🔉️(780)_OS 3 CONSELHOS QUE PODEM SALVAR SUA VIDA [Literatura]


 


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OS TRÊS CONSELHOS


Um casal de jovens recém-casados, era muito pobre e vivia de favores num sítio do interior. Um dia o marido fez a seguinte proposta para sua esposa:
— Querida, eu vou sair de casa, vou viajar para bem longe, arrumar um emprego e trabalhar até ter condições para voltar e dar-te uma vida mais digna e confortável. Não sei quanto tempo vou ficar fora, seja fiel a mim, pois eu serei fiel a você.

Assim sendo, o jovem saiu. Andou muitos dias a pé, até que encontrou um fazendeiro que estava precisando de alguém para ajudá-lo em sua fazenda.

O jovem chegou e ofereceu-se para trabalhar, no que foi aceito. Pediu para fazer um pacto com o patrão, o que também foi aceito. O pacto foi o seguinte:
— Deixe-me trabalhar pelo tempo que eu quiser e quando eu achar que devo ir, o senhor me dispensa das minhas obrigações. Eu não quero receber o meu salário. Peço que o senhor o coloque na poupança até o dia em que eu for embora. No dia em que eu sair, o senhor me dá o dinheiro e eu sigo o meu caminho.

Tudo combinado. Aquele jovem trabalhou durante vinte anos, sem férias e sem descanso.

Depois de vinte anos, chegou para o patrão e disse:
— Patrão, eu quero o meu dinheiro, pois estou voltando para a minha casa.

O patrão então lhe respondeu:
— Tudo bem, afinal, fizemos um pacto e vou cumpri-lo. Só que antes quero lhe fazer uma proposta, tudo bem? Eu lhe dou o seu dinheiro e você vai embora ou lhe dou três conselhos e não lhe dou o dinheiro e você vai embora. Se eu lhe der o dinheiro, eu não lhe dou os conselhos. Se eu lhe der os conselhos, eu não lhe dou o dinheiro. Vá para o seu quarto, pense e depois me dê a resposta.

Ele pensou durante dois dias, procurou o patrão e disse-lhe:
— Quero os três conselhos.

O patrão novamente frisou:
— Se eu lhe der os conselhos, não lhe dou o dinheiro.

E o empregado respondeu:
— Quero os conselhos.

O patrão então lhe falou:

  1. Nunca tome atalhos em sua vida. Caminhos mais curtos e desconhecidos podem custar a sua vida.

  2. Nunca seja curioso para aquilo que é mal, pois a curiosidade para o mal pode ser mortal.

  3. Nunca tome decisões em momentos de ódio ou de dor, pois você pode se arrepender e ser tarde demais.

Após dar os conselhos, o patrão disse ao rapaz, que já não era tão jovem assim:
— Aqui você tem três pães, dois para você comer durante a viagem e o terceiro é para comer com sua esposa quando chegar à sua casa.

O homem então seguiu seu caminho de volta, depois de vinte anos longe de casa e da esposa que ele tanto amava.

Após o primeiro dia de viagem, encontrou um andarilho que o cumprimentou e lhe perguntou:
— Pra onde você vai?

Ele respondeu:
— Vou para um lugar muito distante que fica a mais de vinte dias de caminhada por esta estrada.

O andarilho disse-lhe então:
— Rapaz, este caminho é muito longo, eu conheço um atalho que “é dez” e você chega em poucos dias.

O rapaz contente, começou a seguir pelo atalho, quando lembrou-se do primeiro conselho, então voltou e seguiu o caminho normal. Dias depois soube que o atalho levava a uma emboscada.

Depois de alguns dias de viagem, cansado ao extremo, achou uma pensão à beira da estrada, onde pôde ali hospedar-se. Pagou a diária e após tomar um banho deitou-se para dormir.

De madrugada, acordou assustado com um grito estarrecedor. Levantou-se de um salto só e dirigiu-se à porta para ir até o local do grito. Quando estava abrindo a porta, lembrou-se do segundo conselho. Voltou, deitou-se e dormiu.

Ao amanhecer, após tomar o café, o dono da hospedagem lhe perguntou se ele não havia ouvido um grito e ele disse que sim. O hospedeiro disse:
— E você não ficou curioso?

Ele disse que não.

No que o hospedeiro respondeu:
— Você é o primeiro hóspede a sair vivo daqui, pois meu filho tem crises de loucura, grita durante a noite e quando o hóspede sai, mata-o e enterra-o no quintal.

O rapaz prosseguiu na sua longa jornada, ansioso por chegar a sua casa. Depois de muitos dias e noites de caminhada... Já ao entardecer, viu entre as árvores a fumaça de sua casinha.

Andou e logo viu entre os arbustos a silhueta de sua esposa. Estava anoitecendo, mas ele pôde ver que ela não estava só.

Andou mais um pouco e viu que ela tinha entre as pernas, um homem a quem estava acariciando os cabelos.

Quando viu aquela cena, seu coração se encheu de ódio e amargura e decidiu-se a correr de encontro aos dois e matá-los sem piedade. Respirou fundo, apressou os passos, quando lembrou-se do terceiro conselho.

Então parou, refletiu e decidiu dormir aquela noite ali mesmo e no dia seguinte tomar uma decisão.

Ao amanhecer, já com a cabeça fria, ele disse:
— Não vou matar minha esposa e nem o seu amante. Vou voltar para o meu patrão e pedir que ele me aceite de volta. Só que antes, quero dizer à minha esposa que eu sempre fui fiel a ela.

Dirigiu-se à porta da casa e bateu.

Quando a esposa abre a porta e o reconhece, se atira em seu pescoço e o abraça afetuosamente.

Ele tenta afastá-la, mas não consegue. Então, com as lágrimas nos olhos, lhe diz:
— Eu fui fiel a você e você me traiu...

Ela espantada lhe responde:
— Como? Eu nunca lhe traí, esperei durante esses vinte anos.

Ele então lhe perguntou:
— E aquele homem que você estava acariciando ontem ao entardecer?

E ela lhe disse:
— Aquele homem é nosso filho. Quando você foi embora, descobri que estava grávida. Hoje ele está com dezenove anos de idade.

Então o marido entrou, conheceu, abraçou o filho e contou-lhe toda a sua história, enquanto a esposa preparava o café.

Sentaram-se para tomá-lo e comer juntos o último pão. Após a oração de agradecimento, com lágrimas de emoção, ele parte o pão e ao abri-lo encontra todo o seu dinheiro, o pagamento por seus vinte anos de dedicação.

Muitas vezes, achamos que o atalho “queima etapas” e nos faz chegar mais rápido, o que nem sempre é verdade...

Muitas vezes somos curiosos, queremos saber de coisas que nem ao menos nos dizem respeito e que nada de bom nos acrescentará...

Outras vezes, agimos por impulso, na hora da raiva, e fatalmente nos arrependemos depois...

Espero que você, assim como eu, não se esqueça desses três conselhos e não se esqueçam também de CONFIAR (mesmo que a vida muitas vezes já tenha dado motivos para a desconfiança).

Autor anônimo
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