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BEM-VINDO AO MUNDO DOS ANJOS
Eu sou Mirna Grzich e estou ajudando você a entrar em contato com os anjos e com o seu coração. Você sabe reconhecer os braços que o acolhem todos os dias? Os gestos de bondade dos outros para com você? Você sabe reconhecer um anjo do cotidiano? Durante toda a sua vida, você deve ter cruzado com pessoas que ajudaram você a modificar seu jeito de pensar e ver o mundo, e que lhe deram forças nos momentos difíceis.
Ser anjo do cotidiano implica em estar ligado no bem-estar e felicidade do outro, independente da sua própria, sem esperar reconhecimento, e até pelo contrário, procurar realizar o bem anonimamente. Quando num gesto espontâneo damos a uma senhora na rua um boquê de rosas vermelhas que iria para nossa mesa de jantar, quando cedemos o nosso almoço a um músico que tocava na estação do metrô para ganhar alguns trocados, é porque percebemos que estamos fazendo o que a vida exatamente espera de nós, o que os anjos esperam de nós. A maioria de nós tenta com grande esforço cumprir as obrigações que a vida nos impõe, ser pais e mães responsáveis, educar e premiar os filhos, ajudar funcionários ou colegas, apoiar e confortar o marido ou a mulher, fazer nossa parte do trabalho em casa ou no escritório, mas essas condutas são condutas esperadas, aquelas que de fato concordamos em realizar pelos companheiros que escolhemos, pelo estilo de vida que escolhemos ter; na verdade, são as regras do jogo para sermos seres humanos razoáveis, decentes e civilizados. Com uma existência estável, devemos fazer todas essas coisas, mas só quando saímos de nossos cenários habituais e ultrapassamos os limites emocionais e as circunstâncias das nossas vidas, que nossa bondade também se projeta além da rotina e penetra no reino dos anjos do extraordinário e do notável; portanto, realizar eventuais gestos de bondade de certa forma é tornar-se um anjo. Quando isso acontece, significa que conseguimos ultrapassar os limites de nossa condição humana, cotidiana, para roçar as asas do divino ao escolhermos amar, não somente aqueles que nos comprometemos a amar, mas aqueles cujos nomes, rostos e histórias jamais conheceremos. Seremos clara e inevitavelmente mobilizados a compreender que amar e ser amado é a verdadeira vocação humana. Os anjos estão aqui, simplesmente, para nos ajudar a penetrar na nossa condição humana em toda sua plenitude. Tudo o que você criou, tudo o que você fez por alguém, sem nem saber de sua existência, cria um campo sutil que vai além do espaço e do tempo, criando e desenvolvendo bênçãos por toda a eternidade.
Eis alguns gestos que você pode começar a praticar agora. Vá à sala de aula de seu filho e fale sobre a bondade. Depois, peça às crianças que façam uma lista das coisas boas que fizeram e das coisas boas que aconteceram com elas. Peça a elas que, em casa, conversem sobre o assunto com o pai e a mãe. E, no dia seguinte, tragam histórias contadas pelas próprias famílias. Outro gesto - passe meia hora na sala de emergência de um hospital e faça algo que seja em si um presente. Ofereça ajuda a pessoas que não podem atravessar a rua sozinhas - velhos, crianças, cegos. Plante uma árvore em seu bairro. Da próxima vez que alguém falar com você, ouça com atenção, sem nenhuma expectativa. Escreva a um chefe sobre alguém que tenha ajudado você, elogiando o funcionário e agradecendo-se a seu superior. Abra sua agenda de endereços, escolha um nome aleatoriamente, e envie um cartão postal a essa pessoa. Escreva um cartão de agradecimento a alguém que lhe prestou um serviço, e deixe-o junto com a gorjeta. Seja bem específico. Agradeço o cuidado com que limpou meu quarto, sem tirar as coisas do lugar, ou seu sorriso ao servir o almoço me fez ganhar o dia. Ceda sua vaga no estacionamento a outro motorista. Faça o mesmo com o seu lugar numa fila. Se algum vizinho viajar e esquecer de suspender a entrega do jornal, guarde-os em lugar seguro, até ele voltar. Da próxima vez que for ao cinema, escolha alguém da fila atrás de você, e avise ao bilheteiro que pagará pela entrada dessa pessoa. Certifique-se de que ele não revelará que foi você quem pagou. Se você conhece alguma pessoa que está passando por um momento difícil na vida, procure fazer algo, qualquer coisa que possa ajudar, que mostre à pessoa que alguém se importa com ela, mas sem dar a entender que esse alguém é você. Peça seus filhos para rever os brinquedos, e separar aqueles que querem dar as crianças carentes. Se tiver algum vizinho doente, ofereça-se para fazer o supermercado para ele.
Algumas histórias verdadeiras de pessoas que viveram, que sentiram gestos de bondade. A primeira - quem poderia imaginar que uma secretária eletrônica seria capaz de mudar a minha própria vida? Eu estava saindo de um longo e doloroso relacionamento, e de repente me vi em uma cidade estranha, sem amigos, sem nada para fazer, e sem vontade de fazer coisa alguma. Sentia-me como um peixe fora d'água. Todos os dias, chegava em casa do trabalho, e ficava olhando o vazio. Algumas vezes, chorando, mas a maioria das vezes apenas sentava, e me perguntava - até quando aquele pesadelo duraria? Eu havia comprado um telefone com secretária eletrônica, nem sei porque, já que ninguém ligaria para mim. Certa noite, ao chegar em casa, vi que a luz vermelha estava piscando. Não conseguia acreditar; uma chamada telefônica, quando acionei o aparelho para ouvir a mensagem, uma voz masculina maravilhosa começou a se desculpar. Ele havia ligado para o número errado, mas ele continuou falando. Disse que a minha voz na secretária pareceu tão triste, que ele não podia deixar de me dizer - que tudo bem estar triste, que ser capaz de sentir aquela tristeza era uma coisa importante. Sua mensagem durou vinte minutos, apenas dizendo quão importante era sentir a dor em vez de fugir dela, e como, embora pudesse parecer impossível naquele momento, as coisas iriam melhorar. Ele nem mesmo disse seu nome, mas aquela mensagem representou de uma forma muito significativa o começo da vida para mim.
Uma outra história - quando saí da faculdade, fui trabalhar em uma companhia de seguros que ficava num imenso edifício no centro da cidade; no primeiro dia de trabalho, levaram-me para um cubículo, rodeado pelo que parecia ser uma centena de outros cubículos, e me deram coisas para fazer, que para mim não faziam nenhum sentido. A situação era tão deprimente, que quase comecei a chorar na hora do almoço; depois de ter batido o cartão de ponto, só conseguia pensar que queria desistir, embora soubesse ser impossível, pois precisava muito do dinheiro. Quando voltei à saleta, encontrei um lindo buquê de flores sobre a mesa, e durante todo o primeiro mês de trabalho, todos os dias, encontrava flores em minha mesa. Mais tarde, descobri que essa iniciativa fazia parte de um projeto espontâneo dos funcionários; uma senhora que trabalhava ao lado da minha sala trouxe as primeiras flores, na tentativa de me animar, e então as outras pessoas continuaram a manter o meu, o meu pequeno pedaço, cheio de flores. Eu acabei trabalhando dois anos na companhia, e muitas das minhas melhores e mais duradouras amizades nasceram dessa experiência.
Ainda uma outra história - certo dia, eu voltava do trabalho para casa, e enfrentava um tráfego terrível; o fluxo de veículos era lento. De repente, não sei de onde surgiu um rapaz, costurando por entre os carros, e me deu uma fechada tão repentinamente, que tive que enfiar o pé no breque para não bater; fiquei completamente atordido. 15 minutos mais tarde, parado no farol, vejo ao meu lado o mesmo rapaz; senti uma descarga de adrenalina, e imediatamente me coloquei na defensiva. Mas, por alguma razão, abri o vidro para o que ele disse, ele disse, desculpe-me, às vezes, quando estou dirigindo, me transformo no idiota, sei que pode parecer tolice, mas estou contente por tê-lo encontrado para poder me desculpar. De repente, o meu corpo todo simplesmente relaxou, e a tensão e as frustrações do dia - do tráfego, da vida - se dissiparam nesse maravilhoso, inesperado, e caloroso abraço.
A nossa última história se passa no Vietnã - é um soldado americano que conta que havíamos acabado de fazer uma busca no vilarejo que suspeitávamos ser um refúgio vietcong; nós realmente arrasaramos o lugar, o que não foi tarefa difícil, mas não encontramos nada. Logo que saímos da aldeia, por uma trilha na mata, sofremos uma emboscada; fui atingido por uma bala, e tudo se apagou de minha mente, até o momento em que acordei. E vi uma senhora vietnamita debruçada sobre mim, antes de desmaiar novamente; lembrei-me de tê-la visto na aldeia que havíamos acabado de destruir, e aí eu soube que iria morrer. Quando acordei novamente, o buraco da bala do meu lado esquerdo havia sido limpo, e enfaixado, e a velha continuava debruçada sobre mim, oferecendo uma xícara de chá morno, enquanto tomava o chá, e me perguntava - por que ainda estava vivo? Um helicóptero pousou próximo dali para me resgatar. A senhora levantou-se silenciosamente, e desapareceu no meio da mata.
Bem, espero ter dado muitas e muitas sugestões de como praticar gestos de bondade, hoje, aqui na terra, até a próxima semana.
Fim.
(Transcrito por TurboScribe.ai)