque minha carne é verdadeira comida e meu sangue é verdadeira bebida.


E eu então comecei a fazer perguntas ao texto. Como é que os judeus entenderam? Versículo 52. Então os judeus contendiam entre si, dizendo, Como pode este dar-lhe da comer a sua carne? Então a primeira descoberta que eu fiz na análise do texto, que eu me lembro, porque eu fiz grandes descobertas na época e ainda pretendo escrever, a primeira pergunta é, a primeira verdade que eu descobri, os judeus entenderam que Jesus estava falando literalmente.


Ou seja, Ele estava falando que daria realmente a sua carne e o seu sangue. Isto tudo, até o versículo 59 diz, ocorreu na sinagoga de Cafarnaum. Depois Ele saiu para fora, junto com os seus discípulos.


Então, eu perguntei, os judeus será que teriam entendido mal o discurso de Nosso Senhor? Será que Jesus estava falando de uma maneira simbólica, alegórica, e eles entenderam literalmente? Vamos ver como é que os discípulos entenderam. E um grupo de discípulos, no versículo 60 diz, e ao ouvir essas palavras, ou seja, que tínhamos que comer e beber do sangue do Senhor, porque era uma promessa, Jesus disse que daria da sua carne e do seu sangue. O versículo 60 diz que muitos dos seus discípulos disseram, dura é esta palavra.


Quem é que pode entendê-la? Quem é que pode suportar? Quem é que pode ouvir? Sabendo Jesus que lê os corações. Jesus, sabemos Jesus, versículo 61 em si mesmo, que seus discípulos murmuravam a esse respeito. Isto vos ofende, ou isto vos escandaliza, diz uma outra tradução.


E aí Ele vai dizer, pois, e se vocês virem o Filho de Deus, o Filho do Homem, melhor dizendo, subir, ascender para onde Ele estava primeiro? Então, segunda coisa que vi aqui. Primeiro, os judeus entenderam literalmente, Jesus foi claro, foi claro. O segundo aqui, fato, é que os discípulos, o grande grupo de discípulos e seguidores, também acharam dura a palavra, entenderam literalmente.


Muito bem, qual foi a reação desses discípulos? E desde então, muitos dos seus discípulos voltaram atrás e já não andavam com Ele. Abandonaram Jesus, porque Jesus lhe havia prometido dar a sua carne, o seu sangue, literalmente. Eu perguntei, os judeus entenderam literalmente.


O segundo grupo de discípulos abandonaram Jesus, porque Ele disse claramente que daria a sua carne e o seu sangue. Eu perguntei a mim mesmo, perguntei ao texto, se nosso Senhor Jesus Cristo, que é todo amor, que quer que todos os homens cheguem ao pleno conhecimento da verdade, que quer que todos os homens se salvem, que quer reunir junto de si todos os seus filhos, os seus discípulos junto de si. E Ele olha, vê que os judeus se escandalizam com aquelas palavras e não aceitam, e Ele olha ali e vê um grande número de discípulos que o abandonam.


Se Jesus concluía, se nosso Senhor Jesus Cristo estivesse dizendo algo alegórico, algo simbólico, quando aqueles judeus não entenderam, quando aqueles discípulos abandonaram Jesus, Ele teria dito, é o caráter de Jesus, é a pessoa de Jesus revelada na Sagrada Escritura que me faz crer que Jesus faria isso. Um momento, calma, irmãos. Eu não disse isso de forma literal, eu estou dizendo aqui de uma forma simbólica, mas não, Jesus continuou firme no seu propósito, ou seja, de que Ele estava prometendo dar a sua carne e o seu sangue e que nós, para termos vida eterna, a teríamos que comer e beber.


Depois ainda vai mais. Muito bem, nós temos então o primeiro grupo de judeus que o entendem literalmente, temos o segundo grupo que são discípulos, afora de sinagoga, que o entendem literalmente e que abandonam. Jesus então disse aos doze, Quereis por ventura, vocês diriam também, quereis por ventura seguir a esses que acharam dura as minhas palavras, que se escandalizaram pelo fato de que eu estou prometendo dar a minha carne e meu sangue? E aí então, São Pedro, Simão Pedro, em nome do colégio apostólico disse, Senhor, a quem iremos? Só Tu tens palavra de vida eterna.


E nós temos crido e conhecemos que Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. E Jesus responde, não fui eu que escolhi a vós, doze, e um de vocês é o diabo. Aí já começa falando de Judas, Escariote, etc.


Então vejam, amados irmãos, os três grupos, os judeus entenderam literalmente, os discípulos que abandonaram Nosso Senhor entenderam literalmente, ou seja, Jesus estava fazendo uma promessa da Eucaristia, que daria seu corpo e seu sangue para alimento de vida eterna, que nós tínhamos que comer e beber desse sangue, porque quem não come e não bebe do sangue não tem parte com Ele. E Pedro, e o grupo dos apóstolos, e os discípulos fiéis também entenderam literalmente. Só que existe uma diferença entre os judeus e aqueles que abandonaram, eles acreditaram em Jesus, eles falaram, onde iremos nós? Só Tu tens palavra de vida eterna, só o Senhor diz a verdade, porque nós sabemos e cremos que o Senhor é o Filho do Deus vivo.


Esta é a diferença. Eles entenderam igualmente aos outros dois grupos, só que eles tiveram uma coisa, eles tiveram fé nas palavras de Jesus. Neste dia, amados irmãos e irmãs, o meu coração despertou para uma enorme alegria, descobri a Eucaristia, descobri que nosso Senhor Jesus Cristo, na sua infinita graça, não só quis morrer por mim no Calvário para salvar a minha alma, mas quis também, por amor a mim, miserável pecador, se tornar pão de vida eterna, se tornar alimento para a minha caminhada nesta vida rumo ao céu, também quis se doar para nós na Eucaristia.


Havia ajoelhado como pastor protestante, com dúvida sim, mas ainda era pastor. Eis que agora, pelo estudo da palavra de Deus e só pela Bíblia, eu levantava-me como católico apostólico romano pela graça de Deus. Por que católico apostólico romano pela graça de Deus? Porque pelos meus estudos teológicos, eu sabia que a única igreja que ensina a verdade plena sobre a Eucaristia, há tão substanciação que, nas palavras de consagração do sacerdote, o pão e o vinho deixam de ser pão e vinho, para se tornarem no corpo e no sangue de nosso Senhor Jesus Cristo.


Levantei-me, convito, vou para a igreja católica, mas pensei, e como é que vou fazer? E as imagens? E a idolatria? E a mariolatria? Ou seja, eles adoram a Virgem Maria, eles adoram o imagem, e o purgatório, e rezar para os mortos, e os santos, e aquela coisa. Mas, além dessas coisas, me vi, e agora, o que eu vou fazer? Onde vou trabalhar? Como é que vou sustentar minha família? Vou perder meu emprego? Vou perder a casa onde moro? Vou perder o carro que uso na igreja? O que vou fazer? Como é que a minha esposa vai reagir? Como é que meus filhos vão reagir? Quatro filhos trabalhando na obra de Deus. Dois em Curitiba, como co-pastores. Um na editora Fiel, uma editora protestante. A outra, minha filha evangelista de criança. Os quatro filhos mais velhos. Como vou enfrentá-los? Então, mas disse, não, eu quero esse Jesus. Eu quero saborear Jesus na Eucaristia. Eu preciso de Jesus. Eu descobri aquele tesouro. Estava disposto a deixar tudo e todos por Jesus. Porque o meu compromisso teria que ser com a verdade, com a Palavra de Deus.


Levantei-me e procurei minha esposa. E aí, para não largá-los, comecei com ela no nosso quarto, um estudo. Procurando conduzir-na pelos mesmos caminhos da Palavra de Deus que me chegaram a essa convicção. Ela também pôde perceber a verdade cristalina, claríssima, tão clara da Eucaristia. Depois enfrentei meus filhos. Tive problema com um dos meus filhos que deixou-nos e foi morar com um pastor. Porque não aceitou que nós fossem para a Igreja Católica. Viéssemos para a Igreja Católica. 


Entreguei o meu cargo na Igreja, deixei tudo. E aí, então, começamos a nossa vida na Igreja. Procurei o Monsenhor José Lealio Mendes Ferreira. Ele me recebeu e disse, Monsenhor, o padre vinha aqui porque quero ir para a Igreja Católica.


(Fim da parte 1)


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(Início da Parte 2)


Ele disse, eu quero vir para a Igreja Católica. Mas por que o senhor quer vir? Aí contei a ele a descoberta, a maravilhosa descoberta que fiz da Sagrada Eucaristia na Bíblia. Levou-me ele ao Sr. Bispo Dom Antônio Pedro Miziara, que me recebeu fraternalmente, com muito amor, visitou em minha casa esse padre, outros sacerdotes, e aí disse a Dom Miziara: Dom Miziara, eu quero vir para a Igreja Católica, quero receber Jesus na Eucaristia.

Mas eu tenho ainda muitas dúvidas, dúvidas sobre a Virgem Maria, dúvidas sobre o purgatório, dúvidas sobre a imagem, dúvidas sobre a oração pelos mortos e tantas outras coisas. Eu quero... Ele disse, fique tranquilo, o mesmo Deus que lhe mostrou esta verdade da Eucaristia, o fará descobrir as outras verdades. Que palavra sábia desse Bispo.

Aí, eu voltei para a minha casa, com a minha esposa, e começamos a estudar, continuar estudando a Bíblia. E pediu a Deus, mostra para mim, faça com que eu não tenha dúvidas sobre as verdades da fé católica, e começamos. Nesse período, nós estávamos vindo à missa todos os dias, mas o padre, à missa das sete horas da manhã, nós estávamos ali, sentados, era um grupo não muito grande, as missas de dia de semana, e eu podia ouvir aquelas maravilhosas palavras do sacerdote.

As mais sublimes palavras, o mais sublime convite que o homem pode receber aqui na Terra. Quando o sacerdote diz, felizes os convidados para ser o Senhor. Eis o Cordeiro de Deus, eis aquele que tira o pecado do mundo.

E eu via aquelas pessoas felizes, mais do que felizes, felicíssimos quem recebe Jesus na Eucaristia. Mas eu não poderia levantar, não podia levantar para receber Jesus. O padre diz, a sua hora chegará.

E nós ficamos meses para recebermos Jesus na Eucaristia. Durante esses meses, muitas coisas aconteceram. Incompreensão por parte dos meus antigos colegas do pastorado, dos fiéis da igreja que pastorei, recebi tantas ofensas, tantas visitas, eu na minha casa para discutir a Bíblia, era de manhã, tarde, à noite, já não aguentava mais de tanta discussão de Bíblia, eles tentando demover-me de vir para a igreja católica, e eu, mais convicto do que nunca, na Eucaristia, queria continuar firme.

Com isto, estava desempregado. Era o mês de outubro. O que vou fazer? Onde vou trabalhar? Pensei.

Mas eu tenho curso de universitário, sou professor, vou tentar conseguir um emprego em um colégio. Peregrinei pelos colégios de Atibaia, fazendo ficha, tentando, mas era o mês de outubro, final do ano letivo, quem sabe uma licença, dizia alguma diretora, se houver, eu aviso o senhor. Moral da história, fiquei desempregado, minhas economias, poucas economias, logo se acabaram, e eu já não tinha dinheiro.

Morava numa comunidade protestante, 11 quilômetros da cidade. Não tinha dinheiro para pôr gasolina, eu ia então sozinho à missa, de carona, a pé, às vezes os mais velhos também iam, a minha esposa, mas uma grande dificuldade. Não quis contar para o padre, para o meu amigo, nem para o bispo, a situação que estava passando.

Mas morava numa chacra. No fundo desta chacra, nós tínhamos naquela época, a horta já logo mingou, acabou, porque a gente não tinha tempo de cuidar, tinha um pequeno pomar, não tínhamos praticamente frutas, e então comíamos mandioca, tinha bastante mandioca, e fomos comendo mandioca, até fiz um versinho na época, uma brincadeira, que depois é que eu fiz esse versinho. Eu comia mandioca, cozinhávamos a mandioca, água, e ainda fogo, tinha lá uns gravetos, começamos a comer mandioca, fogo, a um fogãozinho improvisado de leia, porque o gás acabou, então comíamos mandioca, estava com fome, comia mandioca.

Então eu fiz um versinho dizendo assim, mandioca no almoço, mandioca no jantar, mandioca todo dia, mandioca sem sal. Para perder a sensação, eu disse que mandioca sem cessar. Então eu quis rimar assim, com sem cessar, mandioca no almoço, no jantar, eu rimei lá com o sar, etc.

É uma brincadeira, mas foram momentos muito bonitos, momentos difíceis, mas momentos também de grande aproximação da misericórdia de Deus e experimentar a graça de Deus. Muito bem, acabaram-se também as benditas mandiocas. E agora? Não tínhamos nada para comer.

Não sei se foi dois dias, minha esposa diz que foi dois, eu penso que foi três, não importa, se ficamos dois ou três dias sem nada que comer. Eu, esposa, meu sogro paralítico, e na época, então, sete filhos. Não, oito filhos.

Fernando, pela ordem dos mais velhos, Fernando Alberto, que então tinha saído de casa para morar com o pastor, porque não aceitou o fato de virmos para a Igreja Católica. Então, Fernando, Márcia, Vladimir, Vivian, Susan, Alden, e Marilene. Eu penso que eu não esqueci nenhum de tantos filhos, sete filhos que estavam, esses aí eram os filhos que Deus tinha dado, e eu estava em casa.

Todos ali, com fome. Então, nós dávamos chá de folha e laranjeira, e eles diziam, vão dormir, durmam porque a fome passa. E a minha esposa, vai na cidade, peça para o padre, o padre vai nos ajudar, onde está a caridade deles. 

Eu falei, não, não vamos, porque o padre está conhecendo a gente há tão pouco tempo, e vai dizer, será que não é aí um aproveitador que quer se aproveitar da Igreja, pensando que vai se enriquecer aqui, e vai sem trabalhar? Não. Foi Deus haverá de dar para nós o alimento. Então, eu e minha esposa dobrávamos o joelho das crianças e ficávamos orando, ó Senhor, tem misericórdia, pedindo a Deus que enviasse ali um, alguém para, que nos desse alimento, que arranjasse, enviasse alguém um emprego, daquelas inúmeras fichas que eu havia feito, que aparecesse alguém ali.

E, num desses dias, desses dois ou três dias, estava eu na cozinha, quando a minha filha Susan, que não é, então, abaixo dela tem mais dois filhos, hoje temos mais, do que dois, disse, papai, eu não aguento de fome, mas meu maior desejo era comer um bom pedaço de marrom-grassê. Marrom-grassê é o doce preferido dela. E eu, sem muito pensar, sem pensar, disse, pai, olha Susan, vá no seu quarto, dobre o seu joelho e peça para a Virgem Maria.

Nesta altura desse acontecimento, nós, em casa, já havíamos descoberto, pela Bíblia, as verdades, outras verdades da fé católica, quais sejam. Outra segunda e maravilhosa descoberta, que temos uma mãe no céu, que no testamento de amor de Jesus Cristo no Calvário, nos deu a Virgem Maria para ser sua mãe. Tudo isso estava na nossa parte intelectual, na nossa mente.

Faltava ver o coração, porque, por incrível que pareça, e não sei se os amados irmãos e irmãs vão entender, embora nós não tivéssemos toda a inteligência sobre a verdade, sobre a Virgem Maria, é incrível, mas nós não rezámos a Ave Maria. Nós rezámos o Pai Nosso, credo, glória, orações espontâneas, etc., mas sentimos um grande bloqueio psicológico de rezar a Ave Maria, de pedir a Virgem Maria. Talvez todos aqueles anos de pregações que ouvimos e aquilo que aprendemos contra a Virgem Maria.

Seguramente isto. Havia aquele impedimento, faltava alguma coisa na nossa vida para aceitar a Virgem Maria de uma maneira mais firme, mais extraordinária, também no aspecto afetivo, emocional e tudo. E quando eu disse para a minha filha, vá no seu quarto, dobre o seu joelho e peça para a Virgem Maria, a Susa respondeu para mim, Papai, quem conhece a minha filha Susa, pode bem visualizar o jeito de ela falar.

Ela disse, Papai, ela é muito expansiva, muito extrovertida, aliás, é a única que é expansiva, porque lá em casa somos todos tímidos, inclusive eu, não parece, mas sou muito tímido. Ela disse, Papai, eu vou agora no meu quarto e vou dobrar o joelho e vou pedir para a Virgem Maria uma lata de marrom-brassê. Eu quero ver se a Virgem Maria ouve oração mesmo.

Palavra de uma mocinha. E ela foi. Quando a minha esposa estava no outro cômodo, ouviu isso, veio e falou assim, meu bem, o que você fez? Nós não temos nem arroz, nem feijão para comer e você ainda vai dizer para a Susa pedir para a Virgem Maria uma lata de marrom-brassê? Ela pode não receber e vai acontecer com ela o que já aconteceu para nós, a nossa família que é tão unida e realmente, irmãos, eu não estou contando todas as minúcias do nosso itinerário religioso, todas as minúcias do que aconteceu para nós, porque a maior dor que eu senti foi o dia que esse pastor levou meu filho embora e disse para ele assim, vocês querem ir comigo para continuar com Jesus e ir para o céu ou querem continuar com seu pai que apostatou e vai para o inferno? Ele levou meu filho e meu filho o seguiu.

Então, aquela foi uma dor. E quando a minha esposa disse, nós podemos perder a Susa, porque estamos há tão pouco tempo na igreja, nem comungamos ainda, ainda nem fomos aceitos na igreja, ela vai, você fez um grande mal. Aí eu disse, mesmo, meu bem, vamos para o nosso quarto, vamos rezar.

E entre eu e ela, nós quatro dobramos o joelho e pedimos, ó Deus, faça com que a Susa não perca a sua fé. Não pedi a Deus que desse a ela o marrom-brassê, pedi a Deus que não a fizesse perder a fé. E pela primeira vez, fiz uma oração, assim, meio ainda, sem aquela entusiasmo.

E pedi a Virgem, mas disse, ó Virgem Santíssima, não deixe que a minha filha, por causa desse pedido, perca a sua fé. E levantamos. Não sei se no mesmo dia ou no outro dia.

Estamos dentro de casa e quando na rua da parte de cima, que seria praticamente o fundo da casa, lá é um condomínio fechado. Minha casa ficava, ocupava um quarteirão, pegava ali a chacra, três ruas circundavam a minha casa. Alguém bate.

Pedi para o meu filho, Aldo, e veja quem é. Havia alguém batendo. É um moço, ele parece uma outra pessoa num carro. Abri o vitrô, como se fosse hoje, abri o vitrô da cozinha, olhei e vi um moço.

Percebi logo que não era crente, que não era protestante. Por quê? Usava barba, estava sem gravata, calça jeans, uma camiseta e percebi um crucifixo que ele trazia ao pescoço. Pedi, dei a chacra para o meu filho, disse, meu filho, vai lá e abra o portão.

Vai ver quem é, abra o portão. Porque eu havia colocado um cadeado no portão. Já não aguentava mais discutir Bíblia com os meus colegas que eram pastores.

Estava cansado. Gente, não gosto de discutir Bíblia, gosto de ler e estudar Bíblia. Agora vocês não sabem, a coisa mais difícil que tem é discutir Bíblia de barriga vazia.

Aí não dá mesmo. Então botei um cadeado. Aí meu filho foi lá, abriu, aí eu percebi, saía a área, a varanda da casa, que tinha uma varanda muito grande, de forma de L, saí, percebi que era uma mulher ao volante, a um fusquinho amarelo.

E era um moço com barba que vinha descendo ao lado do carro. Eles desceram, aí este moço chegou para mim, disse, pastor Francisco? Eu disse, sim, eu sou o padre José Carlos Brilha. Esta senhora, então, desceu do carro e lhe apresentou.

Esta é a Maria Guilhermina Michele, a Magui. E nós viemos aqui fazer uma visita. Estávamos todos na varanda, eu, minha esposa e os filhos, quando esta senhora, então, virando-se para o padre, disse, padre Carlos, diga para o pastor o que nós viemos fazer aqui.

Aí ele virou-se para ela e disse, não, diga você, Deus falou com você, não foi comigo? Então, ela, muito encabulada, disse, olha pastor, eu não quero que o senhor leve a mal, nem me interprete mal, nem pense mal de mim, mas eu vou contar-lhe o que aconteceu. Eu o conheci, assim, nessa época, então, nós já tínhamos sido recebidos pela igreja e tal, numa quinta-feira santa, recebemos Jesus, que foi uma experiência mais maravilhosa, é levantar-se, então, do meu banco e atender o convite de Jesus. Felizes, felizes é pouco, felicíssimos, será que existe um superlativo maior do que isso, do que felicíssimo, mais do que felicíssimo, é levantar-se e entrar na bendita fila, a fila da comunhão.

Recebi, então, Jesus Cristo, foi uma festa, a igreja muito cheia, mesmo porque, lamentavelmente, semana santa, as igrejas, a gente, são os católicos de semana santa, e estavam cheios também, porque o padre havia propagado na cidade, venham ver aí o pastor que vai ser recebido da igreja com a sua família, então tinha muita gente por lá. E essa mulher, então, dizia, eu conheci o senhor naquele dia, mas antes que eu ainda continue esse assunto, gente, a coisa mais maravilhosa que o católico tem, a riqueza, é Jesus na Eucaristia. O que é incompreensível é os católicos não valorizarem mais esse Jesus maravilhoso na Eucaristia, adorar mais Jesus no Sacrado, comungar mais vezes e adorar Jesus.

Mas, fica isso para uma outra oportunidade, a gente falar da nossa experiência com Cristo na Eucaristia, que tem coisas maravilhosas, que para mim o dia que eu recebi Jesus, então, naquele dia, na quinta-feira santa, é como se Jesus estivesse de pé, é como se eu não tive visão nenhuma, não tive locução interior, não foi experiência mística nenhuma, é apenas uma impressão subjetiva minha. É como se Jesus estivesse de branco, de pé, com os braços abertos e dissesse para mim, meu filho, há quanto tempo eu te esperava e recebi Jesus na Eucaristia. Aí, voltando então à cena, esta senhora diz, conheci-o no dia que o senhor estava com a sua família na quinta-feira santa.

Não tive nada de cumprimentá-lo, porque tinha muita gente lá que queria conhecê-lo. Mas vou contar-lhe uma coisa, pastor Francisco, posso chamá-lo assim? Pode. Esta noite que passou, que amaneceu hoje, eu tive um sonho ou pesadelo, não sei.

Por duas ou três vezes neste sonho alguém me dizia, leve comida na casa do pastor Francisco. E eu levantei-me e disse para minha irmã Regina, Regina, sabe aquele pastor que nós vimos lá na quinta-feira santa? Sim, aqui tem ele com a família e tudo, aqui tem ele. Pois, olha, esta noite eu não dormi direito.

Sonhei com este homem alguém me dizendo que levasse comida da casa dela. A Regina e ela são da Renovação Carismática Católica. Então, ela me contou isso, a dona Magne me contou.

Então, a irmã dela, a Regina, disse, então faça o seguinte, vá no supermercado, faça uma boa compra e leve para eles. Mas será que não vão interpretar mal? Uau, você não tem convicção que foi Deus que falou? Faça isso. Leve lá, explique para eles.

Então, pastor, passei no supermercado e fiz uma compra. Gente, foi uma grande compra, uma enorme compra, meu carro estava cheio de caixas. Onde poderia pôr caixas, tinha caixas.

Eles são muito ricos, são donos de uma seranca, a linha Atibaia, seranca ressaca, gente boníssima, gente... fiquei conhecendo uma amizade muito bonita com esta família. Mas o extraordinário, amados irmãos, que quando ela disse assim, então o senhor não se ofende, eu trouxe o alimento, eu disse para mim, a senhora, foi realmente Deus que falou com a senhora, porque nós estamos aqui há dois dias, não sei, três dias, como disse, estamos rezando e pedindo a Deus que nos mandasse alimento, nós estamos sem comer há dias. Aquela foi assim, ela olhou para o pastor, então, e quando eu acabei de falar essas palavras, eu vejo como se fosse hoje.

Só não me emociono tanto como me emocionava nas primeiras vezes que contava isso, porque de tantas vezes que já contei. Ela estava fora do carro, nós ainda estávamos todos na varanda, eu ainda nem tinha tido oportunidade, sei lá porquê, tudo é mistério, tudo é graça de Deus, de convidar-nos para adentrar a casa. Ela abriu a porta do carro, do lado do motorista, reclinou o banco, curvou-se para dentro do carro, dentro de uma das caixas, enfia as mãos, tira uma lata, olhando para a minha família, disse para a minha filha Susan, e esta lata de doce foi Nossa Senhora que mandou para você.

Amados irmãos, o que era aquela lata de doce? Uma lata de doce de marrom gracê. Quando ela deu, agora ainda sinto até um pouquinho de emoção, ela... Quando eu vi aquela lata de marrom gracê, a minha esposa, nós nos olhamos, eu virei para esta senhora e disse, minha senhora, a senhora também sonhou isto? Deus mandou a senhora dar uma lata de marrom gracê para a Susan? Mas como eu falei assim, quase que aos gritos, ela sustou-se e disse, não, não, isso eu não sonhei, por quê? Aí eu disse, a minha filha pediu à Nossa Senhora uma lata de marrom gracê. E quando eu falei isto, o padre caiu dos joelhos, ela caiu dos joelhos, e nós começamos a chorarmos, a abraçarmos, e a rezarmos, e agradecendo a Deus.

Naquele momento houve um grande milagre na minha vida. Nossa Senhora, que estava na minha inteligência, veio também ao meu coração. Eu pude sentir o amor de uma mãe, o amor de uma mãe que ouve oração, de um amor de uma mãe que atende os pedidos de uma menina.

E tem a delicadeza, não só de mandar muita carne, arroz, feijão, macarrão, açúcar, pó de café, óleo, tantas coisas que aquela mulher trouxe, mas teve a delicadeza de atender o pedido de uma menina. Pediu uma lata de marrom gracê, não mandou uma lata de goiabada, mandou uma lata de marrom gracê. Quando eu vi a minha filha abraçada com a lata, ela levantou e entrou para dentro de casa, e eu fui atrás dela.

Eu disse, minha filha, o que você vai fazer? Ela disse, papai, vou comer o doce. Eu disse, não coma, minha filha, vamos guardar como uma relíquia, como uma lembrança deste dia, ela disse, papai, eu pedi para Nossa Senhora uma lata de marrom gracê para comer, e eu vou comer um pedaço de marrom gracê. E todos nós, até o Padre, e até a Dona Maria, quiseram comer daquela bendita lata de marrom gracê, porque aquela lata de marrom gracê veio como um presente do Céu, como um presente de Nossa Mãezinha querida, da Nossa Mãezinha do Céu.

E aí, aquela família teve um encontro com Maria Santíssima, um encontro com Nossa Mãe do Céu. Meus amados irmãos, como é bom descobrirmos que não somos órfãos de mãe, que temos uma mamãe no Céu que nos ama, que intercede por nós, e que atende com delicadeza os nossos pedidos. A minha maior alegria hoje é falar das glórias da Virgem Maria, escrever sobre Nossa Senhora, testemunhar sobre a Nossa Mãezinha do Céu.

Meus amados irmãos, não deixem que o Diabo lhe ponha dúvidas nesses últimos tempos, tenha semeado dúvidas e discórdias, tenha atacado ferozmente a Nossa Mãezinha do Céu. Vamos ficar firmes, que quem descobre Maria, encontra-se com Jesus Cristo. E quando descobri Nossa Senhora, passei a amar mais Jesus.

Ela me levou mais para Jesus, mais para a Santíssima Trindade. A Bíblia se tornou um livro maravilhoso, mais maravilhoso para mim, porque agora tem um outro sabor, um sabor de marrom gracê, um sabor do Céu, um sabor de delicadeza de Nossa Senhora. Que Nossa Senhora abençoe a todos, em nome de Jesus Cristo, nosso Deus e Salvador.

Vamos atender o pedido de Nossa Senhora. Fazei tudo quanto Ele, meu Filho Jesus, vos disser. Deus nos abençoe, rezem por mim, rezem pela minha família.

Obrigado. Mas então, meus amados irmãos, antes de nós ainda rezarmos juntos, eu e você, que está me ouvindo aqui no curso, e certamente muitas outras pessoas que possam ouvir esta fita, porque está sendo gravada. Antes de nós rezarmos juntos, a Ave Maria, esta oração tão bíblica, esta oração que leva a... leva-nos a adorar a Jesus, leva-nos a adorar a Santíssima Trindade, leva-nos a amar a Nossa Mãezinha do Céu.

Eu quero dizer que, a partir desse momento, a minha vida se transformou de uma maneira extraordinária. A vida da minha esposa, dos meus filhos. Mas, certamente, alguém deve estar perguntando, e aquele filho que foi embora? O que aconteceu com o Alberto? Eu estava quase esquecendo de contar isto.

No dia da quinta-feira santa de 1983, a igreja reflete. Eu, então, recebi Jesus na Eucaristia. O Céu veio morar em mim.

E eu fui morar no Céu, naquela hora. Mas, depois da celebração da Santa Missa, quis o Monsenhor Lédio, a pedido do Bispo, apresentar a mim e a minha família a toda a igreja. A Igreja Matriz São João Batista estava repleta.

E quando ele chamou-nos lá para frente, subimos os degraus, ali que dão acesso ao altar. Qual foi a minha enorme alegria quando eu, virando-me para o povo, pude divisar, lá no fundo da igreja, de pé, o meu filho Alberto. Olhei para ele, ele olhou para mim e acenou com a sua mão.

Jesus trouxe de volta o meu filho. Nosso Senhor uniu de novo aquela família. Que alegria! Foi dois grandes presentes.

Receber Jesus no coração e receber de volta o meu filho Alberto. E aí, depois da Missa, eu, meu filho Alberto, disse Papai, eu não entendo, mas eu quero voltar para casa. O Senhor me perdoe por eu ter negado o Senhor saído de casa.

Mas eu quero voltar. Ainda não entendo porque o Senhor se fez católico. Mas sinto uma grande alegria nesse dia também.

Não sei o que o Senhor experimentou nesta hora, mas sinto uma grande alegria. E eu voltei. Voltei porque não aguentava mais.

Fui morar com o pastor Guilherme e no domingo passado, na Escola Dominical, quando levantou-se um diácono e perguntou ao pastor Guilherme por que o pastor Francisco se tornou católico. Ele então respondeu publicamente por que o pastor Francisco se tornou. Ele apostatou da fé e foi para a Igreja Católica porque está ganhando rios de dinheiro.

E eu sabia que o Senhor estava passando necessidades porque eu recebi carta da Vivian me contando o que o Senhor estava passando e que a nossa família estava passando. Eu levantei-me então na igreja e disse pastor Guilherme, não é verdade. Meu pai está passando dificuldades porque eu recebi carta da minha irmã.

Ele não está empregado, não está ganhando dinheiro na igreja de forma alguma. Ele deixou a igreja. Também não entendo e não concordo.

Deixou a igreja batista. Mas tenho convicção de que ele não deixou Cristo. Porque o papai é um homem que ama muito a nosso Senhor Jesus Cristo.

E esse pastor, felizmente eu digo, disse para ele, meu filho contou-me esses detalhes. Ué, você também está querendo seguir seu pai? Então você pega as suas coisas e vai embora. Volte para a casa dele.

Então eu disse para ele, pois eu para ouvir mentiras aqui contra meu pai não vou aceitar. Eu vou arrumar a minha mala e foi. Foi primeiro para a casa da minha irmã e voltou nesse dia.

Não sabia que nós iríamos ali ter aquela festa da quinta-feira santa. Ele voltou para casa e nós então pudemos compartilhar. Aconteceu várias coisas depois.

Mas coisa maravilhosa. Tornei-me diácono da igreja católica apostólica romana e hoje sou diácono da Virgem Maria a serviço de Jesus Cristo, nosso Senhor. E tenho andado onde me convido para falar do maravilhoso Jesus, de nossa querida Mãezinha do Céu.

Vamos rezar agora, encerrando então nosso encontro com uma gostosa oração da Virgem Maria. Eu e vocês. Nós vamos dobrar os joelhos e vamos com muita fé, com muita confiança, vamos descansar no maternal e imaculado coração de Nossa Senhora e vamos rezar a oração da Ave Maria.

Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte.

Amém. Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Amém.



FIM
(Transcrito por TurboScribe.ai)




🔉️(675)_A Visão Profética do Capítulo 17 do Apocalipse [Bíblia Sagrada] (Tradução da CNBB)

 



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Leitor: Carlos Eduardo

Leitura da Bíblia

Novo Testamento

Apocalipse, de João, capítulo 17, versículos de 1 a 18 

[Ap 17,1-18]



1 Então, um dos sete anjos das sete taças convidou-me: “Vem! Vou mostrar-te a condenação

da grande prostituta, que está sentada à beira de águas abundantes. 2 Os reis da terra

prostituíram-se com ela e os habitantes da terra embriagaram-se com o vinho da sua

prostituição”. 3 E o anjo me levou em espírito ao deserto, e eu vi uma mulher montada numa

fera de cor escarlate, cheia de nomes blasfemos. A fera tinha sete cabeças e dez chifres. 4 A

mulher estava vestida de púrpura e escarlate, e toda enfeitada de ouro, pedras preciosas e

pérolas. Tinha na mão um cálice de ouro cheio de abominações, as imundícies da sua

prostituição. 5 Na fronte da mulher estava escrito um nome enigmático: “Babilônia, a grande,

a mãe das prostitutas e das abominações da terra”. 6 E reparei que a mulher estava

embriagada com o sangue dos santos e com o sangue das testemunhas de Jesus. A visão desta

mulher deixou-me profundamente admirado. 7 Disse-me então o anjo: “Por que estás

admirado? Eu vou te explicar o segredo da mulher e da fera com sete cabeças e dez chifres,

que a carrega. 8 A fera que viste existia, mas não existe mais. Ela está para subir do abismo,

mas caminha para a perdição. E aqueles habitantes da terra cujos nomes não foram, desde a

18criação do mundo, inscritos no livro da vida, eles vão se surpreender ao verem que a fera

existia, não existe mais e tornará a existir. 9 Aqui está a inteligência perspicaz: as sete cabeças

são sete montanhas sobre as quais a mulher está sentada. Mas são também sete reis. 10 Cinco

deles já caíram, o sexto está aí, o sétimo ainda não veio. E quando vier, deve durar pouco

tempo. 11A fera que existia e não existe mais é o próprio oitavo rei, mas é também um dos

sete e está indo para a perdição. 12 E os dez chifres, que viste, são dez reis que ainda não

receberam reinado, mas receberão por uma hora o poder de reinar juntamente com a fera. 13

Estes reis estão de comum acordo para dar sua força e poder à fera. 14 Eles vão combater

contra o Cordeiro, mas o Cordeiro, Senhor dos Senhores e Rei dos reis, os vencerá, e também

serão vencedores os que com ele são chamados, eleitos, fiéis. 15 O anjo disse-me ainda: “As

águas que viste, onde está sentada a prostituta, são povos e multidões, nações e línguas. 16 E

os dez chifres, que viste, como também a fera, vão odiar a prostituta e a deixarão desolada e

nua, comerão as suas carnes e a queimarão com fogo. 17 Pois Deus os incitou a executarem o

plano dele, entregando de comum acordo à fera o poder real que eles têm, até que se cumpram

as palavras de Deus. 18 E a mulher que viste é a grande cidade, que exerce a realeza sobre os

reis da terra”.



Fim

Fonte: Bíblia Sagrada - Tradução da CNBB


* * *

RESUMO DO CAPÍTULO:


O capítulo 17 do Apocalipse é um dos mais simbólicos e proféticos do livro. 


A MULHER E A BESTA

O capítulo começa com um anjo mostrando ao apóstolo João uma visão de uma mulher sentada sobre uma besta. Essa mulher é descrita como uma prostituta, e a besta é uma criatura terrível com sete cabeças e dez chifres.  A mulher simboliza a idolatria e a corrupção espiritual, enquanto a besta representa o poder político e militar. A visão mostra como a idolatria e a corrupção espiritual podem se aliar com o poder político e militar para exercer controle sobre as pessoas.


AS SETE CABEÇAS E OS DEZ CHIFRES

As sete cabeças da besta simbolizam sete reis ou impérios que se sucederam ao longo da história. Os dez chifres representam dez reis ou líderes que se unirão para formar um império global.


A PROSTITUTA E A BESTA

A mulher (a prostituta) é descrita como sendo vestida de púrpura e escarlata, e adornada com ouro e pedras preciosas. Isso simboliza a riqueza e o luxo que a idolatria e a corrupção espiritual podem trazer.  A besta, por outro lado, é descrita como sendo "cheia de nomes de blasfêmia". Isso simboliza a oposição ao Deus verdadeiro e a blasfêmia que o poder político e militar podem exercer.


O FIM DA PROSTITUTA E DA BESTA

No final do capítulo, é descrito o fim da prostituta e da besta. A besta e os dez chifres se voltam contra a prostituta e a devoram. Isso simboliza a destruição da idolatria e da corrupção espiritual pelo próprio poder político e militar que as sustentava.


Em resumo, o capítulo 17 do Apocalipse é uma visão profética que mostra a aliança entre a idolatria e a corrupção espiritual com o poder político e militar, e como essa aliança será destruída no final dos tempos. É uma mensagem de alerta e de esperança para os crentes, mostrando que Deus está no controle e que a justiça será feita.



FIM



🔉️(674)_A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO COMO UM DOM DIVINO (CES)



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A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO COMO UM DOM DIVINO

(por Carlos Eduardo da Silva, teólogo)



INTRODUÇÃO


A comunicação é um presente incrível que recebemos, e é através dela que conseguimos compartilhar a verdade e a esperança, mesmo em um mundo que muitas vezes parece dominado pela tristeza e pelo egoísmo. Neste artigo, vamos conversar sobre como podemos ser vozes de Deus, usando as palavras para espalhar amor e justiça.


O DOM DA COMUNICAÇÃO


Quando começamos a nossa oração, pedimos a Deus que nos ajude a comunicar. Fomos feitos para nos conectar, e essa comunicação deve refletir a palavra de Deus que vive em nós. É super importante que falemos a verdade, mesmo quando há mentiras por aí, e que deixemos a esperança ressoar em momentos de tristeza.


A MENSAGEM DO AMOR


A mensagem mais importante que devemos passar é a do amor. Em um mundo cheio de egoísmo, cabe a nós acalmar os corações agitados e ser mensageiros de amor e justiça. Precisamos nos unir em um grito coletivo por justiça, usando todos os meios de comunicação que temos à disposição.


A IMPORTÂNCIA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO


Nós, como filhos de Deus, não podemos deixar que o medo, o lucro ou a opressão nos calem. É fundamental que usemos os media (rádio, a imprensa, a televisão, o celular, etc) para falar a verdade. A comunicação deve acontecer em todos os lugares, desde os telhados até os corações das pessoas, para que a mensagem do Reino de Deus chegue a todos.


TESTEMUNHO E AÇÃO


Devemos ser exemplos vivos, transmitindo a mensagem de Deus não apenas com palavras, mas também com nossas ações. Se um dia não pudermos falar, que possamos nos expressar através da nossa vida, sendo testemunhas do amor e da verdade. Nossos olhos e ações devem falar por nós, especialmente em tempos difíceis.


ORAÇÃO E PROCLAMAÇÃO


A oração é uma parte essencial da nossa comunicação com Deus. Precisamos orar não só por nós, mas também pelos outros, ouvindo os apelos de Deus Altíssimo (o Pai-Mãe). A maior mensagem que podemos compartilhar é a do sangue de Cristo, que representa a Páscoa e a nova vida.


CONCLUSÃO


Em um mundo cheio de desafios, somos chamados a ser vozes de Deus. A comunicação é uma ferramenta poderosa que pode trazer esperança, amor e justiça. Que possamos sempre lembrar da importância de falar a verdade e de sermos testemunhas vivas da palavra de Deus, usando todos os meios que temos para espalhar essa mensagem pelo mundo.



Fim

 




🔉️(673)_SEJAMOS COMUNICAÇÃO [Literatura] (Autor: Pedro Casaldáliga)



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SEJAMOS COMUNICAÇÃO (Autor: Pedro Casaldáliga)

(Voz: Cid Moreira)



Senhor, dá-nos o dom da comunicação. Que sejamos comunicação porque nascemos para isso da mesma boca de Deus. Que sejamos comunicação porque a Tua Palavra se comunica em nossa própria carne.


Que sejamos comunicação porque fomos marcados pelo próprio testemunho do Teu Espírito. Faze com que nos comuniquemos. Falemos a verdade contra toda mentira.


Gritemos a esperança contra toda tristeza. Façamos a mensagem suprema do amor contra todo egoísmo. Saibamos acalmar a gritaria do próprio coração alvoroçado.


Saibamos senhorear os meios de comunicação porque os filhos de Deus não podem ser escravos. Senhor, não podemos deixar-nos isolar, surdos ou mudos, nem pelo medo, nem pelo lucro, nem pela ordem dos dominadores. Faze com que juntemos nossas bocas num grito de justiça, por em cima do mar dos vários mundos, por em cima dos montes das estruturas todas.


Fale ao povo pelo rádio, fale pela imprensa, fale na TV. A verdade fale ao povo. A verdade.


Do alto dos telhados no coração do mundo, em torno do tumulto que atordoa os humanos, forjemos o espaço da humana liberdade para a notícia do reino. Gritemos o Evangelho. Senhor, dá-nos o dom de ser palavra transmissora da palavra, verbos do verbo, que se encarna sempre na vizinhança de Nazaré, nas periferias de Belém, às margens do lago, na multidão faminta.


Nas ruas da cidade onde gritam o mercado, a festa e os clarins do império. Diante do cinegre e do pretório. Na cruz que eles carregam sobre os ombros do servo sofredor.


Na silenciada vida do sepulcro. Na vida vencedora da manhã do domingo. E se um dia não pudermos falar mais com palavras, falemos com a vida em pé de testemunho.


Falemos com os olhos aos irmãos assombrados. Oremos, sobretudo, aos ouvidos do Pai. E, talvez, protestemos com a maior palavra do sangue proclamado como anúncio da Páscoa.



Fim

(Trascrito por TurboScribe.ai)





 

🔉️(672)_CRISTO NA ONU [Literatura] (por Luiz Carlos Martins)


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CRISTO NA ONU

Luiz Carlos Martins



Forçado a caminhar com a multidão cansada, Cristo chegou à ONU. Seu rosto revelava a fadiga do operário desempregado, o corpo alquebrado do homem da roça, os olhos tristes do pescador, o cansaço do boia fria e o coração interrogante do jovem. Não fora convidado ou anunciado por ninguém.


Apenas o sofrimento da humanidade, de todos os homens e mulheres, era sua força. Ali onde a civilização tem seu trono, ele pôde ler a grande contradição dos direitos humanos, de uma vida desumana. O homem tem direito à vida, mas milhões de não-nascidos gritaram que era mentira.


O homem tem direito à instrução, mas centenas de analfabetos disseram que era uma farsa. O homem tem direito ao trabalho, mas milhares de retirantes choravam por sua terra. O homem tem direito à paz, mas os sobreviventes da injustiça expunham suas mutilações.


O homem tem direito à família, e um garoto maltrapilho perguntou o significado disso. O homem tem direito à liberdade, e muita gente começou a chorar baixinho. Depois dessa longa leitura, Cristo desceu do Palácio de Cristal, e para espanto da multidão, abriu seus braços em cruz, como na Sexta-feira Santa.


Chovia, mas ele lá ficou, enquanto a multidão ia se afastando. Ninguém ficou junto, ninguém lhe ofereceu carona, ninguém o convidou para sair de lá. E ainda hoje, ele continua firme, de braços abertos, ao sabor do tempo.


Ali, onde os homens o crucificaram. Ali, onde os homens crucificaram seus próprios irmãos. Ali, em Nova Iorque, Moscou, São Paulo, no mundo inteiro, onde os direitos humanos são desrespeitados.


Ou talvez ali, em sua casa, em minha casa, no meu, no seu coração.



Fim

(Transcrito por TurboScribe.ai.)

 




🔉️(671)_No CARNAVAL A Alegria de Ser de DEUS [Espiritualidade] (por Dunga)

 


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🔉️(670)_Carnaval da Paz de Salvador 1986 [Documentário]

 


O CARNAVAL DE HOJE AINDA É DE PAZ?



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O Carnaval de Salvador de 1986 foi um marco de inovação e celebração pacífica, conforme destacado na edição de 12 de fevereiro de 1986 do jornal A Tarde, que intitulou sua reportagem principal como "O Carnaval da Paz". Essa edição enfatizou a tranquilidade e a harmonia que prevaleceram durante os festejos, refletindo um ambiente seguro e acolhedor para os foliões.


Nesse ano, o cenário musical do Carnaval baiano foi enriquecido pela ascensão do samba-reggae, uma fusão inovadora do samba tradicional com ritmos caribenhos como o reggae e o merengue. Essa mistura proporcionou uma nova identidade sonora ao Carnaval de Salvador, destacando a criatividade e a diversidade cultural da região.


Paralelamente, o renomado músico Luiz Gonzaga participou ativamente do Carnaval de Salvador em 1986. Ele se apresentou no trio elétrico Carnaforró, ao lado de Dominguinhos e do grupo Bendegó, trazendo o forró para o circuito carnavalesco e ampliando a diversidade musical da festa. Essa iniciativa atraiu multidões e evidenciou a capacidade do Carnaval baiano de incorporar diferentes gêneros musicais, enriquecendo ainda mais a experiência dos foliões.


A edição de A Tarde também ressaltou a importância dos blocos afros e afoxés, que levaram a cultura dos terreiros para as ruas ao som do ijexá, contribuindo para a diversidade e riqueza cultural do evento. Essas manifestações culturais reforçaram a identidade afro-brasileira e promoveram a inclusão e representatividade no Carnaval de Salvador.


O Carnaval de Salvador de 1986 foi marcado pela inovação e pela diversidade cultural. O bloco afro Olodum, fundado em 1979, ganhou destaque ao incorporar o samba-reggae, uma fusão do samba tradicional com ritmos caribenhos como o reggae e o merengue, criada por Neguinho do Samba em 1986. Essa inovação musical enriqueceu o cenário carnavalesco baiano. Além disso, o renomado músico Luiz Gonzaga participou do Carnaval de Salvador naquele ano, tocando no trio elétrico Carnaforró ao lado de Dominguinhos e do grupo Bendegó, atraindo multidões e ampliando a diversidade musical da festa. Esses eventos contribuíram para a evolução do Carnaval de Salvador, reforçando sua posição como uma das maiores e mais inclusivas celebrações culturais do mundo.


Em suma, o Carnaval de Salvador de 1986, conforme documentado pelo jornal A Tarde, foi um período de paz, inovação musical e celebração da diversidade cultural, consolidando-se como uma das maiores e mais inclusivas festas populares do mundo. 


Embora o Carnaval de 1986 tenha sido celebrado como "O Carnaval da Paz", marcado pela harmonia e pela inovação musical, a festa evoluiu significativamente ao longo das décadas. Hoje, o evento continua grandioso e diverso, mas enfrenta novos desafios, como o aumento da violência, a comercialização excessiva e a disputa entre trios elétricos e blocos privados, que limitam a participação espontânea do público. Além disso, questões como segurança, acessibilidade e a valorização das tradições culturais estão em constante debate. Resta a pergunta: o espírito de paz e coletividade daquela época ainda se mantém vivo nos carnavais atuais?

* * *

Veja, a seguir, 17 fotos preto&branco que foram extraídas do jornal A Tarde; e mais 11 fotos coloridas de outras fontes.

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Pesquisa feita por Carlos Eduardo.

Fim



Fotos P&B:

Fotos cororidas:


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